O Brasil no olhar de William James
Por Maria Helena Pereira Toledo Machado
"Você sabe onde fica o rio Tapajós? Se não, olhe no mapa. Escrevo para ti sentado numa canoa no dito rio, a cerca de 50 milhas da foz, estando os homens neste momento ocupados em empurrar, contra o vento, o barco para o mais perto possível da margem direita. Agora que a tua pequena mente pode formar a exata idéia do lugar onde estamos, te direi como chegamos até aqui."
(Carta de William James para Alice James. Manaus, 6 de novembro, 1865)
Assim começava uma das muitas cartas escritas no ano de 1865 por William James, que percorria o Brasil como membro da Expedição Thayer. Tendo sido essa uma missiva escrita para Alice, sua irmã mais nova, o tom adotado é sempre de especial carinho e devoção, não economizando, o jovem aventureiro, no uso de expressões hiperbólicas de afeição apaixonada ou no emprego de descrições saborosas do que via e vivia na pele de aventureiro dos trópicos, de forma a cativar a atenção daquela que parecia ser sua leitora predileta. E não lhe faltavam, nessas alturas, assunto com os quais seduzir seus correspondentes “back home”, que recebiam as notícias enviadas por James — de sua saúde, deslocamentos geográficos e atividades — entremeadas por narrativas sedutoras, escritas numa prosa envolvente e permeada por opiniões iconoclastas sobre tudo e todos que o cercavam, inclusive as principais figuras da Expedição Thayer... (Continua)
§§§§§§§§§§§
WILLIAM JAMES
William James escreveu sobre todos os aspectos da psicologia humana, do funcionamento cerebral até o êxtase religioso, da percepção espacial até a mediunidade psíquica. Ele freqüentemente argumentava de ambos os lados de uma questão com igual talento.
Ele se concentrou na compreensão e explicação das unidades básicas do pensamento. Conceitos fundamentais, tais como as características do pensamento, atenção, hábito e sentimento de racionalidade, prenderam seu interesse.
Ele se intrigava mais com a atenção em si mesma do que com os objetos aos quais se presta atenção e fascinava-se mais pelo hábito do que por constelações de hábitos específicos.
A personalidade, para James, emerge da interação entre as facetas instintuais e habituais da consciência e os aspectos pessoais e volitivos. As patologias, as diferenças pessoais, os estágios de desenvolvimento, a tendência à auto-realização e todo o resto são redistribuições dos blocos de construção fundamentais fornecidos pela natureza e refinados pela evolução. Uma leitura cuidadosa de James revela contradições em suas considerações teóricas. Ele estava consciente disso, chamando-o de "pensamento pluralístico", raciocinando que é válido para alguns casos mas não para outros. James considerava que a Psicologia não era ainda uma ciência madura; não possuía suficiente conhecimento para formular leis consistentes sobre a percepção, a sensação ou a natureza da consciência.
2006-12-31 01:45:25
·
answer #1
·
answered by carvalhoclinico 5
·
0⤊
0⤋
James questionou a existência de Deus, a imortalidade da alma, o livre-arbítrio e os valores éticos.
William James sustentou que o significado das idéias só se encontra no plano de suas conseqüências. Se não há efeitos, é porque estas idéias não têm sentido. Assim, quase todas as teorias metafísicas carecem de sentido por não comportarem predições comprováveis. Opôs-se aos sistemas metafísicos absolutos e criticou o monismo.
2006-12-31 01:47:01
·
answer #2
·
answered by ♫ Sonia Cal ♫ 6
·
0⤊
0⤋