ECOS
Rasgarei a ferida,
Com os dedos crivados
arrancarei o tumor
que me alastra n’alma;
porei meu corpo ao avesso,
buscarei a essência:
na carne viva,
na cor do plasma...
Desmembrarei-me
à última molécula do átomo,
até encontrar a chaga
que habita no corredor secreto do meu ego...
Despertarei do sono
que entorpece-me a consciência
de um efêmero pesadelo...
Ecoarei no deseespero obsceno
até entrar no coma fantasma
onde a paixão se entrega...
Élsio Américo Soares
2006-11-10
02:20:12
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