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Não consegui encontrar isso em lugar nenhum me ajudem!!!

2006-11-25 06:33:44 · 2 respostas · perguntado por Atylla Filho 3 em Ciências e Matemática Biologia

2 respostas

A carnitina é um complexo proteico presente em todas as mitocôndrias do corpo.
Este composto de aminoácidos tem recebido atenção por ser um dos responsáveis pela oxidação lipídica, de modo que tem sido vendido como um fat burner. Para que os ácidos gordos de cadeia longa atravessem a membrana mitocondrial para serem oxidados, há o auxílio da carnitina-palmitoil transferase, cuja concentração pode ser manipulada pela suplementação de carnitina.
Em indivíduos deficientes de carnitina, sua suplementação é de grande importância, porém, até o momento, não há um acordo sobre sua influência na performance.
Carnitina é armazenada nos músculos esqueléticos onde ela é necessária para transformar os ácidos graxos em energia para atividades musculares.
Seria errado afirmar que os efeitos da ingestão de [L-carnitina][1] são um mito. A L-carnitina é uma substância essencial para o normal funcionamento do organismo humano e este é capaz de a sintetizar no fígado, rim e sistema nervoso, utilizando para isso os aminoácidos lisina e metionina. A L-carnitina foi inicialmente identificada por cientistas russos no músculo no início do século XX, daí a sua designação derivar do termo Latino carnis. No âmbito do desporto, a L-carnitina tornou-se popular como suplemento nutricional, por supostamente melhorar o rendimento dos atletas. Rumores de que a selecção italiana de futebol vencedora do Mundial de futebol de 1982 utilizou a L-carnitina como suplemento ergogénico contribuíram para aumentar o seu consumo. Não alheio ao elevado consumo da L-carnitina é também o facto de não serem conhecidos efeitos nocivos da sua ingestão. Extrapolando as doses tóxicas em animais, a L-carnitina seria letal no homem numa quantidade acima das quinhentos gramas por dia, o que naturalmente excede grandemente as quantidades ingeridas como suplemento.

Para além de produto de venda livre, a L-carnitina tem indicações terapêuticas em situações de doença congénita ou por outras causas, caracterizadas por uma carência grave neste constituinte orgânico. Nos indivíduos saudáveis a L-carnitina é muitas vezes entendida como capaz de facilitar a perda de peso, razão que tem levado à introdução da L-carnitina nos produtos alimentares destinados ao consumo geral, as bolachas que referiu na sua questão. Outros efeitos que têm sido atribuídos à L-carnitina incluem acção anti-oxidante e destoxificante, acção anti-inflamatória e de estimulação do sistema imunitário e efeito anti-anémico. Estas acções poderão ser importantes para compensar alguns efeitos negativos decorrentes de um treino físico intenso.

Os efeitos da ingestão de L-carnitina são explicados com base no papel essencial que desempenha na utilização dos chamados lípidos ou gorduras para a obtenção de energia. Os lípidos são, em geral, de dimensão elevada e requerem a presença de L-carnitina nas células para que se efectue o seu transporte para o interior das mitocôndrias, os locais da célula onde os lípidos e outros nutrientes são convertidos em energia. Aumentar a conversão dos lípidos em energia, ou numa linguagem mais técnica, aumentar a taxa de oxidação dos lípidos, poderá, à partida, melhorar a capacidade de realizar exercício e facilitar a perda de peso.

A principal fonte de L-carnitina é a alimentação, sendo a L-carnitina mais abundante nos alimentos de origem animal, tais como carne e produtos derivados do leite. Por seu lado, os vegetais são pobres em L-carnitina. A L-carnitina, no entanto, não constitui um nutriente essencial, uma vez que é sintetizada no organismo em quantidades suficientes para assegurar as suas funções biológicas. Num individuo médio de 70 quilogramas de peso, a quantidade de L-carnitina ingerida diariamente varia entre valores abaixo das 11 miligramas e as 200 miligramas, dependendo do tipo de dieta. Em igual período de tempo a quantidade de L-carnitina sintetizada pelo organismo varia entre 10 e 20 miligramas. A quantidade total de L-carnitina no corpo humano ronda as 20 gramas, 19 das quais armazenadas no interior dos músculos. No músculo esquelético, a concentração de L-carnitina é cerca de cem vezes superior à do sangue.

O aproveitamento da L-carnitina ingerida é baixo. A barreira criada pelo aparelho digestivo à absorção da L-carnitina e a sua rápida eliminação na urina, fazem com que apenas 8% da quantidade ingerida seja utilizada pelo organismo. Em consequência disto, a quantidade de L-carnitina que deve ser ingerida diariamente na forma de suplemento alimentar situa-se entre 2 e 4 gramas, habitualmente repartidas por três tomas ao longo do dia. Assim, a ingestão de duas gramas de L-carnitina aumenta em apenas 160 miligramas o total de L-carnitina existente no organismo. A ingestão de doses acima das quatro gramas pode estar associada a distúrbios intestinais, mais frequentemente diarreia.

Para que o aumento estável da quantidade sanguínea de L-carnitina ocorra, é necessária cerca de uma semana de ingestão continuada do suplemento. Para que o mesmo se verifique no músculo, o período de ingestão terá de ser muito acima daquele. Num estudo publicado em 2002 verificou-se que a ingestão L-carnitina por um período de três meses (4 gramas/dia) não alterou a quantidade de L-carnitina em reserva no músculo, embora tenham existido aumentos das quantidades no sangue e na urina. Ainda de acordo com dados experimentais, após seis meses de ingestão de L-carnitina (2 gramas/dia), a sua quantidade no músculo aumentou 10%. Em termos relativos, aquele valor poderá subir se considerarmos que ao longo dos seis meses os sujeitos a quem não foi fornecida a L-carnitina apresentaram uma diminuição do teor muscular nesta substância, igualmente de 10%, em resultado do treino efectuado ao longo daquele período. Isto sugere que poderá ser necessário um acréscimo do aporte alimentar de L-carnitina durante os períodos de treino intensificado, de modo a prevenir a diminuição das reservas musculares. No entanto, apenas um regime intenso e prolongado de maior aporte diário de L-carnitina, na forma de suplementos nutricionais, é eficaz naquele efeito.

A eficácia da ingestão de suplementos com L-carnitina é também condicionada pelo facto de a sua quantidade no músculo saudável ser muito superior à necessária para que a utilização máxima das gorduras esteja assegurada. A debilidade muscular manifesta-se quando a L-carnitina no músculo se reduz para 20% do normal. Em condições habituais esta situação não ocorre. Apesar dos argumentos que contrariam uma acção benéfica da L-carnitina, esta tem sido observada em alguns casos, em particular na capacidade de suportar exercícios de intensidade elevada, ou seja próximos da intensidade máxima de cada indivíduo. No entanto, existem muitas ocasiões em que este efeito não é registado.

Para além de importante no músculo, a L-carnitina contribui para o bom funcionamento de outros órgãos, tais como fígado, órgão central na regulação do metabolismo, e sistema nervoso, donde é possível que a L-carnitina possa melhorar a capacidade de suportar esforços físicos, ou de ajudar na recuperação após o esforço, através de mecanismos que não dependem da acção directa sobre o músculo. Contudo, alguns desses efeitos serão relevantes apenas nas situações de carência orgânica, e outros são ainda especulativos.

Para a maioria dos consumidores, o interesse nos produtos com L-carnitina residirá no desejo de perder peso. O consumo destes produtos não constitui um risco imediato para a saúde mas também não existem indicações de que sejam eficazes no emagrecimento. O papel da L-carnitina nas funções orgânicas gerais poderá levar a pensar que ela intervenha no restabelecimento do equilíbrio do organismo, por exemplo alterando a secreção hormonal, e assim facilitar a perda de peso. Existe também a possibilidade de a L-carnitina, por acção sobre o sistema nervoso, regular o apetite. Porém, estes efeitos não estão ainda comprovados por estudos científicos. Dado que a obesidade é um problema complexo, afirmar de forma simplista que a L-carnitina poderá ser a solução desse problema é negativo e pode contribuir para agravar sentimentos de frustração e de baixa auto-estima, tão frequentes nestas pessoas.

É justo que se diga que a investigação sobre a L-carnitina não permite negar totalmente a sua eficácia e uma vez possível algum efeito da ingestão da L-carnitina na capacidade de exercício, atletas com elevada exigência competitiva poderão beneficiar com a sua ingestão. Nas pessoas saudáveis e que praticam actividade física com objectivos de recreação e manutenção da condição física e da saúde mas sem pressão competitiva, o eventual efeito da ingestão de L-carnitina na capacidade física, cuja magnitude é seguramente reduzida, é irrelevante e não justifica a adopção de um regime particular de uso de suplementos desta substância. Uma alimentação equilibrada será suficiente para assegurar as necessidades do organismo em L-carnitina. Acresce o facto de a quantidade elevada de L-carnitina necessária para assegurar a sua eficácia tornar seguramente cara a sua utilização como suplemento alimentar.

2006-11-25 07:52:04 · answer #1 · answered by =) 4 · 0 1

Veja se o site abaixo responde a sua pergunta:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302003000200005

2006-11-25 14:44:42 · answer #2 · answered by Jaciara 4 · 0 1

fedest.com, questions and answers