****Em verso
Eu amo.
Tu amas.
Ele ama.
Nós amamos?
Não! Nós VIVEMOS ! ! !
"Por ser exato, o amor não cabe em si.
Por ser encantado, o amor revela-se.
Por ser amor, invade e fim." (Djavan)
a poesia anima o verso
e a lanterna do pescador
aquele sem ela é vazio
aquela sem ela não aclara:
não é a vara que pesca,
não é o poema que fala.
Entre o que sinto e o que traço,
o que penso ser e o que pareço,
sou o aflito que disfarço.
Minha vida foi perdida. Padeço
da covardia, atávica e mórbida
dos que se amoldam ao contexto.
Minha alma foi fraudada. Ardo
de anseios postergados. Tardo
em dar cabo aos meus medos.
Seios
Perfeitos são:
doces na boca
e duros na mão.
****Em prosa
Uns vão direto para casa, outros para o bar no fim do expediente. Aqueles uns para evitar zanga caseira ou mesmo por outros motivos que podem ser tantos e não são do meu tento. Atenhamo-nos aos que vão para o bar. Há solteiros, casados, alegres, tristes. Solitários alguns, outros não. Há os que vão por falta de coisa melhor pra fazer, outros pra fazer hora até a hora da coisa melhor, quando tomam de um só gole a última dose e saem à francesa. E há os que vão porque após se amoldarem a uma rotina cumprem-na simplesmente tomando-a como compromisso. José Antônio é um destes. No dia seguinte ao da sua demissão esperou os ex-colegas na porta do prédio, como fazia quando tirava férias. Não deu importância nem à compaixão de uns nem ao desprezo dos que até a véspera o lisonjeava. Quando, no bar, naquele dia, o chefe do departamento visivelmente escabreado tentou justificar a dispensa atribuindo-a a ordem superior, José Antônio sorriu e disse que estava tudo bem, que entendia e ergueu um brinde à firma. O chefe suspirou aliviado. José Antônio se orgulha de ser o único do grupo que nunca faltou ao compromisso.
José Antônio para não alarmar a família, esposa e filhos, não os comunicou que estava desempregado. Estava convencido de que uma outra ocupação era questão de poucas semanas. Como Isolda nunca telefonava para a firma, preferindo quando necessário alcança-lo pelo celular, não havia como ter o seu segredo revelado. Manteve a rotina diária de sair cedo para o trabalho e retornar após o happy hour. Ocupava os dias oferecendo os seus serviços em outras empresas, mas desde que estivesse livre a tempo de se reunir no fim da tarde aos ex-colegas. Os meses foram passando sem que conseguisse um novo emprego, já dilapidara todo o saldo da poupança, endividara-se com amigos e agiotas, mas era o primeiro a sacar a carteira na hora de dividir a despesa. Perguntado onde estava trabalhando mentiu. Pego um serviço aqui, outro ali, vai dando pra o gasto e é uma vida mais sossegada que a de empregado regular, sem hora pra entrar ou sair.
Certa manhã, cedinho ainda, antes de todos os outros como lhe era característico, João Antônio foi para a firma, cumprimentou o porteiro que o conhecendo de muitos anos não fez óbice à sua entrada, tomou o elevador, na sala ainda vazia se sentou na escrivaninha que um dia fora sua, retirou das gavetas todos os papéis, os examinou e vendo que lhe eram estranhos atirou-os na lixeira, recostou-se na poltrona, pôs os pés sobre a mesa, acendeu um cigarro, tragou duas baforadas, e morreu tossindo.
2006-12-16 03:15:52
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answer #1
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answered by Ð♀Þ®☼© 7
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A poesia geralmente é escrita em versos como os sonetos, por exemplo:
Soneto da fidelidade - Vinicius de Moraes
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
No entanto, esse poeta fez uma inovação e criou um soneto em prosa. Se você contar as silabas poéticas, dá pra colocar em 14 versos:
Soneto Simples
Chegara enfim o mesmo que partira: a porta aberta e o coração voando ao encontro dos olhos e das mãos. Velhos pássaros, velhas criaturas, algumas cinzas plácidas passando – somente a amiga é como o melro branco!
E enfim partira o mesmo que chegara; o horizonte transpondo o pensamento e nas auroras plácidas passando o doce perfil da amiga adormecida. Desejo de morrer de nostalgia da noite dos vales tristes e perdidos… (foi quando desceu do céu a poesia como um grito de luz nos meus ouvidos…)
Rio de Janeiro, 1938
in Novos Poemas
in Poesia completa e prosa: "A saudade do cotidiano"
2006-12-17 02:24:30
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answer #2
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answered by Selene 1
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MULHER
Ivone Carvalho
Mulher menina toda ternura,
Mulher criança, é só doçura,
Adolescente é sinônimo de paixão,
Mulher mulher que enlouquece o homem,
Mulher mãe, amor e coração,
Na meia idade, feito loba é mais mulher,
Na velhice, o carinho e a inteligência,
Que todo homem quer.
Mãe das bonecas e do irmão,
Do animalzinho de estimação,
Meio mãezinha do namorado,
Mãe protetora do seu amado,
Mãezona do neto que fica encantado,
Mãe até dos pais, na idade avançada.
Mulher que se liberta pouco a pouco,
Que assume o seu lugar de igualdade,
Impondo seu espaço na sociedade,
Exercendo hoje qualquer profissão,
Sem esquecer-se de cada obrigação,
Que assumiu no lar e na vida,
Desde a tenra idade.
Mulher que já nasce apaixonada,
Que vive o amor, em cada jornada,
Que sofre, chora, ri e se entrega,
Conhecendo o valor de cada detalhe,
Que sonha e que vive a realidade,
Querendo ser sempre amada de verdade,
Mas antes de tudo, ama tudo o que quer.
Mulher que não precisava ter um dia,
Que internacionamente comemora,
Sua existência e sabedoria.
Pois todas as horas de todos os dias,
Ela é lembrada, chamada e socorre,
O filho, o neto, o pai, o homem,
Todos que pedem sua atenção.
Mulher é razão, é discernimento,
É emoção, é sentimento,
É o desejo, a sedução,
É a prece, a oração.
É o amor em todos os sentidos,
Amor completo, sem pruridos,
Mulher é a alma do coração.
2006-12-16 09:07:33
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answer #3
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answered by Paulo G 5
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procure num livro de literatura
2006-12-16 04:56:20
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answer #4
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answered by Emanuele 1
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"O que é prosa poética?
"Prosa" é um palavra ambígua, pois pode designar uma forma (um texto escrito sem divisões rítmicas intencionais -- alheias à sintaxe, e sem grandes preocupações com ritmo, métrica, rimas, aliterações e outros elementos sonoros), e pode designar também um tipo de conteúdo (um texto cuja função lingüística predominante não é a poética, como por exemplo um livro técnico, um romance, um lei, etc...). Na acepção relativa à forma, "prosa" contrapõe-se a "verso"; na acepção relativa ao conteúdo, "prosa" contrapõe-se a "poesia".
Aristóteles já observava, em sua "Poética", que nem todo texto escrito em verso é "poesia", pois na época era comum se usar os versos até em textos de natureza científica ou filosófica, que nada tinham a ver com poesia.
Da mesma forma, nem tudo que é escrito em forma de prosa tem conteúdo de prosa"
Ficou claro? Dê uma olhadinha no site abaixo e tire suas dúvidas.
2006-12-16 03:04:07
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answer #5
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answered by Débora 3
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1 - Pegue uma poesia qualquer.
2 - Leia.
3 - Rimou? é verso. Não rimou? É prosa.
2006-12-16 02:54:19
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answer #6
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answered by Anonymous
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