função da sombrancelha
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função da apêndice
Fun��o e Desenvolvimento
O ap�ndice vermiforme humano geralmente � referido como sendo um �rg�o vestigial e sem fun��o conhecida. Atualmente, h� poucas evidencias que isto seja verdadeiro, e os estudos atuais sugerem que o �rg�o � uma parte altamente especializada do trato alimentar.
O n�mero de fol�culos linf�ides no ap�ndice humano aumenta at� os 12-20 anos, decrescendo na velhice, podendo ocorrer atrofia e fibrose que oblitera parcial ou totalmente a luz do mesmo em v�rias pessoas idosas.
Na d�cada de 60 prop�s-se que os tecidos linfoepiteliais da placa de Peyer e ap�ndice provavelmente s�o equivalentes a Bursa de Fabricius das aves, sendo respons�vel pela matura��o de Linf�citos T, demonstrando que o intestino tamb�m funciona como um �rg�o respons�vel pela matura��o linfocit�ria. O ap�ndice tamb�m participa do sistema imunossecretor no intestino, sendo parte integral do mecanismo imunol�gico de globulinas secretoras. Contudo, a remo��o do mesmo n�o produz defeito detect�vel no sistema
Apendicite Aguda
As doen�as supurativas da regi�o Ceca s�o conhecidas desde 1581, e a apendicectomia tem sido realizada desde 1736 (registro mais antigo - Amyand). McBurney, no s�culo XIX descreveu as manifesta��es cl�nicas da apendicite aguda inicial antes da ruptura, incluindo o ponto de dor a palpa��o abdominal.
Em rela��o a incid�ncia, tem-se que a mesma se apresenta como a condi��o cir�rgica aguda mais comum do abdome, ocorrendo em todas as idades, sendo mais freq�ente na segunda e terceira d�cadas de vida.
H� um paralelo grosseiro entre a quantidade de tecido linf�ide no ap�ndice e a incid�ncia de apendicite aguda, ocorrendo o m�ximo de ambos no meio da adolesc�ncia.
A rela��o de incid�ncia entre os sexos � de 1:1 antes da puberdade, aumentando durante a mesma no sexo masculino para 2:1 (entre 15 e 25 anos), diminuindo em seguida at� se igualar novamente.
Etiologia e Patogenia
A obstru��o da luz � o fator dominante na g�nese da apendicite aguda.
Os fecalitos s�o a causa mais habitual de obstru��o do ap�ndice. Em seguida seguem: hipertrofia do tecido linf�ide, b�rio espessado por estudos radiol�gicos pr�vios, sementes de vegetais e frutas e vermes intestinais (principalmente �scaris).
Na seq��ncia da oclus�o da luz segue-se a secre��o continua do ap�ndice, que se acumula, gerando distens�o r�pida do �rg�o, podendo levar a gangrena e supura��o.
A distens�o estimula as termina��es nervosas das fibras de aferentes viscerais, produzindo dor vaga, fraca, difusa, na regi�o m�dia do abdome ou por��o inferior do epig�strio. Tamb�m h� estimula��o da peristalse por distens�o s�bita, podendo haver dor em c�lica superposta.
A distens�o continua, aliada a multiplica��o bacteriana no interior do ap�ndice obstru�do, e com o aumento da press�o no �rg�o, a press�o venosa � superada, gerando oclus�o dos capilares e v�nulas, primeiramente, enquanto que o suprimento arterial � mantido, resultando em ingurgitamento e congest�o vascular. Esta distens�o geralmente leva a n�useas e v�mitos, enquanto que a dor visceral se torna mais intensa. O processo inflamat�rio atinge, por fim, a serosa do ap�ndice, gerando deslocamento da dor para a FID devido a inerva��o do perit�neo parietal.
Como a mucosa do trato gastrintestinal � muito sens�vel a isquemia, a integridade da mesma se encontra prejudicada no processo, permitindo que ocorra invas�o bacteriana das camadas mais profundas. Como conseq��ncia ocorre febre, taquicardia e leucocitose devido a absor��o de toxinas do tecido necr�tico e toxinas bacterianas.
A distens�o progressiva supera a press�o arteriolar, dando origem a infartos na borda antimesent�rica. Em seguida, com a evolu��o da distens�o, invas�o bacteriana, comprometimento vascular e infarto, a perfura��o do �rg�o � o pr�ximo passo - embora n�o seja inevit�vel. Geralmente a perfura��o ocorre atrav�s de uma das �reas infartadas da borda antimes�nterica.
Manifesta��es Cl�nicas
Sintomas
a) Dor: A dor abdominal � o principal sintoma da apendicite aguda, iniciada geralmente na regi�o inferior do epig�strio ou regi�o umbilical, de intensidade moderada e constante. A c�lica pode surgir interposta. Ap�s um per�odo de 4 a 6 horas migra para o quadrante inferior direito.
Esta seq��ncia n�o � invari�vel, e em alguns pacientes inicia-se no quadrante inferior direito e a� permanece.
A dor pode variar ainda com as varia��es anat�micas na localiza��o do ap�ndice. Devido a isto, a dor pode ocorrer a esquerda em um ap�ndice longo com extremidade inflamada. J� um ap�ndice retrocecal pode causar dor em flanco ou dorso. Ap�ndice p�lvico geralmente gera dor supra-p�bica (provavelmente por irrita��o da art�ria esperm�tica e ureter).
b) Anorexia: Quase sempre acompanha a apendicite em fases sub-cl�nicas.
c) V�mitos: Ocorre em cerca de 75% dos pacientes, mas em pequeno numero de vezes.
d) Constipa��o: A maioria apresenta uma historia de constipa��o anterior ao in�cio da dor abdominal. Porem, em alguns ocorre diarr�ia (principalmente nas crian�as), de forma que o padr�o do h�bito intestinal possui pouco valor diagn�stico.
e) Seq��ncia do Aparecimento dos Sintomas: Apresenta grande significado no diagn�stico diferencial. Em mais de 95% dos pacientes a anorexia � o primeiro sintoma, seguido por dor abdominal e seguido por v�mitos (quando presentes). Se o vomito precede o in�cio da dor, o diagn�stico deve ser questionado.
Sinais
Os achados f�sicos s�o determinados principalmente pela posi��o anat�mica do ap�ndice inflamado e pela ruptura ou n�o do �rg�o.
a) Sinais Vitais: N�o s�o muito alterados pela apendicite n�o complicada, com eleva��o de temperatura raramente maior que 1 grau. O pulso est� normal ou ligeiramente elevado
Altera��es maiores significam que ocorreu uma complica��o ou falha diagn�stica.
b) Posi��o Ant�lgica: Os pacientes geralmente preferem ficar em dec�bito dorsal, com as coxas (principalmente a direita), elevadas. Qualquer movimento aumenta a dor. Quando o examinador pede que o doente mobilize as pernas, este o faz lenta e cuidadosamente.
c) Palpa��o Dolorosa e Manobras Especiais: Os sinais f�sicos cl�ssicos de dor no quadrante inferior direito est�o presentes quando o ap�ndice inflamado apresenta-se em posi��o anterior.
O "Ponto de McBurney" localiza-se entre 4 a 6 cent�metros do processo espinhoso anterior do �leo, sobre uma linha reta que vai dele at� o umbigo. Geralmente h� dor a descompress�o direta neste ponto, indicando irrita��o peritoneal.
O Sinal de Rovsing � caracterizado por dor no quadrante inferior direito quando � exercida press�o a palpa��o no quadrante inferior esquerdo, e tamb�m indica irrita��o peritoneal.
Pode haver hiperestesia cut�nea na regi�o inervada pelos nervos espinhais de T10 a T11, e embora seja freq�ente n�o � constante. Em alguns pacientes este � o primeiro sinal sugestivo de apendicite.
d) Defesa Abdominal: Caracterizado por uma resist�ncia muscular a palpa��o da parede abdominal, relacionada grosseiramente a intensidade do processo inflamat�rio. No in�cio a defesa � volunt�ria, mas com a progress�o do processo de irrita��o peritoneal o espasmo aumenta e torna-se amplamente involunt�rio, gerando uma rigidez reflexa.
e) Dor de Origem M�sculo-Esquel�tica: O Sinal do Psoas indica um foco irritativo na proximidade deste m�sculo. O exame � realizado com o paciente em DLE, enquanto o examinador lentamente estende a coxa direita do paciente, distendendo, assim, o m�sculo. Diz-se que o exame � positivo se a extens�o produz dor.
J� o Sinal do Obturador � positivo se ao distender o obturador interno o paciente refere dor hipog�strica. O exame � realizado por rota��o interna passiva da coxa direita fletida, com o paciente em dec�bito dorsal.
Exames Laboratoriais
N�o existe exame laboratorial espec�fico para apendicite aguda
a) Laborat�rio: Uma leucocitose moderada (de 10 a 18.000/mm3) com desvio a esquerda � a regra na apendicite aguda n�o complicada. Se a leucocitose for superior a 18.000 ou se o desvio para a esquerda for extrema, � prov�vel que haja apendicite perfurada ou uma doen�a inflamat�ria aguda mais grave que a apendicite.
O exame de urina � normal exceto se o ap�ndice inflamado estiver localizado pr�ximo ao ureter ou bexiga. Nesta situa��o podem ser observados leuc�citos e ocasionalmente hem�ceas na urina.
b) Radiografia e US: Os estudos com RX s�o usados apenas no diagn�stico diferencial e para demonstrar as complica��es da apendicite, e n�o para fazer diagn�stico.
Radiografias abdominais simples costumam revelar uma ou duas al�as distendidas do intestino delgado no quadrante inferior direito ou, menos freq�entemente, um ceco distendido.
A visualiza��o de um ap�ndice cheio de g�s indica, geralmente, apendicite aguda com obstru��o proximal do ap�ndice.
Fecalitos radiopacos no quadrante inferior direito geralmente associam-se a apendicite gangrenosa.
Radiografia simples de abdome evidenciando um fecalito
Exames contrastados com b�rio s�o indicados sobretudo em crian�as com diagn�stico n�o esclarecido e cirurgia considerada prejudicial, realizado sem preparo pr�vio de c�lon e sem manipula��o externa ou press�o. Os achados patognom�nicos da apendicite aguda ao enema opaco consistem no n�o enchimento do ap�ndice, efeito de massa nas bordas medial e inferior do ceco e efeito de massa ou irregularidades da mucosa do �leo terminal. O enchimento completo do ap�ndice e aus�ncia de altera��es da mucosa excluem a apendicite.
Radiografias do t�rax podem ser necess�rias para se excluir doen�as pulmonares - les�es que irritam ra�zes de T10, 11 e 12 simulam apendicite.
Ultrassonografia abdominal (color doppler) evidenciando espessamento da mucosa
do apendice e aumento da vasculariza��o local
Ap�ndice Roto:
N�o � poss�vel prever em quais pacientes esta complica��o ir� se manifestar, e a maneira mais eficiente de evita-la � a apendicectomia.
O uso de antibioticoterapia na tentativa de evitar a ruptura prematura do ap�ndice ignora a etiologia obstrutiva da apendicite, � perigoso e n�o aconselhado.
a) Patogenia:
A ruptura do ap�ndice quase sempre se d� distalmente a um fecalito oclusor. O conte�do purulento extravasa pelo orif�cio gangrenoso, sendo em pequena quantidade devido ao pequeno volume apendicular. O extravasamento retrogrado � evitado pelo fecalito oclusor, exceto se o mesmo for deslocado para a ruptura ou se a �rea necr�tica comprometer a base do ap�ndice e o ceco cont�guo.
Durante a evolu��o, o processo pode ser contido pelo perit�neo em 95% dos pacientes, restringindo o processo a �rea periapendicular.
Fleim�o
Massa de intestinos e omento inflamados, emaranhados mas com pouca ou nenhuma presen�a de pus. Pode ser percebido no exame f�sico (o mesmo � v�lido para os abscessos) como uma massa dolorosa a palpa��o, flex�vel, com margens mal definidas. A dor pode se estender por todo o quadrante inferior direito
Abscessos
Surgem se o processo de isolamento n�o for completo no momento da ruptura apendicular, havendo difus�o da contamina��o, principalmente para fundo de saco p�lvico (drenagem pela gravidade)
Peritonite Generalizada
Surge em conseq��ncia da contamina��o centr�fuga (liquido peritoneal circulante)
Piletromboflebite
Constitui-se em uma tromboflebite s�ptica ascendente do sistema venoso porta. Clinicamente caracterizada pela ocorr�ncia de calafrios e picos febris. Co�gulos s�pticos das ra�zes venosas mesent�ricas embolizam o f�gado, produzindo m�ltiplos abscessos piog�nicos.
b) Incid�ncia
20 a 30% dos pacientes dos hospitais p�blicos apresentam apendicite rota a admiss�o. Em hospitais particulares a fra��o � 15%.
c) Diagn�stico
� Paciente apresenta-se muito doente, prostrado, tox�mico, desidratado e edemaciado.
� Dor em FID aumentada de intensidade e disseminada regionalmente.
� Refere que a dor abdominal diminuiu subitamente (momento da perfura��o) e mais ainda algumas horas depois. A peritonite local pode manter a dor mesmo ap�s a ruptura do ap�ndice, na mesma intensidade - mas surgem sinais de defesa abdominal.
� A febre e o pulso acompanham a gravidade do quadro, sendo que a temperatura raramente ultrapassa os 38 graus na apendicite aguda simples, mas eleva-se para aproximadamente 39 graus com a peritonite localizada, chegando a mais de 40 na peritonite difusa.
� A leucocitose aumenta para 20 a 30.000 nas apendicites rotas.
� A hemoconcentra��o e a perda de sal s�o vari�veis com o processo e capacidade de r�idrata��o oral.
Diagn�stico Diferencial
Faz-se com praticamente todas as causas de abdome agudo, e depende de 3 fatores principais:
a) A localiza��o anat�mica do ap�ndice inflamado
b) O estagio do processo (simples ou roto)
c) Idade e sexo do paciente.
Entre as causas mais comuns de diagn�sticos pr�-operat�rios errados temos, por ordem de ocorr�ncia:
� Linfadenite Mesent�rica Aguda
� Nenhuma condi��o patol�gica org�nica
� DIP
� Tor��o de cisto ovariano ou ruptura do fol�culo de Graaf
� Gastroenterite aguda
Considerar ainda no diagn�stico diferencial:
� Diverticulite de Meckel
� Intussuscep��o
� Enterite regional
� Diverticulite ou Ca perfurante do ceco
� Inflama��o dos ap�ndices epipl�icos
� Infec��o trato urin�rio
� Calculose ureteral
� Peritonite primaria
� P�rpura de Henoch-Schonlein
� Yersinose
� Disturbios ginecol�gicos
Tratamento
H� apenas 1 tratamento para a apendicite aguda e suas complica��es: Apendicectomia de urg�ncia
� errado tentar tratar a apendicite com antibi�ticos. A �nica quest�o a ser resolvida � QUANDO � o momento ideal para a interven��o cir�rgica.
Tem-se como base que todo caso de apendicite diagnosticado deve ser operado - a avaliar os casos em que o paciente j� chegou ao sevi�o com ap�ndice roto em boa evolu��o, principalmente se o paciente for idoso.. Neste caso, uma conduta expectante � defendida por alguns autores, com apendicectomia em um segundo tempo, j� que � grande a chance de recidiva. Para os demais autores, constitui uma urg�ncia cir�rgica.
A urg�ncia � justificada devido a grande chance de ruptura do ap�ndice, o que compromete em termos a boa evolu��o p�s-operat�ria do paciente.
# Pr�-Operat�rio
Deve ser breve e objetivar a corre��o dos dist�rbios hemodin�micos e/ou h�drico-eletrol�ticos dos pacientes, quando estes se fizerem presentes. Em rela��o ao uso de antimicrobianos no pr�-operat�rio existem 3 grupos de opini�es:
a) Aqueles que os iniciam somente se for caso de apendicite perfurada
b) Aqueles que o iniciam em todos os pacientes e se for encontrada apendicite gangrenosa ou perfurada
c) Em qualquer estagio, e o AB � mantido por 3 a 5 dias ap�s iniciado.
Como a flora bacteriana geralmente � mista nesta afec��o, deve-se fazer associa��o de antimicrobianos como medida de ampliar a cobertura dos mesmos. O esquema mais utilizado nos EUA � a clindamicina + aminoglicos�deo. No Reino Unido associa-se a clindamicina com o metronidazol.
Refer�ncias
SABBISTON in Tratado de Cirurgia
SCHUARTZ in Principes of Surgery
If you have suggestions or comments send an e-mail to Sidney Senhorini Jr. e Leandro Ferracini Campos
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2006-12-05 16:50:38
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answer #3
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answered by cristal9deluz5 6
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