Karl Marx
Nascimento 5 de Maio de 1818
Tréveris, Alemanha
Falecimento 14 de Março de 1883
Londres, Inglaterra
Nacionalidade Alemã
Magnum opus O Capital
Escola/tradição Marxismo
Principais interesses Economia, PolÃtica, Sociologia
Idéias notáveis Co-fundador do marxismo (junto com Engels), materialismo histórico, alienação, mais-valia
Influências Kant, Hegel, Feuerbach, Rousseau, Fourier, Spinoza, Smith, Ricardo, Sismondi, Stirner, Goethe
Influenciados Mao, Trotsky, Lênin, Escola de Frankfurt, Luxemburgo, Sartre, Kautsky, Guevara, Lukács
Karl Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 — Londres, 14 de março de 1883) foi um intelectual alemão considerado um dos fundadores da Sociologia. Também podemos encontrar a influência de Marx em várias outras áreas (tais como filosofia, economia, história) já que o conhecimento humano, em sua época, não estava fragmentado em diversas especialidades da forma como se encontra hoje. Teve participação como intelectual e como revolucionário no movimento operário, sendo que ambos (Marx e o movimento operário) influenciaram uns aos outros durante o perÃodo em que o autor viveu.
Atualmente é bastante difÃcil analisar a sociedade humana sem referenciar-se, em maior ou menor grau, à produção de K. Marx, mesmo que a pessoa não seja simpática à ideologia construÃda em torno de seu pensamento intelectual, principalmente em relação aos seus conceitos econômicos.
Ãndice
Biografia
Karl Marx nasceu numa famÃlia de classe média. Seus pais tinham uma longa ascendência judaica, mas, tiveram que se converter ao cristianismo em função das restrições impostas à presença de judeus no serviço público. Em 1835 Marx ingressou na Universidade de Bonn para estudar Direito, mas, já no ano seguinte transferiu-se para a Universidade de Berlim, onde a influência de Hegel ainda era bastante sentida, mesmo após a morte (em 1831) do celebrado professor e reitor daquela universidade. Ali, os interesses de Marx se voltam para a filosofia, tendo participado ativamente do movimento dos Jovens Hegelianos. Doutorou-se em 1841 com uma tese sobre as Diferenças da filosofia da natureza em Demócrito e Epicuro. Nesse mesmo ano concebeu a idéia de um sistema que combinasse o materialismo de Ludwig Feuerbach com a dialética de Hegel.
Impedido de seguir uma carreira acadêmica, tornou-se em 1842 redator-chefe da Gazeta renana. Com o fechamento do jornal pelos censores do governo prussiano, em 1843, Marx emigra para a França. Naquele mesmo ano, casou-se com Jenny von Westphalen. Deste casamento, Marx teve cinco filhos: Franziska, Edgar, Eleanor, Laura, e Guido. Franziska, Edgar e Guido morreram na infância, provavelmente pelas péssimas condições financeiras a que a famÃlia estava submetida. Marx já havia sido privado da oportunidade de seguir uma carreira acadêmica na Alemanha pelo recrudescimento do absolutismo prussiano, que tornava suas posições como hegeliano de Esquerda inaceitáveis, e, com a Revolução de 1848 e o exÃlio que se seguiu a ela, foi obrigado a abandonar o jornalismo na Alemanha e tentar ganhar a vida na Inglaterra como um intelectual estrangeiro desconhecido com meios de subsistência precários, sofrendo, assim, a sorte comum destinada pela época à s pessoas destituÃdas de "meios independentes de subsistência" (isto é, viver de rendas), e sua incapacidade de ter uma existência financeiramente desafogada não parece ter sido maior do que a dos seus contemporâneos Balzac e Dostoievsky. Durante a maior parte de sua vida adulta, sustentou-se com artigos que publicava ocasionalmente em jornais alemães e americanos e por diversos auxÃlios financeiros vindos de seu amigo e colaborador Friedrich Engels. Tentava angariar rendas publicando livros que analisassem fatos da História recente, tais como O dezoito brumário de LuÃs Bonaparte, mas obteve pouco retorno com estas empreitadas.
Engels e Marx (em cima) Jenny Laura e Eleanor
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Engels e Marx (em cima) Jenny Laura e Eleanor
Karl Marx teve um filho, nascido da relação extraconjugal com Helen Demuth, empregada em sua casa (Frederick Lewis Demuth). Não podendo perfilhá-lo, arranjou para que fosse reconhecido como filho por Engels. Apesar do que se possa aparentar, sua esposa foi paciente em relação a todos estes ocorridos, mesmo porque ela, uma filha de nobres e amiga de infância de Marx, casa-se com ele por desejo, e não por arranjo cerimonial (comum naquele perÃodo). Marx foi, no mais, um pai vitoriano convencional: procurou casar bem suas filhas, de modo a poupá-las dos sofrimentos que haviam sido inflingidos por sua atividade revolucionária à sua mãe (como ele diz numa carta a seu futuro genro Paul Lafargue) e chegou a impedir o enlace de sua filha Eleanor com o revolucionário francês e historiador da Comuna de Paris Lissagaray.
Friedrich Engels declama estas palavras quando da morte de Marx, quinze meses após a perda da esposa:
Marx era, antes de tudo, um revolucionário. Sua verdadeira missão na vida era contribuir, de um modo ou de outro, para a derrubada da sociedade capitalista e das instituições estatais por estas suscitadas, contribuir para a libertação do proletariado moderno, que ele foi o primeiro a tornar consciente de sua posição e de suas necessidades, consciente das condições de sua emancipação. A luta era seu elemento. E ele lutou com uma tenacidade e um sucesso com quem poucos puderam rivalizar.
(...)
Marx foi o homem mais odiado e mais caluniado de seu tempo. Governos, tanto absolutos como republicanos, deportaram-no de seus territórios. Burgueses, quer conservadores ou ultrademocráticos, porfiavam entre si ao lançar difamações contra ele. Tudo isso ele punha de lado, como se fossem teias de aranha, não tomando conhecimento, só respondendo quando necessidade extrema o compelia a tal. E morreu amado, reverenciado e pranteado por milhões de colegas trabalhadores revolucionários - das minas da Sibéria até a Califórnia, de todas as partes da Europa e da América - e atrevo-me a dizer que, embora, muito embora, possa ter tido muitos adversários, não teve nenhum inimigo pessoal.
Principais obras
* Manuscritos econômico-filosóficos (Ãkonomisch-philosophische Manuskripte), 1844 (publicados apenas em 1930);
* A Guerra Civil na França
* CrÃtica da Filosofia do Direito de Hegel
* A Sagrada FamÃlia (Die heilige Familie), 1845;
* A Ideologia Alemã (Die deutsche Ideologie), 1846;
* Miséria da Filosofia (Das Elend der Philosophie), 1847;
* Manifesto do Partido Comunista (Manifest der Kommunistischen Partei), 1848;
* Trabalho assalariado e Capital, 1849;
* O 18 Brumário de LuÃs Bonaparte (Der 18 Brumaire des Louis Bonaparte);
* O Capital (Das Kapital) - Livro I, publicado em 1867; Livros II e III, publicado postumamente por Engels.
Dialética de Marx
Apesar de influenciado por Hegel, Marx diz ter invertido a teoria dialética deste. Ao passo que Hegel, entre outros de sua época, postulava a crença no Absoluto (estado, idéias), Marx veio a inverter essa ordem (chamando a si mesmo de um hegeliano às avessas) e através de Ludwig Feuerbach passa para o movimento conhecido por hegelianos de esquerda. Coloca a produção material de uma época histórica como a base da sociedade e, também, a criadora da subjetividade dessa época. Não é o conhecimento espiritual que muda a produção da existência e, consequentemente, a vida social, mas exatamente o contrário: com a atividade prática, a revolução (equiparação das forças produtivas com relação ao corpo social), o corpo social transforma também a sua subjetividade.
A relação da produção da vida prática e material para com as idéias não é, porém, determinÃstica e reducionista como à primeira impressão pode parecer; existe uma relação dialética entre essas duas entidades. Marx tinha um pensamento prático e polÃtico que muitos entenderam como sendo um método a determinar a realidade, chamando-o de materialismo histórico e dialético, que mais tarde veio a ser denominado de marxismo. Além disso, os estruturalistas, que passaram a ler os escritos de Marx segundo uma visão estruturalista segundo a qual com os homens seriam apenas apêndices das estruturas econômicas, e não criadores diretos destas. Como colocado por Lukács já na década de 1920, a metodologia marxista vê na ciência social uma totalidade, onde se a Economia organiza a tessitura básica da vida social - a "determinação em última instância", dizia Engels - a PolÃtica e a Cultura, por sua vez, contribuem para estabelecer as formas históricas de gestão econômica, e, portanto, agem decisivamente sobre a organização material da Sociedade.
CrÃticas
Jenny e Marx
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Jenny e Marx
As crÃticas que são feitas a Karl Marx se confundem e as vezes são as mesmas crÃticas que se fazem ao marxismo, comunismo e socialismo. Uma questão chave que é disputada entre os defensores e os crÃticos de Marx, é até que ponto o pensador pode ser responsabilizado pelo aparecimento de regimes ditatoriais, genocidas e autoritários, que alegam inspirar-se em suas idéias.
Existe grande polêmica, por exemplo, se o Estado policial na União Soviética e os gulags seriam conseqüências do pensamento de Marx ou frutos de uma má interpretação feita por parte de seus seguidores.
Em Miséria do historicismo (1935, 1944), Karl Popper discorda de Marx de que a história obedece a leis que se compreendidas podem servir para se antecipar o futuro. Segundo Popper, a história não pode obedecer a leis e a idéia de "lei histórica" é uma contradição em si mesma. Já em A sociedade aberta e seus inimigos (1945), Popper afirma que o historicismo conduz necessariamente a uma sociedade "tribal" e "fechada", com total desprezo pelas liberdades individuais. O problema com esta crÃtica de Popper é sobre se Marx teria realmente concebido um historicismo: o que ele faz é, seguindo uma tradição inaugurada por Maquiavel e Hobbes, buscar nos interesses e necessidades concretos dos indivÃduos na História a causa fundamental das ações humanas, em oposição à s idéias polÃticas e morais abstratas, mas ele não parece supor que esta busca de realização de interesses tenha conseqüências pré-determinadas, interpretação esta que parece mais resultar de uma influência do evolucionismo darwinista na exegese póstuma do pensamento marxiano realizada pelo "papa" da Social-Democracia alemã, Karl Kautsky, no final do século XIX. A interpretação kautskista seria contestada, de várias formas, por Bernstein, Rosa Luxemburgo, Lenin, Trotsky e Gramsci, entre outros.
Popper considera, ainda, Marx como "não-cientÃfico", pelo fato de seu pensamento não ser passÃvel de contestação. Para Popper, uma idéia para ser considerada válida sob o ponto de vista cientÃfico, deve estar sujeita à contestação (resta saber, é claro, se afirmações sobre fatos históricos, necessáriamente únicos, podem ser, nos termos de Popper, falsificáveis).
Eric Voegelin diz que Marx levanta questões que são impossÃveis de serem resolvidas pelo "homem socialista". Vogelin também alega que Marx conduz a uma realidade alternativa, a qual não tem necessariamente nenhum vÃnculo com a realidade objetiva do sujeito. Voeglin diz que quando a realidade entra em conflito com Marx, Marx descarta a realidade.
Raymond Aron, em O ópio dos intelectuais, (1955) critica de forma agressiva os intelectuais seguidores de Marx e condena a teoria da revolução e o determinismo histórico.
O processo de crÃtica ao pensamento de Marx iniciou-se desde a publicação de suas primeiras obras, e continuam até hoje. As crÃticas da época em que ele estava vivo receberam respostas por parte dele e Engels, e, posteriormente, pelos seus seguidores e por intelectuais preocupados em conhecer o pensamento de Marx.
2006-11-22 12:29:21
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answer #3
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answered by Anonymous
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