O poema narra a história (lenda?) do aventureiro Diogo Álvares Correia, que naufraga na costa da Bahia, no século XVI, sendo recolhido por índios. Ele os maravilha com sua espingarda, procurando depois catequizá-los e colonizá-los. Esta junção do herói português com o herói católico é representado pelo desejo de Caramuru em desposar uma jovem indígena e assim sacramentar a união entre os nativos e os conquistadores.
Noiva então com a casta Paraguaçu, filha de um cacique e, como não há padres para efetivar o matrimônio, os noivos embarcam, ainda puros, numa caravela francesa, rumo à Europa. Lá, a exótica dupla dos trópicos vai deslumbrar a requintada Corte da França.
Na partida do litoral brasileiro, ocorre a cena mais famosa de Caramuru: jovens indígenas apaixonadas pelo "filho do trovão" nadam em desespero atrás do navio, suplicando que o herói não se fosse. Em certo momento, já debilitadas resolvem retornar à terra. Uma indígena, entretanto, prefere morrer a perder de vista o homem branco. É Moema, que vai perecer tragada pelas ondas:
Perde o lume dos olhos, pasma e treme,
Pálida a cor, o aspecto moribundo,
Com a mão já sem vigor, soltando o leme,
Entre as salsas* escumas desce ao fundo:
Mas na onda do mar, que irado freme,
Tornando a aparecer desde o profundo:
"Ah! Diogo cruel!" disse com mágoa
E sem mais vista ser, sorveu-se n'água.
*Salsas: salgadas
Como o tema era pobre em demasia, Santa Rita Durão enche os dez cantos do Caramuru com "guerras, visões da história do Brasil dos séculos XVI a XVIII, viagens, festas na Corte, etc." O resultado dessa mistura é uma obra prolixa, onde os episódios se atropelam sem unidade, dissolvendo qualquer possibilidade de significado épico.
Uma Epopéia Medíocre
Caramuru é o elogio do trabalho de colonização e de catequese do europeu, especialmente da ação civilizadora do português. Mesmo não sendo padre, Diogo Álvares está interessado em conduzir o índio ao caminho do cristianismo. Este é o seu principal objetivo. Inexiste em Santa Rita Durão aquela fascinante ambigüidade com que Basílio da Gama trata o relacionamento entre brancos e nativos. Seu poema, além de monótono, é banal.
Trata-se de uma epopéia anacrônica, escrita por alguém que, vivendo longe do Brasil desde a infância, armazena toda a bibliografia existente a respeito de sua terra. Ele quer conferir ao Caramuru uma atmosfera fidedigna e objetiva, o que infelizmente não consegue.
E mesmo que os seus índios sejam retratados de forma um pouco mais realista que os de Basílio da Gama, há ainda na sua visão um pesado tributo aos preconceitos da época. A descrição da "doce Paraguaçu", por exemplo, contraria todo o princípio da realidade fisionômica e da cor dos indígenas. Ela é sem dúvida uma moça branca:
Paraguaçu gentil (tal nome teve),
Bem diversa de gente tão nojosa,
De cor tão alva como a branca neve,
E donde não é neve, era de rosa;
O nariz natural, boca mui breve,
Olhos de bela luz, testa espaçosa.
2006-12-11 10:54:17
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answer #1
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answered by Anonymous
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Diogo Álvares Correia (Viana do Castelo, Portugal, 1475 — Tatuapara, Bahia, 5 de outubro de 1557) foi um náufrago português que passou a vida entre os índios do Brasil e facilitou seu contato com os primeiros administradores e missionários. Recebeu a alcunha Caramuru dos tupinambá. Considerado o fundador do município baiano de Cachoeira.
Caramuru foi o primeiro europeu a viver no Brasil, iniciando o longo processo de miscigenação que hoje diferencia esse país dos outros países do globo.
Vida
Originário do norte de Portugal, Viana do Castelo, nascido por volta de 1475, arribou à Bahia entre 1509 e 1511 como náufrago de uma embarcação francesa. Há historiadores que dizem: « Viajando para São Vicente por volta de 1510, o fidalgo da Casa Real Diogo Álvares naufragou nas proximidades do rio Vermelho, na baía de Todos os Santos. Seus companheiros foram mortos pelos tupinambá, mas ele conseguiu sobreviver e passou a viver entre os índios, de quem recebeu a alcunha de Caramuru, que significa moréia. »
Bem acolhido pelos Tupinambá, cujo morubixaba lhe deu uma das filhas, chamada Paraguaçu. Ao longo de sessenta anos manteve contactos com navios europeus que aportavam à Bahia. As relações comerciais com normandos levaram-no, entre 1526-1528, a visitar a França, onde a mulher foi baptizada em Saint-Malo, passando a chamar-se Catarina (Katherine du Brézil), em homenagem a Catherine des Granches, esposa de Jacques Cartier. Na mesma ocasião foi batizada outra índia tupinambá, Perrine, o que fundamenta a lenda de que várias índias, por ciúmes, se jogaram ao mar para acompanhar Caramuru quando este partia para a França com Paraguaçu.
No decurso do governo do donatário da capitania da Bahia, Francisco Pereira Coutinho, recebeu importante sesmaria, tendo procurado exercer função mediadora entre os colonos e os índios, não conseguindo, todavia, evitar o recontro de Itaparica, onde Pereira Coutinho perdeu a vida.
Conhecedor dos costumes nativos, contribuiu para facilitar o contato entre estes e os primeiros missionários e administradores. Em 1548, tendo D. João III a intenção de instituir o Governo Geral, recomendou-lhe que criasse condições para que a expedição inicial fosse bem recebida, facto revelador da importância que havia alcançado.
Tomé de Sousa armou cavaleiros três dos seus filhos (Gaspar, Gabriel e Jorge) e um dos seus genros (João de Figueiredo) pelos serviços prestados à Coroa Portuguesa.
Dispensou importante colaboração aos jesuítas, servindo como intérprete na pregação, doutrina e confissão.
Catarina Paraguaçu e Caramuru tiveram vários filhos e filhas – Ana, Genebra, Apolônia, Graça, Gabriel, Gaspar e Jorge Álvares, que casaram com reinóis vindos com Martim Afonso de Sousa, dos quais descendem as mais importantes famílias da aristocracia baiana, entre os quais os Garcia d'Ávila, da Casa da Torre.
Foi sepultado no Mosteiro de Jesus, dos jesuítas, em Salvador, onde depois foi enterrada a mulher.
bjsss...
2006-12-12 11:15:11
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answer #2
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answered by eu Amabile 7
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Diogo Álvares Correia foi um aventureiro português que chegou ao Brasil no século XVI e se tornou famoso por ter mostrado sua arma de fogo aos índios, que o apelidaram de Caramuru, que quer dizer "pau de fogo". Casou-se com a índia Paraguaçu, filha do cacique.
2006-12-11 10:55:19
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answer #3
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answered by Anonymous
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Diogo Alvares Correa = O Caramuru
Foi no Rio Vermelho que em 1509, após colidir com um recife, uma embarcação soçobrou bem defronte ao Morro do Conselho. Um dos tripulantes, Diogo Álvares Corrêa, conseguiu chegar à Pedra da Concha, uma minúscula ilha rochosa na entrada da Enseada da Mariquita, frontal à foz do Camoroipe.
Se outros companheiros também conseguiram se salvar e alcançar a terra firme, foram, com certeza, aprisionados e devorados pelos tupinambás. Como ficou escondido na Pedra da Concha, Diogo teve tempo de preparar a estratégia de defesa e sobrevivência. Quando foi, finalmente, avistado pelos índios, imediatamente usou o bacamarte para desferir certeiro tiro numa gaivota em pleno vôo. Espantados, pois desconheciam a engenhoca barulhenta, foguenta e mortífera, os nativos começaram a exclamar: “Caramuru! Caramuru! Caramuru!, que na língua tupi significa “homem do fogo; filho do trovão; dragão saindo do mar”.
O legendário Caramuru, Patriarca da Bahia, foi um personagem ímpar na história da primeira metade do século XVI, tendo inclusive participado na construção da Cidade do Salvador. E no sítio do Rio Vermelho, local do seu célebre encontro com os nativos, existe um espaço privilegiado, denominado Praça Caramuru. Fica no sopé do Morro do Conselho, onde se localizam dois grandes hotéis, Blue Tree Towers e Pestana Bahia.
No entanto, este logradouro público, embora em área nobre, encontra-se degradado e relegado ao completo descaso. Exclusivamente pelo indiscutível valor histórico, deve e merece ser contemplado com um projeto de reconfiguração urbanística, inserindo-se no seu bojo a construção de um Memorial.
A Praça Caramuru, adequadamente reurbanizada e provida do Memorial, constituir-se-á num espaço com forte apelo turístico, centrado na história e na cultura. Transformar-se-á num importante centro de visitação, com repercussão nacional.
2006-12-11 11:13:01
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answer #4
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answered by Lene 4
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caramuru
2006-12-11 10:53:10
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answer #5
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answered by monica 6
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É tudo isso aí em cima.
2006-12-11 11:01:52
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answer #6
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answered by Anonymous
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CARAMURU
Autor de uma única obra, o poema "Caramuru", afirmava que o Brasil merecia um livro não menor do que as Índias.
Em sua obra, narra a história do português Diogo Álvares Corrêa, que, no século XVI, naufragou no litoral da Bahia e foi salvo pelos índigenas, entre os quais passou a viver, vindo a casar com a índia Paraguaçu. "Caramuru" significa "deus do fogo" porque em uma das passagens mais dramáticas da obra, o náufrago ateia fogo em um líquido inflamável, fazendo os índios acreditar que estivesse ateando fogo na água. Outra passagem dramática da obra é aquela na qual a índia Moema, apaixonada por Caramuru, quando este deixa a tribo e parte de volta para a Europa em um navio português, lança-se ao mar em direção ao navio, vindo a morrer afogada.
Imitou o estilo de Camões, ao acrescentar elementos da mitologia grega, sonhos e previsões ao poema, cujo valor, entretanto, se encontra nas informações sobre os povos indígenas brasileiros.
Apesar de o autor ter nascido no Brasil, passou a maior parte da sua vida na Europa. Chegou a romper com a Igreja Católica, quando se aproximou do então ministro Marquês de Pombal. Mais tarde, entretanto, pediu desculpas pessoalmente ao Papa Clemente.
2006-12-11 10:55:04
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answer #7
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answered by Marivaldo L 6
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