Getúlio Dornelles Vargas (São Borja, 19 de abril de 1882 — Rio de Janeiro, 24 de agosto de 1954) foi um polÃtico brasileiro, chefe civil da Revolução de 1930 e por quatro vezes Presidente da República.
Governou o Brasil de 1930 a 1934 no Governo Provisório; de 1934 a 1937 no governo constitucional; de 1937 a 1945 no Estado Novo; e de 1951 a 1954 como presidente eleito pelo voto direto.
Getúlio era chamado por alguns de "Seu GeGê" e, até hoje, é considerado por muitos como o "pai dos pobres". Para seus partidários, era o Dr. Getúlio; para seus opositores, simplesmente "Getúlio". Só foi chamado de Vargas pelos historiadores estrangeiros, os brasilianistas.
Sua doutrina e seu estilo polÃtico foram chamados de Getulismo, ou, pelos brasilianistas, de Varguismo. Seus seguidores, que até hoje existem, de getulistas.
Suicidou-se com um tiro no coração, em seu quarto, no Palácio do Catete, na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal.
Getúlio Vargas foi o mais controvertido polÃtico brasileiro do século XX, e sua influência se estende até hoje.
Sua herança polÃtica é reclamada por pelo menos dois partidos polÃticos atuais: o PDT e o PTB.
Vida antes da Presidência
[editar] A origem
Nasceu no interior do Rio Grande do Sul, no municÃpio de São Borja, filho de Manuel do Nascimento Vargas e de Cândida Dornelles Vargas.
Quando jovem, alterou alguns documentos para fazer constar seu ano de nascimento como 1883. Esse ato sintomático somente foi descoberto nas comemorações do centenário de seu nascimento, quando, em sua certidão de batismo, descobriu-se que nascera em 1882.
Getúlio Vargas fazia parte de uma famÃlia tradicional gaúcha da zona rural e de fronteira: os pampas. Sua famÃlia paterna é originária dos Açores. Estudou em sua terra natal, depois em Ouro Preto.
Inicialmente, tentou a carreira militar, tornando-se em 1898 soldado na guarnição de seu municÃpio natal e, em 1900, matriculou-se na Escola Preparatória e de Tática de Rio Pardo (RS), onde não permaneceu por muito tempo, sendo transferido para Porto Alegre, a fim de terminar o serviço militar.
Essa passagem pelo exército e a origem militar, (seu pai lutou na guerra do Paraguai), seriam decisivos na formação da compreensão que Getúlio tinha dos problemas das forças armadas e no seu empenho em modernizá-las quando chegou à Presidência da República.
Matriculou-se em 1904 na Faculdade de Direito de Porto Alegre, onde conheceu o então cadete da escola militar Eurico Gaspar Dutra. Bacharelou-se em Direito no ano de 1907. Trabalhou inicialmente como promotor junto ao fórum de Porto Alegre, mas decidiu retornar à sua cidade natal para exercer a advocacia.
Sua orientação filosófica, como muitos de seu Estado e sua época, foi partidária do positivismo.
Casou-se em 1911 com Darcy Lima Sarmanho, com quem teve cinco filhos. Este casamento foi um ato de conciliação pois as famÃlias dos noivos foram de partidos polÃticos rivais na revolução federalista de 1893.
[editar] A carreira polÃtica
Em 1909 elegeu-se deputado estadual, sendo reeleito em 1913. Renunciou pouco tempo depois, em protesto às atitudes tomadas pelo então presidente (cargo hoje intitulado governador) do Rio Grande do Sul, Borges de Medeiros, durante a eleição. Retornou à Assembléia Legislativa estadual em 1917, sendo novamente reeleito em 1921.
Quando se preparava para combater a revolução de 1923 no interior de seu estado, foi chamado para concorrer a uma vaga de deputado federal pelo PRR (Partido Republicano Riograndense). Foi eleito, tornando-se lÃder da bancada gaúcha, ou seja, lÃder dos deputados do Rio Grande do Sul na Câmara dos Deputados, no Rio de Janeiro.
Assumiu o ministério da Fazenda (1926-1927) durante o governo de Washington LuÃs. Deixou o cargo de ministro para candidatar-se e vencer as eleições para presidente do Rio Grande do Sul (mandato exercido entre 1928-1929).
Durante esse mandato, quando se lançou candidato à presidência da República, iniciou um forte movimento de oposição ao governo federal, exigindo o fim da corrupção eleitoral, a adoção do voto secreto e do voto feminino.
Getúlio, porém, manteve bom relacionamento com o presidente Washington LuÃs, obtendo verbas federais para o Rio Grande do Sul. Criou o Banco do Estado do Rio Grande do Sul, e apoiou a criação da VARIG (Viação Aérea Rio Grande). Quando Presidente de seu estado, começou a se destacar como conciliador, conseguindo unir os partidos polÃticos do Rio Grande do Sul, o PRR e o Partido Libertador, antes profundamente divididos
Revolução de 1930
Os chefes da Revolução de 30: Getúlio Vargas (à direita), Miguel Costa (à esquerda) e o Tenente Coronel Góes Monteiro, futuro Ministro da Guerra, em pé.
[editar] O problema da sucessão presidencial
Na república velha (1889-1930), vigorava no Brasil a chamada "polÃtica do café com leite", em que polÃticos de São Paulo e de Minas Gerais alternavam-se na presidência da república.
Porém, no começo de 1929, o presidente da República, Washington LuÃs, paulista, indicou o nome do presidente de São Paulo, Júlio Prestes de Albuquerque, também paulista, como seu sucessor, no que foi apoiado pelos presidentes de 17 estados.
Isso rompia o acordo tácito de alternância de polÃticos de São Paulo e de Minas na presidência. Washington LuÃs era por natureza um conciliador (assim que assumiu a presidência, por exemplo, libertou todos os presos polÃticos). Mas a queda nos preços do café em decorrência da crise de 1929 fez com que indicasse, como queriam os cafeicultores de São Paulo, um paulista como seu candidato. O café representava 70% das exportações brasileiras. Além disso, havia uma superprodução do produto nas fazendas e um grande estoque nas mãos do governo.
Os polÃticos de Minas Gerais ficaram insatisfeitos com a indicação de Júlio Prestes, pois esperavam que Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, presidente de seu estado, fosse o indicado, seguindo a tradição. Andrada ficaria conhecido como o "Arquiteto da Revolução de 1930".
Assim a polÃtica do café com leite chegou ao fim e iniciou-se a articulação de uma frente de oposição ao intento do presidente e dos 17 estados de eleger Júlio Prestes, a quem apenas três estados negaram apoio: Minas Gerais, Rio Grande do Sul e ParaÃba. Até hoje, lê-se na bandeira da ParaÃba a palavra NÃGO.
[editar] A Aliança Liberal
Minas Gerais, Rio Grande do Sul e ParaÃba uniram-se a polÃticos de oposição de diversos estados, inclusive do Partido Democrático de São Paulo (cujo chefe, Paulo Nogueira Filho, participou do Congresso Libertador realizado em Bagé, em 1928), para se opor à candidatura de Júlio Prestes, formando, em agosto de 1929, a Aliança Liberal, que lançou em 20 de setembro seus candidatos à s eleições presidenciais: Getúlio Dornelles Vargas para presidente da República e João Pessoa, presidente da ParaÃba, para a vice-presidência da República.
Washington LuÃs tentou convencer os presidentes gaúcho e mineiro de desistirem dessa iniciativa. Em carta dirigida a Andrada, argumantava que 17 estados apoiavam a candidatura oficial.
Getúlio Vargas enviou o senador Firmino Paim Filho para dialogar em seu nome com Washington LuÃs e Júlio Prestes. Em dezembro, formalizou-se um acordo,em que Getúlio Vargas comprometia-se a aceitar os resultados das eleições e, em caso de derrota da Aliança Liberal, a apoiar Júlio Prestes. Em troca, Washington LuÃs comprometia-se a não ajudar a oposição gaúcha a Getúlio.
A Aliança Liberal teve o apoio de intelectuais como José Américo de Almeida, João Neves da Fontoura e Lindolfo Collor, de membros das camadas médias urbanas e da corrente polÃtico-militar chamada "Tenentismo".
Destacavam-se, entre os tenentes: Cordeiro de Farias, Eduardo Gomes, Siqueira Campos, João Alberto Lins de Barros, Juarez Távora, Miguel Costa, LuÃs Carlos Prestes e Juracy Magalhães.
O presidente de Minas Gerais, Antônio Carlos, disse em um discurso interpretado como um presságio e um instinto de sobrevivência de um polÃtico experiente, ainda em 1929: " Façamos a revolução antes que o povo a faça".
[editar] A eleição e a revolução
A eleição para a presidência da república foi realizada no dia 1º de março de 1930 e vencida por Júlio Prestes, com 1.100.000 votos contra apenas 737.000 dados a Getúlio - que, no entanto, obteve 100% dos votos do Rio Grande do Sul. Houve acusações de fraude, de ambas as partes.
A Aliança Liberal recusou-se a aceitar o resultado das urnas. Os deputados e senadores aliados a Washington LuÃs e eleitos nos estados onde a Aliança Liberal conseguira vitória não obtiveram o reconhecimento dos seus mandatos.
A partir daÃ, iniciou-se uma conspiração, com base no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, com a intenção de não permitir que Júlio Prestes assumisse a presidência, o que deveria ocorrer em 15 de novembro.
Essa conspiração sofreu um revés em junho, com o Brado Comunista de LuÃs Carlos Prestes, que deveria ter sido o comandante militar da revolução de 1930, mas desistiu de seu comando para apoiar o comunismo. Logo em seguida, morreu em acidente aéreo o tenente Siqueira Campos.
No dia 26 de julho de 1930, João Pessoa, então presidente da ParaÃba, foi assassinado por João Dantas, em Recife, por questões de ordem pessoal. Dantas, cuja famÃlia era inimiga polÃtica de João Pessoa, tivera seu escritório de advocacia saqueado. Foi arrombado o cofre onde se encontravam cartas e poemas de amor da escritora Anayde Beiryz, que foram divulgados e considerados escabrosos. Alguns livros de história afirmam que a correspondência foi publicada no jornal do governo estadual, A União. Outros dizem que as cartas apenas circularam de mão em mão. De qualquer forma, tornaram-se públicas. Foi um escândalo. No dia 26 de julho, quando João Pessoa estava com amigos na Confeitaria Glória, em Recife, João Dantas vingou-se: acompanhado de um cunhado, disparou dois tiros contra o peito do presidente da ParaÃba, dizendo: "Sou João Dantas, a quem tanto humilhaste e maltrataste".
Dantas foi preso e levado para a Casa de Detenção da ParaÃba, onde foi espancado e morto. Oficialmente, suicidou-se. Anayde foi encontrada morta em 22 de outubro, por envenenamento, em Recife. Outro suposto suicÃdio.
Apesar de totalmente desvinculado da eleição de Júlio Prestes, o episódio do assassinato de João Pessoa foi o estopim que deflagrou a mobilização armada dos partidários de Getúlio.
A revolução se alastrou por todo o paÃs. Oito governos estaduais, no nordeste, foram rapidamente depostos pelos tenentes. Uma exceção foi Pernambuco, cuja resistência foi notável.
Em Minas Gerais, inesperadamente, houve também resistência, pois o 12º Regimento de Infantaria de Belo Horizonte não aceitou o golpe.
No dia 10, Getúlio Vargas partiu, por ferrovia, rumo ao Rio de Janeiro, capital federal na época.
A revolução avançava sobre Santa Catarina e o Paraná, seguindo para a região de Itararé, na divisa do Paraná com São Paulo, onde as forças do governo federal estavam acampadas para deter o avanço das tropas revolucionárias. Esperava-se que ocorresse uma grande batalha em Itararé.
Em meados de outubro, a revolução dominava quase todo o paÃs. Mantinham-se leais ao governo federal os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pará.
Não houve a esperada batalha, porque em 24 de outubro, antes que ela ocorresse, os generais Tasso Fragoso e Menna Barreto e o Almirante IsaÃas de Noronha depuseram Washington LuÃs e formaram uma Junta Provisória de governo.
Jornais que apoiavam o governo deposto foram empastelados, Júlio Prestes, Washington LuÃs e vários outros polÃticos da república velha foram exilados.
[editar] O Governo Provisório (1930 - 1934)
[editar] Uma república nova
Ãs 3 horas da tarde de 3 de novembro de 1930, a junta militar passou o poder, no Palácio do Catete, a Getúlio Vargas, (que vestia farda militar pela última vez na vida), encerrando a chamada república velha.
Na mesma hora, no centro do Rio de Janeiro, os soldados gaúchos cumpriam a promessa de amarrar os cavalos no obelisco da avenida Rio Branco, marcando simbolicamente o triunfo da Revolução de 1930.
Getúlio tornou-se Chefe do Governo Provisório com amplos poderes. A constituição de 1891 foi revogada e Getúlio governava por decretos. Getúlio nomeou interventores para os Governos Estaduais, na maioria tenentes que participaram da Revolução de 1930.
Houve no ÃnÃcio, uma espécie do comando revolucionário, apelidado de "Gabinete Negro", mas logo Getúlio conseguiu se livrar da influência dos tenentes e governar só com o ministério.
O ministério, de apenas 9 pessoas, foi cuidadosamente montado com elementos dos estados e partidos vencedores da revolução de 1930.
Foram investigadas as administrações e os polÃticos da república velha, e, como o próprio Getúlio confirma em seu Diário, nada foi encontrado de irregulariedades e corrupção naquele regime, motivo pelo qual mais tarde surgiria a expressão: "os honrados polÃticos da república velha".
A radicalização dos tenentes representou seu maior perigo a Getúlio em 25 de fevereiro de 1932, quando foi destruÃdo (empastelamento) um jornal da oposição no Rio de Janeiro, o "Diário Carioca", que levou à renúncia dois ministros de Getúlio e fazendo com que os jornais do Rio de Janeiro ficassem 2 dias sem circular, em solidariedade ao Diário Carioca.
Getúlio Vargas cumpriu as principais promessas da Revolução de 1930: 1- Anistiou os revolucionários dos anos 1920 (levante do forte de copacabana de 1922, revolução de 1924, coluna Prestes}. 2- criou o voto secreto e o voto feminino, o código eleitoral e a Justiça Eleitoral, o que fez diminuir muito a fraude eleitoral. 3- Ampliou os direitos trabalhistas, formalizando-os pela CLT, instituÃda em 1943. 4- Criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (1930) e o Ministério da Educação e Saúde.
[editar] As realizações do Governo Provisório
Durante o Governo provisório, Getúlio Vargas deu inÃcio à modernização do Estado brasileiro. Criou o código das águas, o código florestal, a propaganda comercial nas rádios e a lei da usura (na verdade, um decreto) que proÃbe os juros abusivos, não revogada até hoje.
Em 1931 foi declarada uma moratória e renegociada a dÃvida externa brasileira.
Em 19 de março de 1931, foi editada a Lei de Sindicalização, tornando obrigatória a aprovação dos estatutos dos sindicatos trabalhistas e patronais pelo Ministério do Trabalho.
Getúlio conseguiu o restabelecimento de relações amistosas entre o Estado brasileiro e a Igreja Católica, muito influente naquela época, e rompida com o governo brasileiro desde o advento da república e do casamento civil. Facilitou essa conciliação com a Igreja, o estabelecimento, em 1933, da religião católica como religião oficial do Brasil.
Realizaram-se seguidas e grandes queimas de café em Santos, para a valorização do preço do café, o qual tinha caido muito durante a grande depressão de 1929.
[editar] A Revolução de 1932 e a eleição de 1933
Em 9 de julho de 1932, eclodiu a Revolução Constitucionalista em São Paulo.
O Partido Republicano Paulista e o Partido Democrático de São Paulo, que antes apoiara a Revolução de 1930, uniram-se na Frente Ãnica para exigir o fim da ditadura do "Governo Provisório" (Vargas havia revogado a Constituição de 1891 e governava através de decretos) e a promulgação de uma nova constituição.
Os paulistas consideravam que São Paulo estava sendo tratado como terra conquistada, sendo governada por tenentes de outros estados e sentiam, segundo eles, que a revolução de 1930 fora feita contra São Paulo.
O estopim da revolta foram as mortes de 5 estudantes paulistas, assassinados no centro de São Paulo por partidários da ditadura em 23 de maio de 1932. Surgiu em seguida um movimento de oposição que ficou conhecido como MMDC, iniciais dos nomes dos estudantes mortos: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. Esse movimento foi o responsável pela revolução. (Orlando de Oliveira Alvarenga, alvejado também em 23 de maio, faleceu em 12 de agosto de 1932.)
Foi montado um grande contingente de voluntários civis e militares que travaram uma luta armada contra o Governo Provisório, com o apoio de polÃticos de outros Estados, como Borges de Medeiros, Artur Bernardes e João Neves da Fontoura.
Iniciado em 9 de julho, esse movimento estendeu-se até 2 de outubro de 1932, quando foi derrotado militarmente.
Porém o término da revolução constitucionalista marcou o inÃcio de um perÃodo de democratização do Brasil.
Em 3 de maio de 1933 foram realizadas eleições para a Assembléia Nacional Constituinte quando a mulher votou pela primeira vez no Brasil em eleições nacionais. Nesta eleição, graças à criação da Justiça Eleitoral, as fraudes deixaram de ser rotina nas eleições brasileiras.
Na versão do governo, a revolução de 1932 não era necessária pois as eleições já tinham data marcada para ocorrer. Segundo os paulistas não teria havido redemocratização do Brasil, se não fosse o movimento constitucionalista de 1932.
Getúlio, terminado a revolução de 1932, se reconcilia com São Paulo, e depois de várias negociações polÃticas, nomeia um civil e paulista para interventor em São Paulo Armando de Sales Oliveira, e mais tarde participa pessoalmente da inauguração da avenida 9 de julho em São Paulo.
[editar] O Governo Constitucional (1934 - 1937)
Foi instalada em novembro de 1933 a Assembléia Nacional Constituinte que promulgou uma nova Constituição em 16 de julho de 1934. Nesta constituinte participou pela primeira vez uma mulher deputada e houve a presença de deputados eleitos pelos sindicatos: os deputados classistas.
Constituição tida como progressista para uns; E para Getúlio:- ImpossÃvel de se governar com ela!.
Nesse mesmo dia, o Congresso Nacional elegeu, por voto indireto, Getúlio Vargas como Presidente da República. Não havia, na constituição de 1934, a figura do vice-presidente.
Os estados fizeram, depois, suas constituições e muitos interventores se tornaram governadores, o que significou uma ampla vitória, nos estados, dos partidários de Getúlio.
Neste perÃodo cresceu a radicalização polÃtica, especialmente entre a Ação Integralista Brasileira (AIB), de inspiração fascista, liderada por PlÃnio Salgado, e a Aliança Nacional Libertadora (ANL), movimento dominado pelo Partido Comunista do Brasil (PCB), pró Moscou.
O fechamento da ANL, determinado por Getúlio Vargas, bem como a prisão de alguns de seus partidários, precipitaram as conspirações que levaram à Intentona Comunista de 27 de novembro de 1935, movimento ocorrido nas cidades de Natal, Recife e Rio de Janeiro.
A Partir daÃ, seguiram-se os "estado de sÃtio" e a instabilidade polÃtica, que levaram Getúlio a implantar o Estado Novo.
[editar] Estado Novo (1937 - 1945)
[editar] O golpe de estado de 1937
Em 1937, quando se aguardavam as eleições presidenciais marcadas para janeiro de 1938, a serem disputadas por José Américo de Almeida e Armando de Sales Oliveira, foi denunciado pelo governo a existência de um plano comunista para tomada do poder.
Este plano ficou conhecido como Plano Cohen, e depois se descobriu ter sido forjado por um adepto do integralismo, o capitão Olympio Mourão Filho, o mesmo que daria inÃcio à revolução de 1964.
Com a comoção popular causada pelo Plano Cohen, com a instabilidade polÃtica gerada pela intentona comunista, com o receio de novas revoluções comunistas, com os seguidos estados de sÃtios, foi sem resistência que Getúlio Vargas deu um golpe de estado e instaurou uma ditadura em 10 de novembro de 1937, através de um pronunciamento transmitido por rádio a todo o paÃs, que durou até 1945.
O último grande obstáculo de Getúlio enfrentou para dar o golpe de estado foi o bem armado e imprevisÃvel interventor no Rio Grande do Sul, Flores da Cunha, mas este não resistiu ao cerco de Getúlio e se refugiou no Uruguai, antes do golpe do Estado Novo (1937) .
[editar] A Implantação do Estado Novo
Essa ditadura recebeu o nome de Estado Novo, (nome tirado da ditadura de António de Oliveira Salazar em Portugal), e durou até 29 de outubro de 1945, quando Getúlio foi deposto.
Getúlio Vargas determinou o fechamento de Congresso Nacional e extinção dos partidos polÃticos. Ele outorgou uma nova constituição, que lhe conferia o controle total do poder executivo e lhe permitia nomear interventores nos estados e previa um novo Legislativo, porém nunca se realizaram eleições no Estado Novo.
Esta constituição, apelidada de "Polaca", (denominação usada para mostrar que Constituição Brasileira de 1937 foi amplamente influenciada pela Constituição autoritária da Polônia e, depreciativamente, o nome de uma zona de baixo meretrÃcio no Rio de Janeiro), na prática não vigorou pois Getúlio governou durante todo o Estado Novo por decreto-lei e nunca convocou o plebiscito previsto na "Polaca".
Na versão de Francisco Campos que redigiu a "Polaca", esse foi o erro de Getúlio no Estado Novo: Não ter instalado o poder legislativo e se legitimado pelo voto em plebiscito.
Como Francisco Campos afirmou que começara a redigir a nova constituição em 1936, suspeita-se que a decisão de dar um golpe de estado foi tomada logo depois da intentona comunista em novembro de 1935.
Alguns escritores como Monteiro Lobato foram presos. No seu caso, o mesmo foi preso por ter enviado uma carta à Getúlio criticando a sua polÃtica em relação ao petróleo brasileiro. Monteiro Lobato queria que o governo explorasse esse recurso natural do paÃs. O governo, por sua vez,nada fazia, em parte em virtude das pressões das grandes compahias estrangeiras, que, interessadas em continuar vendendo petróleo ao Brasil, insistiam em afirmar que aqui não existia petróleo. As pressões populares, no entanto, acabaram levando ao próprio Vargas a criar a Petrobras.
[editar] A consolidação do poder
O único protesto à instalação do Estado Novo ocorreu em 11 de maio de 1938. Os integralistas, insatisfeitos com o fechamento da AIB, invadiram o Palácio Guanabara, numa tentativa de deposição de Getúlio Vargas.
Esse episódio ficou conhecido como Levante Integralista e levou Getúlio a criar uma guarda pessoal, apelidada depois de "Guarda Negra".
Uma série de medidas fizeram-se necessárias para Getúlio se fortalecer no poder: 1- Nomeação de interventores de estrita confiança para governarem os estados e que fossem bem relacionados em seus estados; 2- Eliminação dos tenentes de 1930 como força polÃtica relevante e acima da hierarquia militar; 3- Disciplina e profissionalização das forças armadas; 4- Censura aos meios de comunicação realizada pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), o qual também fazia ampla propaganda do Estado Novo e 5- Desarmamento das polÃcias estaduais, que passaram a ter somente armas leves.
[editar] A modernização do Estado, das leis e das instituições
Entre 1937 e 1945, duração do Estado Novo, Getúlio Vargas deu continuidade à reestruturação do estado e profissionalização do serviço público, criando o DASP (Departamento Administrativo do Serviço Público} e o IBGE. Aboliu os impostos nas fronteiras interestaduais e modernizou e ampliou o imposto de renda.
Orientou-se cada vez mais para a intervenção estatal na economia e para o nacionalismo econômico, e provocou um forte impulso à industrialização.
Adotou a centralização administrativa como marca para criar uma burocracia estatal ampliada e profissionalizada, até então inexistente. Um exemplo disto, é que o número de leis, decretos e decretos-lei baixados por Getúlio Vargas é muito maior que o número de todos os diplomas legais baixados na república velha.
Foram criados, nesse perÃodo, O Ministério da Aeronáutica, o CNP (Conselho Nacional do Petróleo) que depois daria origem à Petrobrás em 1953.
Foram criadas ainda a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Companhia Vale do Rio Doce, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco e a Fábrica Nacional de Motores (FNM), dentre outros.
Foi criada uma nova moeda nacional, o cruzeiro. Foi feita uma reforma ortográfica, em 1943, simplificando a grafia da lÃngua portuguesa.
Editou o Código Penal e o Código de Processo Penal e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), todos até hoje em vigor.
Getúlio criou a carteira de trabalho, a Justiça do Trabalho, o salário mÃnimo, a estabilidade do emprego depois de dez anos de serviço (revogada em 1965} e o descanso semanal remunerado.
Regulamentou o trabalho dos menores de idade, da mulher e o trabalho noturno. Fixou a jornada de trabalho em oito horas diárias de serviço e ampliou o direito à aposentadoria a todos os trabalhadores urbanos.
Durante o Estado Novo, deu-se a rápida e eficiente colonização e povoamento do Norte do Paraná por empresas privadas de colonização, e foram criados territórios federais nas fronteiras, para o desenvolvimento do interior do Brasil, ainda praticamente despovoado.
Getúlio Vargas (centro) e Roosevelt (à direita) - ambos de chapéu panamá - em Natal. Janeiro de 1943. Agência Brasil.
[editar] A Segunda Guerra Mundial e a queda em 1945
[editar] O Brasil na Grande Guerra
Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, em 1939, Getúlio Vargas manteve um posicionamento neutro até 1941.
No inÃcio de 1942, durante a Conferência dos paÃses sul-americanos no Rio de Janeiro, estes paÃses decidiram, a contragosto de Getúlio (este, um simpatizante das idéias fascistas, vendo que seu modelo polÃtico foi amplamente influenciado por essa doutrina autoritária), condenar os ataques japoneses aos Estados Unidos da América e romper relações diplomáticas com a Alemanha, a Itália e o Japão.
Logo em seguida, ainda em 1942, submarinos alemães atacaram navios brasileiros, pondo um fim a neutralidade brasileira. Após estes ataques, Getúlio declarou a guerra à Alemanha e à Itália.
Brasil e Estados Unidos assinaram um acordo pelo qual o governo norte-americano se comprometeu a financiar a construção da primeira usina siderúrgica brasileira em Volta Redonda, em troca da permissão para a instalação de bases militares e aeroportos no Nordeste e em Fernando de Noronha.
Os norte-americanos precisavam muito de borracha, pois não tinham mais a borracha da Ãsia, então surgiu, no Brasil, uma grande imigração de nordestinos para a Amazônia para extrair borracha, (o soldado da borracha), que mudou a história da Amazônia.
Em 28 de janeiro de 1943, Vargas e Franklin Delano Roosevelt (Presidente dos EUA) participaram da Conferência de Natal, onde ocorreram os primeiros acordos que resultaram na criação, em novembro, da Força Expedicionária Brasileira (FEB).
O sÃmbolo da FEB era a "cobra fumando" pois Getúlio havia dito: -"à mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na Guerra."
Os pracinhas da FEB, um total de 25.000 homens, foram enviados, a partir de julho de 1944, para combater na Itália. Entre os pracinhas, havia oito estudantes de Direito da Universidade de São Paulo, participantes de manifestações pacÃficas de oposição a Getúlio, como a Passeata do Silêncio, em que desfilaram com mordaças negras para simbolizar a falta de liberdade de expressão. "Fomos convocados por castigo - como se pudesse ser um castigo servir ao Brasil!", escreveu um desses estudantes, Geraldo Vidigal, no livro O Aprendiz de Liberdade - Do Centro XI de Agosto à Segunda Guerra Mundial. A função desses estudantes na guerra: desarmar minas terrestres antes que os tanques passassem. Dos soldados enviados para combater na Europa, 450 não voltaram.
Em 8 de maio de 1945, a guerra acabou na Europa.
[editar] O declÃnio e o fim do Estado Novo
Em 1943 ocorre o primeiro protesto organizado contra o Estado Novo, em Minas Gerais, chamado Manifesto dos Mineiros, redigido e assinado por advogados mineiros, muitos dos quais se tornariam influentes juristas e polÃticos importantes da UDN.
Um ferrenho opositor do Estado Novo, foi Monteiro Lobato que chegou a ser preso e acusava Getúlio de não deixar os brasileiros procurarem petróleo livremente.
Com a aproximação do término da Segunda Guerra Mundial, em 1945, as pressões em prol da redemocratização ficam mais fortes.
A entrevista, em 1945, de José Américo de Almeida a Carlos Lacerda marca o fim da censura à imprensa no Estado Novo.
Apesar de algumas medidas tomadas, como a definição de uma data para as eleições (2 de dezembro), a anistia, a liberdade de organização partidária, e o compromisso de fazer eleger uma nova Assembléia Constituinte.
Surge, então, liderado pelo empresário Hugo Borghi, o "Queremismo" com os lemas: "Queremos Getúlio" e "Constituinte com Getúlio", mas isto não ocorreu.
Getúlio Vargas foi deposto em 29 de outubro de 1945, por um movimento militar liderado por generais que compunham seu próprio ministério, renunciando formalmente ao cargo de presidente.
O pretexto para o golpe foi a nomeação de um irmão de Getúlio para Chefe de PolÃcia no Rio de Janeiro.
Getúlio foi substituido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, porque na Constituição de 1937 não existia a figura do vice-presidente. E este presidente interino, José Linhares, ficou três meses no cargo até passar o poder ao presidente eleito em 2 de dezembro de 1945, Eurico Dutra.
[editar] O intervalo 1945 - 1950
Getúlio foi um caso único no mundo de um ditador afastado do poder sem sofrer nenhuma punição (nem mesmo o exÃlio que impusera ao presidente Washington LuÃs, ao depô-lo), e sem ter os direitos polÃticos cassados. Getúlio Vargas retirou-se à sua estância em São Borja, no Rio Grande do Sul.
Apoiou a candidatura do general Eurico Gaspar Dutra, seu ex-ministro da Guerra (hoje "Comando do Exército") durante todo o Estado Novo, à presidência da República. Dutra venceu a eleição.
Na formação da Assembléia Nacional Constituinte de 1946, Getúlio Vargas foi eleito senador por dois Estados: Rio Grande do Sul e São Paulo, pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Por esta legenda, foi também eleito representante à Câmara dos Deputados por sete estados.
Getúlio participou muito pouco da Constituinte e foi o único parlamentar a não assinar a Constituição de 1946.
Assumiu seu cargo no Senado Federal como representante gaúcho, e exerceu o mandato de senador durante o perÃodo 1946-1949.
Deixando o Senado, foi viver na sua estância (propriedade rural nos pampas) em São Borja, onde foi muito assediado por seus partidários para retornar à vida pública.
Acabou aceitando voltar à polÃtica e, já com 68 anos, percorreu o Brasil em campanha eleitoral, prometendo que o povo subiria com ele as escadarias do Palácio do Catete.
Uma sÃntese das dificuldades que Getúlio enfrentaria como candidato e como presidente é dada pela frase do escritor, polÃtico e jornalista Carlos Lacerda que afirmou, a respeito de Getúlio:
- "Esse homem não pode se candidatar, se se candidatar não poderá ser eleito, se for eleito não poderá tomar posse, se tomar posse não poderá governar".
Era mais ou menos a mesma visão que, em 1930, a Aliança Liberal tivera quanto à candidatura e posterior vitória de Júlio Prestes, o Seu Julinho, último cidadão nascido no Estado de São Paulo a ser eleito presidente do Brasil.
[editar] O governo eleito (1950 - 1954)
[editar] A eleição de 1950
Getúlio foi eleito em 3 de outubro de 1950, derrotando a UDN que tinha como candidato novamente Eduardo Gomes, e o Partido Social Democrático, que abandonou seu candidato Cristiano Machado e apoiou Getúlio. (Desse episódio é que surgiu a expressão "cristianizar um candidato").
Fundamental para sua eleição foi o apoio do Governador de São Paulo Adhemar Pereira de Barros, que tinha sido nomeado por Getúlio como interventor em São Paulo, durante o Estado Novo, entre 1937 e 1941. Adhemar transferiu a Getúlio Vargas um milhão de votos paulistas. Esperava que, em troca desse apoio em 1950, Getúlio o apoiasse, nas eleições de 1955, para a presidência da república.
Outra ajuda valiosa para a vitória eleitoral de Getúlio, que tinha toda a imprensa contra ele, veio de Hugo Borghi, que distribuiu milhares de panfletos acusando o candidato Eduardo Gomes de ter dito: "- Não preciso dos votos dos marmiteiros".
[editar] Uma administração polêmica
Getúlio teve um governo tumultuado, devido a medidas tomadas e a acusações de corrupção.
Um polêmico reajuste do salário mÃnimo em 100%, ocasionou o "Manifesto dos Coronéis" (um protesto público, em fevereiro de 1954, dos militares contra seu governo - um dos coronéis se chamava Golbery do Couto e Silva), seguido da demissão do ministro do trabalho João Goulart.
Foram também polêmicas: 1- A lei sobre restrição da remessa de lucros das empresas estrangeiras para o exterior, 2- A lei sobre crimes contra a economia popular e 3- A lei sobre o monopólio estatal da exploração e produção de petróleo.
Neste perÃodo, foram criadas a Petrobrás, o BNDES, o IBC (Instituto Brasileiro do Café), o seguro agrário, o Banco do Nordeste, a CACEX (carteira de comércio exterior) do Banco do Brasil.
Foi feito um acordo de cooperação militar com os Estados Unidos que vigorou até 1977.
Tentou, mas não conseguiu, criar a Eletrobrás, que só seria criada em 1961.
Houve uma série de acusações de corrupção a membros do governo e pessoas próximas a Getúlio, o que levou-o a dizer que estava sentado em "um mar de lama".
O caso mais grave de corrupção, que jogou grande parte da opinião pública contra Getúlio, foi a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do jornal "Ãltima Hora", de propriedade de Samuel Wainer, acusado por Carlos Lacerda e outros de receber dinheiro do Banco do Brasil para apoiar Getúlio.
[editar] O crime da rua Tonelero e o fim
Na madrugada de 5 de agosto de 1954, um atentado a tiros de revólver, na frente do edifÃcio onde residia Carlos Lacerda em Copacabana, no Rio de Janeiro, mata o Major Rubens Florentino Vaz, da Força Aérea Brasileira (FAB) e fere, no pé, Carlos Lacerda, jornalista e ex-deputado federal da UDN que fazia forte oposição a Getúlio.
O atentado foi atribuÃdo a Alcino João Nascimento e seu auxliar Climério Euribes de Almeida, membros da guarda pessoal de Getúlio, chamada pelo povo de "Guarda Negra". Ao tomar conhecimento do atentado contra Carlos Lacerda na Rua Tonelero, Getúlio disse: "Esse tiro me pegou pelas costas".
A crise polÃtica que se instalou foi muito grave porque, além da importância de Carlos Lacerda, a FAB tinha como seu grande herói o Brigadeiro Eduardo Gomes, da UDN, que Getúlio derrotara nas eleições de 1950. A FAB criou uma investigação paralela do crime que foi apelidada de "República do Galeão".
Existem várias versões para o crime da rua Tonelero nº 180. Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal do presidente Getúlio Vargas, chamado pelo povo simplesmente de Gregório, foi acusado de ser o mandante do atentado. Há quem diga que o pistoleiro Alcino João do Nascimento aos 82 anos (em 2004), garantiu que o primeiro tiro que atingiu o major partiu do revólver de Carlos Lacerda. Existe também um depoimento de um morador da Rua Tonelero que garante que Carlos Lacerda não foi ferido a bala. O fato é que Gregório confessou ser o mandante do atentado contra o jornalista e polÃtico Carlos Lacerda, ferrenho opositor de Getúlio Vargas e, em 1956, os acusados do crime da rua Toneleros foram levados a um primeiro julgamento: Gregório Fortunato foi condenado a 25 anos de prisão como mandante do crime, pena reduzida a 20 anos por Juscelino Kubitschek e a 15 por João Goulart. Gregório foi assassinado em 1962, no Rio de Janeiro, dentro da penitenciária Lemos de Brito, pelo também detento Feliciano Emiliano Damas.
Essa crise levou Getúlio Vargas ao suicÃdio na madrugada de 23 para 24 de agosto de 1954.
A data não poderia ser mais emblemática. Getúlio, que se sentia massacrado pela oposição, pela "República do Galeão" e pela imprensa, escolheu a noite de São Bartolomeu para sua morte.
Assumiu a presidência da república o vice-presidente Café Filho, da oposição a Getúlio, que nomeou uma nova equipe de ministros e deu nova orientação ao governo.
Getúlio deixou uma carta-testamento que foi lida, na sua versão datilografada, de maneira emocionada, por João Goulart no enterro de Getúlio em São Borja.
Esta carta-testamento até hoje é alvo de discussões sobre sua autenticidade. Chama muito a atenção, na versão datilografada da carta-testamento, a frase em espanhol "Se queda desamparado" .
Assim, tanto na vida quanto na morte, Getúlio foi motivo de polêmica.
No cinquentenário de sua morte, em 2004, os restos mortais de Getúlio foram trasladados para um monumento no centro de sua cidade natal.
[editar] Herança polÃtica
Desfile dos trabalhadores no dia 1º de Maio, homenageando o Pai dos Pobres
[editar] "A polÃtica do Brasil a partir de 1930"
A partir de Getúlio Vargas, os estados que fizeram a revolução de 1930 tomaram o comando da polÃtica nacional.
Todos os presidentes de 1930 até 1964, são gaúchos ou mineiros, excetuando-se Eurico Dutra, e, por alguns meses apenas, os governos Café Filho, Nereu Ramos e Jânio Quadros.
Nos 50 anos seguintes à Revolução de 1930, mineiros e gaúchos estiveram na presidência da república por 41 anos.
Com a queda de Washington LuÃs acaba o ciclo de presidentes maçons. Apenas dois dos presidentes da república velha não eram membros da maçonaria. Nos 60 anos seguintes a 1930, maçons ocupariam a presidência por meses apenas.
Três ex-ministros de Getúlio chegaram à presidência da república: Eurico Dutra, João Goulart e Tancredo Neves, este não chegou a assumir o cargo.
Três tenentes de 1930 chegaram à presidência da república: Castelo Branco, Médici e Geisel.
Um filho de um tenente de 1930 ocupou a presidência por oito anos: Fernando Henrique Cardoso.
E ainda mais: O ex-tentente Juarez Távora foi o segundo colocado nas eleições presidenciais de 1955, e o ex-tenente Eduardo Gomes, o segundo colocado, em 1945 e 1950. Ambos candidatos da UDN , o que mostra também a influência dos ex-tenentes na UDN, partido este que tinha ainda, entre seus lÃderes, o ex-tenente Juraci Magalhães, que quase foi candidato em 1960.
Seu afilhado polÃtico Leonel Brizola, de quem foi padrinho de casamento e grande incentivador e "professor" na polÃtica, também ocupou lugar de destaque na polÃtica brasileira do século XX e se candidatou à Presidência da República por duas vezes, além de ser o único cidadão a ser eleito para governar dois estados diferentes: o Rio Grande do Sul entre 1959 e 1962 e o Rio de Janeiro por duas vezes: de 1983 a 1987 e de 1991 a 1994.
Os partidos fundados por Getúlio Vargas, o PSD (partido dos ex-interventores no Estado Novo e intervencionista na economia} e o antigo PTB, dominaram a cena polÃtica de 1946 até 1964.
PSD, UDN e PTB, os maiores partidos polÃticos daquele perÃodo, eram liderados por mineiros (PSD e UDN) e por gaúchos (o PTB).
Desde a eleição em 1930 de Júlio Prestes, que não chegou a assumir o cargo, nenhum cidadão nascido em São Paulo foi eleito ou ocupou a presidência, exceto, e por alguns dias apenas, Ranieri Mazzilli e o Ulisses Guimarães. Presidentes considerados "de São Paulo", como Fernando Henrique Cardoso e LuÃs Inácio Lula da Silva, são, respectivamente, carioca e pernambucano, embora FHC tenha se formado pela Universidade de São Paulo e Lula tenha vivido em São Paulo desde os 7 anos.
Há quem diga que o suicÃdio de Getúlio Vargas adiou um golpe militar que pretendia depô-lo e tornou-se, então, desnecessário. O golpe veio, por fim, em 1964.
Para outros, o suicÃdio de Getúlio fez com que passasse de acusado a de vÃtima. Isto teria preservado a popularidade do trabalhismo e do PTB e impedido Café Filho de fazer uma devassa no governo de Getúlio, facilitado a eleição de Juscelino Kubitschek, em 1955, considerado por alguns como "herdeiro polÃtico" de Getúlio.
[editar] Um novo estilo na polÃtica
Apesar de 15 anos (1930-1945) não serem um perÃodo longo, em se tratando de carreira polÃtica, rarÃssimos foram os polÃticos da república velha que conseguiram retomar suas carreiras polÃticas depois da queda de Getúlio em 1945. A renovação do quadro polÃtico foi quase total. Renovação tanto de pessoas quanto da maneira de se fazer polÃtica.
Getúlio foi o primeiro a fazer no Brasil propaganda pessoal em larga escala chamada "culto à personalidade", tÃpica do nazismo-fascismo e do stalinismo e ancestral do marketing polÃtico moderno.
A aliança elite-proletariado, criada por Getúlio, tornou-se tÃpica no Brasil, como a Aliança PTB-PSD apoiada pelo clandestino PCB na fase de 1946-1964, e atualmente com a aliança PT-PP-PMDB-PL.
O estilo conciliador de Getúlio foi incorporado à maneira de fazer polÃtica dos brasileiros, e teve seu maior adepto no ex-ministro da Justiça de Getúlio, Tancredo Neves.
O maior momento desse estilo conciliador foi a grande aliança polÃtica que se formou visando as diretas-já e, em seguida, uma aliança maior ainda em torno do Dr. Tancredo, visando a transição do Regime Militar para a democracia, em 1984 - 1985.
Getúlio Vargas foi o criador do populismo no Brasil. A partir de 1946 e até 1964, o populismo tomaria impulso, tendo entre seus principais expoentes Adhemar de Barros, Jânio Quadros e João Goulart. Nos últimos anos, o representante do populismo com maior projeção era Leonel Brizola do PDT, além de Paulo Maluf, do PP. Existem várias divergências quanto a isso, mas muitos estudiosos também incluem o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um representante do populismo, mas um populismo renovado.
Atualmente os partidos no quais o populismo não é explicito PMDB, PT e o PSDB, oriundo do PMDB, assumiram os papéis principais no jogo polÃtico, ao lado do PFL e PP, oriundos dos antigos partidos de apoio aos militares: ARENA e PDS.
[editar] Herança econômica e social
[editar] A nova economia do Brasil
A polÃtica trabalhista é alvo de polêmicas até hoje e foi taxada de "paternalista" por intelectuais de esquerda, que o acusavam de tentar anular a influência desta esquerda sobre o proletariado, desejando transformar a classe operária num setor sob seu controle nos moldes da Carta del Lavoro do fascista italiano Benito Mussolini.
Os defensores de Getúlio Vargas contra-argumentam, dizendo que em nenhum outro momento da história do Brasil houve avanços comparáveis nos direitos dos trabalhadores. O expoentes máximos dessa posição foram João Goulart e Leonel Brizola, sendo Brizola considerado o último herdeiro polÃtico do "Getulismo", ou da "Era Vargas", na linguagem dos brasilianistas.
A crÃtica de direita, ou liberal, argumenta que, a longo prazo, estas leis trabalhistas prejudicam os trabalhadores porque aumentam o chamado "custo Brasil", onerando muito as empresas e gerando a inflação que corróe o valor real dos salários.
Segundo esta versão, o Custo Brasil faz com que as empresas brasileiras contratem menos trabalhadores, aumentem a informalidade e faz que as empresas estrangeiras se tornem receosas de investirem no Brasil. Assim, segundo a crÃtica liberal, as leis trabalhistas gerariam, além da inflação, mais desemprego e sub-emprego entre os trabalhadores.
O intervencionismo estatal na economia iniciado por Getúlio só cresceu com o passar dos anos, atingindo seu máximo no governo do ex-tenente de 1930 Ernesto Geisel. Somente a partir do Governo de Fernando Collor se começou a fazer o desmonte do estado intervencionista.
E, durante 60 anos, após 1930, todos os ministros da área econômica do governo federal, foram favoráveis a intervenção do estado na economia, exceto Eugênio Gudin por 7 meses em 1954, e a dupla Roberto Campos - Octávio Bulhões, por menos de 3 anos (1964 -1967).
[editar] "Trabalhadores do Brasil"
Era com esta frase que Getúlio iniciava seus discursos. Na visão dos apoiadores de Getúlio, ele não ficou só no discurso. A orientação trabalhista de seu governo, que em seu ápice instituiu a CLT e o salário-mÃnimo, marca, para os getulistas, um tempo das mudanças sociais célebres, onde os trabalhadores pareciam estar no centro do cenário polÃtico nacional.
E hoje, estes trabalhadores e o Brasil todo ainda se pergunta: "Ainda é possÃvel um GETULISMO sem GETULIO?"
[editar] Texto manuscrito da carta-testamento
"- Deixo à sanha dos meus inimigos, o legado da minha morte. Levo o pesar de não ter podido fazer, por este bom e generoso povo brasileiro e principalmente pelos mais necessitados, todo o bem que pretendia.
A mentira, a calúnia, as mais torpes invencionices foram geradas pela maliginidade de rancorosos e gratuitos inimigos numa publicidade dirigida, sistemática e escandalosa.
Acrescente-se a fraqueza de amigos que não defenderam nas posições que ocupavam à felonia de hipócritas e traidores a quem beneficiei com honras e mercês, à insensibilidade moral de sicários que entreguei à Justiça, contribuindo todos para criar um falso ambiente na opinião pública do paÃs contra a minha pessoa.
Se a simples renúncia ao posto a que fui levado pelo sufrágio do povo me permitisse viver esquecido e tranqüilo no chão da pátria, de bom grado renunciaria. Mas tal renúncia daria apenas ensejo para, com mais fúria, perseguirem-me e humilharem-me.
Querem destruir-me a qualquer preço. Tornei-me perigoso aos poderosos do dia e às castas privilegiadas. Velho e cansado, preferi ir prestar contas ao Senhor, não dos crimes que não cometi, mas de poderosos interesses que contrariei, ora porque se opunham aos próprios interesses nacionais, ora porque exploravam, impiedosamente, aos pobres e aos humildes.
Só Deus sabe das minhas amarguras e sofrimentos. Que o sangue dum inocente sirva para aplacar a ira dos fariseus.
Agradeço aos que de perto ou de longe me trouxeram o conforto de sua amizade.
A resposta do povo virá mais tarde..."
[editar] Texto datilografado da carta-testamento de Getúlio Vargas
" -Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam; e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domÃnio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo.
A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a Justiça da revisão do salário mÃnimo se desencadearam os ódios.
Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás, mal começa esta a funcionar a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o povo seja independente.
Assumi o governo dentro da espiral inflacionária que destruÃa os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo e renunciando a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser o meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.
Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater a vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação.
Meu sacrifÃcio vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com perdão. E aos que pensam que me derrotam respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo, de quem fui escravo, não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifÃcio ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate.
Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história."
[editar] Academia Brasileira de Letras
Eleito a 7 de agosto de 1941, como terceiro ocupante da Cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras, que tem por Patrono Tomás Antônio Gonzaga, tendo sido empossado a 29 de dezembro de 1943, recebido por Ataulfo de Paiva.
Precedido por:
Alcântara Machado ABL - cadeira 37
1941 - 1954 Sucedido por:
Assis Chateaubriand
Precedido por:
Borges de Medeiros Presidente do Rio Grande do Sul
1928 — 1930 Sucedido por:
Osvaldo Aranha
Precedido por:
Augusto Fragoso Presidente do Brasil
1930 — 1945 Sucedido por:
José Linhares
Precedido por:
Gaspar Dutra Presidente do Brasil
1951 — 1954 Sucedido por:
Café Filho
Getúlio Vargas e a Era Vargas
Vida de Getúlio Vargas, Revolução de 1930, Estado Novo, Era Vargas, História do Brasil República, nacionalismo, desenvolvimento econômico, "o petróleo é nosso", direitos trabalhistas, industrialização, história do desenvolvimento industrial brasileiro, suicÃdio de Vargas
Biografia: Getúlio Dornelles Vargas (19/4/1882 - 24/8/1954) foi o presidente que mais tempo governou o Brasil, durante dois mandatos. De origem gaúcha (nasceu na cidade de São Borja), Vargas foi presidente do Brasil entre os anos de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954. Entre 1937 e 1945 instalou a fase de ditadura, o chamado Estado Novo.
Getúlio Vargas assumiu o poder em 1930, após comandar a Revolução de 1930, que derrubou o governo de Washington LuÃs. Seus quinze anos de governo seguintes, caracterizaram-se pelo nacionalismo e populismo. Sob seu governo foi promulgada a Constituição de 1934. Fecha o Congresso Nacional em 1937, instala o Estado Novo e passa a governar com poderes ditatoriais. Sua forma de governo passa a ser centralizadora e controladora. Criou o DIP ( Departamento de Imprensa e Propaganda ) para controlar e censurar manifestações contrárias ao seu governo.
Perseguiu opositores polÃticos, principalmente partidários do comunismo. Enviou Olga Benário , esposa do lÃder comunista Luis Carlos Prestes, para o governo nazista.
Realizações : criou a Justiça do Trabalho (1939), instituiu o salário mÃnimo, a Consolidação das Leis do Trabalho, também conhecida por CLT. Os direitos trabalhistas também são frutos de seu governo: carteira profissional, semana de trabalho de 48 horas e as férias remuneradas.
GV investiu muito na área de infra-estrutura, criando a Companhia Siderúrgica Nacional (1940), a Vale do Rio Doce (1942), e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945). Em 1938, criou o IBGE ( Instituto brasileiro de Geografia e estatÃstica). Saiu do governo em 1945, após um golpe militar.
O Segundo Mandato
Em 1950, Vargas voltou ao poder através de eleições democráticas. Neste governo continuou com uma polÃtica nacionalista. Criou a campanha do " Petróleo é Nosso" que resultaria na criação da Petrobrás.
O suicÃdio de Vargas
Em agosto de 1954, Vargas suicidou-se no Palácio do Catete com um tiro no peito. Deixou uma carta testamento com uma frase que entrou para a história : "Deixo a vida para entrar na História." Até hoje o suicÃdio de Vargas gera polêmicas. O que sabemos é que seus últimos dias de governo foram marcados por forte pressão polÃtica por parte da imprensa e dos militares. A situação econômica do paÃs não era positiva o que gerava muito descontentamento entre a população.
Conclusão
Embora tenha sido um ditador e governado com medidas controladoras e populistas, Vargas foi um presidente marcado pelo investimento no Brasil. Além de criar obras de infra-estrutura e desenvolver o parque industrial brasileiro, tomou medidas favoráveis aos trabalhadores. Foi na área do trabalho que deixou sua marca registrada. Sua polÃtica econômica gerou empregos no Brasil e suas medidas na área do trabalho favoreceram os trabalhadores brasileiros.
GETÃLIO VARGAS - ERA VARGAS
Biografia de Getúlio Vargas, Era Vargas, Revolução de 1930, Estado Novo, realizações do seu governo, leis trabalhistas, campanha do petróleo é nosso, ditadura Vargas, vida polÃtica, suicÃdio
Biografia:
Getúlio Dornelles Vargas (19/4/1882 - 24/8/1954) foi o presidente que mais tempo governou o Brasil, durante dois mandatos. De origem gaúcha (nasceu na cidade de São Borja), Vargas foi presidente do Brasil entre os anos de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954. Entre 1937 e 1945 instalou a fase de ditadura, o chamado Estado Novo.
Getúlio Vargas assumiu o poder em 1930, após comandar a Revolução de 1930, que derrubou o governo de Washington LuÃs. Seus quinze anos de governo seguintes, caracterizaram-se pelo nacionalismo e populismo. Sob seu governo foi promulgada a Constituição de 1934. Fecha o Congresso Nacional em 1937, instala o Estado Novo e passa a governar com poderes ditatoriais. Sua forma de governo passa a ser centralizadora e controladora. Criou o DIP ( Departamento de Imprensa e Propaganda ) para controlar e censurar manifestações contrárias ao seu governo.
Perseguiu opositores polÃticos, principalmente partidários do comunismo. Enviou Olga Benário , esposa do lÃder comunista Luis Carlos Prestes, para o governo nazista.
Realizações : criou a Justiça do Trabalho (1939), instituiu o salário mÃnimo, a Consolidação das Leis do Trabalho, também conhecida por CLT. Os direitos trabalhistas também são frutos de seu governo: carteira profissional, semana de trabalho de 48 horas e as férias remuneradas.
GV investiu muito na área de infra-estrutura, criando a Companhia Siderúrgica Nacional (1940), a Vale do Rio Doce (1942), e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945). Em 1938, criou o IBGE ( Instituto brasileiro de Geografia e estatÃstica). Saiu do governo em 1945, após um golpe militar.
O Segundo Mandato
Em 1950, Vargas voltou ao poder através de eleições democráticas. Neste governo continuou com uma polÃtica nacionalista. Criou a campanha do " Petróleo é Nosso" que resultaria na criação da Petrobrás.
O suicÃdio de Vargas
Em agosto de 1954, Vargas suicidou-se no Palácio do Catete com um tiro no peito. Deixou uma carta testamento com uma frase que entrou para a história : "Deixo a vida para entrar na História." Até hoje o suicÃdio de Vargas gera polêmicas. O que sabemos é que seus últimos dias de governo foram marcados por forte pressão polÃtica por parte da imprensa e dos militares. A situação econômica do paÃs não era positiva o que gerava muito descontentamento entre a população.
Conclusão
Embora tenha sido um ditador e governado com medidas controladoras e populistas, Vargas foi um presidente marcado pelo investimento no Brasil. Além de criar obras de infra-estrutura e desenvolver o parque industrial brasileiro, tomou medidas favoráveis aos trabalhadores. Foi na área do trabalho que deixou sua marca registrada. Sua polÃtica econômica gerou empregos no Brasil e suas medidas na área do trabalho favoreceram os trabalhadores brasileiros
2006-11-24 09:41:25
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answer #3
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