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A devoção a São Pelegrino, em Caxias do Sul, está vinculada aos primórdios da imigração italiana e da fundação da cidade. Em 1879 a famÃlia Sartori chegava ao antigo "Campo dos Bugres" trazendo a imagem do Santo que se habituaram a venerar na sua terra natal, Treviso, cidade da região do Vêneto, Italia.
Marcados fortemente por uma tradição religiosa, encontraram alternativas para as suas necessidades espirituais criando inicialmente um "Capitel". Após, a "Capelinha de Madeira" e a Igreja de Madeira, inaugurada em 1938. A Igreja Matriz foi inaugurada em 02/08/1953 e concedido o nome de "Paróquia São Pelegrino".
A devoção na Itália teve origem em uma pequena localidade chamada "São Pellegrino in Alpe", passagem das grandes peregrinações durante a Idade Média. Fixou-se ali um homem vindo de terras distantes (filho de reis da Escócia) e que passou a levar uma vida de eremita. Dedicava seu tempo à oração e à caridade, ajudando os necessitados e protegendo os peregrinos dos perigos da floresta. Vindo a falecer, foi considerado Santo por iniciativa popular. Neste local foram construÃdos uma igreja e um albergue para os peregrinos e, atualmente, existe um museu etnográfico.
IGREJA SÃO PELEGRINO
Av. Itália, 54, B. São Pelegrino
Telefone/Fax: 54 3221.2567
E-mail: saopelegrino@diocesedecaxias.org.br
Serviços oferecidos: visitação e missas
Horário de atendimento:
Visitação: diariamente das 8h à s 18h / Missas: Seg a Sex à s 17h e à s 18h30min - Qui à s 16h - Sáb à s 17h – Dom à s 8h, 10h, 17h e 19h45min
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São Pelegrino
A devoção a São Pelegrino provém de uma pequena localidade chamada "San Pellegrino in Alpe", Lucca, Itália. O documento mais antigo que faz referências ao local como ponto das grandes peregrinações é de 1110.
Este traz informações sobre uma Igreja e um albergue público, destinado a abrigar os viajantes que por lá passavam. A localidade era cortada por um caminho utilizado não apenas por comerciantes, mas especialmente por peregrinos que, vindos de numerosas partes, por ali passavam com destino a santuários famosos entre os quais, Roma. A região é de despenhadeiros, montanhas e torrentes .Era coberta por uma grande mata, infestada de animais e inexplorada, atravessá-la era sempre perigoso.
Fixou-se nesta localidade, em tempos imemoriais, um homem vindo de terras distantes e que passou a levar uma vida de eremita. Dedicava seu tempo à oração e a ajuda aos viajantes, de modo todo particular aos peregrinos. Pelas
suas virtudes e caridade, conquistou a admiração de todos e sua fama foi espalhada por aqueles que eram por ele ajudados.
Historicamente, é absolutamente certo que houve um Santo, assim tido por mais de um milênio pela população, o qual se fixou e morreu em San Pellegrino in Alpe".
Peregrino não era o seu nome de batismo, inicialmente estranho à comunidade, passou a ser identificado como "O Peregrino".
Vindo a falecer, a lenda apossou-se de sua memória. E esta foi trabalhada e ampliada com o decorrer dos séculos e preservada pelo povo.
Na verdade, São Pelegrino era filho de Reis da Escócia, filho de Romano e Plântila. Educado por tutores, teve uma infância e adolescência cercadas de riqueza e de preparação para assumir o trono. Nascimento, infância e meninice foram acompanhados de grandes prodÃgios. Adulto, renunciou ao trono e saiu a peregrinar com destino a Terra Santa. A renuncia chocou sua famÃlia e a nação ao abandonar o poder e o governo sobre a Escócia. Neste mesmo perÃodo converte um grupo de ladrões e, junto deles inicia uma peregrinação rumo à Terra Santa. Saciou a sua devoção e sofreu várias perseguições. Retornou miraculosamente à Itália e guiado por uma estrela misteriosa foi até uma grande floresta, onde ressuscitou dois mortos e passou a ser furiosamente hostilizado pelos maus espÃritos, e combatendo-os , expulsou-os. A região, atravessada pelos peregrinos, tornou-se segura. Ele passou a residir em uma caverna, onde se tornou amigo de todos os animais. Longos anos se dedicou a oração e a caridade. No fim da vida, refugiou-se no interior de uma grande árvore oca. Pressentindo a morte escreveu sua vida numa cortiça de árvore. São Pelegrino faleceu com 97 anos.
O corpo foi encontrado rodeado por animais selvagens e, segundo a lenda, levado por um carro de bois para um local chamado Termen Salon (San Pellegrino in Alpe, Itália). Morrendo foi popularmente considerado Santo e passou a ser-lhe tributado culto espontâneo. No lugar surgiu uma Igreja e ao lado uma grande edificação, onde os viajantes se hospedavam. Para manter o albergue foi criada uma associação religiosa. Foram esses religiosos que espalharam pela região o culto ao Santo, ainda hoje também comum em Módena, Lucca, Bolonha, Parma, Reggio Emilia, Vêneto e Trentino, bem como no Brasil trazido pelos imigrantes italianos.
Carta enviada por correspondência à Paroquia de São Pelegrino, Caxias do Sul,em 08 de Abril de 1984 pelo Pe. Luiz Pellegrini, residente em San Pellegrini in Alpe, Lucca, Itália:
"Sobre este Santo escreveu-se muito . Ninguém sabe, no entanto, ao certo de onde tenha vindo e quem tenha sido. Uma coisa é certa: nos locais do velho albergue, atualmente transformado em museu etnográfico, foram hospedados milhões de viajantes, de peregrinos, de pobres, de pessoas em necessidade. Aqui foi vivido o novo mandamento.
Outra coisa certa é a devoção a São Pelegrino. Há mais de mil anos, aqui sobem devotos, aos milhares, provenientes da Itália e de todo o mundo. A devoção ao Santo existe na Toscana, EmÃlia, Ligúria e, de certa forma em todo o mundo ocidental, por influência da emigração italiana."
Cristo, nos evangelhos, afirmou que" pelos frutos vós o conhecereis". Os frutos da devoção a São Pelegrino são a caridade, o amor fraterno e a mútua ajuda, praticados por séculos e séculos.
A devoção a São Pelegrino, em Caxias do Sul, está vinculada aos primórdios da imigração italiana e a fundação da cidade.
Em 20 de Setembro de 1879 chegava ao antigo" Campo dos Bugres" a famÃlia Sartori, acompanhado pelos seus nove filhos. Uma das filhas do casal, Amália, casou-se com Rafael Buratto estabelecendo-se numa chácara entre as atuais Ruas Feijó Júnior, Dr. Pestana e Av. Rio Branco. Ali, Rafael recebeu de presente de seu sogro, uma imagem de São Pelegrino, santo a que se habituaram a venerar ainda em Treviso, sua terra natal, provÃncia do Vêneto, em um local chamado Ciano del Montello, Itália. Em terreno de sua propriedade, ergueu um capitel, mais tarde substituÃdo por uma capela, sempre muito bem freqüentada pela população, e que terminou dando origem a uma Igreja no ângulo entre as Ruas Feijó Júnior e Avenida Rio Branco. Aà foram oficializados os cultos religiosos quando Dom José Barea fundou a Paróquia. Esta Igreja é hoje o majestoso e atual templo Igreja São Pelegrino de Caxias do Sul.
Rafael Buratto faleceu em 22 de Janeiro de 1925, com 77 anos de idade. Amália Sartori Buratto faleceu em 22 de Janeiro de 1946, perto de completar 90 anos, não antes de assistir o lançamento da pedra fundamental da atual Igreja São Pelegrino e ver a devoção, trazida da Itália, propagar-se entre a comunidade que ela viu nascer.
A capela de Rafael e Amália, por muito tempo, abrigou os devotos de São Pelegrino e de outros Santos que ali iam fazer suas orações e pedidos. Com o passar do tempo a comunidade cresceu e a 'igrejinha' ficou pequena. Em 1935 a percepção de que era necessário uma igreja maior era muito forte. Surge assim um movimento para construir uma nova edificação. No mês de Março de 1938, era inaugurada a Igreja de madeira, nos ângulo da rua Feijó Júnior com avenida Rio Branco. Em 27 de fevereiro de 1942, foi criada a paróquia de São José de São Pelegrino, pelo Bispo Diocesano Dom José Baréa. Em Abril do mesmo ano, o padre Eugênio Giordani foi nomeado o primeiro Pároco. Neste mesmo perÃodo, foi definida a área para a construção da nova Igreja. Ainda demoraria mais alguns meses, já entrando o ano de 1943, para a aprovação, pela comissão de construção, do projeto da mesma, de autoria do arquiteto caxiense Vitório Zini. Em 19 de Março de 1944, durante a festa de São José, em cerimônia presidida pelo Bispo Dom José Baréa José, é lançada a Pedra Fundamental da nova Igreja.
Durante dez anos, a comunidade local, em ação conjunta com o Pároco Pe. Eugênio Giordani angariou fundos para a construção da Igreja atual, inaugurada em 02 de Agosto de 1953. Esta data assinalou, igualmente a nova denominação que passa a ser denominada Paróquia de São Pelegrino. Em 19 de Dezembro de 1983, à nominação da Paróquia foi agregado o nome Nossa Senhora de Pietá.
Na origem do bairro São Pelegrino estão belas histórias de amor e a imensa fé a um Santo, cuja crença atravessou mares e fortaleceu espÃritos que vieram para a nova Pátria em busca de esperança. Estes valores ainda estão presentes nesta comunidade que guarda uma profunda identidade e um grande espÃrito coletivo.
Historicamente, este bairro cresceu pelo espÃrito comunitário e a Pároquia de São Pelegrino teve, através da liderança de seus Párocos - primeiramente, o Padre Eugênio Ãngelo Giordani e, atualmente pelo Padre Mário Benvenuto Pedrotti - fundamental papel no desenvolvimento deste agracionismo. Todas as conquistas foram fruto do esforço coletivo e esta idéia de trabalhar em cooperação contÃnua presente naqueles que fazem a Igreja de nossos dias.
Nasceu a 10 de Julho de 1910 em Encantado, Rio Grande do Sul.
Eugênio Ãngelo Giordani, ao longo dos 45 anos dedicados ao sacerdócio, a obras assistenciais e educacionais, atuou igualmente em áreas diversas, embrenhando-se na polÃtica, nas artes, na cultura e na promoção do desenvolvimento da cidade de Caxias do Sul.
Dinâmico, idealista, perseverante e capaz, o Padre Eugênio Gordani, primeiro pároco da Paróquia de São Pelegrino, nomeado capelão em 1940 e pároco em 1942, lançou-se desde o inÃcio, à tarefa de organizá-la e desenvolvê-la. Pouco a pouco, seus projetos encontram apoio de seus colaboradores e começam a ser criadas associações religiosas, creches, instituições, pastorais..
Os recursos obtidos com as quermesses, rifas, roletas, tripadas, realizadas incansavelmente, financiavam obras assistenciais e formaram o fundo necessário que garantiu a concretização de seu maior projeto: a construção da Igreja Matriz de São Pelegrino que abriga a obra monumental de Aldo Locatelli, as Portas de Bronze de Augusto Murer, a réplica de Pietá e o Santo Sudário, entre outros atrativos.
Seu óbito ocorreu a seis de Março de 1985, no Hospital Pompéia em Caxias do Sul. Foi sepultado na Igreja São Pelegrino em frente a imagem da Pietá. Na lápide a inscrição: "Sacerdos credidit".
Em 30 de Abril de 1994, é inaugurada a estátua de corpo inteiro em homenagem ao Padre Eugênio Giordani. O Largo em que está situada a estátua esculpida por Bruno Segalla trata-se de área verde municipal situada em frente à Igreja São Pelegrino e recebeu o nome de "Largo Padre Giordani".
Os que tiveram o privilégio de com ele conviver, sabem que além de sua capacidade empreendedora, pelo seu espÃrito solidário e multifacetadas atividades de religioso, nas quais foi distinguido com várias condecorações, deixou na alma de seus paroquianos e de muitos não paroquianos a marca indelével de um sacerdote exemplar, de um conselheiro espiritual virtuoso e de um lÃder na mais plena acepção da palavra.
A devoção a São Pelegrino, em Treviso, ProvÃncia do Vêneto, Itália, e terra de origem dos Buratto, existe desde o fim da Idade Média. Começou, como em Caxias do Sul, com a construção de uma Igrejinha. Por essa época, Ciano era coberta por grandes floresta e São Pelegrino começou a ser invocado como protetor dos perigos nela existentes. A região, muitos anos depois,foi povoada e transformada em vinhas, campos e trigais. O culto a São Pelegrino se ampliou ali, sendo a festa celebrada todos os anos nos primeiros dias de agosto, com grande concentração popular. Aos poucos se criou o costume da peregrinação, vindo os devotos das redondezas, se firmando por volta de 1640. Grandes graças e milagres foram atribuÃdos ao Santo como a cessação de epidemias, obtenção de chuva em tempo de seca, etc.
Esses favores celestiais foram retribuÃdos com variados atos de cultos, entre os quais as procissões.
As últimas reformas na Igreja de São Pelegrino de Treviso, foram efetuadas em 1929. O culto ao Santo continua em pleno vigor em dias atuais também na Toscana, Parma, Bolonha, Módena, Lucca entre outras regiões.
Nota: Textos compilados de escritos do historiador Mário Gardelin intitulado "A devoção de São Pelegrino em Caxias do Sul".
Um abraço
2006-12-12 10:10:50
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answer #2
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answered by Tin 7
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