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Demografia do Brasil
O Brasil possui cerca de 186 milhões habitantes (estimativa do IBGE, 2006). Ao longo dos últimos anos, o crescimento demográfico do país tem diminuído o ritmo, que era muito alto até a década de 1960. Em 1940, o recenseamento indicava 41.236.315 habitantes; em 1950, 51.944.397 habitantes; em 1960, 70.070.457 habitantes; em 1970, 93.139.037 habitantes; em 1980, 119.002.706 habitantes; e finalmente em 1991, 146.825.475 habitantes.
As razões para uma diminuição do crescimento demográfico relacionam-se com a urbanização e industrialização e com incentivos à redução da natalidade (como a disseminação de anticoncepcionais). Embora a taxa de mortalidade no país tenha caído bastante desde a década de 1940, a queda na taxa de natalidade foi ainda menor.
A pirâmide etária brasileira apresenta, como nos demais países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, larga base e estreito cume. A população jovem (até 19 anos) constitui mais de um terço do total. Somada a uma pequena população de idosos (menos de um décimo), esse contingente constitui a população economicamente inativa, que precisa ser mantida pela população economicamente ativa.
Grupos étnicos do Brasil
O povo brasileiro foi formado ao longo de 5 séculos por ondas imigratórias, somadas à população nativa. A população é formada basicamente por 3 etnias: índio, branco e negro. Os povos ameríndios, povos autóctenes, são presentes no Brasil há aproximadamente 10 mil anos. Na época do descobrimento, eram estimados em cerca de 5 milhões de indivíduos, espalhados por todo o território brasileiro. Os brancos foram encabeçados por portugueses, colonizadores do país desde o século 16. Até 1822, apenas os portugueses tinham o direito de imigrar para o Brasil, mas após a independência somaram-se outras nacionalidades européias durante os séculos 19 e 20. O maior fluxo foi formado por italianos e novamente portugueses, seguidos por alemães, espanhóis, etc. Os negros foram trazidos na forma de escravos, do século 16 à metade do século 19 e eram sobretudo dos grupos bantu e iorubá. De forma mais limitada, houve a contribuição asiática, de japoneses e árabes.
Mulheres indígenas brasileiras
Atualmente, o IBGE reconhece 5 grupos étnicos no Brasil, baseado na raça ou na cor da pele: Índio, Branco, Negro, Amarelo e Pardo.
Índios
Os índios compõem 0,4% da população brasileira, somando cerca de 700 mil indivíduos. Populações indígenas podem ser encontradas por todo o território brasileiro, embora mais da metade esteja concentrada na Região amazônica do Norte e Centro-Oeste. Consideram-se índios todos os descendentes dos povos autóctones do Brasil.
Embora milhões de brasileiros sejam descendentes de índios, apenas 0,4% da população se considera como tal. Isso se deve ao fato da intensa miscigenação e perda dos valores e da identidade indígenas ao longo dos séculos.
Índio brasileiro
Quando os primeiros portugueses chegaram ao Brasil, em 1500, a população indígena rondava os 5 milhões de indivíduos[1]. Na metade do século XIX não passava de 100 mil pessoas e no final do século XX era cerca de 300 mil. O desaparecimento da população nativa brasileira foi um dos maiores genocídios da História humana, e se deve à três fatores: a dezimação promovida pelos colonizadores, as doenças européias que se espalharam como epidemias e a miscigenação.
Recentes estudos genéticos comprovaram que muitos milhões de brasileiros são descendentes de povos indígenas extintos há séculos, muitos dos quais desconhecem suas origens indígenas.
Nos últimos anos, tem-se visto, pela primeira vez em cinco séculos, um crescimento da população índia brasileira, porém, muitos estão vivendo em condições de extrema pobreza e perdendo sua cultura.
Brancos
Os brancos compõem 53,7% da população brasileira, somando cerca de 96 milhões de indivíduos. Estão espalhados por todo o território brasileiro, embora a maior concentração esteja no Sul e Sudeste do Brasil. Consideram-se brancos todos os descendentes de europeus e de outros povos de cor branca.
Em Schroeder e muitas outras cidades de Santa Catarina, muitos descendentes de alemães preservam os costumes dos antepassadosAté 1800, cerca de 1 milhão de europeus imigraram para o Brasil. O boom da imigração ocorreu nos séculos XIX e XX, quando entraram quase 6 milhões de europeus no Brasil. Hoje, os brancos formam o maior grupo étnico do País, sendo formado ao longo de cinco séculos de imigração proveniente da Europa. Até a metade do século XIX, a população branca do Brasil era basicamente de origem portuguesa porém, entre o final do século XIX e início do século XX, pessoas de diversos outros países europeus imigraram para o País. Atualmente, os brancos brasileiros são descendentes de uma grande diversidade de povos, que inclue principalmente povos Latinos (portugueses, italianos, espanhóis), Germânicos (alemães) e Eslavos (poloneses, ucranianos), entre outros. Além dos europeus, há também os descendentes de imigrantes árabes de cor branca (libaneses e sírios).
Embora os brancos sejam a maioria da população brasileira, estudos genéticos mostraram alto grau de miscigenação nesses brasileiros, pois muitos possuem alguma ascendência indígena e/ou africana, o que comprova que no Brasil não há raças definidas.
Negros
Olodum na Bahia
Os negros compõem 6,2% da população brasileira, somando cerca de 11 milhões de indivíduos. Estão espalhados por todo o território brasileiro, embora a maior concentração esteja no Nordeste. Consideram-se negros todos os descendentes dos povos africanos trazidos para o Brasil e que têm a pele negra.
A escravidão no Brasil durou cerca de 350 anos e trouxe para o País aproximadamente 3 milhões de negros. Milhões de brasileiros são descendentes de africanos, mas apenas 6,2%, um número muito reduzido que forja a real população negra do Brasil, se consideram negros. O fator principal é o preconceito a que o afro-brasileiro foi submetido durante séculos, e que se reflete ainda nos dias atuais. Porém, nos últimos anos se tem observado uma maior visibilidade ao negro brasileiro e a sua cultura, contribuindo assim para o aumento do orgulho negro no País.
Pardos
Os pardos compõem 38,5% da população brasileira, somando cerca de 70 milhões de indivíduos e estão espalhados por todo o território brasileiro. Consideram-se pardos todos os descendentes de mistura de raças no Brasil e que têm a pele parda .
Embora o IBGE considere os pardos brasileiros como sendo automaticamente afro-descendentes ou mulatos, fruto da mistura do branco com o negro, há uma grande discurssão em torno disso, pois muitos são fruto da mistura de branco com índio (caboclo ou mameluco), de índio com negro (cafuzo) ou de outras tantas misturas raciais que abundam no Brasil. Todavia, devido ao preconceito, muitos negros brasileiros se classificam como pardos, o que faz com que muitas vezes pardos e negros sejam considerados o mesmo grupo étnico.
Amarelos
Uma mulher nipo-brasileira
Os amarelos compõem 0,5% da população brasileira, somando cerca de 1 milhão de indivíduos. Estão concentrados em dois estados brasileiros: São Paulo e Paraná, embora populações menores estejam espalhadas por todo o teritório brasileiro. Consideram-se amarelos todos os descendentes de povos asiáticos
A grande maioria dos amarelos brasileiros são descendentes de japoneses que imigraram para o Brasil entre 1908 e 1960, devido à problemas econômicos. O Brasil abriga hoje a maior comunidade japonesa fora do Japão. Outros grupos amarelos menores são os chineses e coreanos.
Etnias por Regiões Brasileiras
Na região Sul do Brasil predomina o elemento europeu - a começar por um pequeno número de colonizadores açorianos no século XVIII, acrescidos por grandes levas de imigrantes alemães, italianos e eslavos durante o século XIX e XX.
Na região Sudeste do Brasil também predomina o elemento europeu - a iniciar por portugueses, acrescidos de imigrantes italianos, espanhóis e alemães nos séculos XIX e XX. Vale lembrar que os elementos africano e indígena se fizeram presentes, e no Estado de São Paulo o elemento asiático, composto sobretudo por japoneses e árabes, foi significativo.
Na região Nordeste do Brasil, predominam os elementos africano e europeu (portugueses), assim como a contribuição indígena.
Na região Norte do Brasil predomina o elemento indígena, acrescendo-se o branco e o negro.
Migrações internas
Cerca de um terço dos brasileiros não vive onde nasceu. As migrações internas respondem por boa parte desse terço, e se classificam basicamente em duas categorias: deslocamento do campo para a cidade (êxodo rural) - causadas pela falta de oportunidades de trabalho e serviços no campo e pela concentração fundiária - e migrações regionais, das quais os exemplos mais importantes foram:
o ciclo da mineração, em Minas Gerais, nos meados do século XVIII, que provocou um deslocamento da população litorânea para o interior do país;
o fluxo de escravos do Nordeste para as plantações de café de São Paulo e do Rio de Janeiro, em fins do século XIX;
o ciclo da borracha, na Amazônia, em fins do século XIX para o início do século XX, que atraiu muitas pessoas, especialmente do Nordeste;
a construção de Brasília, que deslocou mão-de-obra principalmente do Norte e Nordeste;
o desenvolvimento industrial, dos anos 50 em diante , na região Sudeste (principalmente São Paulo e Rio de Janeiro), que deslocou principalmente nordestinos.
Recentemente as migrações regionais mais importantes ainda são a de nordestinos para as regiões Sudeste e Sul, em busca de trabalho nos setores industrial, comercial e de serviços; ocorre, também, no Centro-Oeste e Norte, um fluxo de famílias ligadas ao meio rural, vindas principalmente da região Sul, graças à expansão da fronteira agrícola.
Raça e cor segundo o IBGE
O critério usado pelo IBGE para essa classificação é a auto-declaração, o que gera distorções na estatística, pois há um forte preconceito contra o negro no país, que geralmente se declara "pardo". Este termo, utilizado pelo IBGE, na prática acaba englobando todos os que se consideram mestiços, sem distinções, por exemplo, entre miscigenados afro-europeus ("mulatos") e os euro-indígenas ("caboclos e mamelucos"). Isto tem gerado controvérsia, uma vez que muitos defensores da política de cotas raciais consideram todos os "pardos" como afro-descendentes.
A Carta Magna do Brasil e a Religiosidade Individual
Nem todos os brasileiros e brasileiras se consideram membros de qualquer religião, organizada ou não. Prevalece a liberdade de culto dentro do Estado Brasileiro. De acordo com a Constituição Federal, a participação de cidadãos/ãs brasileiros/as em quaisquer atividades religiosas no país é um direito e uma responsabilidade individual que não deve jamais ser abdicada, sofrer quaisquer tipos de coerções e/ou incitações. Nenhuma religião está acima das leis seculares vigentes em solo nacional.
Cerca de três quartos da população brasileira seguem a Religião Católica Romana, o que faz do país o maior em número absoluto de católicos no mundo. Há ainda um pequeno número de seguidores da Igreja Católica Apostólica Brasileira. Seguem o Protestantismo 15% da população (a maior parte através de igrejas evangélicas pentecostais), 1% é espírita, 0,5% é testemunha de Jeová e cerca de 7% não têm religião. Outras religiões que, apesar de poucos praticantes, merecem citação são as religiões de origem africana (praticadas por vezes em sincretismo com a religião católica), como a Umbanda e o Candomblé. O Judaísmo, o budismo, o islamismo e hinduismo (hare krisna) têm um número reduzido de seguidores no Brasil, geralmente concentrados em cidades do Sul, Sudeste ou Nordeste.
Deficiência
Mais de 24 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência. Cerca de 16,5 milhões possuem deficiência visual, 8 milhões possuem deficiências de locomoção, 5,5 milhões possuem deficiência auditiva, e quase 3 milhões possuem alguma deficiência mental. Há grande carência de obras adaptadas ao deficiente no Brasil, e nenhuma campanha específica nacional para resolver esse problema.
Língua
O português é a língua oficial e é falado pela população. O espanhol é entendido, em diversos graus, pela maioria das pessoas. O inglês é parte do currículo das escolas públicas e particulares, e o espanhol passou a fazer parte do currículo escolar nos últimos anos; o inglês é entendido e usado por poucas pessoas, especialmente nos centros comerciais e financeiros.
Cerca de 180 idiomas e dialetos dos povos indígenas são falados nas tribos, embora esse número esteja em declínio.
O português é a língua materna de 98% dos brasileiros, embora há um expressivo número de falantes de línguas imigrantes, principalmente o alemão, falado em zonas rurais do Brasil meridional, sendo o dialeto Hunsrückisch o mais usado por cerca de 1,5 milhão de pessoas. O italiano é bem difundido por alguns descendentes de imigrantes que ainda não adotaram o português como língua materna em zonas vinícolas do Rio Grande do Sul, sendo o dialeto Talian o mais usado. Outras línguas faladas por importantes minorias é o japonês e outros idiomas imigrantes.
O Brasil possui aproximadamente 15% de analfabetos.
Um abraço
2006-11-20 02:17:01
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answer #1
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answered by Tin 7
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