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2006-12-23 12:09:09 · 4 respostas · perguntado por Radikal Chick 2 em Artes e Humanidades Livros e Autores

4 respostas

"A Selva", do autor português Ferreira de Castro, publicado em 1930.

1930 - Depois de alguns meses de trabalho febril, em horas arrancadas ao labor de jornalista, o romancista publica "A Selva", que não tarda alcançar imensa projecção em Portugal, no Brasil e, sucessivamente, em numerosos países onde o escritor conquista largo prestígio mundial.

Em 30 de Maio deste ano morre Diana de Lis, deixando Ferreira de Castro numa solidão desesperada que o faz interromper todas as actividades literárias. É publicada em Espanha a tradução de "Emigrantes". Deixa a direcção do magazine "Civilização" e viaja pela Europa no alheamento da sua grande dor.

O NEO – REALISMO EM A SELVA, DE FERREIRA DE CASTRO
Maria Alzenir Alves Rabelo Mendes
Maria Marlenilza Marinho Farias
Maria José Cunha
(Letras – UFAC)

O romance A selva, de Ferreira de Castro, publicado em Portugal em 1930, é um documento com trato estético sobre a vida dos seringueiros na floresta amazônica, presenciada pelo autor que, na condição de “exilado”, foi “aprisionado” na selva para a extração do látex, durante o período de 1910 a 1914, quando o primeiro grande ciclo da borracha entrava em crise.

O escritor migra para o Brasil em 1910, aos doze anos, mais precisamente para a região Norte, Estado do Pará, e confina-se no seringal Paraíso de onde consegue sair em 1919, tendo vivenciado de perto as agruras da vida de seringueiro no extrativismo gumífero já em decadência.

A borracha, uma das grandes fontes de riqueza que o país dispunha na época, era o produto gerador de divisas e propulsor da indústria moderna, nacional e internacional.
Em 1919, tendo enfim conseguido sair do seringal Paraíso, Ferreira de Castro volta a Portugal.

Naquele momento, o Brasil vivencia, ainda que forçosamente, as mudanças ocasionadas pelo fim do velho regime escravocata, que tinha em suas finalidades atender às reivindicações econômico-sociais da nova classe que surgia: a classe do operariado fabril e rural. O escritor conheceu de perto as principais reivindicações dos brasileiros e delas participou, dando apoio através de sua atividade como jornalista em Belém do Pará.

Em 1930, da experiência vivida no Brasil, principalmente na Amazônia, escreve: Emigrantes e, posteriormente, A selva, este último é um documentário cativante que, segundo o crítico Massaud Moisés, é considerado o melhor dos romances de aventura que contribui como reafirmação dos laços entre brasileiros e portugueses.

Em Belém, Ferreira de Castro, a mando de um tio, também português e dono de casa de aviamento, seguiu para o seringal Paraíso, às margens do Madeira, junto com uma das muitas levas de nordestinos que também iam para os seringais em busca de sobrevivência.

Quatro anos depois, regressa à Belém e traz consigo experiências suficientes para mais tarde transformá-las em matéria para sua literatura de cunho social. Após sair do seringal, trabalha ainda por cinco anos em Belém, colabora em vários jornais, além de exercer atividades não gratificantes, como por exemplo, colar cartazes e fazer serviços braçais em barcos, e no final do dia, dormir no chão de uma barraca.

Quando consegue se estabelecer na imprensa, publica artigos abordando a problemática social em torno dos “excluídos”.
Quinze anos depois, já em Portugal, publica A selva, obra de maior relevância na categoria de literatura de denúncia em favor dos oprimidos que, nesta obra, são representados pelos seringueiros subjugados pela selva Amazônica e pela ambição dos seringalistas e donos de casas aviadoras.

Adepto dos postulados do Neo-Realismo - movimento renovador, literário e social do século XX - Ferreira de Castro, assim como seus contemporâneos, busca as melhores lições e experiências do Realismo, reage contra a literatura individualista e subjetiva. Procura então o objetivismo realista e o documentário humano, tendo como ponto de partida o materialismo histórico e dialético.

O Neo-realismo é a revalorização do Realismo que ocorre a partir de 1930, tomando impulso devido à crise econômica e a resistência democrática ao sistema opressor e especulativo que se instaura. Na Literatura Portuguesa, Ferreira de Castro antecipa-se à estética Neo-Realista, sendo, portanto, o precursor de uma tendência que se instala somente em 1940.

Mesmo não tendo maturação estética, o romance A selva alcançou grande público, tal como a corrente ideológica em que se fundamentou, o Marxismo.
Nessa corrente, cuja visão dos homens é mais completa e integrada, a identificação do escritor com as forças transformadoras do mundo e com as lutas de classes era inevitável.

A injustiça social e a exploração do homem pelo homem, a atenção especial para com as camadas mais humildes de uma sociedade composta de sofredores e oprimidos, mobilizam os escritores a assumirem uma posição diferenciadora em relação à Literatura, concebida, agora, como um instrumento de ação e de reforma das estruturas sociais injustas.

Acreditam, os escritores, na função revolucionária e redentora da Arte, e condenam a função dada à Literatura de “Arte-pela-Arte”.
Ao publicar A selva, Ferreira de Castro lança para o mundo a odisséia dos desbravadores anônimos na floresta amazônica, que se entregavam de corpo e alma à extração do látex, visando o alcance, através do trabalho, da libertação de uma existência miserável.

Alberto, o personagem central, é um exilado de Portugal, por contrariar os interesses republicanos que então ascendiam em seu país, ao encontrar-se na floresta, diferencia-se notavelmente dos "brabos", os nordestinos que, atraídos pela borracha, ali se encontravam.

Nas brenhas de floresta Amazônica, vive por quatro anos com os nordestinos que lá já se encontravam no trabalho de produção da borracha. Sujeito às imposições do meio físico, social e do sexo, Alberto sofre alterações no seu comportamento e em sua maneira de encarar os fatos, "já não julgava por bem seus assomos de altivez e seu orgulho..." (p. 174).
Ao embarcar no convés do navio "Justo Chermant" de Belém ao seringal Paraíso, ele ainda se conservava tal como veio de Portugal: engravatado, vaidoso e de sentindo superior aos outros.

Mas ao contato com a miséria a bordo, onde animais eram conduzidos e abatidos no lugar em que dormiam humanos (p. 69) começa a sofrer mudanças em seu comportamento.

A princípio, essa mudança é observada quando ele aceita a comida que lhe fora oferecida e que ele não aceitara. Posteriormente, quando ele se sujeita às ordens dos patrões, fato que ele, logo no início da obra, negava-se a fazer (p. 73).

Alberto perpassa por toda a narrativa como "sui generis" naquele ambiente selvagem em condições desumanas. No entanto, adquire a experiência que lhe proporciona outras concepções sobre a vida, alterando-lhe, até mesmo, os valores morais.
No decorrer do tempo, Alberto chega a praticar o ato que ele repugnara e condenara em seu colega de estrada, ao vê-lo praticar sexo com animal. "Não quis acreditar..." Firmino explicou-lhe que ali não havia mulher e que "seu Alberto irá um dia laçar vaca ou égua..."

Passado algum tempo, via-se ele, nas mesmas condições de seus companheiros. Inflamado pelo desejo "palpou as cordas... escolheu... fundiu-se na noite morna e cúmplice." (p. 236).

Depois de quatro anos, embrenhado na selva, Alberto consegue juntar algum dinheiro com a ajuda financeira que sua mãe envia de Portugal, e embarca de volta a Belém, levando consigo as dolorosas lembranças dos fatos vividos por ele e seus companheiros no interior das matas, longe de quaisquer rumores de civilização.

Leva a experiência do temor sentido na iminência do confronto desigual com feras como: onças, cobras, queixadas e outras comuns na Amazônia. Ali, vê de perto a mortes dos amigos por febre, ou pela mão vingativa dos selvagens; ainda os casos de assassinatos nas rixas entre seringueiros.

Ao sair, leva também a lembrança de um amor irrealizável: a paixão secreta pela única mulher de trato civilizado com quem teve contato no seringal: a esposa do gerente, habitante das margens do Paraíso.

Um abraço e Feliz Natal!

2006-12-23 12:23:01 · answer #1 · answered by ★HELDA★C★ ★ ★ ★ ★ 7 · 0 0

O romance "A Selva" foi escrito por Ferreira de Castro e publicado em 1930, tornando-o conhecido internacionalmente. Narra a saga do jovem Alberto, exilado em Belém do Pará devido as suas convicções monárquicas, em meio a cultura da borracha. Foi transformado em filme em 2001 por produtores portuqueses.

2006-12-24 17:04:45 · answer #2 · answered by DéAlves 3 · 0 0

Um romance consagrado do autor português Ferreira de Castro, publicado em 1930, e escolhe como cenário a Amazônia, onde a se desenvolve a trama.
Existe um filme com o mesmo nome baseado no livro:
O protagonista Alberto (o jovem ator português Diogo Morgado) é um monarquista que, em 1912, participa da última e malsucedida rebelião para impedir a chegada da república a Portugal.

Para escapar da prisão, foge para o Brasil, onde encontra emprego num seringal. Sem outra opção, aprende o ofício de seringueiro do colega Firmino (Chico Díaz), um matuto que lhe ensina também algumas espertezas para o jovem intelectualizado e urbano sobreviver num ambiente brutal.

O refinamento de Alberto não escapa aos olhos do proprietário do seringal, Juca Tristão (Cláudio Marzo), que o transfere para a função de contador no armazém.

Introduzido no restrito círculo em torno de Tristão, Alberto vive uma paixão incontrolável com a bela esposa do gerente local (Gracindo Jr.), dona Yayá (Maitê Proença).

2006-12-23 20:17:00 · answer #3 · answered by Marivaldo L 6 · 0 0

O romance "A Selva" foi escrito por Ferreira de Castro e publicado em 1930, tornando-o conhecido internacionalmente. Narra a saga do jovem Alberto, exilado em Belém do Pará devido as suas convicções monárquicas, em meio a cultura da borracha. Foi transformado em filme em 2001 por produtores portuqueses.

2006-12-26 12:56:58 · answer #4 · answered by ana paula l 2 · 0 1

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