A figura de Calabar insere-se na história pátria colonial durante a época da invasão dos holandeses no Nordeste (1630-1654). Morador de Porto Calvo, Alagoas, passou para o lado holandês em 1632. Conseqüentemente, é desprezado pela maioria das pessoas como traidor; outros, porém, acreditam que Calabar amava a sua terra natal e fez uma escolha sábia.
Domingos Fernandes Calabar2 deve ter nascido durante a primeira década do século XVII, no atual Estado de Alagoas, na região de Porto Calvo, sendo filho de pai português e de mãe indígena, de nome Ângela Álvares.3 Era, assim, um mameluco,4 e foi batizado numa igreja da paróquia de Porto Calvo.5 O menino foi educado numa escola dos padres jesuitas e, homem feito, ainda antes da invasão batava, possuía três engenhos de açúcar naquela região.6 Então, em 1630, a segunda onda de invasores holandeses alcançou a costa do Nordeste. Portugal e a Holanda geralmente gozavam de um bom relacionamento, inclusive por causa do seu inimigo comum, a Espanha. Na época do reino unido ibérico (1580-1640), a invasão flamenga fazia parte da guerra dos oitenta anos que a Holanda travava contra o domínio espanhol sobre os sofridos Países Baixos (1568-1648).7 A Ibéria continuou tentando recapturar suas províncias perdidas e esmagar a reforma religiosa naqueles rincões. A Europa sempre se admirava de como os Filipes conseguiam colocar exércitos bem equipados tão longe das suas terras, e sabia que o segredo era a riqueza oriunda principalmente das colônias americanas, inclusive do Brasil. De lá não vinha ouro nessa época, e sim grandes caixas do apreciado açúcar, branco e mascavo. Eram umas 35.000 caixas de 300 quilos cada uma por ano.8 O paladar europeu estava se adaptando ao novo produto e o preço do açúcar estava em alta. A Holanda procurava “estancar as veias do rei da Espanha,” pelas quais fluía tanta riqueza, e muitos holandeses apoiaram de coração os esforços da Companhia das Índias Ocidentais no sentido de causar “prejuízo ao inimigo comum.”9
O domínio holandês do Nordeste durou quase um quarto de um século (1630-1654) e teve três períodos distintos. A primeira etapa abrange os anos da resistência ibérica e do crescimento do poderio neerlandês (1630-1636). O segundo período compreende a resignação lusa e o florescimento da colônia holandesa (1637-1644). Os últimos anos compõem a insurreição dos moradores portugueses e o fenecimento do domínio flamengo até a expulsão final (1645-1654). São períodos de aproximadamente sete, oito e nove anos, respectivamente. O florescimento da colônia holandesa coincidiu com a presença do Conde João Maurício de Nassau-Siegen como governador do Brasil holandês, e deveu-se em grande parte à sua pessoa. Especialmente na época nassoviana, mas de fato durante todo o período holandês, o Nordeste era como que um enclave renascentista10 no Brasil colonial, com uma forte influência cristã reformada. A história de Calabar é parte integrante do primeiro período da ocupação holandesa, a da resistência ibérica contra os conquistadores recém-chegados.
2006-12-28 07:46:11
·
answer #1
·
answered by Zoing 5
·
1⤊
0⤋
sim ele foi injustiçado p-orque nem nos deram chances de conhecer a sua versão da história. Só sabemos o q nos falam nas aulas de história. E eles nos falam muito mal ou apenas ligeiramente. Se o Brasil tivesse sido colonozado pelos holandeses, ele seria herói.
2006-12-28 15:53:37
·
answer #3
·
answered by Neninha 4
·
0⤊
0⤋