O Pior do Mundo - O ÍBIS
O Íbis foi fundado por um grupo de abnegados desportistas, tendo a frente Amaro Silva, Onildo Ramos e Alex Codiceira, todos de saudosas memórias, reunidos na Vila Tecelagem em Santo Amaro, resolveram iniciar a trajetória do Íbis Sport Club.
Desde a sua fundação até os dias de hoje as suas cores sempre foram vermelha e preta. Foi durante muito tempo cognominado pela imprensa pernambucana como o "rubro negro das Salinas", homenagem ao Santo Padroeiro do bairro de Santo Amaro das Salinas. Rildo, Vavá (todos com passagem na Seleção Brasileira) jogaram pelo ïbis, além de Bodinho e Vasconcelos.
O Íbis foi fundador da Federação Pernambucana de Futebol, sendo o único clube filiado que nunca deixou de disputar todos os campeonatos promovidos pela Entidade.
Com o passar dos jogos, a fama de pior time do mundo se consolidou de maneira tal que hoje se trata de uma marca registrada. Tanto no Brasil quanto no exterior. Os torcedores e simpatizantes do Pássaro Preto desejam muitas felicidades e que a resistência continue.
Tudo começou quando funcionários da fábrica de Tecelagem de Seda e Algodão de Pernambuco (TSAP), que ficava no bairro de Santo Amaro, resolveram organizar um time. As cores rubro-negras foram uma influência do Sport. Já o mascote, veio além-mar. O íbis é uma ave pernalta, natural das regiões quentes da Europa e do norte da África.
Para ostentar o título de pior do mundo, o Íbis teve que ralar muito. Perder nove partidas seguidas, sofrer goleadas homéricas e ainda permanecer na Segunda Divisão estadual por dez anos (subiu em 1999, mas caiu de novo, em 2000), não é para qualquer um. Até o Corinthians Paulista andou superando a marca de derrotas, mas não chega a ameaçar.
Porém, nem só de revezes foi escrita a história do Íbis. Jogadores como o meia-direita Bodinho, o lateral-esquerdo Rildo, além do atacante Vavá, que defenderam o Pássaro Preto no final da década de 50, foram campeões mundiais pela Seleção Brasileira nas Copas de 58, 62 e 70.
O atual presidente do Íbis, Carlos Alberto ***** Carvalho, conta que o Pássaro Preto está abrindo as asas para vôos altos e já se prepara desde já para voltar à divisão principal do Pernambucano, em 2005. “Já temos formada uma comissão técnica e um grupo com cerca de 22 atletas. Depois, em julho, temos marcados três jogos na Europa, quando faremos duas partidas na Bélgica e uma na Alemanha”.
A comemoração do 65° aniversário do Íbis será marcada por um confronto amistoso entre o Master do Pássaro Preto e os jornalistas da Folha de Pernambuco, próximo sábado, no campo de futebol rápido da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), no Espinheiro.
Pássaro rumo ao estrelato
“O importante não é competir, mas sim existir!”. Eis o slogan que caracteriza bem que é o espírito do Íbis. Por sinal, os 65 anos de resistência do Pássaro Preto e suas façanhas hilariantes vão ganhar as telas de cinema do país, a partir de 2004. O diretor Paulo Fontenelle idealizou um longa metragem que será produzido pela Panorama Filmes e que conta ainda com apoio do Canal Brasil. “Eu acredito que é necessário deixar registrado em filme um marco do futebol brasileiro como é o Íbis”, atestou o diretor.
O filme será dividido em quatro partes compreendidas entre introdução, primeira, segunda e terceira etapas. Dentre as peripécias de maior repercussão do Íbis, o fato de ter sofrido 3.700 gols e só ter feito 120 gols é uma das razões que o levaram a condição de pior do mundo. “Afinal, não é todo dia que aparece um time como o Íbis”, brincou Fontenelle.
Além desta película, há também um projeto experimental de um grupo de estudantes de Jornalismo do Departamento de Comunicação Social da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) sobre o Pássaro Preto de Santo Amaro. “É sinal de que o Íbis tem história para se registrar”, disse um dos estudantes, que não quis se identificar.
O representante da fase áurea
Ao longo da história do Íbis, um personagem viveu os melhores anos da trajetória do Pássaro Preto. Durante as décadas de 50 e 60, Urbano Cerpa Brandão, 74 anos, foi o representante da agremiação de Santo Amaro na Federação Pernambucana de Futebol. “Eu presenciei os melhores e os piores momentos da equipe, durante a minha passagem no clube, por 16 anos”.
Dentre as maiores proezas do “pior time do mundo”, Urbano Cerpa contou que as vitórias sobre o Náutico, Santa Cruz e Sport não têm comparação. De acordo com o relato do ex-dirigente ibiense, todos os jogos foram emocionantes e, por coincidência, terminaram com o mesmo placar: 1x0.
“Contra o Náutico, a partida se realizou em 1961 e o gol do Íbis foi do atacante Carlos Alberto, nos Aflitos. Jagunço, o nosso goleiro, foi considerado o melhor jogador em campo. No ano de 1965, a gente conseguiu ganhar do Santa Cruz, também nos Aflitos. Naquela ocasião, o gol foi do ponta-esquerda Rildo. Por fim, em 1967, veio a vitória diante do Sport, no Arruda. Naquele dia, o centroavante Antônio Carlos fez a festa da nossa torcida”, recordou Urbano.
Para Urbano Brandão, estas foram as maiores glórias. Porém, a maior decepção foi ter perdido os dois pontos da vitória para o Timbu, naquele memorável jogo na temporada de 1961. “Descobriram um atleta que foi inscrito de maneira irregular e todo aquele esforço foi por água abaixo”.
2006-11-24 06:11:49
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answer #1
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answered by ricardo_levita 1
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