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3 respostas

1941
Jorge Henrique Mautner nasce no Rio de Janeiro em 17 de janeiro de 1941, filho de Anna Illich e Paul Mautner. Ambos vieram para o Brasil como refugiados na Segunda Guerra Mundial.
Sua mãe, Anna, era austríaca de origem iugoslava e católica, se ocupava dos afazeres domésticos; seu pai Paul, judeu-austríaco, era extremamente culto, e entre outras atividades, trabalhou no Brasil com a comunicação da agência de resistência judaica anti-nazista.

1942
A irmã de Jorge, Susana Mautner não consegue vir da Áustria para o Brasil para ficar com seus pais, fato que traumatiza sua mãe, que passa a sofrer de uma paralísia.
Assim, Mautner começa a ser educado por uma babá.
Chamada Lúcia, a babá era Yalorixá, e assim Jorge se familiariza com os batuques do candomblé até os sete anos de idade.

1948
Sua mãe Anna se separa de Paul, seu pai. Então se casa com o violinista Henri Müller e se muda para São Paulo, levando Jorge junto. Assim, ele perde o contato com seu pai e com sua babá, que continuam a viver no Rio de Janeiro.
Já em São Paulo, Henri, que é a primeira viola da Orquestra Sinfônica de São Paulo, ensina Jorge a tocar violino.

Seu padastro faz bicos, participações em programas da Rádio Nacional, e Jorge ainda menino tem a oportunidade de conviver em meio a grandes artistas da Rádio como Aracy de Almeida, Nelson Gonçalves, BlackOut, Jorge Veiga, Tonico e Tinoco, Elizeth Cardoso, Inezita Barroso, Marlene, Emilinha Borba, entre muitos outros.

1950
Estuda no Colégio Dante Alighieri, ao longo de sua adolescência.
Nele, conhece José Roberto Aguilar e Arthur de Mello Guimarães, amigos seus que são também seus personagens em seus livros. Apesar de ótimo aluno, Jorge abandona a escola no 3º ano científico, sem se formar: num contexto de repressão sexual, ele é expulso por ter escrito um texto no qual é acusado de "tarado".
Hoje, o Colégio tem uma sala dedicada a Jorge Mautner.

1956
Começa a escrever DEUS DA CHUVA E DA MORTE, dos 15 aos 16 anos.

1957
Nasce sua irmã Jane Liliane Müller, filha de Ana com Henri Müller.

1958
Nos seus 18 anos, tem pela 1ª vez um texto seu publicado numa revista.
Descoberto pelo poeta Paulo Bonfim, Jorge Mautner é comentado no nº 13 da revista filosófica DIÁLOGO, dirigida por Vicente Ferreira da Silva.
Neste ano, Jorge começa suas primeiras composições musicais como ILUMINAÇÃO, OLHAR BESTIAL, O VAMPIRO….
Começa a praticar tai-chi chuan, prática que mantém até os dias de hoje.

1962
Publica seu primeiro livro, DEUS DA CHUVA E DA MORTE, editado pela Martins Fontes, e por ele recebe o Prêmio Jabuti de Literatura. Nesta época, Mautner lança o Partido Kaos, mas logo adere ao Partido Comunista; convidado pelo professor Mario Schenberg para participar junto com José Roberto Aguillar de uma célula cultural no Comitê Central.

1963
Mantém, até o dia do golpe militar de 1964, uma coluna diária, chamada BILHETES DO KAOS, no jornal Última Hora, na qual comenta "sua visão do mundo, baseada na trilogia sexo, sangue e futebol".
Lança seu segundo livro, KAOS, com orelha escrita por José Roberto Aguilar, pela Editora Martins Fontes.

1964
Após o golpe militar, Jorge Mautner é preso e enviado para Barretos.
Segundo o Exército, sua prisão seria uma forma de proteção contra as organizações pára-militares, que poderiam vitimá-lo por seu envolvimento com o ideário comunista.
É solto, sob a condição de se expressar mais cuidadosamente em suas futuras obras – cuidado esse que não será tomado.

1965
Lança o livro NARCISO EM TARDE CINZA(que encerra a Trilogia do Kaos) pela editora

Lança também o livro O VIGARISTA JORGE, pela Von Schimdt Editora, com prefácio de Mario Schenberg.
Ao contrário do que se costuma pensar, o livro não é autobiográfico, mesmo com sua linguagem policamente provocadora e com seu protagonista de nome "Jorge".
Lança o Compacto com as músicas de protesto RADIOATIVIDADE e NÃO, NÃO,NÃO e também o conjunto O’ SEIS – SUICIDA APOCALIPSE (uma prévia dos Mutantes).

1966
Devido ao conteúdo provocador de O VIGARISTA JORGE e das letras do COMPACTO, Jorge Mautner é incluido na lei de Segurança Nacional.
Então, exila-se nos Estados Unidos e começa a trabalhar na Unesco.
Como bico, Jorge traduzia livros brasileiros para o inglês e dava palestras sobre estes livros para a Sociedade Interamericana de Literatura, situada na Park Avenue, num casarão que havia sido a sede da Embaixada Soviética.
Recebendo 20 dólares por livro, Jorge leu e traduziu muito nesta época, produzindo por semana vários relatórios em inglês sobre publicações da literatura brasileira.

1967
É convidado a participar do Simpósio Interamericano em Caracas, Venezuela. Conhece e passa a trabalhar como secretário literário do escritor americano Robert Lowell. Conhece Paul Goodman, teólogo da nova-esquerda do anarquismo pacifista, de quem recebe maiores influências sobre ecologia.
Compõe duas músicas em parceria com a compositora e pianista de jazz Carla Blay.

1968
Volta para o Brasil para obter o Greencard e neste período Conhece Ruth Mendes, com quem vem a viver futuramente.
Trabalhou no filme de Neville D’ Almeida "JARDIM DE GUERRA", escrevendo seu roteiro e o argumento.
O filme foi duramente censurado pela ditadura militar.

1970
Viaja para Londres, onde se aproxima de Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Dirige e participa do filme O DEMIURGO, que é filmado na casa de seu amigo Arthur de Mello Guimarães em Londres, com participação de Gil, Caetano, José Roberto Aguilar, Péricles Cavalcanti, Leilah Assunção, entre outros.
O filme é censurado para exibição pública, então Jorge passa a exibir a película para o público após seus shows.
Glauber Rocha declara que O DEMIURGO é o melhor filme "do" e "sobre" o exílio.
Volta ao Brasil e começa a escrever no jornal O Pasquim.
Nesta época, trava seu primeiro contato com Nelson Jacobina, que vem a ser parceiro musical até os dias de hoje.

1972
Lança o LP PARA ILUMINAR A CIDADE e o compacto PLANETA DOS MACACOS, pelo selo Pirata, da Polygram.
O disco é lançado por um preço mais baixo que o de mercado, e as lojas começam a boicotá-lo.
Assim, o selo Pirata deixa de existir, e o disco é retirado de circulação.
Realiza shows em penitenciárias para detentos e também na Casa das Palmeiras (de Nise da Silveira) para os internos, no Rio de Janeiro.

1973
Lança o livro FRAGMENTOS DE SABONETE (escrito em 1965, nos EUA), pela Editora Ground Informação.
Participa de uma comemoração patrocinada pela ONU pelos direitos humanos, onde foi criado o Território Livre, no Museu de Arte Moderna, com o show Banquete dos Mendigos.
O show foi gravado num disco ao vivo, numa produção conjunta de Jards Macalé e da ONU, com a participação de Jorge Mautner, Nelson Jacobina, Chico Buarque, Luis Melodia, entre outros artistas que participaram do Banquete.

1974
Lança o LP Jorge Mautner, com direção musical e participação de Gilberto Gil.
Participa do festival Abertura do Globo com a canção BEM-TE-VI BEM-TE-VIU e recebe o 3º lugar.
Neste ano é dispensado do Pasquim, como parte do movimento anti-baiano do jornal. Começa então sua revolta e ataque a nomes como Millor Fernandes e outros "cabeças" envolvidos com o Pasquim.

1975
Nasce sua filha com Ruth Mendes, Amora Mautner.

1976
Lança o LP MIL E UMA NOITES DE BAGDÁ.

1978
Publica a 2ª edição do livro NARCISO EM TARDE CINZA, pela Editora LPM.
Lança o livro PANFLETOS DA NOVA ERA, pela Editora Global.
Os textos do Panfletos haviam sido publicados antes pelo Diário de São Paulo, em capítulos.


1979
Lança o compacto pela CBS com as músicas FILHO PREDILETO DE XANGÔ e O BOI.
Caetano Veloso grava "VAMPIRO" no LP Cinema Transcedental.

1981
Lança o LP BOMBA DE ESTRELAS, seu disco primeiro pela Warner. O ENCANTADOR DE SERPENTES é classificada em quarto lugar no festival da Globo, numa parceria com Robertinho do Recife – porém, a premiação era somente até o terceiro lugar.
Lança o livro POESIAS DE AMOR E MORTE, pela editora Global Ground informação.

1982
Lança o livro SEXO DO CREPÚSCULO(escrito em 63 e 64), pela Editora Global.

1983
Perde o padastro Henri Muller aos 76 anos.

1984
Perde o pai, Paul Mautner, que vem a falecer com 89 anos.

1985
Relança o livro NARCISO EM TARDE CINZA, pela Editora LPM;
Lança o LP ANTIMALDITO, numa volta a Polygram/Universal no selo Nova República, de Roberto Santanna e José Vicente Brizola, com direção artística de Caetano Veloso.

1986
Lança o livro FUNDAMENTOS DO KAOS. Permanece fazendo muitos shows, alguns contra o Apartheid da África do Sul e outros a favor da recém acontecida Revolução da Nicarágua.
1987
Lança em parceria com Gilberto Gil o movimento FIGA BRASIL no show "O POETA E O ESFOMEADO", que corre o país e tem a adesão de 7000 pessoas inscritas. FIGA BRASIL tem ligação com o movimento KAOS de Jorge Mautner, e discute questões como a necessidade da cultura e de uma nova abolição na sociedade brasileira.
FIGA BRASIL perde sua força e acaba por chegar ao fim, devido a aproximação de Gil com a política e seu conseqüente afastamento do movimento.
Participa do filme de Hugo Georgette, "A FESTA".
1988
Lança o CD ÁRVORE DA VIDA, pela Warner.
Jorge se candidata a vereador na cidade de São Paulo, pelo Partido Verde.
Não faz nenhuma propaganda de sua campanha e acaba não se elegendo por 300 votos.
Em seguida, vai para a cidade Salvador, Bahia, para trabalhar a convite de Gilberto Gil como seu chefe de gabinete, em seu mandato como vereador.

1990
Parte para Áustria desiludido com o futuro do país após a vitória de Fernando Collor para presidente.
Na Áustria grava o CD PEDRA BRUTA, pela independente Rock Company; neste disco, lança o cantor Celso Sim.
Segue com shows em Viena, e também pela Alemanha e Suíça.
Perde a mãe, Anna Illich, que vem a falecer com 76 anos.
Volta para o Brasil.

1992
Gilberto Gil comenta durante a ECO 92, o pioneirismo de Jorge Mautner no movimento ecológico e das ONGs, desde 1956.

1993
Lança o livro MISÉRIA DOURADA, pela Editora Maltese.

1995
Relança o livro FRAGMENTOS DE SABONETE, pela Editora Relume Dumará, com fragmentos inéditos.
A Warner relança BOMBA DE ESTRELAS pela Warner, em CD, em virtude de uma campanha publicitária de Washinton Olivetto, que tinha como trilha a canção "O ENCANTADOR DE SERPENTES" remixada.

1996
É homenageado pela Fundação Nacional de Arte (Funarte), que inaugura em sua sede de São Paulo a Ala Jorge Mautner – um espaço multidisciplinar que promove novos artistas brasileiros.

1997
Lança o CD ESTILHAÇOS DE PAIXÃO, com direção de Nelson Jacobina, pela Gravadora Velas.

1998
Faz shows em Amsterdã (Holanda), em Lisboa (Expo-98), Abrantes (Portugal) e em Londres (Inglaterra);
Realiza shows, nas unidades do SESC em São Paulo, celebrando os 100 Anos de Bertold Brecht.
Dá aulas de literatura nas escolas públicas do município na periferia de São Paulo.

1999
Lança o CD duplo O SER DA TEMPESTADE, pela Dabliú Discos, uma coletânea de canções de sua autoria, gravadas por ele próprio e grandes sucessos gravados por artistas como Gil, Gal, Caetano, Zé Ramalho, Chico Science, Moraes Moreira, Fagner, Vânia Bastos, Lulu Santos.

2000
Participa semanalmente no programa MUSIKAOS, da TV Cultura – SP, como comentarista cultural.
O programa - que usa em sua abertura a música CINCO BOMBAS ATÔMICAS, de Jorge Mautner e Nelson Jacobina, gravada pelo titã Sergio Britto -, tem seu nome escrito com K em referência ao Kaos, de Jorge.
Atua no filme Maria Moura.
Segue pelo Brasil fazendo shows e apresentações com Nelson Jacobina.

2002
Lança o CD e o Livro MITOLOGIA DO KAOS – uma reunião da obra completa de Jorge Mautner, com comentários de diversos artistas e amigos importantes em sua carreira.
Lança o disco "EU NÃO PEÇO DESCULPA" em parceria com Caetano Veloso, com produção de Kassin, pela Universal.
Lança seu site http://www.jorgemautner.com.br
pela Refazenda Produções.
2003
Jorge é homenageado pela Câmara de Vereadores de São Paulo no dia 8 de maio.
Recebe a Cruz de Honra da Áustria para a Ciência e Cultura, concedida pelo presidente da Áustria no consulado austríaco do Rio de Janeiro em 28 de novembro, com a presença do Ministro Gilberto Gil.
Recebe o título de Comendador pela Ordem do Mérito Cultural em Brasília, com a presença do ministro Gilberto Gil e do presidente da república Lula da Silva.
Ganha o Grammy Latino no dia 3 de setembro pelo disco EU NÃO PEÇO DESCULPA, com Caetano Veloso.
Participa como ator e músico no filme "CASA DE AREIA" do diretor Andrucha Waddington.

2004
Recebe a bolsa Vitae para escrever o livro "O FILHO DO HOLOCAUSTO, dos jardins do Catete ao Colégio Dante Alighieri (1941 a 1958)".
Escreve o livro "DIÁLOGOS COM O MINISTRO GILBERTO GILl" com tradução e edição simultânea em diversos países estrangeiros.
São publicados dois livros sobre sua obra: "PROTEU ou a ARTE DAS TRANSMUTAÇÕES - Leituras, audições e visões da obra de Jorge Mautner", de Luís Carlos de Moraes Junior e "Jorge Mautner em Movimento" de César Rasec.

2007-01-06 12:48:45 · answer #1 · answered by Juarez dos Reis Correa 4 · 0 0

Nem sei quem é este.

2007-01-06 12:20:05 · answer #2 · answered by o_lobo22 1 · 0 0

Henrique George Mautner, o Jorge Mautner, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 17 de Janeiro de 1941. Filho de pai judeu vienense, foi descoberto em 1958 pelo poeta Paulo Bonfim e o filósofo Vicente Ferreira da Silva, que publicaram um texto seu na revista Diálogo.

Mautner é multimídia. Além de conhecido compositor e cantor, com sucessos gravados por vários nomes da MPB, entre eles: ("O Vampiro" com Caetano Veloso); ("Maracatu Atômico" com Gilberto Gil); ("Filho Predileto de Xangô" com Celson Sim); ("Lágrimas Negras" com Gal Costa); ("Samba dos Animas" com Lulu Santos); ("Rock Comendo Cereja" e "Samba Jambo" com Jongê); ("Orquídia Negra" com Zé Ramalho), Jorge Mautner é interprete, tendo participações em songsbooks e shows em homenagem a Ismael Silva, Wilson Batista e Noel Rosa.

Como se não bastasse, Jorge Mautner é também conhecido e conceituado escritor, tendo recebido o prêmio Jabuti de literatura na ocasião de seu primeiro livro, chamado "Deus da Chuva e da Morte".

O Jorge não fica só aqui, ele também é diretor de cinema, como no filme, longa metragem, "O Demiurgo" de 1970.

Cantor, compositor, escritor, ator, artista plástico, cartunista, Jorge Mautner é sem fim.

2007-01-02 10:08:32 · answer #3 · answered by Poeta Gino 5 · 0 0

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