Sim, pra evitar o que vem acontecendo com a natureza
Programa Florestas do Futuro visa engajar cidadãos e empresas em prol da recuperação de uma das florestas mais ameaçadas do mundo.
A Fundação SOS Mata Atlântica lançou programa de reflorestamento da Mata Atlântica que conta com a participação e contribuição direta e monitorada de empresas e cidadãos. "Este projeto é de extrema importância. Nestes 18 anos de atuação, fomos um dos grandes responsáveis em instituir o termo Mata Atlântica, e, por meio de projetos como os Atlas, identificamos e analisamos os remanescentes do bioma. Com o Florestas do Futuro, estamos dando aos cidadãos e às empresas a oportunidade de se engajarem numa campanha concreta em prol da recuperação e preservação da Mata Atlântica", afirma Mário Mantovani, diretor de Relações Institucionais da organização ambientalista.
Com o apoio da Price Waterhouse Coopers, responsável pela auditoria do programa, e da Editora Três, que divulgará os dados dos projetos, o Florestas do Futuro pretende ser uma resposta concreta à agressão histórica, contínua e diária à Mata Atlântica. Estudos ambientais estimam que além do desmatamento criminoso, cada cidadão, em decorrência dos hábitos de consumo da vida moderna, responde pela derrubada de 300 árvores ao longo da vida.
Os primeiros projetos do programa Florestas do Futuro estão sendo patrocinados pela Editora Três, por meio da participação de seus leitores e assinantes de suas revistas, o Bradesco Cartões e a Dixie Toga. Os recursos das empresas serão investidos, respectivamente, no plantio de espécies nativas de Mata Atlântica na Fazenda Bulcão, em Aimorés (MG) - propriedade administrada pelo Instituto Terra, organização criada pelo fotógrafo Sebastião Salgado e por sua mulher Lélia Wanick Salgado -, em Piracicaba (SP) e em Londrina (PR). Os recursos investidos pelas três empresas garantirão o reflorestamento de 100 mil árvores, que ocuparão no total uma área de cerca de 60 hectares. Os plantios serão iniciados entre novembro e fevereiro, época adequada.
Idealizadora do programa, a Fundação SOS Mata Atlântica será responsável pelas diversas etapas que envolvem a implantação e a manutenção do projeto de reflorestamento (escolha das áreas, seleção e aquisição de mudas em viveiros, plantio, entre outras). Além disso, a SOS compromete-se a implantar módulos de Educação Ambiental junto a comunidades, escolas, empresas e sindicatos, entre outras instituições, nas regiões privilegiadas pelos plantios.
Ao custo de R$10 por árvore, o programa, a ser implantado inicialmente em torno de cinco bacias hidrográficas - Bacia do Paraíba do Sul, do Rio de Contas, do Tibagi, do Tietê e do Vale do Rio Doce - , garantirá não só o plantio, mas também o acompanhamento de seu crescimento por quem colaborar com o programa por meio do site.
Estudos e análises de entidades públicas e privadas identificam uma grande oferta de áreas para plantio. "Só no Estado de São Paulo há uma demanda de 1 milhão de hectares de Áreas de Preservação Permanentes (APP's) que podem sofrer ações de reflorestamento", informa Mantovani.
Os plantios do Florestas do Futuro serão realizados em áreas onde os recursos hídricos estão ameaçados. Áreas particulares serão prioritárias para receber ações de plantio, pois estima-se que mais da metade dos remanescentes florestais do bioma estejam localizadas em propriedades privadas. "Faltam programas de incentivo ao reflorestamento. Aliado aos altos custos, essa situação gera desinteresse dos proprietários de terras em reflorestar suas áreas, o que os impede de recuperar suas matas ciliares, por mais estratégicas que sejam para conservação dos recursos hídricos no local ou na região", afirma Mantovani.
Os recursos para o plantio de espécies nativas que serão reflorestadas nos projetos que integram o Programa Florestas do Futuro serão captados com empresas e pessoas físicas. O valor de cada árvore será o mesmo em todas as situações, o que varia é o modelo de participação. Em todas as situações, os contribuintes poderão escolher onde plantar suas árvores, de acordo com a lista de bacias hidrográficas disponíveis.
Para a doação de recursos a serem destinados ao reflorestamento, os cidadãos não-vinculados a empresas devem cadastrar-se no site www.florestasdofuturo.org.br e responder algumas perguntas, que darão uma estimativa de quantas árvores devem ser financiadas, levando em conta o quanto os hábitos do internauta correspondem à emissão de carbono para a atmosfera. Para firmar seu compromisso, o contribuinte deve imprimir um boleto com o valor correspondente ao número de árvores e ganhará um adesivo especial "Eu Planto Árvores".
As empresas podem doar pelo site, como as pessoas físicas. O modelo mais abrangente, no entanto, é o Programa Fidelidade Empresarial. As empresas podem participar desse módulo adquirindo uma cota mínima de 15 mil árvores ao custo de R$150 mil (ou R$10 por árvore). Já a empresa que optar por patrocinar o plantio de 30 mil árvores ganha o direito de assinar o projeto de reflorestamento e realiza um evento de plantio com divulgação junto à mídia e públicos de seu interesse.
Indispensáveis para a qualidade de vida, matas ciliares sofrem constante processo de degradação.
A recuperação das matas ciliares (vegetação no entorno dos cursos d'água) é indispensável para a qualidade de vida da população. Além de filtrar todo e qualquer material que seja carregado pelas águas das chuvas, as matas também são importantes corredores ecológicos, já que ligam fragmentos florestais, facilitando o deslocamento da fauna e o fluxo genético entre as populações de espécies animais e vegetais.
"Apesar da reconhecida importância ecológica, as florestas ciliares continuam sendo eliminadas, cedendo lugar para a especulação imobiliária, agricultura e a pecuária e, na maioria dos casos, sendo transformadas apenas em áreas degradadas, sem qualquer tipo de produção", informa o diretor de Relações Institucionais da Fundação SOS Mata Atlântica.
Em muitos casos, as matas ciliares são os únicos remanescentes florestais das propriedades rurais, tornando-se assim, essenciais para a conservação da fauna. Por essas particularidades, as matas ciliares são protegidas por leis, decretos e resoluções. O Código Florestal (Lei nº 4.777/65) inclui as matas ciliares na categoria de APP's. Assim toda a vegetação natural (arbórea ou não) presente ao longo das margens dos rios e ao redor das nascentes e de reservatórios deve ser preservada.
As bacias que serão beneficiadas na primeira fase do Florestas do Futuro abrangem mais de 200 municípios e uma população superior a 25 milhões de pessoas. Futuramente, outras bacias serão incluídas no programa.
O Tietê nasce nas encostas na Serra do Mar, na cidade de Salesópolis, e percorre 1,1 mil km cortando o Estado de São Paulo de leste a oeste, até desaguar no Rio Paraná, na divisa do Mato Grosso do Sul, no município de Itapura. A bacia do Tietê é uma unidade hidrográfica da Bacia do Rio Paraná, composta por seis regiões hidrográficas ou sub-bacias: Alto Tietê, Piracicaba/Jundiaí, Sorocaba/Médio Tietê, Tietê/Jacaré, Tietê/Batalha e Baixo Tietê. Mais de 20 milhões de habitantes residem nas áreas abrangidas por essa bacia.
A bacia do Tibagi integra 47 municípios no estado do Paraná, com 24.712 km2 de área. As cidades da bacia com as maiores taxas de urbanização são Londrina e Ponta Grossa. Um de seus afluentes - o rio das Cinzas - forma o sexto maior cânion do mundo. A bacia tem como principal problema a ocupação de suas margens por indústrias, residências e propriedades agrícolas.
Uma população estimada de 2,8 milhões de habitantes vive na região compreendida pela Bacia do Rio Doce. Cento e sessenta e três municípios estão localizados na área da bacia (153 em Minas e 10 no Espírito Santo), com 70% de suas cidades tendo uma população inferior a 5 mil habitantes.
Maior bacia da Bahia, Rio das Contas abrange 63 municípios, com uma população total de quase 1,5 milhão de pessoas. Os principais rios que compõem a bacia são o Rio das Contas, Rio Brumado, Rio do Antônio, Rio Sincorá, Rio Gavião, Rio Jequiezinho, Rio Gongogi e Rio Jacaré.
A bacia do Piracicaba abrange 43 municípios paulistas e quatro mineiros. A bacia abastece o Sistema Cantareira e, conseqüentemente, grande parte da região metropolitana de São Paulo, além de Campinas - uma das cidades com maior população do Estado
2006-11-23 07:10:44
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answer #1
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answered by kdvced 3
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A importância da preservação da Mata Atlântica não é somente por sua beleza, mas também para evitar que se afete a vida de grande parte da população brasileira, que vive na área original desse ecossistema. Além de regular o fluxo dos recursos hídricos, ela é essencial para o controle do clima e a estabilidade de escarpas e encostas. É também a conservação da maior biodiversidade de árvores do planeta; 39% dos mamíferos que vivem na Mata Atlântica são nativos (vale para borboletas, répteis, anfíbios e aves) e mais de 15 espécies de primatas. A destruição desse ecossistema leva espécies de animais brasileiros à ameaça de extinção, por exemplo, das 202 espécies ameaçadas no Brasil, 171 são originários da Mata Atlântica.
Além da perda dos recursos naturais, também estamos destruindo um patrimônio cultural, histórico, arqueológico e arquitetônico, construídos ao longo de séculos pelas comunidades tradicionais que vivem na mata (como os indígenas, os caiaras, os quilombos e os caboclos), que correm risco de desaparecer, por descaracterização ou expulsão de seu ambiente.
2006-11-23 15:23:22
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answer #8
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answered by kate 2
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