O enjôo em embarcação ou mareio embarcado é um dos problemas mais comuns e debilitantes em operações de mergulho em todo mundo. Existem pessoas resistentes ao enjôo. No entanto, uma determinada aceleração angular
desencadeante no momento certo pode provocar enjôo em qualquer um. O enjôo não ocorre exclusivamente na navegação. É muito comum pessoas, principalmente crianças, enjoarem em automóveis, ônibus e aviões. No mergulho autônomo amador existem várias circunstâncias em que podemos enjoar.
Em relação à epidemiologia podemos observar que ele é raro em crianças menores de 2 anos e em adultos acima dos 70 anos. Além disso, é 1,7 vezes mais freqüente em mulheres do que em homens. Observou-se que o mareio, além de ter a prevalência maior em mulheres, ocorre mais durante a menstruação.
A fisiopatologia do mal de mer ainda não é totalmente conhecida. Uma hipótese
coloca que ela decorre da incapacidade do cérebro de integrar informações
conflitantes vindas da orelha interna, dos olhos e de outros sensores referentes à posição espalhados pelo corpo (propriopercepção). A incongruência entre as informações oriundas dos vários órgãos sensoriais proprioreceptores
do corpo, como o estímulo visual, os movimentos da cabeça e dos olhos, e o
sistema vestibular que está sendo estimulado é desencadeada tanto por uma
aceleração linear quanto angular. Isso pode ocorrer, navegando, andando de
automóvel, avião ou mesmo em brinquedos de parques de diversão ou atividades de lazer. Um estudo do tema, comparando vários tipos de embarcações, revelou que a ocorrência de enjôo está relacionada à magnitude da aceleração vertical observada em relação ao movimento linear anterior.
O vômito é uma conseqüência de todo o processamento de informações
conflitantes no cérebro. Existe uma região no sistema nervoso central que é o
centro do vômito. Durante o processo de mareio o centro do vômito recebe
impulsos nervosos oriundos do sistema vestibular na orelha interna. O vômito
resultará da estimulação direta do centro de vômito, evidenciando, no
processo, uma inter-relação entre o sistema nervoso somático e autonômico.
O mareio no mergulho não é somente um acidente de percurso. Ele poderá ocorrer também quando o mergulhador está em baixo da água. O enjôo relacionado ao ato de mergulhar pode ser desencadeado no momento inicial das manobras de entrada na água. Quando o barco pára, cessa o movimento constante direcional que mantém um certo equilíbrio da embarcação durante a navegação. Na caída na água percebemos uma série de movimentos verticais e laterais mais intensos de acomodação. Ao entrar na água, pode ocorrer uma potente aceleração angular, que, dependendo do tipo de entrada e como posicionamos a cabeça, poderá gerar estímulos conflitantes no cérebro do mergulhador. Um estímulo inicial, que muitas vezes passa despercebido, já desencadeou todo o processo de mareio. A seguir, esperando o companheiro de mergulho, podemos experimentar o balanço do movimento das ondas, que muitas vezes é bem intenso e acaba adicionando mais estímulos.
Submersos, ainda existe a mudança de posição do corpo para uma inclinação mais aguda para a descida ao fundo. Segue-se a natação no sentido do deslocamento horizontal. A ansiedade inerente à atividade, visibilidade baixa e o medo decorrente dela aliado a restrições do campo de visão embaixo da água,
proporcionadas pela visão em túnel da máscara, propiciam, ainda mais, a
ocorrência do enjôo. A flutuabilidade neutra e a falta de estímulos proprioceptivos decorrentes dela contribuem para as dificuldades que já vêm ocorrendo no cérebro para processar um conjunto de informações desencontradas. Se já não estiver mareado, o mergulhador poderá ficar. Essa é uma situação particular e especial de segurança no mergulho, pois é difícil vomitar embaixo d’água sem maiores complicações. Uma das complicações, a mais grave, é o afogamento durante o vômito. Outra é a subida até a superfície segurando o ar com risco de barotrauma torácico e doença descompressiva.
Existe também o enjôo em terra ou o mal do desembarque. Ele é observado após uma navegação ou mesmo após viagens longas com qualquer veículo de transporte. O mal do desembarque ocorre quando o movimento cessa após a adaptação aos movimentos de aceleração constante. A mudança abrupta decorrente da cessação dos estímulos a que o cérebro estava acostumado desencadeia o enjôo.
Felizmente o mareio acaba sendo tolerado. Acredita-se que, após três dias de
estímulo continuado, haja uma adaptação no sistema nervoso central. Por outro
lado, em torno de 5% das pessoas não se adaptam.
2006-11-17 14:09:57
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answer #1
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answered by jaime siqueira 3
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Porque quando uma pessoa viaja de barco ou navio costuma ficar enjoada. A palavra vem de maré, pois é ela que faz as embarcações jogarem para um lado e para o outro.
2006-11-17 22:27:43
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answer #2
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answered by Guri 6
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é obvio que tem relação com o mar, porém, acredito que seja pelo fato do constante movimento que o mar apresenta, por sua vez é comparado com o estado em que o indivíduo se encontra... em constante movimento, com a cabeça rodando e enjôos... deve ser isso...
abraços
cleiton cerqueira
profissional de educação física
2006-11-17 22:18:37
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answer #3
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answered by cleiton_cerqueira 2
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A fisiopatologia "mal de mer" ainda não é totalmente conhecida, pois este tipo de enjôo não afeta crianças até 2 anos e idosos com mais de 70 anos, além do mais, pessoas sentem enjôo andando de carro, ônibus, avião etc. Um estudo revelou que a ocorrência do enjôo está relacionada a magnitude da aceleração vertical em relação ao movimento linear anterior.
2006-11-17 22:10:06
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answer #5
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answered by Anonymous
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Já andou de barco ou navio, sentindo aquele cheiro horrível de peixe e balançando de um lado para outro??? Quando consegue fixar a visão vê tudo azul, em cima, em baixo e de todos os lados???
O resultado óbvio é enjôo e deve ser daí que veio a expressão...
2006-11-17 22:05:20
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answer #6
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answered by Flávia D 4
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