Estados Unidos:
A decolagem internacional não faz-se esperar e já a finais do século XIX os Estados Unidos tem sob a sua área de influência Porto Rico, Cuba, Filipinas, Guam, Hawai e Samoa. Rooselvet no ano 1901 consegue, unindo a diplomacia e o apoio econômico, o predomÃnio norte americano sobre América Latina. Quanto as medidas interiores, consegue-se moderar o imenso poder dos trust e associações trabalhistas, reduzir os impostos protecionistas e favorecer aos agricultores. A administração Reagan, na década de 80, também forneceu fundos eonômicos e armamento para os governos de El Salvador e Honduras, dois paÃses onde as forças armadas possuÃam grande influência; e em menor extensão, também na Guatemala, que foi governada por um ditador de direita, o General EfraÃn RÃos Montt, entre 1982 e 1983. Esta polÃtica de intervenção e apoio a governos controlados ou muito influenciados pelas forças armadas reverteu a polÃtica de relações internacionais de Jimmy Carter, de neutralidade. Carter chegou mesmo a condenar a Argentina e seu governo - controlada por uma junta militar - por abusos dos direitos humanos - e permitiu que a CIA colaborasse com a inteligência argentina, para o fundeamento do Contras. Uma das principais preocupações da administração Reagan foi a América Central, especialmente o El Salvador e a Nicarágua, onde a revolução sandinista conseguiu remover a famÃlia Somoza do poder. Os Somoza anteriormente governaram o paÃs com apoio americano. Tanto o El Salvador quanto a Nicarágua foram historicamente dominadas por corporações multinacionais e por oligarquias latifundiárias, enquanto que a maior parte da população permanecia na pobreza. Como resultado, lÃderes predominantemente marxistas passaram a ter cada vez mais apoio da população em ambos os paÃses.
Em 1982, a CIA, com o apoio da agência de inteligência nacional da Argentina, organizou e financiou uma organização paramilitar de direita na Nicarágua, conhecida como Contras. O seguimento de fundos secretos para esta organização paramilitar levou à descoberta do Caso Irã-Contras. Enquanto que a União Soviética aproveitara-se de grandes feitos antes mesmo que Reagan assumisse ofÃcio em 1981, tais como a unificação de sua aliada socialista, o Vietnã, em 1976, e uma série de revoluções socialistas no Sudeste Asiático, na América Latina e na Ãfrica, o crescente fortalecimento dos laços entre os soviéticos e o Terceiro Mundo apenas mascaravam sérias fraquezas. A tradicional fragilidade financeira e o igualmente tradicional temor da abertura econômica continuavam a caracterizar a América Latina no inÃcio do século XXI, como já tinha sido o caso no final do século XIX quando os EUA propuseram pela primeira vez um esquema de liberalização hemisférica. Em todo caso, a Alca parecia ter ainda um longo caminho pela frente para converter-se em realidade em 2005, de acordo com o cronograma original. Os pessimistas são quase tão numerosos quanto os otimistas, em virtude da complexidade natural do processo negociatório e da dependência de vários temas inscritos na agenda (ditos sistêmicos, ou normativos) de resultados favoráveis a serem alcançados no âmbito da Rodada em curso da OMC. A despeito da aprovação do mandato negociador pelo Congresso americano – agora chamado de Trade Promotion Authority – as pressões protecionistas setoriais sobre o Executivo parecem ser mais fortes do que os interesses das grandes empresas em favor de uma real abertura comercial, em especial nas áreas sensÃveis de produtos agrÃcolas e labor-intensive industries, o que talvez inviabilize um acordo que o Brasil pretende seja equilibrado e dotado de reais condições de acesso ao maior mercado do mundo.
Em outros termos, nada no panorama social, polÃtico ou econômico da América Latina parece distanciá-la de um passado tão distante quanto atual: crise econômica, fragilidade financeira e dependência externa, concentração das exportações em produtos tradicionais, aprofundamento da pobreza, da instabilidade polÃtica e da insatisfação social. De inédito mesmo, só a relutância dos militares em assumir um papel protagônico nessas crises recorrentes e a decisão de Fidel Castro de declarar constitucionalmente imutável o regime socialista na ilha do Caribe, quando os últimos regimes socialistas da Ãsia resolvem adotar, por fim, medidas tÃpicas do capitalismo tão execrado durante décadas.
Gra Bretanha:
Os Uruguaios, em 1840, pediram ajuda aos estrangeiros residentes, para retirar os argentinos de suas terras, tendo-se formado uma legião francesa e outra italiana. O bloqueio argentino a Montevideu foi ineficaz pois Rosas tentou não interferir com o trânsito internacional de navios no Rio da Prata. Rosas, ditador argentino, conseguiu negociar acordos de paz com a Grã Bretanha (em 1849) e com a França (em 1850), tendo esta última concordado em retirar a sua legião se as tropas de Rosas saÃssem do Uruguai.
Após isso, a Argentina encontrava-se oprimida externamente por uma situação de dependência econômica com relação à Grã-Bretanha, e de inferioridade galopante diante da projeção econômica, militar e diplomática do Brasil. Embora essa percepção fosse baseada em fatos concretos, ela foi filtrada pela cultura de direita em voga no mundo e pela adoção de uma posição defensiva da direita argentina perante as mudanças que vinham ocorrendo. Para os nacionalistas a Primeira Guerra abrira uma nova era repleta de promessas, pois não só representava a derrota do liberalismo como também atestava a decadência dos valores que tinham pautado a sociedade ocidental desde os tempos "áureos" da Idade Média.
A dependência da Argentina em relação à Grã-Bretanha, existente desde o século XIX, ganhou novas proporções a partir de 1933, com a assinatura do Tratado Roca-Runciman, acordo comercial que estipulou normas relacionadas à s exporta de carnes argentinas para a Grã-Bretanha e de importa de produtos britânicos pela Argentina. Para muitos, as cláusulas do tratado colocaram o paÃs platino em uma posição comercial desvantajosa diante dos britânicos, abrindo-se uma polêmica na qual os irmãos Irazusta e os demais nacionalistas que os apoiaram se apresentaram aos argentinos como defensores dos interesses nacionais. De acordo com o livro, o tratado só reforçava a tese de que a "oligarquia liberal" argentina sempre fora movida por interesses inconfessáveis que traÃam o conjunto do paÃs. De uma maneira maniqueÃsta que se tornou praxe nos ambientes nacionalistas, os autores dividiam o paÃs em dois lados, um bem intencionado e patriota, e outro imoral e antiargentino, no qual encaixavam-se todos os seus inimigos.
2006-12-12 07:56:05
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answer #2
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answered by Vanyle 6
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