Evolução é qualquer processo de crescimento, mudança ou desenvolvimento. A palavra provém do Latim evolutio, significando "desabrochamento", e antes do fim de 1800 foi confinada a referir-se à evolução meta-dirigida, processos pré-programados como desenvolvimento embriológico. Uma tarefa pré-programada, como uma manobra militar, segundo esta definição, pode ser considerada uma "evolução". Pode-se falar também de evolução das estrelas, evolução cultural ou da evolução de uma idéia.
No século XIX a palavra "evolução" era identificada com melhoria. Estava claro para os pensadores Europeus daquele tempo — no despertar do Iluminismo e da Revolução Francesa — que as sociedades humanas haviam evoluído; muitas pessoas têm dito o mesmo sobre a evolução biológica das espécies. No século XX, a maioria dos cientistas sociais vieram a rejeitar a estrita definição de mudança social e cultural como melhoria. A maioria das idéias sobre a evolução das espécies, antes de Darwin, como por exemplo as idéias de Lamarck, interpretavam igualmente as mudanças biológicas como uma melhoria; no entanto a seleção natural — proposta por Darwin na metade do século XIX e que ainda é aceita em praticamente todos os círculos científicos para a adaptação biológica — não implica em alguma forma de melhoria "absoluta", rumo a uma perfeição ideal, mas é meramente o resultado do acúmulo de características hereditárias que ao longo do tempo, em dado momento da história das linhagens, foram relativamente vantajosas aos seus portadores em seus respectivos ambientes.
Desde o século XIX, "evolução" é geralmente usada como referência a uma evolução biológica e mudanças nas características da vida. Frequentemente é uma referência à teoria da evolução moderna baseada nas idéias de Charles Darwin da seleção natural, que costituí a base de toda Biologia Moderna.
Índice [esconder]
1 Evolução Biológica
2 O surgimento de novas características
2.1 Microevolução e Macroevolução
2.2 Sobrevivência diferencial de características
2.2.1 Seleção natural
2.2.2 Deriva Genética
3 A evolução como fonte de controvérsia cultural
4 Desenvolvimento das teorias evolutivas
5 Programação evolutiva
6 Pesquisadores famosos no campo da evolução
7 Bibliografia
8 Ver também
9 Ligações externas
[editar] Evolução Biológica
A teoria evolucionista, que é aceita em praticamente todos os círculos científicos, tem três aspectos principais.
A relação ancestral entre os organismos, tanto vivos quanto fossilizados.
O aparecimento de novas características em uma linhagem.
O mecanismo que faz com que algumas características persistam enquanto outras perecem.
A maioria dos biólogos evolucionistas acredita que toda a vida na Terra descende de um ancestral comum, habitualmente chamado de LUCA (Last Universal Common Ancestor — Último Antepassado Comum Universal). Esta conclusão é baseada no fato de que os organismos vivos apresentam características básicas extremamente semelhantes (como o código genético). Diferentes grupos de pessoas olham para estas características e, incrivelmente, tiram diferentes conclusões. Os que defendem a teoria do Projeto Inteligente dizem que isso reflete um planejamento, uma mente superior que designou para os seres vivos características que seriam as melhores para a vida. Já os Criacionistas defendem que o fato da vida apresentar aspectos semelhantes em todos os seres vivos só evidencia que eles tiveram um mesmo Criador, que teria um estilo de "criação" particular. É importante saber que o Design Inteligente e o Criacionismo não são teorias e muito menos científicas, pois não possuem absolutamente nenhuma evidência e nenhuma publicação.
O estudo dos ancestrais das espécies é a filogenia. A Filogenia tem revelado que órgãos com estruturas internas diferentes podem possuir semelhanças superficiais e realizar funções similares. Estes exemplos de estruturas análogas, mostrando que há múltiplos caminhos para resolver a maioria dos problemas, tornam difícil acreditar que as características universais da vida são todas necessárias. Do mesmo modo, outros órgãos com estruturas internas similares podem realizar funções radicalmente diferentes. Os membros dos vertebrados são o exemplo mais comum de estruturas homólogas, órgãos em dois organismos que compartilham uma estrutura básica que existia no último ancestral comum destes organismos.
A teoria da evolução que atualmente domina é chamada de síntese moderna, referindo-se à síntese da teoria da evolução de Darwin pela seleção natural com a teoria genética de Gregor Mendel (estudou a herança das características das ervilheiras desta forma as leis básicas da hereditariedade que é o caráter transmitido por herança). De acordo com esta teoria, o evento fundamental da especiação é o isolamento de duas populações, que permite que seus recursos genéticos entrem em divergência. Uma evidência adicional da existência de um ancestral universal da vida é que a abiogênese (surgimento espontâneo da vida) nunca foi observada. No entanto, experiências como as de Oparin indicam que era possível o surgimento do primeiro ser vivo através da evolução química, nas condições da Terra primitiva. Esta hipótese é a atualmente mais aceita nos meios científicos. Outra hipótese é a de que o primeiro ser vivo veio de fora do planeta Terra.
[editar] O surgimento de novas características
Se a vida tem que mudar, então novas características têm que surgir em algum momento. A Genética tem estudado como as características surgem e são passadas para as gerações seguintes. No tempo de Darwin, não havia um mecanismo que explicasse a hereditariedade. Sabe-se agora que a maioria das variações herdadas pode correlacionar-se com entidades discretas e persistentes chamadas "genes", que são fragmentos de uma molécula linear chamada DNA. Provou-se em laboratório que modificações no DNA, conhecidas como mutações, produzem alterações nas características dos seres vivos. Além disso, variações no DNA, isoladamente, podem ter pouco efeito fenotípico, mas criam novas características quando combinadas em um organismo através do recombinamento genético. O Recombinamento Genético é produzido tanto pela fusão de células de sexos diferentes (como na reprodução sexual dos organismos eucariotas) quanto pela tranferência de material para dentro de uma célula intacta (como a conjugação e transformação bacteriana).
Pesquisadores também estão investigando variações hereditárias que não estão relacionadas com as variações das sequências do DNA mas que influenciam a replicação padrão do DNA. Os processos que produzem essas variações deixam o código genético intacto e são frequentemente reversíveis. Estas variações são frequentemente designadas como herança epigenética e podem incluir fenômenos como metilação do DNA, príons, e herança estrutural. As investigações buscam saber se estes mecanismos permitem a produção de variação hereditária benéfica específica em resposta aos sinais ambientais. Se for demonstrado que é esse o caso, então alguns exemplos da evolução estariam fora da estrutura que Darwin estabeleceu, pois esta evitou qualquer conexão entre os sinais ambientais e a produção de variação hereditária. Em geral, Darwin sabia pouco sobre a natureza ou a fonte da variação hereditária.
[editar] Microevolução e Macroevolução
Microevolução refere-se às mudanças em pequena escala nas frequências genéticas em uma população ao longo de poucas gerações. Estas mudanças podem ser devidas a varios processos: mutação, fluxo gênico, deriva genética, assim como a seleção natural. Macroevolução refere-se às mudanças em larga escala nas frequências de genes em uma população ao longo de um grande período de tempo (e talvez culmine na evolução de uma nova espécie). A diferença entre as duas é difícil de distinguir porque, com o tempo, sucessivas mutações minúsculas semelhantes àquelas evidenciadas na microevolução se acumulam em populações isoladas e acabam por criar novas espécies, o que é conhecido como macroevolução. Os dois termos não são muito usados pelos cientistas, que não vêem nenhuma necessidade de referir-se ao mesmo processo por nomes diferentes por causa do grau a que o processo ocorre. Os dois termos são largamente usados pelos fundamentalistas religiosos, que dizem que a microevolução pode e acontece mas a macroevolução não pode, esquecendo que ambos são o mesmo processo, com o último simplesmente levando mais tempo.
O estudo da macroevolução tenta responder a perguntas como;
Por que os maiores grupos de animais subitamente apareceram nos registros fósseis (fenómeno conhecido como a Explosão Cambriana)?
Por que nenhum novo grupo principal de coisas vivas apareceu no registro fóssil por muito tempo?
Por que a evolução aparentemente ocorre em esguichos, com muitas espécies passando longos períodos de estase com pouca mudança evolucionária (equilíbrio pontuado)?
Quais processos levam à especiação?
Há dois caminhos principais nos quais a macroevolução pode ocorrer. O primeiro caminho faz-se através da extrapolação do processo microevolucionário. Minúsculas microevoluções, durante tempo suficiente, adicionam-se e se acumulam em populações isoladas e eventualmente podem resultar em novas espécies. O segundo, é um caminho em que a macroevolução ocorre através de mudanças repentinas. Esta teoria, equilíbrio pontuado, proposta por Stephen Jay Gould, é baseada no fato de que há genes críticos (como o homeobox - hox) em todos os organismos vivos, e pequenas mudanças neles poderiam causar mudanças drásticas no organismo, resultando em uma nova espécie rapidamente.
Mutações únicas e pequenas são às vezes a diferença principal entre uma espécie e outra. Cientistas decobriram genes muito importantes como o homeobox, que regula o crescimento dos animais em seus estados embrionários. Tem-se conseguido criar novas espécies de moscas pela irradiação do gene homeobox, causando uma mutação radical no desenvolvimento dos segmentos do corpo. Pode crescer um tórax extra na mosca, ou produzir pernas a partir dos bulbos ópticos, devido apenas à alteração de um único par de bases. Propôs-se que as centopéias e os milípedes originaram-se de insetos precursores, mas seus genes homeobox mudaram e acabaram crescendo dúzias de segmentos do corpo ao invés de apenas um. Uma mudança bem pequena, e uma espécie inteira é formada.
Mutações no homeobox e em genes críticos, às vezes chamadas macromutações, causam a adição de segmentos no meio do corpo dos Arthropoda. Um grande problema encontra-se nas escalas de definição oferecidas pelas técnicas biológicas. O registro fóssil não pode guardar eventos que aconteceram em menos de um milhão de anos, o que permite mostrar especiações lentas que são resultado de mutações durante um longo tempo, mas que grava súbitos "pulos" nas espécies, que mais parecem o resultado de mutações nos genes críticos reguladores em umas poucas gerações. Macromutações são, provavelmente, a melhor explicação da Explosão Cambriana que ocorreu há 550 milhões de anos.
Alguns propositores do criacionismo aceitam que a microevolução ocorre no curto prazo, enquanto que a macroevolução, especificamente levando à especiação, é expressamente rejeitada por eles. A Microevolução pode ser facilmente demonstrada nos laboratórios para a satisfação da maioria dos observadores. Enquanto os eventos de especiação têm sido demonstrados em laboratório e no campo, diferenças realmente dramáticas entre espécies não ocorrem usualmente em escalas de tempo diretamente observáveis (e ocorrem demasiado rápido para o processo ser mostrado nos registros fósseis). Alguns criacionistas têm discutido que, uma vez que a macroevolução não pode ser confirmada por uma experiência controlada, ela não pode ser considerada como uma parte da teoria científica. Mas os evolucionistas, ao contrário da astronomia, geologia, arqueologia e outras ciências históricas, podem checar hipóteses através de experimentos naturais. Eles confirmam hipóteses investigando se elas se ajustam às evidências físicas e às observações e através da validação de previsões. Desta forma, a macroevolução é testável.
Críticos da idéia da evolução biológica dizem que as origens conhecidas da variação podem apenas esclarecer a variação entre espécies, e não conseguem esclarecer a variação entre largos grupos taxonômicos. Eles mantêm como opinião que a macroevolução, a mudança gradual de uma espécie para outra, é impossível. Alguns fundamentalistas cristãos sem a menor credencial científica oferecem o que acreditam serem as provas dessa impossibilidade. Até agora todas essas provas têm sido rejeitadas como defeituosas pela comunidade científica. Muitos cientistas críticos destas provas acusam os autores de fraudes deliberadas.
Críticos da evolução biológica (fundamentalistas religiosos que não conhecem e entendem a teoria) dizem que somente Deus, algumas vezes chamado de "Designer Inteligente", é responsável pela criação de espécies diferentes. Os cientistas consideram que as grandes brechas entre os grupos taxonômicos podem ser explicadas por fatores ecológicos/evolucionários, como extinção, afunilamentos populacionais, e o surgimento de nichos ecológicos desocupados. A Macroevolução é simplesmente a Microevolução durante um grande período de tempo. De acordo com a síntese moderna, não há necessidade de distinção entre tipos diferentes de evolução já que todos são causados pelos mesmos fatores.
Uma crítica comum ao modelo da Seleção Natural baseia-se na falta de uma transição suave entre espécies no registro fóssil. Mas a teoria do equilíbrio pontuado explica o motivo de formas transitórias serem às vezes perdidas. E não é a única explicação. Uma outra explicação mais prosaica diz que as formas transicionais são perdidas somente porque, por alguma razão geográfica, elas não se fossilizam. Considerando que a fossilização dos organismos é atualmente um evento incrivelmente raro e excepcional, essa é uma explicação provável. Argumentos comuns contra a evolução usualmente discutem "falta de elos". Na verdade, os cientistas descobriram milhões de fósseis que, todos juntos, preenchem uma bela e grande árvore evolucionária. É claro que há "elos perdidos". Seria ingênuo pensar que cada espécie viva deixou para trás fósseis bons e limpos e foram todos encontrados pelos cientistas.
[editar] Sobrevivência diferencial de características
A sobrevivência diferenciada de características que surgem na população significa que algumas características se tornarão mais frequentes enquanto outras podem ser perdidas. Geralmente, pensa-se que são dois os processos que contribuem para a sobrevivência de uma característica:
Seleção natural
Deriva genética
[editar] Seleção natural
Ver artigo principal: Seleção natural.
O Darwinismo, e as teorias que dele descendem , indica que a evolução biológica resulta da seleção natural. Visto que a seleção natural é tão importante para o Darwinismo e as teorias modernas da evolução, segue um sumário bem curto de seus principais pontos:
Os organismos têm filhos que herdam gen de seus pais. Estes genes codificam características diferentes em um indivíduo. Geneticamente, um filho tem 50% do DNA de cada progenitor. Dependendo de como o genótipo é herdado, os fenótipos podem manifestar-se de formas diferentes. O genótipo é o código básico do gene, e o fenótipo é o que é expressado no indivíduo. Dois pais de olhos castanhos podem ser heterozigóticos para os alelos da cor dos olhos e podem acabar tendo um filho com o fenótipo de olhos azuis. Em português claro, as crianças são como a mãe e o pai, embora os mecanismos em que isto ocorre podem ser muito complicados.
Os organismos têm um sucesso reprodutivo baseado em suas características em um dado ambiente. Em português claro, é mais provável que animais (ou plantas) que são bons no que fazem sobrevivam e tenham filhos.
Consequentemente, ao longo do tempo, os tipos de organismos que têm características mais bem adaptadas ao seu ambiente tenderão a se tornar dominantes, enquanto organismos menos adaptados a seus ambientes tornar-se-ão extintos.
A seleção natural também providencia um mecanismo para que a espécie possa se sustentar ao longo do tempo. Desde que, a longo prazo, os ambientes sempre mudam, se sucessivas gerações não desenvolvem adaptações que permitam que elas sobrevivam e se reproduzam, as espécies simplesmente morrem, já que seus nichos biológicos morrem. Consequentemente, a vida pode persistir durante períodos extensos de tempo, na forma de espécies evoluindo. O papel central da seleção natural na teoria evolucionária criou uma forte conexão entre este campo e o estudo da ecologia.
[editar] Deriva Genética
Ver artigo principal: Deriva genética.
A deriva genética descreve as mudanças nas freqüências genéticas que não podem ser atribuídas a pressões seletivas, mas que são ao invés disso devidas a eventos que não se relacionam com características hereditárias. Isso é especialmente importante em pequenas populações acasaladoras, que simplesmente não podem ter prole o bastante para transmitir a mesma distribuição genética para a próxima geração. Tais flutuações na freqüência dos genes entre gerações sucessivas podem resultar em alguns genes desaparecendo da população. Duas populações separadas que começam com as mesmas freqüências dos genes podem, conseqüentemente, "derivar" pela flutuação aleatória em duas populações divergentes com conjuntos diferentes de genes (ex: os genes que estão presentes em uma foram perdidos em outra). Eventos esporádicos raros (explosões vulcânicas, impactos de meteoros, etc.) podem contribuir para a deriva genética alterando a freqüência dos genes fora de pressões seletivas "normais".
A seleção natural é frequentemente citada como uma explicação para o aparente projeto na natureza, de outro modo conhecida como adaptação. Entretanto Stephen Jay Gould criticou muitos cientistas pela invocação imprópria desta explicação, sugerindo que muitas explicações adaptáveis cheguem a pouco mais do que de "histórias Nem-mais-nem-menos" sem nenhuma evidência científica real. A deriva genética é uma explicação alternativa para a ocorrência de muitas características. Ela também pode ser usada para explicar aparentes mal-adaptações. A idéia que a deriva genética tem tido um efeito significativo é chamada neutralismo.
[editar] A evolução como fonte de controvérsia cultural
Em alguns países, como por exemplo nos EUA, a questão da evolução biológica tem sido controvérsia entre leigos. Entre os cientistas, no entanto, existe um consenso de que a evolução é um fato, e o que se discute no meio científico hoje é como ela se deu. De acordo com a pesquisa de Gallup, cerca de metade dos americanos não acreditam em qualquer tipo de evolução biológica. Isso demonstra a precariedade do ensino de ciência nos EUA.
[editar] Desenvolvimento das teorias evolutivas
À medida que a ciência vai descobrindo mais informação sobre as operações básicas da vida, tais como a genética e a biologia molecular, as teorias evolutivas vão mudando. A tendência geral tem sido a de não derrubar teorias bem suportadas, mas suplantá-las com outras teorias mais detalhadas e, portanto, mais complexas.
Enquanto que a transmutação era aceite por um bom número dos cientistas antes de 1859, foi a publicação de A Origem das Espécies, de Charles Darwin, que propôs o primeiro mecanismo com peso para explicar a persistência das mudanças evolucionárias: o seu mecanismo da selecção natural. A cronologia evolucionária explana os passos principais da evolução na Terra, tal como foram expostos pelos proponentes desta teoria.
Depois do surgimento da biologia molecular, ficou claro que um mecanismo principal para a variação dentro de uma população é a mutagênese do DNA. Uma componente essencial da teoria evolucionária é que durante o ciclo celular, o DNA é copiado de uma forma bastante, mas não inteiramente, fiel. Quando ocorrem estes raros erros de cópia, diz-se que eles introduzem mutações genéticas com três consequências gerais relativas ao ambiente corrente: boas, más ou neutras. Por definição, os indivíduos com mutações "boas" terão uma propensão mais forte a propagar-se, ao passo que os indivíduos com mutações "más" terão menores hipóteses de se reproduzirem com sucesso. Os que tiveram uma mutação "neutra", não terão nem vantagens nem desvantagens. Estas definições assumem que o ambiente permanece estável. Ao nível de um único gene, as variações descritas acima representam diferentes genes alelos. Depois de alterações ambientais, os alelos podem manter a sua classificação de bons, maus ou neutros, ou podem mudar para uma das outras categorias. Os indivíduos que possuíam alelos anteriormente classificados como neutros, podem agora ter alelos "bons", se incluirem mutações que favoreçam a adaptação. Uma vez que alelos neutros podem acumular-se na população sem consequências, durante o tempo em que o ambiente é estável, gera-se assim um reservatório considerável para a adaptabilidade.
Nas últimas décadas do século XX surgiram teorias sobre mecanismos alternativos de evolução, onde a cooperação em lugar da competição teria papel central. É o caso da evolução de organismos independentes em mitocôndrias, proposta por Lynn Margulis.
[editar] Programação evolutiva
O processo evolutivo tem sido recentemente utilizado no campo da Informática através da Programação Evolutiva que usa o mecanismo de transmissão e mutação dos genes como um técnica de optimização, e também por meio de Programação Genética que permite parametrizar um programa para encontrar uma solução ideal para um algoritmo com base apenas no seu objectivo.
Criacionismo é o termo que resume a noção genérica de uma entidade ou entidades inteligentes por trás de eventos como a origem do universo, da vida na Terra ou das próprias espécies.Dentro do termo "criacionismo" um vasto espectro de hipóteses podem ser enquadradas, visando sustentar interpretação em diversos graus de literalidade de livros sagrados como Gênesis ou o Corão. Existem também versões que não são religiosamente explícitas, rotuladas como hipótese do desenho inteligente (comumente abrevida para DI, ou ID, do inglês, intelligent design), recurso utilizado como tentativa de combate à teorias científicas conflitantes com o fundamentalismo religioso em aulas de ciência, assim que nos Estados Unidos da América julgou-se inconstitucional a introdução do criacionismo religiosamente explícito nas aulas de ciência. Recentemente, novas tentativas têm sido feitas sob uma nova roupagem, advogando pelo que chamam de uma "análise crítica da evolução".
Na maioria das civilizações antigas, tanto como nas atuais, é possível encontrar relatos explicando a origem de tudo como um ato intencional criativo, muitas vezes destacando uma figura central como o originador da vida. As concepções criacionistas comumente não limitam a ação de um deus à criação do universo e da vida. O Deus judaico-cristão nas visões criacionistas mais fundamentalistas interfere no destino do seu povo enviando o dilúvio, conduzindo os casais de animais para a arca de Noé, mandando as pragas ao Egito, abrindo o Mar Vermelho, parando o Sol para Josué consolidar sua batalha, curando e até ressuscitando pessoas, transformando água em vinho, e mais uma variedade de milagres.
[editar] Diversidade de conceitos
"A Criação de Adão", de MichelangeloO criacionismo como idéia geral, se caracteriza pela oposição, em diferentes graus, às teorias científicas sobre fenômenos relacionados à origem do universo, da vida e da evolução das espécies. No entanto deve ser feita a distinção entre ser criacionista e acreditar em criação divina simplesmente: há aqueles que aceitam as teorias científicas ao mesmo tempo em que acreditam que descrevam os métodos pelos quais o seu deus tenha criado o universo e o que há nele, e esses não são chamados de criacionistas. De qualquer forma, há alguns que chamam posições como essa de criacionismo evolucionista, ou evolucionismo criacionista, convivendo plenamente com os conceitos centrais de ambas as visões.
Apesar da diversidade de crenças nas quais se baseiam os diversos criacionismos, os criacionistas costumam afirmar que isso não depõe contra os criacionismos da mesma forma que a não haver unanimidade entre os cientistas quanto à forma como se deu a origem da vida e se processou a evolução dos seres vivos não torna essas teorias menos científicas.
Há, dentre os criacionismos cristãos, os que apoiam radicalmente a idéia da criação em sete dias literais, questionando ou ignorando as evidências arqueológicas, físicas e químicas contrárias. Podem inclusive ser geocentristas ou mesmo defensores da Terra plana em alguns casos. Outros, aceitam a idade da Terra, ou até mesmo do universo defendida pela ciência, mas mantendo ainda posições conflitantes com a biologia. Outros defendem a idéia que a Bíblia ou outros livros considerados sagrados dão margem a uma mistura da evolução com a criação, dizendo que Deus deu origem à vida, mas permitiu que esta evoluísse.
A Bíblia faz menção de seis dias criativos e um sétimo dia não terminado. Alguns criacionistas entendem que isto dá margem para dizer que a expressão 'dias' envolve milhares ou até mesmo bilhões de anos, tornando mais compatível a idéia da criação com a Geologia moderna. Alguns grupos mais radicais trabalham basicamente em argumentos para tentar refutar evidências evolucionistas em vez de estudar a Criação. Entre os diversos grupos criacionistas há:
Neocriacionismo - Não se deve confundir o criacionismo clássico com o neocriacionismo, também chamado de planejamento inteligente, que é uma corrente surgida por volta de 1920 nos EUA e que defende a idéia de que houve influência de uma entidade inteligente na criação dos seres vivos. Grupos religiosos desta corrente têm lutado para impor o ensino da criação nas escolas em pé de igualdade com o ensino da evolução, como resposta ao veto do ensino religioso.
Criacionismo Clássico - Alguns afirmam que, de modo geral, o criacionismo exige apenas a crença em um criador ou projetista inteligente. Quanto à difusão do criacionismo clássico, segundo uma pesquisa do Instituto Gallup veiculada pela Folha (ver link Design Ontológico abaixo), 90% dos norte-americanos acreditam em um Deus criador, sendo que 45% acham que a criação ocorreu exatamente como o livro do Gênesis descreve. A pesquisa mostra que entre os membros da Academia Nacional de Ciências americana, 10% expressam crença num deus (o que não significa necessariamente que sejam criacionistas).
[editar] Argumentos neocriacionistas
Apesar da predominância de correntes evolucionistas nos meios acadêmicos, alguns cientistas tornaram-se notados por defenderem o criacionismo clássico, que envolve a crença num criador. Note-se, contudo, que a Ciência não pode tratar de assuntos de fé, mas apenas daquilo que é observável e passível de experimentação. Um cientista pode defender princípios religiosos ou ideológicos, mas esses princípios religiosos ou ideológicos não passam a ser científicos por serem defendidos por um cientista. Os argumentos de pessoas pertencentes a comunidade científica em favor do criacionismo apontam para a organização e exactidão das leis naturais. Esta visão dá uma imagem que se parece com aquela proposta por Isaac Newton, ao comparar o mundo a um mecanismo que evidencia um projecto inteligente e sobrenatural. As novas tendências científicas têm, contudo, levado a uma diferente visão do universo, menos determinista e mecanicista. É comum dar como exemplo a distância propícia entre o Sol e a Terra, que permite temperaturas amenas que possibilitam a continuidade da vida - é interessante verificar que este mesmo argumento é utilizado pelos evolucionistas para referir o carácter excepcional da posição da Terra, não para uma suposta "continuidade" (palavra que implica a ideia de um projecto ou um plano para a Criação), mas para a sua emergência e evolução.
Indivíduos teístas, que aceitam as hipóteses científicas podem ver nas características e regularidades da natureza (como a regularidade verificada nos elementos químicos na tabela periódica ou o facto de os acontecimentos físicos obedecerem a leis que podem ser expressas em equações matemáticas "exactas"), base para se pressupor uma ordem, são citados e interpretados como prova da existência de um legislador que legisla e faz cumprir essas leis. Por essas mesmas leis, o universo teria vindo a existir, e teria se desenrolado sua história, sendo parte dela a origem e a evolução da vida na Terra. Criacionistas, no entanto, não acreditam que o universo e suas partes tenham sido criados segundo essas leis, mas que tudo foi criado do nada (ou "ex nihilo", termo em latim mais sofisticado) e só então essas leis passaram a vigorar.
A complexidade e organização estrutural das formas mais simples de matéria viva são apontadas pelos criacionistas como prova de uma criação determinada e não a consequência evolutiva de um caldo orgânico primordial desorganizado. De facto, a probabilidade matemática de que a vida tenha surgido espontaneamente de uma sucessão de eventos casuais numa ordem específica é considerada por alguns matemáticos pequena demais. No entanto, é precipitado e inválido falar-se em probabilidades sem estar se referindo a processos e mecanismos específicos de cada etapa até a origem da vida.
O método que permite recriar um organismo a partir de fragmentos do seu corpo (um dente fossilizado, por exemplo) é duramente criticado pelos criacionistas que consideram abusivas as conclusões como a apresentação de antepassados do Homo sapiens com traços simiescos. No entanto o mais célebre alardeador dessa possibilidade foi o criacionista Richard Owen, que embasava essas deduções no conceito de homologia por ele proposto, mas que via não como indício de ancestralidade comum, mas de projeto para mesma função.
Fraudes nos trabalhos e pesquisas envolvendo fósseis (como o 'Homem de Orce', ou o 'Homem de Piltdown') têm sido também usadas para desacreditar a teoria da evolução. É importante lembrar, no entanto, que essas fraudes não foram feitas com o intuito de tentar sustentar "o evolucionismo", mas por motivos de ascenção pessoal, seja profissional ou financeira, e são sempre desmascaradas pelos próprios evolucionistas.
Alguns criacionistas questionam também experiências, relacionadas à demonstração da seleção natural, como aquela relativa às mariposas cujas cores foram influenciadas pelas mudanças advindas da Revolução Industrial. Nesse caso especificamentem, apontam falhas irrisórias na metodologia como confirmação de que não existiria seleção natural (apesar desse não ser o único exemplo bem relatado de seleção natural). Isso implica na defesa de espécies absolutamente fixas, como um ideal platônico, o que não é aceite até mesmo pela maioria dos criacionistas hoje em dia, que abandonaram o fixismo clássico, aceitando seleção natural e até mesmo um grande número de especiações, apesar de manterem a crença nas criações especiais.
Um dos principais argumentos dos criacionistas baseia-se na refutação da geração espontânea. Louis Pasteur e John Tyndall demonstraram experimentalmente que micróbios não se originam espontâneamente, conforme alguns supunham ser possível, ao final do século XIX. Estendendo os resultados destes experimentos, argumenta-se que foi provado que nenhum mecanismo pode gerar vida de qualquer matéria sem vida. Como evidência, aponta-se que nenhum experimento foi capaz de demonstrar o contrário, a despeito de várias décadas de tentativas. Irônicamente, a vida surgindo da não vida é justamente o que os criacionistas defendem como tendo ocorrido em muitos casos, mas em um salto abrupto de complexidade, em um hipotético período em que ainda não existiriam as leis naturais hoje conhecidas.
A afirmação de que nenhuma vida pode surgir de não-vida foi recentemente desafiada a partir de experimentos onde um virus é sintetizado em laboratório [1], mas a questão de se um vírus pode ou não ser considerado um ser vivo nunca foi um consenso entre cientistas. Outra questão levantada pelos criacionistas é que esse tipo de experimento na verdade comprovaria a necessidade de uma inteligência e intencionalidade por trás do processo. No entanto, é imprescindível lembrar-se que experimentos laboratoriais são fundamentalmente diferentes de processos de simples montagem intencional, pois na realidade visam reproduzir as situações em que um fenômeno ocorreria naturalmente, espontaneamente.
Toda a argumentação criacionista quanto ao desconhecimento sobre como a vida se teria originado naturalmente, não raramente tenta levar a crer que sem essa resposta todas as demais áreas da ciência às quais se opôem, em especial a evolução biológica, desmoronam como conseqüência. Essa é uma falácia non sequitur - a conclusão não decorre das premissas - pois as evidências das diversas áreas que compõem o evolucionismo, não são totalmente dependentes umas das outras, e dessa forma, é possível ainda estabelecerem-se os laços de parentesco entre todos os organismos, mesmo sem saber de onde teria vindo o ancestral comum de todos eles.
[editar] Argumentos filosóficos contra o Criacionismo
Durante mais de trinta séculos, a crença criacionista perdurou como uma verdade absoluta, interpretada literalmente da forma como está escrita nos textos sagrados das diversas literaturas religiosas, não dando chance a qualquer opinião discordante, menos por imposição das autoridades da época e mais por uma ausência de necessidade prática de um maior questionamento.
Somente nos últimos dois séculos, com a valorização do direito do homem à liberdade de pensamento, uma série de argumentos foram levantados contra esse predomínio eminentemente religioso. A interpretação criacionista literal perdeu sua unidade, sendo questionada com maior profundidade.
De acordo com a maioria dos cientistas, todas as ramificações do criacionismo ferem importantes princípios filosóficos da ciência. Para os que pensam dessa forma, os principais argumentos comparativos propostos são:
O Criacionismo não pode ser considerado como uma ciência, nem sequer uma teoria. Uma teoria requer análises, estudos, testes, experiências, modificações e, finalmente, adequações. Uma teoria evolui com o decorrer do tempo, à medida que o ser humano amplia seus conhecimentos e suas descobertas. Naturalmente, a Ciência, no sentido usado nesse contexto, não pode nem afirmar nem negar que o Criacionismo seja verdadeiro - é não falseável e portanto não científico;
O Evolucionismo é uma estrutura teórica, ainda que incompleta, mas bem definida, colocada pela ciência para ser discutida, preenchida e alterada; ao passo que, o Criacionismo é constituído de uma multiplicidade de idéias, sem uma unidade estabelecida, criadas pelas centenas de religiões e mitos hoje existentes ou que já existiram outrora, o que, a bem da verdade, pode ou não caracterizar uma essência e uma origem comum para tais idéias;
O Evolucionismo é uma teoria fundamentada em achados fósseis concretos ou em experiências bio-genéticas realizadas, embora eventualmente questionadas em suas conclusões, enquanto que o Criacionismo é abstrato, indemonstrável e desprovido de bases científicas;
Os argumentos neocriacionistas, que utilizam recentes descobertas da ciência, de uma forma geral, seriam falácias que poderiam provar a veracidade de qualquer crença, seja ela judaico-cristã, muçulmana, hinduista, umbandista, pagã, animista ou de qualquer outra religião;
O Evolucionismo esforça-se em buscar explicações para os eventos da natureza; enquanto que o Criacionismo esforça-se em adaptar os eventos da natureza à sua visão de mundo.
[editar] Visões Criacionistas
As visões criacionistas nasceram a partir da experiência humana primitiva e tinham como objetivo responder às indagações do homem sobre a origem do universo – um tema sempre presente no espírito humano em todas as épocas e em todas as civilizações. Assim, na tentativa de explicar a essência de todas as coisas e estabelecer um elo entre o compreensível e o incompreensível, entre o físico e o metafísico, uma quantidade infindável de respostas foram elaboradas pela imaginação humana e transcritas nos textos e nos ritos sagrados de várias culturas. Exemplificando, descreveremos a seguir alguns das principais visões criacionistas que tratam da origem do universo.
Na tradição judaico-cristã, um ser único e absoluto, denominado Deus, perfeito, incriado, que existe por si só e não depende da existência do universo, é o elemento central da estrutura criacionista. Exercendo seu infinito poder criativo, Ele criou o universo em seis dias e no sétimo, descansou. Sempre através de palavras, no primeiro dia, Ele fez a luz e separou o dia da noite; no segundo dia, Ele criou o céu; no terceiro dia, a terra e o mar, as árvores e as plantas; no quarto dia, o sol, a lua e as estrelas; no quinto dia, os peixes e as aves; e no sexto dia, Ele criou os animais e por fim, Ele fez o homem à sua imagem e também a mulher.
Para muitos cristãos, e judeus, os dias de que a Bíblia fala, não são para serem tomados à letra, representado uma forma de explicar a criação do Universo . Algumas correntes, denominadas "fundamentalistas", mais em voga nos EUA, já acreditam numa leitura literal da Bíblia. Os católicos, tendem a acreditar numa visão, que é de explicação da "feitura do universo", pois como é evidente, Deus não precisava explicar - Segundo muita doutrina católica, essa parte do Gênesis, é para dizer que nós homens e mulheres, temos que descansar.
Diferentemente, na mitologia de Yorubá, o processo de criação envolve várias divindades. Uma das versões dessa mitologia diz que Olorum – Senhor Deus Universal – criou primeiramente todos os Orixás (divindades) para habitar Orun (o Céu, mundo espiritual), com o objetivo de usá-los como auxiliares para executar todas as tarefas que estariam relacionadas com a própria criação e o posterior governo do mundo. Então, Olorum encarregou Obatalá de criar o mundo; mas este, com pressa, não rendeu a Bará os tributos devidos e, durante sua caminhada parou para beber vinho de palmeira e, embriagando-se, adormece. Oduduá, a divina Senhora, foi ao encontro de Obatalá e ao vê-lo adormecido, pegou os elementos da criação e começou a formação física da terra. Ela mandou que cinco galinhas d’angola começassem a ciscar a terra, espalhando-a, dando assim origem aos continentes. Oduduá soltou então os pombos brancos - símbolo de Oxalá – e assim nasceram os céus. De um camaleão fez surgir o fogo e com caracóis, Ela criou o mar.
Na mitologia chinesa, P’an Ku, o Deus-Absoluto, nasce a partir de um Ovo Primordial e o processo de criação se concretiza com um sacrifício divino. P’an Ku morre dando então origem à vida: de seu crânio surgiu a abóboda do firmamento, e de sua pele a terra que cobre os campos; de seus ossos vieram as pedras, de seu sangue, os rios e os oceanos; de seu cabelo veio toda a vegetação. Sua respiração se transformou em vento, sua voz em trovão; seu olho direito se transformou na lua, seu olho esquerdo, no sol. De sua saliva e suor veio a chuva. E dos vermes que cobriam seu corpo surgiu a humanidade.
Na mitologia grega, o princípio de todas as coisas está associado a um Caos Primordial, num tempo em que a ordem não tinha sido ainda imposta aos elementos do mundo. Do Caos nasceu Gea (a Terra) e depois Eros (o Amor). Posteriormente, Caos engendrou o Érebo (as trevas infernais), o Dia, a Noite e o Éter. Gea engendrou o Céu, as Montanhas e o Mar. De Gea nasceu também os deuses, os Titãs, os Gigantes e as Ninfas dos bosques. Prometeu, filho do titã Jápeto, criou artesanalmente a raça humana – homens e mulheres – moldando-os com argila e água. E então Atena, deusa da sabedoria, ao ver essas criaturas insuflou em seu interior alma e vida.
Na religião hindu – hinduismo – o tempo não é linear como nas mitologias anteriores. Aqui, o tempo tem uma natureza circular, pois a criação e a evolução é repetida eternamente, em ciclos de renovação e destruição simbolizados pela dança rítmica do deus Shiva. “Na noite do Brahma – essência de todas as coisas – a natureza é inerte e não pode se mover até que Shiva assim o deseje. Shiva desperta de seu sono profundo e, através de sua dança faz aparecer a matéria à sua volta. Dançando, Shiva sustenta seus infinitos fenômenos e, quando o tempo se esgota, ainda dançando, Ele destrói todas as formas por meio do fogo e se põe de novo a descançar”.
[editar] Carácter teórico
Note-se que esta questão envolve várias questões de ordem filosófica e epistemológica. Se olharmos para a Ciência como um sistema teórico em constante mutação e que não pressupõe verdades absolutas que não possam ser refutadas experimentalmente, as críticas de ambos os lados da barricada centram-se no mesmo problema: a dogmatização das teorias científicas. Os evolucionistas acusam os criacionistas de transporem para a Ciência as suas crenças pessoais e de misturarem fé com realidade observável. Os criacionistas acusam os evolucionistas de fazerem exactamente o mesmo ao imporem a sua visão das coisas, tentando demonstrar que a teoria não assenta em bases sólidas que justifiquem encarar a evolução como um facto, independentemente da forma como esta se processou ou não. Estas críticas levaram a crescentes controvérsias, nos EUA principalmente, sobre o ensino da evolução nas escolas e universidades. Apesar das Provas da Teoria de Oparin, por exemplo, os criacionistas mantêm a polémica.
As áreas da ciência definidas pelos criacionistas como "evolucionismo" contêm teorias construídas a partir dos pressupostos do paradigma científico atual, com o intuito de explicar os achados da paleontologia e outros dados científicos presentes nos organismos (como órgãos vestigiais, entre outros). Sempre que novos dados refutam as teorias propostas, lançam-se novas hipóteses, ou corrige-se a teoria. Note-se contudo que é assim mesmo que a ciência evolui ela mesma - pela constante retificação de teorias e pela constante experimentação, não com o objetivo de assegurar a teoria mas de procurar onde estão as falhas, para que estas possam ser corrigidas e expostas de forma mais aproximada da realidade. Os criacionismos propõem uma "explicação" sobrenatural para as observações naturais, o que não passível de ser refutado experimentalmente. Os criacionistas, ao partirem do pressuposto de que houve um criador ou criadores, interpretam os dados científicos para justificarem a sua crença. De facto, a dificuldade dos criacionistas aceitarem formas de experimentação das duas teorias dificulta o diálogo entre duas perspectivas irredutíveis que se acusam mutuamente de intolerância e de cegueira.
Outros observam que os criacionismos e a ciência convencional olham o mesmo fenômeno, a vida, com lentes diferentes. Ao passo que as áreas da ciência que compõem o evolucionismo procuram olhar para o passado e para o registro fóssil em busca de evidências que expliquem como ocorreu a evolução, os criacionistas olham para o presente e questionam as evidências da história natural, mas não o fundamentalismo de suas crenças religiosas. Os evolucionistas estão preocupados em saber como, através de que mecanismos, a vida se desenvolveu, enquanto os criacionistas procuram saber o motivo e o objetivo da vida e crêem que a atribuição disso a mecanismos físicos implica que tudo seja fruto do acaso, não da vontade de Deus.
2006-12-18 08:47:16
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