O exército brasileiro.
A Proclamação da República brasileira ocorreu no dia 15 de Novembro de 1889, no Rio de janeiro na praça da Aclamação (hoje praça da Republica),quando um grupo de militares do Exército brasileiro, chefiados pelo Comandante marechal Deodoro da Fonseca, deu um golpe de estado e depôs o Imperador D. Pedro II (1840-1889), instituindo a República dos Estados Unidos do Brasil (conforme a Constituição promulgada a 24 de Fevereiro de 1891).
Antecedentes
A relativa estabilidade política do Império, no Brasil, veio a ser abalada a partir da década de 1870, como consequência da Guerra da Tríplice Aliança ou Guerra do Paraguai (1864-1870). A crise foi o resultado de vários fatores de ordem econômica, social e política que, somando-se, conduziram importantes setores da sociedade à conclusão de que a monarquia precisava ser superada para dar lugar a um regime político, mais adequado aos problemas da época. Entre esses fatores, relacionam-se:
A crise econômica
Agravada pela Guerra da Tríplice Aliança, que trouxe grandes despesas financeiras ao Império, cobertas por capitais britânicos. Os empréstimos brasileiros elevaram-se de 3 milhões de libras esterlinas em 1871 para quase 20 milhões em 1889, o que causava inflação no plano interno.
A questão religiosa
Desde o período colonial, a Igreja Católica era uma instituição submetida ao Estado. Isso significava, entre outras coisas, que nenhuma ordem do Papa poderia vigorar no Brasil sem que fosse aprovada pelo Imperador (Padroado). Ocorre que, em 1872, D. Vidal e D. Macedo, bispos de Olinda e Belém respectivamente, resolvem seguir as ordens do Papa Pio IX, punindo religiosos ligados à maçonaria. D. Pedro II (1840-1889), influenciado pelos maçons, decidiu intervir na questão, solicitando aos bispos que suspendessem as punições. Estes se recusaram a obedecer ao imperador, sendo condenados a quatro anos de prisão. Em 1875, graças à intervenção do Duque de Caxias, os bispos receberam o perdão imperial e foram colocados em liberdade. Contudo, o império foi perdendo a simpatia da Igreja.
A atuação dos republicanos
O Manifesto Republicano foi uma declaração publicada pelos membros dissidentes do Partido Liberal (luzias), liderados por Quintino Bocaiúva e Joaquim Saldanha Marinho (Mestre maçônico do Grande Oriente). Ambos haviam decidido formar um Clube Republicano no Rio de Janeiro, com o ideário de derrubada da Monarquia e o estabelecimento da República.
Veio a público no Rio de Janeiro, pelo primeiro número do periódico A República, em 3 de Dezembro de 1870, assinado por:
Alfredo Gomes Braga (funcionário público)
Alfredo Moreira ***** (professor)
Antônio da Silva Neto (engenheiro)
Antônio de Sousa Campos (médico)
Antônio José de Oliveira Filho (advogado)
Antônio Nunes Galvão
Antônio Paulino Limpo de Abreu (engenheiro)
Aristides da Silveira Lobo (advogado, ex-deputado pela província de Alagoas)
Augusto César de Miranda Azevedo (médico)
Bernardino Pamplona (fazendeiro)
Candido Luiz de Andrade (negociante)
Carlos Americano Freire (engenheiro)
Cristiano Benedito Ottoni (engenheiro, ex-deputado pela província de Minas Gerais)
Eduardo Baptista R. Franco
Eduardo Carneiro de Mendonça
Elias Antônio Freire (homem de negócios)
Emilio Rangel Pestana (negociante)
Félix José da Costa e Souza (advogado)
Flávio Farnese (advogado e jornalista)
Francisco Antônio Castorino de Faria (funcionário público)
Francisco C. de Brício
Francisco Leite de Bittencourt Sampaio (advogado, ex-deputado pela Província de Sergipe)
Francisco Peregrino Viriato de Medeiros (médico)
Francisco Rangel Pestana (advogado e jornalista)
Gabriel José de Freitas (homem de negócios)
Galdino Emiliano das Neves
Henrique Limpo de Abreu (advogado, ex-deputado pela Província de Minas Gerais)
Jerônimo Simões (homem de negócios)
João Baptista Lupez (médico)
João de Almeida (jornalista)
João Vicente de Brito Galvão
Joaquim Garcia Pires de Almeida (jornalista)
Joaquim Heliodoro Gomes (funcionário público)
Joaquim Maurício de Abreu (médico)
Joaquim Saldanha Marinho (advogado, ex-presidente das Províncias de Minas Gerais e de São Paulo, ex-deputado pela de Pernambuco)
José Caetano de Moraes e Castro
José Jorge Paranhos da Silva (advogado)
José Lopes da Silva Trovão (médico)
José Maria de Albuquerque Mello (advogado, ex-deputado pela Província do Rio Grande do Norte)
José Teixeira Leitão (professor)
Júlio César de Freitas Coutinho (advogado)
Julio V. Gutierrez (negociante)
Lafayette Rodrigues Pereira (advogado, ex-presidente das províncias do Ceará e do Maranhão)
Luís de Sousa Araújo (médico)
Macedo Sodré (homem de negócios)
Manuel Benício Fontenelli (advogado, ex-deputado pela Província do Maranhão)
Manuel Marques da Silva Acauan (médico)
Manuel Marques de Freitas
Máximo Antônio da Silva
Miguel Vieira Ferreira (engenheiro)
Octaviano Hudson (jornalista)
Paulo Emílio dos Santos Lobo
Pedro Antônio Ferreira Viana (advogado e jornalista)
Pedro Bandeira de Gouveia (médico)
Pedro Rodrigues Soares de Meirelles (advogado)
Quintino Bocaiúva (jornalista, a quem é atribuída a redação do Manifesto)
Salvador de Menezes Drummond Furtado de Mendonça (jornalista)
Tomé Ignácio Botelho (capitalista)
Este grupo influenciou o grupo reunido na Convenção de Itu (1873), quando foi fundado o Partido Republicano Paulista (PRP).
As reformas do Gabinete Ouro Preto
O governo imperial, através do Gabinete do visconde de Ouro Preto, percebendo a difícil situação política em que se encontrava, apresentou à Câmara dos Deputados um programa de reformas políticas, do qual constavam:
A autonomia para as províncias;
A liberdade de voto;
O mandato temporário para os Senadores;
A liberdade de ensino e seu aperfeiçoamento;
A liberdade religiosa.
O golpe
As reformas do Gabinete Ouro Preto chegaram tarde demais. No dia 14 de Novembro de 1889, os conspiradores lançaram o boato de que o governo havia mandado prender o Marechal Deodoro da Fonseca e Benjamin Constant. Com esse pretexto, no amanhecer do dia 15 de Novembro, as tropas do Exército, sob o comando do Marechal Deodoro, tomaram o poder, proclamando a República dos Estados Unidos do Brasil. Vale ressaltar que a Proclamação da República Brasileira, foi essencialmente elítica, sem nenhuma participação popular, sendo estes considerados "bestializados" do fato que o país enfrentava.
Bom estudo.
2006-11-09 13:41:22
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answer #3
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answered by jorge luiz stein 5
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