No início do casamento, quando somos ainda bem jovens, é a primavera de nossas vidas. Somos movidos por paixão, sonhos, sorrisos... É a estação das flores. Começamos a construir uma vida a dois; os primeiros planos, a primeira casa, o primeiro filho, etc. A primavera do casamento é uma época muito feliz que deixa saudades, mas como é um começo, é marcada por experiências importantíssimas, e um aprendizado de relacionamento conjugal, que nem sempre é fácil. Quando duas pessoas decidem a viver sob o mesmo teto, dividindo tudo, comendo juntos, dormindo juntos, expondo suas idéias e gênios, geralmente surgem conflitos. São dois seres diferentes que por amor, resolveram ser um só. Se o casal é convertido e aceita ser guiado pelo Espírito Santo de Deus, consegue transpor com mais facilidade essa fase de entrosamento conjugal, do que outro casal que é guiado por vontade própria , onde orgulho e egoísmo impedem o início de uma convivência pacífica entre os dois. O futuro do casamento depende de um bom começo. Se desde o início o casal aprende a dialogar, expor seus sentimentos, trocar idéias e de comum acordo resolvem não deixar que o sol se ponha sobre a discussão e o problema não resolvido, o
relacionamento será transparente e não haverá mágoas e tristezas acumuladas.
E o verão?
O verão é a fase produtiva do casal. Juntos constróem um patrimônio, criam os filhos, progridem na profissão, enfim, realizam seus sonhos. É uma época agitada de muito trabalho e produção. Estamos no vigor físico e mesmo, dormindo pouco, e lutando muito, estamos contentes com o resultado que conseguimos. O perigo dessa fase é que o casal por causa das responsabilidades e correrias diárias, se afastam um do outro. Já não há muito tempo para conversarem, saírem juntos, viajarem, porque os filhos exigem atenção. É preciso fazer horas extras para pagar as prestações e estão sempre cansados. Esse afastamento pode com o tempo esfriar a relação e chegar a um ponto que marido e mulher pareçam dois estranhos. É preciso em meio a toda essa agitação, o casal tirar um tempo para si, tentando fazer as refeições juntos , ambos cuidarem da educação dos filhos, darem importância à vida espiritual e freqüência à igreja e sempre demonstrar ao outro, que o amor está vivo, através de palavras, bilhetes, afeto e às vezes através de um simples olhar.
O Outono.
No outono diminuímos a velocidade da caminhada. Os filhos crescem, se formam, casam e o ninho vai ficando vazio. Chega a aposentadoria, os primeiros cabelos brancos, as primeiras rugas.... Muitos casais recebem bem essa fase e aproveitam para realizar coisas que antes não tiveram tempo . Visitam os amigos, se dedicam a obras beneficentes, viajam, etc. Outros entram em depressão, ficam desorientados, porque não sabem descansar, sempre trabalharam sem férias dia e noite, e agora se sentem inúteis, já não possuem o mesmo vigor e saúde de antes e isso é assustador. Nessa fase o casal que era independente um do outro, começa a sentir falta e valorizar mais o companheirismo de uma convivência tranqüila. Os filhos são agora independentes e têm suas próprias vidas, não têm tempo para estarem diariamente ao lado dos pais. É hora então do casal se reaproximar mais e mais e um amparar o outro nas suas necessidades. Não são tão idosos e ainda podem produzir muitos frutos para Deus com suas experiências de vida.
Enfim o inverno.
Alegro-me ao ver um casal de velhinhos caminhando juntos de mãos dadas . Às vezes as mãos tremem e os passos são vacilantes, mas seguem juntos e agora são mais unidos do que nunca. Um entende o outro, porque caminharam muitos anos juntos e estão tão unidos que parecem um só. Não foi para isso que se casaram, para serem um só? Embora sem forças físicas e com pouca saúde, eles têm a sensação agradável do dever cumprido. A prole cresceu, são filhos, netos e até bisnetos, que quando se reúnem são motivo de orgulho para o idoso casal, que sente que transmitiu algo de bom para outras gerações. Ensinaram o temor a Deus, o amor ao próximo, a hospitalidade, a boa educação e procuraram ser exemplo de boas obras. É maravilhoso também quando um casal idoso se dedica à oração. Como têm tempo suficiente intercedem pela família e familiares, pela igreja, pelos pastores, pela missões e pelas almas perdidas. O inverno da vida é tempo de meditação e revelações, porque a Bíblia diz que os velhos sonharão sonhos. Nessa idade o casal não se preocupa mais com vaidades porque sabem que tudo isso é passageiro, não pensam em ajuntar tesouros, porque tudo o que pouparam será de seus herdeiros, e não há mais solicitude pela vida, porque aprenderam que como Deus cuida dos passarinhos e das flores do campo, também cuidará deles até o fim.
2006-12-06
13:47:19
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flanegam
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Família e Relacionamentos
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