Os peixes são animais vertebrados, aquáticos poiquilotérmicos e que possuem os membros transformados em nadadeiras sustentadas por raios ósseos, esqueleto ósseo ou cartilaginoso. As principais adaptações a este meio de vida são o corpo fusiforme, as guelras ou brânquias com que respira o oxigénio dissolvido na água (embora os dipnóicos usem pulmões), os membros transformados em barbatanas e, na sua maior parte, o corpo coberto de escamas.
Os peixes (28.500 espécies catalogadas na FishBase) são, na maior parte das vezes, divididos nos seguintes grupos:
peixes ósseos (Osteichthyes, com mais 22.000 espécies) à qual pertencem as sardinhas, as garoupas, o bacalhau, o atum e, em geral, todos os peixes com o esqueleto ósseo;
peixes cartilaginosos (Chondrichthyes, mais de 800 espécies) à qual pertencem os tubarões e as raias; e
vários grupos de peixes sem maxilas (antigamente classificados como Agnatha ou Cyclostomata, com cerca de 80 espécies), incluindo as lampréias e as mixinas.
A palavra peixe usa-se por vezes para designar vários animais aquáticos (por exemplo na palavra peixe-mulher para designar o dugongo). Mas a maior parte dos organismos aquáticos muitas vezes designados por "peixe", incluindo as medusas e água-vivas, os moluscos e crustáceos e mesmo animais muito parecidos com os peixes como os golfinhos, não são peixes.
O peixe é um dos sÃmbolos do cristianismo. A palavra peixe, em grego, é IXTIS, cujas letras são iniciais da frase "Jesus Cristo Filho de Deus Salvador".
Os peixes encontram-se em praticamente todos os ecossistemas aquáticos, tanto em água doce como salgada, desde a água da praia até às grandes profundezas dos oceanos (ver biologia marinha). Mas há alguns lagos hiper-salinos, como o Grande Lago Salgado, nos Estados Unidos da América do Norte onde não vivem peixes.
Os peixes têm uma grande importância para a humanidade e desde tempos imemoriais foram pescados para a sua alimentação. Muitas espécies de peixes são criadas em condições artificiais (ver aquacultura), não só para alimentação humana, mas também para outros fins, como os aquários.
Garoupa (Centropristis striata). Foto: Uwe Kils.Há algumas espécies perigosas para o Homem, como os peixes-escorpião que têm espinhos venenosos e algumas espécies de tubarão, que podem atacar pessoas nas praias. Mas é necessário referir que muitas espécies de peixe se encontram ameaçadas de extinção, quer por pesca excessiva, quer por deterioração dos seus habitats.
Alguns peixes ingerem água para recuperar a água perdida pelas bânquias, por osmose, e pela urina. Eles retiram oxigênio da água para respirar. Uma enguia, por exemplo, toma o equivalente a uma colher de sopa de água por dia. Os peixes também retiram uma certa quantidade de água dos alimentos. Por viverem em meio lÃquido, não precisam beber água para hidratar a pele, como fazem os animais terrestres.
Os peixes urinam, mas nem todos urinam da mesma maneira. Os peixes de água doce precisam eliminar o excesso de água que se acumula em seus corpos. Seus rins produzem muita urina para evitar que os tecidos fiquem saturados. Comparados aos peixes de água doce, os peixes de água salgada, que já perdem água por osmose, produzem muito menos urina. O ramo da zoologia que estuda os peixes do ponto de vista da sua posição sistemática é a ictiologia. No entanto, os peixes são igualmente estudados no âmbito da ecologia, da biologia pesqueira, da fisiologia, etc.
Ecologia dos peixes
Classificação ecológica
Uma forma de classificar os peixes é segundo o seu comportamento relativamente à região das águas onde vivem; este comportamento determina o papel de cada grupo no ambiente aquático:
pelágicos (do latim pelagos, que significa o "mar aberto") – os peixes que vivem geralmente em cardumes, nadando livremente na coluna de água; fazem parte deste grupo as sardinhas, as anchovas, os atuns e muitos tubarões.
demersais – os que vivem a maior parte do tempo em associação com o substrato, quer em fundos arenosos como os linguados, ou em fundos rochosos, como as garoupas. Muitas espécies demersais têm hábitos territoriais e defendem o seu território activamente – um exemplo são as moreias, que se comportam como verdadeiras serpentes aquáticas, atacando qualquer animal que se aproxime do seu esconderijo.
batipelágicos – os peixes que nadam livremente em águas de grandes profundidades.
mesopelágicos – espécies que fazem grandes migrações verticais diárias, aproximando-se da superfÃcie à noite e vivendo em águas profundas durante o dia. Exemplo deste grupo são os peixes-lanterna.
Hábitos alimentares
Os peixes pelágicos de pequenas dimensões como as sardinhas são geralmente planctonófagos, ou seja, alimentam-se quase passivamente do plâncton disperso na água, que filtram à medida que "respiram", com a ajuda de branquispinhas, que são excrecências ósseas dos arcos branquiais (a estrutura que segura as brânquias ou guelras).
Algumas espécies de maiores dimensões têm também este hábito alimentar, incluindo algumas baleias (que não são peixes, mas mamÃferos) e alguns tubarões como os zorros (género Alopias). Mas a maioria dos grandes peixes pelágicos são predadores ativos, ou seja, procuram e capturam as suas presas, que são também organismos pelágicos, não só peixes, mas também cefalópodes (principalmente lulas), crustáceos ou outros.
Os peixes demersais podem ser predadores, mas também podem ser herbÃvoros, se se alimentam de plantas aquáticas, detritÃvoros, ou seja, que se alimentam dos restos de animais e plantas que se encontram no substrato, ou serem comensais de outros organismos, como a rémora que se fixa a um atum ou tubarão através dum disco adesivo na topo da cabeça e se alimenta dos restos de comida que caem da boca do seu hospedeiro (normalmente um grande predador), ou mesmo parasitas de outros organismos.
Alguns peixes abissais e também alguns nerÃticos, como os diabos (famÃlia Lophiidae) apresentam excrescências, geralmente na cabeça, que servem para atrair as suas presas; essas espécies costumam ter uma boca de grandes dimensões, que lhes permitem comer animais quase do seu tamanho. Numa destas espécies, o macho é parasita da fêmea, fixando-se pela boca a um "tentáculo" da sua cabeça.
Ver também:
biologia marinha
interacções biológicas
Hábitos de reprodução
A maioria dos peixes são dióicos, ovÃparos, a fertilização dos óvulos é externa e não existem cuidados parentais. Nas espécies que vivem em cardumes, as fêmeas desovam nas próprias águas onde os cardumes vivem e, ao mesmo tempo, os machos libertam o esperma na água, promovendo a fertilização. Em alguns peixes pelágicos, os ovos flutuam livremente na água – e podem ser comidos por outros organismos, quer planctónicos, quer nectónicos; por essa razão, nessas espécies é normal cada fêmea libertar um enorme número de óvulos. Noutras espécies, os ovos afundam e o seu desenvolvimento realiza-se junto ao fundo – nestes casos, os óvulos podem não ser tão numerosos, uma vez que são menos vulneráveis aos predadores.
No entanto, existem excepções a todas estas caracterÃsticas e neste artigo referem-se apenas algumas. Abaixo, na secção Migrações dos Peixes encontram-se os casos de espécies que se reproduzem na água doce, mas crescem na água salgada e vice-versa.
Em termos de separação dos sexos, existem também (ex.: famÃlia Sparidae, os pargos) casos de hermafroditismo e casos de mudança de sexo - peixes que são fêmeas durante as primeiras fases de maturação sexual e depois se transformam em machos (protoginia) e o inverso (protandria).
Os cuidados parentais, quando existem, apresentam casos bastante curiosos. Nos cavalos-marinhos (género Hypocampus), por exemplo, o macho recolhe os ovos fecundados e incuba-os numa bolsa marsupial. Muitos ciclÃdeos (de que faz parte a tilápia e algumas famosas espécies de aquário endémicas do Lago Niassa (também conhecido por Lago Malawi, na fronteira entre Moçambique e o Malawi) guardam os filhotes na boca, quer do macho, quer da fêmea, ou alternadamente, para os protegerem dos predadores.
Refere-se acima que a maioria dos peixes são ovÃparos, mas existem também espécies vivÃparas e ovovivÃparas, ou seja, em que o embrião se desenvolve dentro do útero materno. Nestes casos, pode haver fertilização interna - embora os machos não tenham um verdadeiro pênis, mas possuem uma estrutura para introduzir o esperma dentro da fêmea. Muitos destes casos encontram-se nos peixes cartilagÃneos (tubarões e raias), mas também em muitos peixes de água doce e mesmo de aquário.
Hábitos de repouso
Os peixes não dormem. Eles apenas alternam estados de vigÃlia e repouso. O perÃodo de repouso consiste num aparente estado de imobilidade, em que os peixes mantêm o equilÃbrio por meio de movimentos bem lentos.
Como não tem pálpebras, seus olhos ficam sempre abertos. Algumas espécies se deitam no fundo do mar ou no rio, enquanto os menores se escondem em buracos para não serem comidos enquanto descansam.
Camuflagem e outras formas de protecção
Os peixes ocenódromos, como o salmão, ultilizam sua migração para se reproduzir e também para alimentar seus filhotes. Eles voltam para o rio onde nasceram enfrentando várias barreiras que os enfraquecem ao ponto de morrerem para dar alimento a seus filhos. E as camuflagens tambem são formas deles conseguirem seus alimentos assim como o polvo que é um molusco muito interessante pois em qualquer lugar que ele tentar se esconder dentro de cinco minutos ele ja se camuflou e é assim sempre.
Anatomia dos peixes
Anatomia interna
Esqueleto
Coração
Aparelho digestivo
Bexiga natatória
A bexiga natatória é um órgão que auxilia o peixe a manter-se a determinada profundidade através do controlo da sua densidade relativamente à da água. à um saco de paredes flexÃveis, derivado do intestino que pode expandir-se ou contrair de acordo com a pressão; tem muito poucos vasos sanguÃneos, mas as paredes estão forradas com cristais de guanina, que a fazem impermeáveis aos gases.
A bexiga natatória possui uma glândula que permite a introdução de gases, principalmente oxigénio, na bexiga, para aumentar o seu volume. Noutra região da bexiga, esta encontra-se em contacto com o sangue através doutra estrutura conhecida por "janela oval", através da qual o oxigénio pode voltar para a corrente sanguÃnea, baixando assim a pressão dentro da bexiga natatória e diminuindo o seu tamanho.
Nem todos os peixes possuem este órgão: os tubarões controlam a sua posição na água apenas com a locomoção e com o controle de densidade de seus corpos, através da quantidade de óleo em seu fÃgado; outros peixes têm reservas de tecido adiposo para essa finalidade.
A presença de bexiga natatória traz uma desvantagem para o seu portador: ela proÃbe a subida rápida do animal dentro da coluna de água, sob o risco daquele órgão rebentar.
A denominação bexiga natatória, foi substituÃda por Vesicula Gasosa.
Anatomia externa
Para além de mostrar diferentes adaptações evolutivas dos peixes ao meio aquático, as caracterÃsticas externas destes animais (e algumas internas, tais como o número de vértebras) são muito importantes para a sua classificação sistemática
Forma do corpo
A forma do corpo dos peixes "tÃpicos" – basicamente fusiforme – é uma das suas melhores adaptações à locomoção dentro de água. A maioria dos peixes pelágicos (ver acima), principalmente os que formam cardumes activos, como os atuns, apresentam esta forma "tÃpica".
No entanto, há bastantes variações a esta forma tÃpica, principalmente entre os demersais e nos peixes abissais (que vivem nas regiões mais profundas dos oceanos). Nestes últimos, o corpo pode ser globoso e apresentar excrescências que servem para atrair as suas presas.
A variação mais dramática do corpo dos peixes encontra-se nos Pleuronectiformes, ordem a que pertencem os linguados e as solhas. Nestes animais, adaptados a viverem escondidos em fundos de areia, o corpo sofre metamorfoses durante o seu desenvolvimento larvar, de forma que os dois olhos ficam do mesmo lado do corpo – direito ou esquerdo, de acordo com a famÃlia.
Muitos outros peixes demersais têm o corpo achatado dorsi-ventralmente para melhor se confundirem com o fundo. Alguns, como os góbios, que são peixes muito pequenos que vivem em estuários, têm inclusivamente as barbatanas ventrais transformadas num disco adesivo, para evitarem ser arrastados pelas correntes de maré
Os Anguilliformes (enguias, congros e moreias) têm o corpo "anguiliforme", ou seja em forma de serpente, assim como algumas outras ordens de peixes.
Escamas ou placas
A pele dos peixes é fundamentalmente semelhante à dos outros vertebrados, mas possui algumas caracterÃsticas especÃficas dos animais aquáticos. O corpo dos peixes está normalmente coberto de muco que, por um lado diminui a resistência da água ao movimento e, por outro, os protege dos inimigos. Embora haja muitos grupos de peixes com pele nua, como as enguias, a maior parte dos peixes tem-na coberta de escamas que, ao contrário dos répteis, têm origem na própria derme.
Os peixes apresentam quatro tipos básicos de escamas:
ciclóides, as mais comuns, normalmente finas, sub-circulares e com a margem lisa ou finamente serrilhada;
ctenóides, também sub-circulares, mas normalmente rugosas e com a margem serrilhada ou mesmo espinhosa;
ganóides , de forma sub-romboidal e que podem ser bastante grossas como as dos esturjões; e
placóides, normalmente duras com um ou mais espinhos, de formas variadas.
Alguns grupos de peixes têm o corpo coberto de placas ou mesmo uma armadura rÃgida, como o peixe-cofre e os cavalos-marinhos. Esta armadura pode estar ornamentada com cristas e espinhos e apresenta fendas por onde saem as barbatanas.
Linha lateral
Um órgão especÃfico dos peixes é a linha lateral, normalmente formada por uma fiada longitudinal de escamas perfuradas através das quais corre um canal que tem ligação com o sistema nervoso; aparentemente, este órgão tem funções relacionadas com a orientação, uma espécie de sentido do olfacto através do qual os peixes reconhecem as caracterÃsticas das massas de água (temperatura, salinidade e outras). A linha lateral é um órgão sensorial.Ela pode ser facilmente identificada nos peixes, por estar posicionada nas laterais do peixe, formada por escamas com poros.
Classificação sistemática dos peixes
A classificação simplificada no topo desta página é a mais próxima da utilizada por Lineu, mas esconde algumas caracterÃsticas importantes que fazem deste grupo dos "Peixes" um agregado de espécies com diferentes aspectos evolutivos. Por essa razão, as classificações mais recentes – ver o projecto Ãrvore da Vida Tree of Life – abandonaram alguns taxa tradicionais:
Não restam dúvidas que TODOS os peixes pertencem ao
DomÃnio Eukariota, ao
Reino Animalia, aos clades
Metazoa
Bilateria
Deuterostomia, ao filo
Chordata e, dentro deste, ao clade
Craniata
A partir deste ponto, os estudos evolutivos mostraram divergências:
O taxon classe tem sido usado (e, na Wikipedia em inglês encontramos vários exemplos) para vários clades diferentes. Por essa razão e até os taxonomistas acordarem numa forma de classificação cientÃfica consensual, devemos abster-nos de utilizar esse taxon. Os peixes, tanto espécies existentes, como fósseis dividem-se pelos seguintes clades:
Hyperotreti – as mixinas (peixes sem coluna vertebral) e
Vertebrata - um clade que inclui as lampréias e os restantes vertebrados com maxilas;
Dentro dos vertebrados, consideram-se os clades
Hyperoartia - as lampréias (que têm coluna vertebral, mas não têm maxilas);
Gnathostomata – todos os animais com maxilas;
e mais sete grupos fósseis.
Dentro dos Gnathostomata, são aceites os seguintes clades:
Teleostomi – animais com boca terminal;
Chondrichthyes – tubarões e raias – boca sub-terminal ou ventral;
Acanthodii (extintos) e
Placodermi (extintos).
Dentro dos Teleostomi
Osteichthyes – animais com tecido ósseo endocondral e com dentes implantados nas maxilas, e
Acanthodi (extintos)
Dentro dos Osteichthyes
Sarcopterygii – um grupo que inclui os peixes com barbatanas lobadas:
Coelacanthimorpha – os celacantos, os
Dipnoi – os peixes pulmonados ou dipnóicos
os tetrápodes, ou seja, os restantes vertebrados (batráquios, répteis, aves e mamÃferos; e os
Actinopterygii - peixes com raios ou lepidotrÃquias nas barbatanas, ou seja, os "teleósteos", que incluem a maioria das ordens de peixes actuais e algumas outras com divergências filogenéticas.
Para a lista mais aceite das ordens dos peixes – incluÃndo as que são classificadas nos diferentes clades mencionados – consultar a FishBase.
Dentro desta classificação, os tradicionais taxa Agnatha (peixes sem maxilas), Ostracodermi (formas fósseis sem maxilas) e Cyclostomata (peixes sem maxilas, como as mixinas e lampréias) não devem ser utilizados, uma vez que não são monofiléticos.
Aquário
Aquacultura
Biologia Marinha
Pesca
2006-12-03 14:53:04
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answer #3
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answered by kdvced 3
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