Concordo plenamente com o acompanhamento do trabalho dos polÃticos, mas é preciso s e p a r a r acompanhamento de aparelhamento, ou seja, se o polÃtico não pensar da mesma maneira que a gente começar o patrulhamento para que ele até pare de trabalhar, como aconteceu recentemente com um senador que ofendeu os membros de um partido polÃtico se valeu de seus conhecimentos e entrou com uma ação contra o jornalista que lhe chamou de racista.
O que eu estranho é que o jornal é do Rio de Janeiro
O jornalista trabalha no Rio de Janeiro, portanto o artigo foi escrito no Rio de Janeiro e o fórum do julgamento foi S.Paulo. Sem querer antecipar conceitos préestabelecidos tudo faz crer que isto foi uma armação judiciária, pois sinceramente quem confia na justiça 100%?
principalmente em questões polÃticas, já que temos uma tradição de juristas de plantão adquirida com a ditadura militar. Como a sua proposta é muito boa estou tomando a liberdade de lhe enviar a reportagem do caso citado acima . Abraços e muita paz.
Veja:
LIBERDADE DE IMPRENSA?
INDIGNAÃÃO, QUANDO CONVÃM
Diferenças na repercussão da suposta intimidação aos repórteres de Veja e da condenação de Emir Sader
Por Redação CartaCapital
Há várias formas de impedir avanços democráticos em uma sociedade. Um deles, talvez o mais eficiente do ponto de vista de quem defende determinados privilégios, é bloquear a discussão sobre certos temas. No Brasil, os donos da mÃdia decretaram ser proibido debater seus erros e excessos, desnudar seus interesses ou apresentar, sobre o papel dos meios de comunicação, uma visão diferente.
A respeito, vale citar declaração recente do deputado federal Ciro Gomes, eleito com mais de 600 mil votos no Ceará e um dos polÃticos mais demonizados pela imprensa justamente por ter idéias próprias. Em entrevista ao blog Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim, sediado no portal iG, Ciro refletiu: “Precisamos ter clareza de que não temos de ter medo de avançar em uma questão substantiva, que é a questão da democratização dos meios de comunicação. Quando a gente discute esse tema, os que têm o monopólio da mÃdia vão sempre inventar que isso é autoritário. Não é”.
Dois casos exemplares da última semana mostram como levantar a bandeira da liberdade de imprensa é uma questão de conveniência dos veÃculos de comunicação.
A suposta intimidação de três repórteres da Veja, convidados a depor na PolÃcia Federal por causa de uma reportagem, produzida pela própria revista, que revelava um hipotético encontro à s escondidas entre Freud Godoy e Gedimar Passos, mereceu editoriais indignados e alentados textos nos principais jornais e emissoras de tevê. Instituições de classe e a sempre atenta OAB lançaram notas a repudiar a “truculência” da PF e a exaltar a liberdade de imprensa. Como de costume.
Sutileza não faz parte da personalidade de policiais. Não há aqui defesa de ilegalidades por parte do aparelho de Estado. Nem se descarta a possibilidade de o delegado que ouviu os jornalistas ter cometido excessos injustificáveis contra cidadãos, qualquer que seja a profissão ou posição social, durante o depoimento.
Mas a situação está no seguinte pé. Em nota oficial, a direção da revista diz que seus profissionais foram intimidados. Também em nota, a Superintendência da PF em São Paulo nega. Em uma terceira correspondência, a procuradora Elizabeth Mitiko Kobayashi, escalada para acompanhar os depoimentos por ser representante de um órgão independente, afirmou que, no seu entendimento pessoal, não houve “qualquer ato de intimidação por parte da PF, o que teria provocado imediata reação de minha parte”.
A repercussão do episódio relativiza, porém, as versões fornecidas pelas partes. Enquanto editoriais e textos tratam as acusações de Veja como expressão da verdade absoluta, as negativas da PF e da procuradora são colocadas no condicional, desde sempre tratadas com salutar espÃrito crÃtico e distanciamento. Pergunta: Por que não proceder da mesma maneira em relação à s declarações da revista? Por ora, interpretemos a reação em cadeia ao que teria sido um “ataque à liberdade de imprensa” na conta do viés corporativista tão recorrente. Corporativista, diga-se, quando, de certa forma, está em jogo a credibilidade das empresas de mÃdia.
A mesma solidariedade ou indignação não se nota, por exemplo, no caso da condenação do sociólogo Emir Sader, em processo movido pelo senador pefelista Jorge Bornhausen. Sader, em artigos na imprensa, havia chamado Bornhausen de “racista” por causa da famosa declaração do senador em que ele anunciava “o fim dessa raça”, ao se referir ao PT e a esquerdistas em geral.
O juiz auxiliar da 22ª Vara Criminal de São Paulo, Rodrigo César Muller Valente, condenou Sader a um ano de detenção, em regime aberto, e à perda do cargo de professor na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Cabe recurso.
Inaudita a decisão de Muller, pela tipificação do suposto crime, injúria, que teria sido cometido por Sader. Além do mais, é difÃcil negar que a frase do senador tenha sido racista, apesar de suas justificativas posteriores. Raras, porém, foram as manifestações de indignação diante do claro excesso do magistrado e da pena desproporcional. Em geral, deram-se em sites e blogs na internet. Nem uma linha em editoriais dos maiores jornais. Não houve sequer um colunista que tenha se comovido. Estes sempre vigilantes quando se trata não de defender um princÃpio, mas uma companhia. Ou um grupo delas.
MINO CARTA
A OPINIÃO PÃBLICA DERROTA A MÃDIA
Aqui está um dos significados da reeleição do presidente Lula
A liberdade de imprensa no Brasil é a das grandes empresas midiáticas deitarem e rolarem no esforço concentrado de servir o poder, ou, por outra, a si próprias. Assistimos neste momento ao lamentável espetáculo encenado pela mÃdia, ainda e sempre disposta a esconder o seu ódio de classe, o seu facciosismo, o seu golpismo, por trás do biombo da neutralidade.
Tenho a forte impressão de que o biombo está a ficar transparente. A eleição de Lula é a derrota da mÃdia. Patético é o esforço de insistir na idéia da eqüidistância e da isenção, como faz, por exemplo, o diretor de jornalismo da TV Globo, Ali Kamel. Diz ele que tal é a tradição global. Os porta-vozes de outras empresas de comunicação diriam o mesmo, impavidamente.
A tradição, de verdade, é aposta à quela pretendida, ainda que o tom da mÃdia, em 2002, tenha seguido pauta diferente daquele de 2006. Quando, há quatro anos, a eleição de Lula se desenhou como inevitável, o comportamento foi muito mais cauteloso, comedido, brando, do que desta vez. Pelo contrário, há um ano e meio, a mÃdia postou suas baterias e abriu fogo sobre Lula, o governo e o PT. Corrente para frente. E lá pelas tantas, concluÃdo o primeiro turno, iludiu-se que a vitória de Alckmin seria possÃvel.
Antes de chegar à encruzilhada da minha vida profissional, há quase 31 anos, para ser obrigado a partir de então a inventar meus empregos, tive patrões e sei que os homens se detestam. Não excluo exceções, mas, em geral, no plano pessoal e empresarial, um não tem o menor apreço pelo outro. Unem-se, porém, compacta e indissoluvelmente, sempre que divisam o risco comum.
Exemplos clássicos, que envolvem todos, e para não remontar aos sumérios, comecemos pela renúncia de Jânio Quadros e pela posse na Presidência do vice João Goulart. Ali começou a fermentar a idéia do golpe, já aflorada durante o governo constitucional de Getulio Vargas, e, logo após, o de Juscelino Kubitschek. A mÃdia implorou pela intervenção dos gendarmes, e ao se dar, enfim, a avançada grotesca dos tanques, saudaram-na como revolução, a redentora.
Depois da escravidão, o golpe de 1964 é a maior tragédia brasileira consolidada, digamos, pelo golpe dentro do golpe em dezembro de 1968. A ele os senhores da mÃdia não regatearam apoio em unÃssono. Hoje alguns, com a extraordinária desfaçatez que os caracteriza, falam em anos de chumbo. Não para a maioria. Folha, Globo e Jornal do Brasil nunca foram censurados. O Estado foi, teve, porém, a regalia de preencher os cortes censoriais com versos de Camões. E assim, vale acentuar que uma briga entre golpistas convocou as tesouras, a mesma disputa capaz de condenar Carlos Lacerda à cassação.
A UDN de São Paulo queria mais poder do que o concedido pela ditadura. Mais esperto, Roberto Marinho entendia-se à s mil maravilhas com o ministro Armando Falcão. Unidos, novamente, os donos da mÃdia, na oposição à campanha das Diretas Já, com a única exceção da Folha de S.Paulo. A equipe da Globo foi escorraçada pelos manifestantes durante o comÃcio da Praça da Sé, dia 25 de janeiro de 1984.
E unidos a favor da candidatura Collor, o fio desencapado da vez, necessário, entretanto, para evitar Lula, em 1989. E unidos no apoio deslumbrado a Fernando Henrique Cardoso, para o primeiro e para o segundo mandato, aquele que resultou no maior engodo eleitoral da história da incipiente democracia brasileira. Foi quando Roberto Marinho confiou nos artigos de Miriam Leitão, a qual garantia que o real não seria desvalorizado.
Entre muitos lances da cobertura da campanha eleitoral neste ano, chamou-me atenção o espaço dado ao ex-presidente FHC na sua bem-sucedida exumação de Carlos Lacerda. Sem qualquer gênero de maravilha, ou surpresa, ou mesmo espanto, observo a atuação de inúmeros jornalistas que se prestam a fazer o jogo do patrão. Mas não é que o chamam de colega?
Leia, nesta edição, o artigo de Marcos Coimbra sobre a vitória da opinião pública contra a mÃdia que, como de hábito, tentou manipulá-la, desta feita em vão. De minha parte, apresso-me a homenagear os colegas que se recusaram a assinar o documento encaminhado à s redações da Globo em todo o PaÃs pela chefe de produção do Jornal Nacional, Mônica Maria Barbosa. Não foram poucos, e alguns que subscreveram de imediato o texto que lhes apresentava o redator-chefe, acabaram por retirar suas assinaturas. Ora viva, nem todos são sabujos.
2006-11-09 05:56:42
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answer #3
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answered by Turcão CG 5
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