Oi Fred
Faz um tempão que eu não dou uma rexeretada na obra de Durkheim, mas vamos tentar.
Os chamados sentimentos humanos são fruto da coerção social porque, segundo ele, o normal seria aquilo que é ao mesmo tempo obrigatório para o indivíduo e superior a ele, o que significa que a sociedade e a consciência coletiva são entidades morais, antes mesmo de terem uma existência tangível. Essa supremacia da sociedade sobre o indivíduo deve satisfazer a esse indivíduo, desde que ele consiga integrar-se ao conjunto de regras definidos por ela e para que não hajam conflitos exagerados a ponto de dissolvê-la, se faz necessário o favorecimento de mecanismos mantenedores de uma "solidariedade" entre seus membros. Note que a coerção não é algo simplesmente imposto, mas acordado entre os membros dessa sociedade sob a forma de um "contrato social" (Rousseau) no qual o indivíduo abre mão de alguns direitos individuais para se beneficiar de um mecanismo de proteção coletiva ao qual chamamos de "Estado".
Uma vez que a solidariedade varia segundo o grau de modernidade da sociedade, a "norma moral" tende a tornar-se "norma jurídica" na medida em que essa sociedade vai se desenvolvendo e se complexificando, pois é preciso definir, as regras de cooperação e troca de serviços entre os seus membros. Esse fenômeno é definido por Durkheim como "solidariedade orgânica".
Uma vez que o indivíduo é gerado e educado dentro e por esse "organismo social", inconciente e concientemente ele se molda ao funcionamento desse organismo, tal como o órgão de um ser vivo que o mantém vivo porque não é capaz de sobreviver sem ele. Daí o fato do pensamento durkheimiano ser rotulado de organicista.
Para que um sentimento fosse considerado inato, ele deveria ser comum a todos os indivíduos de todas as sociedades e ser detectado nos primeiros minutos de vida de cada indivíduo. O único exemplo que eu consigo me lembrar agora seria o choro, mas o choro em sí não é um sentimento, mas a manifestação de diversos sentimentos. Até o medo, que seria uma forma de "instinto de sobrevivência" nos é ensinado. Note como as crianças pequenas não temem o fogo e nem os insetos perigosos. Esses "instintos" vão se revelando coforme a criança vai crescendo e muitas vezes (grande prova de que são apreendidos e não inatos) se transformam em fobias quando são mal ensinados.
Durkheim vê construções sociais em todos os fatos sociais, descarta as manifestações chamadas naturais e define atitudes sociais fora da conduta moral aceitável como "patologias sociais". Entre elas podemos descartar o suicídio e eu, particularmente, me atrevo colocar como uma patologia social brasileira, a corrupção.
Me desculpe, caro Fred, por não poder ter feito melhor por você porque me voltei para a antropologia a mais de sete anos e só lí Durkheim na faculdade e lhe confesso que tenho mantido no esquecimento, o nosso "pai da sociologia" por ter seguido outros autores de escolas de pensamento diferentes.
Creio que ambos estamos precisando dar uma estudadinha nas "Regras do Método Sociológico" e na "Divisão do Trabalho Social". rsrsrs
Grande abraço
2006-11-16 11:37:53
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answer #1
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answered by Químico 7
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Émile Durkheim (Épinal, 15 de abril de 1858 — Paris, 15 de novembro de 1917) é considerado um dos pais da sociologia moderna. Durkheim foi o fundador da escola francesa de sociologia, posterior a Marx, que combinava a pesquisa empírica com a teoria sociológica. É reconhecido amplamente como um dos melhores teóricos do conceito da coerção social.
Partindo da afirmação de que "os fatos sociais devem ser tratados como coisas", forneceu uma definição do normal e do patológico aplicada a cada sociedade, em que o normal seria aquilo que é ao mesmo tempo obrigatório para o indivíduo e superior a ele, o que significa que a sociedade e a consciência coletiva são entidades morais, antes mesmo de terem uma existência tangível. Essa preponderância da sociedade sobre o indivíduo deve permitir a realização desse, desde que consiga integrar-se a essa estrutura. Para que reine certo consenso nessa sociedade, deve-se favorecer o aparecimento de uma solidariedade entre seus membros. Uma vez que a solidariedade varia segundo o grau de modernidade da sociedade, a norma moral tende a tornar-se norma jurídica, pois é preciso definir, numa sociedade moderna, regras de cooperação e troca de serviços entre os que participam do trabalho coletivo (preponderância progressiva da solidariedade orgânica).
A sociologia fortaleceu-se graças a Durkheim e seus seguidores. Suas principais obras são: Da divisão social do trabalho (1893); Regras do método sociológico (1894); O suicídio (1897); As formas elementares de vida religiosa (1912). Fundou também a revista L'Année Sociologique, que afirmou a preeminência durkheimiana no mundo inteiro.
[editar] Referências bibliográficas
Durkheim, E. As regras do método sociológico. São Paulo, Ed. Martin Claret, 2002.
Aron, R. As etapas do pensamento sociológico. (págs: 297 a 369)
Joldman, L. Ciências humanas e filosofia. São Paulo, Ed. Difel. 1967 (págs: 27 a 70)
Martins, J. de S. Ideologia e sociedade. Rio, 1930 (págs: 23 a 45).
[editar] Principais obras
O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Émile Durkheim.De la division du travail social, 1893;
Les règles de la méthode sociologique, 1895;
Le suicide, 1897;
Les formes élémentaires de la vie religieuse, 1912;
Éducation et Sociologie, 1922;
L’éducation morale, 1925;
L’évolution pédagogique en France, 1938;
Montesquieu et Rousseau, précurseurs de la Sociologie'', 1953
2006-11-16 10:34:56
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answer #2
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answered by TEDDY 2
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