Congresso articula para dobrar salários
Redação O Estado do Paraná [21/11/2006]
Edson Santos/AgC
Plenário da Câmara: deputados reivindicam R$ 24,5 mil.
Brasília (AE) - Os presidentes da Câmara e do Senado estão articulando discretamente a aprovação de um aumento dos salários dos parlamentares até o dia 22 de dezembro, quando o Legislativo entrará em recesso. Na Câmara, cresce a idéia de que o aumento deve ser mascarado por cortes nos gastos para anular o impacto no Orçamento da Casa e na opinião pública.
Uma parcela das lideranças defende que o salário do parlamentar (R$ 12.847,20) atinja o equivalente ao salário do ministro do Supremo Tribunal Federal (R$ 24.500), como já aconteceu em 2003. Nesse caso, a diferença deve ser reduzida na verba indenizatória - R$ 15 mil - que os parlamentares recebem para despesas com o exercício dos mandatos em seus estados.
O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), evita avançar na discussão, à espera da conclusão de um estudo que encomendou à Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre a reestruturação dos gastos da Casa. Só depois de receber a sugestão é que Rebelo deverá fazer uma proposta de reajuste. No Senado, o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) adia a discussão, mas admite que o reajuste será definido até o final de dezembro, para valer a partir de 1.º de fevereiro, no início da nova legislatura.
Além dos próprios salários, os parlamentares deverão votar até dezembro o aumento dos vencimentos dos ministros do STF - que desde 2003 se descolaram da remuneração dos congressistas - e dos procuradores. O projeto de reajuste enviado pela presidente do STF, ministra Ellen Gracie, prevê o aumento do salário do ministro dos atuais R$ 24.500 para R$ 25.725, para vigorar a partir do próximo ano, e tem efeito cascata em todo o Judiciário.
2006-11-21
00:24:14
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