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Alguém pode dizer o nome de alguns corruptos (portugueses, naturalmente) ainda no tempo do Brasil Colônia? Estou com dificuldade de encontrar exatamente isso para uma pesquisa que estou fazendo. Corruptos notórios, que ficaram na História.

2006-12-09 13:00:51 · 3 respostas · perguntado por edchaves77 6 em Educação e Referência Conhecimentos Gerais

3 respostas

O então corregedor da Justiça em Portugal, Pero Borges - que na época correspondia ao ministro da Justiça -, foi um dos grandes corruptores da época. Ele se envolveu num caso de corrupção, durante a construção de um aqueduto, onde ele era o supervisor. Eu consultei os autos deste processo. As provas são cartas de inimigos e vereadores da época para o rei, pedindo que fosse investigada a obra deste aqueduto, que nunca ficava pronto. Houve uma CPI deste caso. E as evidências são as cartas que as pessoas escreviam. Esse homem foi enviado para o Brasil como primeiro ouvidor-geral. Então, se lá ele já fazia o que fazia, imagine aqui. E o rei ainda deu uma pensão anual de 40 mil réis à esposa de Borges, enquanto ele estivesse no Brasil.
"A corrupção chegou ao Brasil com as caravelas", garante Donato, citando o caso do capitão-da-costa Pero Capico, designado logo após o descobrimento pelo rei dom Manuel para evitar o desvio de seus direitos sobre o comércio do açúcar, do pau-brasil e de escravos. O funcionário veio pobre em 1516 e voltou rico para Portugal dez anos depois, justificando aquilo que sobre as autoridades coloniais diria o padre Antônio Vieira (1608-1697): "Eles chegam pobres nas Índias ricas e voltam ricos das Índias pobres".
Ainda no século 17, Fradique de Toledo Osório, ao prestar contas ao conde-duque de Olivares do dinheiro recebido para a guerra contra os holandeses na restauração da Bahia, explicou do seguinte modo o sumiço de 1 milhão de cruzados: "Foram gastos em missas às almas, esmolas e outras obras pias para que Deus nos desse a vitória, que muito mais valia".
A maior e mais completa história de impunidade dos tempos coloniais é a de Manuel Nunes Viana, contada por Afonso d’Escragnolle Taunay, no livro História das Bandeiras Paulistas. Português de nascimento, Viana chega pobre à Bahia no início do século 18 e organiza a invasão das Minas do Ouro pelos emboabas, provocando a guerra do mesmo nome contra os bandeirantes paulistas.
Num espaço de 20 anos, torna-se milionário, especulando com gêneros para o abastecimento dos garimpos. Comete os seguintes crimes capitulados nas Ordenações Filipinas: sonegação de impostos e organização da evasão em massa do quinto real; chacina praticada no episódio conhecido como Capão da Traição; auxílio a enfermos para se fazer herdeiro destes; assassinato em vários graus, até da própria filha, e ocultação de cadáveres em lago dentro de sua propriedade.
Quando dom João VI refugiou-se no Brasil e o elevou à condição de reino unido a Portugal, a impunidade, em vez de diminuir, aumentou, em que pese não haver mais um oceano entre o furto e o julgamento final dos acusados. Caso célebre desse tempo foi o do tesoureiro-mor do rei, Francisco Bento Maria Targini, barão e depois visconde de São Lourenço. Consta que comprou mantas de um fornecedor inglês para o exército, cortou-as ao meio e as revendeu ao governo pelo dobro, num superfaturamento de fazer inveja a muitas obras públicas atuais. Seus feitos foram cantados em prosa e verso, como nesta quadrinha: "Quem furta pouco é ladrão/ Quem furta muito é barão/ Quem mais furta e esconde/ passa de barão a visconde".

2006-12-12 07:49:47 · answer #1 · answered by Vanyle 6 · 0 0

dom joao,carlota,dom pedro

2006-12-10 08:06:11 · answer #2 · answered by Anonymous · 0 0

O jeitinho brasileiro já começou com a carta de Pero Vaz de Caminha, agora corrupto, eu teria quem me dissesse mais está tarde se conseguir amanhã eu coloco.

2006-12-09 21:08:41 · answer #3 · answered by Veterana. 7 · 0 0

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