Van Gogh cortou parte de sua orelha em dezembro de 1888, depois de uma discussão com Gauguin, com quem dividia uma casa, a casa Amarela, em Arles. Os dois pintores, embora amigos, frequüentemente se desentendiam e Gauguin chegou a ameaçar voltar para Paris.
Uma tarde, caminhando pelos jardins públicos, Gauguin viu van Gogh se aproximar com um jeito ameaçado e resolveu passar a noite no hotel. No dia seguinte, voltando à Casa Amarela, encontrou a polícia - van Gogh fora levado para o hospital, quase morto.
Aparentemente, ele presenteou a orelha cortada a uma prostituta do bordel local, depois voltou para casa, deitou-se na cama e ficou sangrando até de manhã.
Minha opinião:
Foi por causa de um porre de absintho
O Absinto é uma bebida de história controvertida e passado romântico. Foi consumida e divulgada por grandes artistas do século XIX e XX como Paul Verlaine, Van Gogh, Henri de Toulouse-Lautrec, Monet, Gauguin, Degas, Rimbaud, Oscar Wilde e Ernest Hemingway, que estavam entre seus mais ardorosos fãs.
Há citações históricas, de que tomavam com certa freqüência essa bebida, outros historiadores afirmam que o destilado de ervas cor verde-esmeralda, também chamado de "fada verde", seria o responsável pelo comportamento bizarro de Van Gogh.
Existem relatos de alucinações devido ao consumo de absinto
2006-12-19 04:52:13
·
answer #1
·
answered by Anonymous
·
13⤊
0⤋
Saiba mais sobre o Pintor
Vincent Van Gogh (1853-1890) tinha tentado ser marchand, professor, vendedor de livros e até pastor metodista como Theodorus, seu pai. Aos 27 anos, decidiu que sua vocação era mesmo a arte. Dizia que tinha pouco talento e trabalhou duro para ser bom na nova profissão. Basicamente autodidata, ele passou anos desenhando, treinando em branco e preto sobre o papel, antes de se arriscar com os pincéis e a tinta a óleo sobre a tela. Algumas de suas pinturas tinham sido exibidas havia pouco tempo em Paris e Bruxelas e começavam a ganhar fãs quando, apenas dez anos depois de ter começado a carreira artística, ele se matou. Sua obra gráfica também parecia ter ótimas perspectivas, como escreveu um crítico na época: "Pode ser que, no futuro, o artista que morreu jovem receba atenção principalmente por seus desenhos."
Porém, mantidos longe da luz por causa da fragilidade do material em que foram produzidos e ofuscados pela celebridade das pinturas criadas por ele, que estão entre as mais valiosas do mundo, os desenhos de Van Gogh são pouco conhecidos - embora representem mais da metade das cerca de 2.000 obras dele. Por isso vale a pena fazer fila e pagar ingresso caro para ver dezenas deles numa exposição como a que o Metropolitan Museum de Nova York exibe até 31 de dezembro. Vincent van Gogh: The Drawings é uma chance rara de se ver um gênio aprendendo, sozinho, a ser gênio.
Com 113 obras trazidas de coleções públicas e particulares européias e americanas, a mostra levou três anos para ser montada. Foi exibida no começo deste ano pelo Museu Van Gogh de Amsterdã e é a primeira grande retrospectiva nos EUA focalizando a obra gráfica do artista holandês. Oito telas a óleo complementam o conjunto para sublinhar o diálogo entre os desenhos e a pintura dele. Quem não quiser enfrentar galerias lotadas para ver a mais grandiosa exposição do Met este ano pode pagar US$ 50 para vê-la às segundas-feiras, dia em que o museu normalmente fica fechado.
Van Gogh tinha um dom especial para ver as coisas e uma surpreendente memória para descrever o que tinha visto. Usar caneta e tinta era fácil para ele, conhecido pelas centenas de cartas que escreveu para parentes e amigos (um dos três audioguias da exposição traz trechos de algumas delas, lidas pelo ator Kevin Bacon). Só das que escreveu para o irmão, Theo, existem ainda hoje cerca de 600. Dizia que queria desenhar de maneira tão fácil como escrever. Registrava nas cartas seus pensamentos, suas ambições e o que acontecia no seu cotidiano, ilustrando com desenhos a descrição de cenas que observava e os avanços que conseguia na sua meta de tornar-se pintor.
As duas primeiras das sete galerias onde The Drawings está instalada mostram os primeiros passos dele na Holanda. "Vê-se ele tateando em direção ao domínio da figura humana e das leis da perspectiva pictorial", nota Colta Ives, curadora do Departamento de Desenhos e Gravuras do Metropolitan e uma das organizadoras da exposição. "Ele acreditava que exercícios e desenhos eram absolutamente necessários no treinamento de um pintor e, naquele período, experimentou muitos instrumentos e materiais diferentes. Quase sempre tinha as mãos sujas de carvão e giz, coisa da qual tinha orgulho porque isso o fazia, de certa forma, uma alma gêmea do trabalhador comum."
Em seu treinamento, Van Gogh se inspirava no realismo dos mestres Rembrandt, Millet e Daumier. Começou a desenhar figuras em poses relativamente estáticas, quase sempre de perfil para evitar os problemas de perspectiva. Buscava modelos em abrigos para pobres e nas ruelas de Haia. Personagens como uma mulher chorando ou um homem velho, sem cabelos, com o rosto entre as mãos, foram ideais para ele mostrar sua compaixão pelos pobres. Na zona rural de Nuenen, ele estudava camponeses trabalhando na terra, em teares ou em afazeres domésticos. Também admirava o trabalho de ilustradores de revistas sociorealistas, pretendendo ser um deles. Entre dezembro de 1882 e janeiro de 1883, por exemplo, fez estudos de cabeças de trabalhadores inspirado por uma série de xilogravuras intitulada Heads of the People, publicada pelo periódico inglês The Graphic.
Alguns dos instrumentos utilizados na sua prática de desenho estão numa caixa de vidro, junto com exemplos de manuais e modelos que ele usava para se instruir. Acima dela há reproduções de esquetes que ele mandou para Theo em cartas escritas nos dias 5 e 6 de agosto de 1882, descrevendo a moldura de perspectiva que freqüentemente ancorava o olhar dele nos primeiros anos de carreira. Uma abertura retangular, dividida em seções por arame ou barbante, essa "janela" concentrava sua visão e o ajudava a organizar as cenas que via.
A moldura tornou-se a espinha dorsal dos seus estudos de paisagem como os bicos-de-pena Um Pântano, de junho de 1881, ou Moinhos perto de Dordrecht, feito dois meses depois. Neles, Van Gogh revela sua paixão pelas formas da natureza, texturas e as estações. As árvores eram temas constantes para ele, que gostava sobretudo de carvalhos, salgueiros e bétulas, comparando-os a seres humanos. Certa vez ele descreveu uma fileira de carvalhos como "uma procissão de homens de um asilo". Muito parecido com o que se sente diante das fileiras de bétulas de galhos secos, uma camponesa e um pastor de ovelhas do desenho feito por ele em março de 1884. Parece que as árvores caminham na mesma direção e no mesmo ritmo dos passos do casal, unidos pela melancolia do fim de inverno.
LEVEZA E COR
Em 1885, Van Gogh deixou a Holanda para nunca mais voltar. Depois de uma frustrante tentativa de se enquadrar nos padrões da Academia Real de Belas-Artes, em Antuérpia, ele foi para Paris morar com Theo e estudar no ateliê de Fernand Cormon. Ali teve como colegas os pintores Toulouse-Lautrec, Émile-Bernard e John Russell, e entrou em contato com muitos artistas da avant-garde da época, como Pissarro, Seurat, Signac e Gauguin. "Vê-se que ele desabrochou e não demorou em alcançar as últimas tendências, acordando para o brilho das cores dos impressionistas, o toque pontilista dos neo-impressionistas e para as novidades das gravuras japonesas importadas", comenta Colta Ives. "Como muitos dos seus contemporâneos, ele pôs o desenho de lado para pintar em pinceladas curtas e semigráficas."
A diferença que ocorre na pintura dele é óbvia quando se observa, numa oportunidade também rara, os dois lados de um quadro do acervo do Metropolitan. É um dos vários que ele pintou no reverso de um estudo anterior de camponeses. De um lado está uma mulher descascando batatas, feito entre fevereiro e março de 1885, de tons escuros, com desenho em blocos, típico dos seus trabalhos feitos em Nuenen (alguns usados na sua primeira pintura importante, Os Comedores de Batata). No outro lado da tela encontra-se um dos 24 auto-retratos que ele pintou em Paris. É um dos sete em que ele aparece de chapéu de palha e teria sido feito em 1887. Em vários tons de amarelo, Van Gogh mostra no próprio rosto como havia absorvido a técnica e a teoria de cor neo-impressionista. Ele pintava muitos auto-retratos, mas se desenhava poucas vezes. A exposição traz um desses desenhos, em bico-de-pena e grafite, feito também no período em que ele viveu em Paris.
Focalizando seu olhar na cidade e nos seus subúrbios, Van Gogh se alinhou com as tendências correntes e encontrou cenários que o faziam lembrar de sua terra. Como estava concentrado em pintar em cor, seus desenhos parisienses são principalmente aquarelas com vistas da cidade, produzidas como anotações. O encontro dele com gravuras japonesas, as ukiyo-e, representando a natureza e o dia-a-dia das pessoas, teve um impacto enorme nos seus desenhos. Observa-se a influência daquelas gravuras principalmente no período que ele passou em Arles.
Em fevereiro de 1888, Van Gogh mudou para aquela cidade no sul da França. Tinha esperança de criar um grande estúdio por lá e atrair outros colegas. Só Gauguin passou algumas semanas com ele em Arles e foi-se embora depois do episódio em que o holandês cortou a própria orelha. Apesar de sozinho na Provença, foi lá que ele produziu seus melhores desenhos, aquarelas e pinturas. As três galerias centrais da mostra são dedicadas a esse período.
"Répétitions" - Longe de Paris, Van Gogh dependia de papel e caneta para se comunicar com Theo e seus amigos. Assim como escrever, desenhar recuperou a importância que teve para ele na Holanda, voltando a ser uma parte principal da sua prática de trabalho. Muitas vezes até por questão de dinheiro. Enquanto tinta e tela precisavam ser mandadas da capital, em Arles ele podia comprar papel e fazia canetas com a haste oca de um tipo de capim alto que colhia nos campos. Mas ele não desenhava só para registrar uma impressão ou esboçar um motivo para uma pintura. Muitas e muitas vezes revertia o processo, reproduzindo em desenho as pinturas que tinha feito, criando o que chamava de "répétitions", para mostrar ao irmão e aos amigos, via correio, seus progressos nas telas.
No verão de 1888, enquanto suas mais recentes pinturas a óleo, como Barcos no Mar, Saintes-Maries-de-la-Mer e Colheita na Provença, estavam penduradas nas paredes do seu estúdio para secar, ele passou três semanas reproduzindo-as em 32 desenhos a caneta que mandou para Émile-Bernard, John Russel e Theo. Nenhum desses desenhos é cópia um do outro. Van Gogh aproveitou-os para reconsiderar suas concepções originais numa série de improvisações.
Numa carta para Theo, ele contou ter desenhado os barcos pouco antes de deixar Saintes-Maries, de manhã bem cedo, e expressou sua satisfação com o que criava sobre o papel enquanto estava no Sul da França: "Estou aqui há apenas alguns meses mas, me diga, eu poderia, em Paris, ter feito o desenho dos barcos em uma hora? Nem com a moldura de perspectiva, e este foi feito sem medidas, apenas soltando minha caneta."
A mordida dos mosquitos e "a implicante malícia do constante mistral" não o deixavam instalar seu cavalete para pintar nas encostas de Montmajour. Em vez disso, ele desenhou aquelas paisagens em folhas de papel presas numa tabuleta. A série de desenhos Rochas e Árvores, Montmajour, feita entre 6 e 12 de julho de 1888, consegue reunir duas de suas grandes influências, a dos velhos mestres holandeses da paisagem, com seus espaços profundos e céus abertos, e as vistas aéreas feitas por gravadores japoneses. Ao descrever os desenhos para Émile-Bernard, o próprio Van Gogh comentou: "Realmente, a coisa mais japonesa que já fiz."
MANICÔMIO
Van Gogh encontrou pouca gente em Arles que estivesse a fim de satisfazer a grande ambição dele de fazer "figuras, figuras e mais figuras". Há poucos retratos produzidos durante sua estada na cidade. Mas os campos de trigo, de flores, os parques e jardins estavam sempre à sua disposição. Depois de ter decepado a orelha, ele tentou recuperar suas forças e trabalhar de maneira constante mas, em maio de 1889, buscou refúgio no manicômio de Saint-Paul-de-Mausole em Saint-Rémy, levando com ele os dois últimos desenhos que havia feito em Arles, justamente de jardins.
São esses também seus principais motivos durante o ano que ele ficou como paciente voluntário do sanatório, para tratar-se do que os médicos achavam que era uma forma de epilepsia. Ali o seu estilo muda outra vez, fica mais decorativo. Quando teve permissão para aventurar-se fora dos jardins do antigo monastério e admirar o terreno e os ciprestes fora dos muros, ele aumentou as suas Impressões da Provença com uma nova série de paisagens dinâmicas, as quais também interpretou com caneta e tinta em "répétitions" feitas para Theo.
Van Gogh se deu alta do manicômio em 16 de maio de 1890 e foi para o norte, para a cidade de Auvers, não muito longe de Paris, onde podia morar perto de Theo e ser cuidado pelo médico Paul Gachet, que era colecionador de arte e pintor amador. Respondeu às características do vilarejo e à qualidade da luz do norte da França com uma nova palheta de azuis e verdes carregados de linhas rítmicas e onduladas. Em 70 dias, antes de dar fim à sua vida, ele produziu perto de 75 pinturas e 50 desenhos. Desenhar e pintar já eram meios genialmente dominados para ele obter o mesmo resultado: obras-primas.
2006-12-19 04:48:44
·
answer #10
·
answered by Anonymous
·
0⤊
0⤋