Se a cólera que espuma,
a dor que mora n`alma
e destroi cada ilusão que nasce
Tudo que punge, tudo que devora o coração
no rosto se estampasse
Se se pudesse o espírito que chora
ver através da máscara da face
Tanta gente que agora inveja nos causa,
então piedade nos causasse
Tanta gente que ri, talvez consigo
guarda um atroz recôndito inimigo
como invisível chaga cancerosa
Tanta gente que rí, talvez existe
cuja ventura única consiste
em parecer aos outros venturosa
2006-12-15
06:52:52
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8 respostas
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perguntado por
Anonymous
em
Artes e Humanidades
➔ Livros e Autores
Raimundo Correa
Entre as "pérolas" de seu repertório está justamente o soneto As pombas, um dos mais recitados no país:
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais...mais outra...enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sangüínea e fresca a madrugada...
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem...Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...
Não menos enfático e declamatório, e com aquele acento filosofante beirando à trivialidade, é o soneto Mal secreto:
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N'alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito* inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!"
Um abraço!
2006-12-15 08:21:59
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answer #1
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answered by ★HELDA★C★ ★ ★ ★ ★ 7
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É um soneto do poeta Raimundo Correia, chamado Mal Secreto
Mal Secreto
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N'alma e destrói cada ilusão que nasce;
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse o espírito que chora
Ver através da máscara da face,
Quanta gente talvez que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez, existe
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
2006-12-15 07:00:16
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answer #2
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answered by aton_sol 3
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O poema "mal secreto" pertence ao poeta Raimundo Correa. Ele é muito eclético. Começou como romântico, passou para parnasiano e terminou como simbolista. O poema acima tem característistas parnasianas ( o culto à forma) e características simbolistas ( falando da dor e da ironia do mundo).
2006-12-18 22:09:03
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answer #3
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answered by elisamakai 5
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Parabéns pelos versos de Raimundo Correia. Blza.
2006-12-18 13:27:12
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answer #4
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answered by ÍNDIO 7
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É do Raimundo Correia.
2006-12-16 23:58:03
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answer #5
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answered by Maya 7
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Não conhecia.
2006-12-15 14:26:33
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answer #6
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answered by miosotis 7
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Raimundo Correa ..
Também é dele :
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais...mais outra...enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sangüínea e fresca a madrugada...
2006-12-15 07:11:50
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answer #7
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answered by Anonymous
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nw sei nw rsrrsrs
2006-12-15 06:56:31
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answer #8
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answered by Liby 5
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