Origem japonesa...AÃ vai um poquinho falando sobre esses brinquedos q virou mania nacional...ou mundial?hahahah
Ãvida seguidora de tudo quanto há de novo em tecnologia, a indústria do entretenimento não brinca em serviço. Dois anos atrás, sua grande atração se chamava Tamagotchi e era um bichinho em formato de chaveiro que precisava de alimento e carinho virtuais para sobreviver. A febre dos animais de estimação eletrônicos contagiou as crianças japonesas de tal forma que a moda espalhou-se pelo mundo. O que a fabricante Bandai não esperava era ver a garotada inconsolável diante da terceira e definitiva morte do bichano. As queixas de psicólogos, dos pais e das próprias crianças em prantos foram tantas que a empresa foi obrigada a criar uma nova ninhada de Tamagotchi, dessa vez com capacidade para ressuscitar perpetuamente. Hoje o bicho digital virou coisa do passado.
A coqueluche do momento se chama Pokémon, abreviatura em inglês para monstros de bolso. Nascidas como personagens de videogame, as 150 criaturas coloridas deram origem a uma mirÃade de subprodutos: desenho animado, álbum de figurinhas, filme, boneco de pelúcia (R$ 42) e uma versão eletrônica (R$ 31) do personagem Pikachu que murmura seu nome e emite outros sons engraçados. Como no desenho, ele repete seu nome: Pi-pika-pikachu. Ao contrário das disputas sangrentas clássicas dos games, as histórias dos monstros Pokémon pregam valores tradicionais da cultura japonesa como a responsabilidade, o respeito aos mais velhos, a humildade e a obediência.
Quem não quiser ficar por fora dessa nova onda precisa saber que no mundo dos monstrengos de bolso os animais "do bem" não morrem. Mesmo depois das pancadarias que são o fio condutor das aventuras, os Pokémons apenas desmaiam. Seus poderes são tão estranhos quanto seus nomes. Charizard, por exemplo, é um dragão que cospe fogo e Psyduck só tem poderes quando sente uma forte dor de cabeça. O mais badalado de todos os bonecos é o Pikachu, simpático monstrinho amarelado que emana tiros de eletricidade de seu rabo. Um dos mais importantes produtos culturais de exportação japoneses, os brinquedos high-tech não são apreciados apenas no Oriente. Contagiaram os americanos, os franceses, os alemães e, ao que tudo indica, devem balançar o coração das crianças de todas as idades no Brasil. A Estrela, importadora dos animaizinhos, promete rechear as prateleiras das lojas nacionais com diversos tipos de monstrengos de bolso. Com um ano de atraso, a empresa também faz planos para repetir por aqui o furor que o boneco falante Furby (R$ 110), da Tiger Electronics, provocou entre europeus e americanos em 1998. Com cara de coruja, Furby é uma combinação de circuitos eletrônicos e mecânicos controlados por dois chips e diversos sensores de toque e de luz espalhados pelo corpo. O animalzinho de pelúcia fala 800 palavras, dança, espirra, sente cócegas, reconhece a presença de seu dono e comunica-se com outros animais de sua espécie usando um emissor de raios infra-vermelho.
Seu sucesso foi tamanho no último Natal, que o brinquedo sumiu das lojas americanas em questão de dias. Houve quem o arrematasse nas páginas de leilões pela Internet por até US$ 200, mais de seis vezes seu preço normal, de US$ 30. Por enquanto, o boneco disponÃvel no Brasil falará apenas inglês e furbês, seu incompreensÃvel idioma nativo. "A versão em português deve chegar somente em abril de 2000", avisa Aires Leal Fernandes, diretor de marketing da Estrela. Equipado com um sensor de luz na testa, o boneco sabe quando é dia ou noite – e se está na hora de ir para a cama junto de seu dono. Vendido em diversas cores, a coruja eletrônica tem outros sensores de toque nas costas, na barriga e na lÃngua para receber cócegas, carinhos e apertões. O boneco fala sozinho, age independentemente da criança e foi programado para em algum momento ficar acabrunhado, carente e manhoso como se estivesse gripado. "Se encontrar outro Furby pela frente, ele passa o vÃrus da gripe pelo infra-vermelho", revela Fernandes.
Invasão japonesa – As novidades não páram aÃ. A japonesa NEC, por exemplo, criou um protótipo de robô que identifica pessoas e objetos usando duas câmeras no lugar dos olhos. O bicho também reconhece a voz humana com os três microfones que lhe servem de orelhas, movimenta-se usando quatro micromotores, pronuncia 300 frases e ainda conecta-se à Internet para receber e enviar e-mails. Batizado de R100, o robô fala só japonês mas já pode operar eletrodomésticos como ar-condicionado, televisão e as luzes da casa. Outra companhia a aderir à s brincadeiras de alta tecnologia foi a igualmente japonesa Matsushita. Ela criou seus próprios animais domésticos com sensores ativados pelo toque ou voz do dono. São dois modelos, o tigre listrado Nako e o urso azulado Kuma. Ambos guardam informações na memória, falam, movimentam-se e foram projetados para fazer companhia a idosos ou crianças. O animal apresentado como protótipo em abril deste ano é bem-educado. Dá bom-dia, traz as notÃcias locais, mostra diferentes expressões faciais e ainda se comunica com outros aparelhos eletrônicos, entre os quais o PC.
Outra grande sensação é o Aibo, um cachorrinho metálico inventado pela Sony e vendido a US$ 2.500. Lançado em junho deste ano apenas no Japão, o cachorrinho digital não faz sujeira, nem cheira mal como seus similares reais. O estoque de cinco mil bonecos acabou em 20 minutos no Japão – e em quatro dias nos EUA. Atendendo a pedidos, a Sony lança este mês outra edição limitada do Aibo. Serão dez mil totós para abastecer os mercados japonês, americano e europeu. O Aibo vem em duas cores: cinza-prata ou preto metálico e está preparado para demonstrar emoções como alegria, tristeza, raiva e medo através de movimentos e sons. O animal digital obedece comandos para sentar, deitar, rolar, como se fosse um cachorro de verdade.
Novidades como essas pipocam diariamente no mundo maravilhoso dos brinquedos. Há desde o microscópio X3, resultado de uma parceria entre a Intel e a Mattel, que mostra na tela do PC o que estiver na lâmina de observação, até os bonecos interativos como o dinossauro roxo Barney da Microsoft, e o ursinho Puff da Mattel. Ambos falam e reagem a estÃmulos em seus sensores. Entre os brinquedos feitos para atrair os adultos, a grande sensação fica por conta do Mindstorms da Lego, um conjunto de 700 peças de montar acompanhado de chip que funciona como o cérebro do brinquedo. No mesmo kit onde vêm as pecinhas estão sensores de luz e de toque, engrenagens e transmissor infra-vermelho para equipar brinquedos que andam e se movem sozinhos. Basta usar o programa que acompanha o brinquedo para definir, no computador, o que o ele fará. Depois é só copiar esses comandos do PC para o cérebro do robô montado com as peças Lego e pronto, nasceu um novo robô. O único inconveniente do brinquedo é o preço: R$ 600.
Diversão com limites – Apesar de tanto avanço, isso não significa que os brinquedos high-tech estimulem mais ou menos a imaginação infantil. Eles continuam a ser a melhor válvula de escape do inconsciente da criança, que em geral reproduz sua própria história usando bonecos e estÃmulos lúdicos. Brincando, como num sonho, a criança revela suas inquietações e eventuais sintomas de anormalidade. Estudiosa dos Tamagotchis e de gadgets em geral, a psicanalista Sara Hassan recomenda aos pais ter uma visão crÃtica a respeito dos novos brinquedos. Eles jamais devem entrar na vida de uma criança para substituir algo, como o carinho ou a atenção dos pais. "Os animais digitais nascem, se proliferam e desaparecem num ritmo muito veloz", diz Sara. Por isso, uma das recomendações aos pais é evitar que a garotada alimente a cultura da obsolescência, como já acontece com os computadores, que viram sucata toda vez que surge um novo modelo. Maior, mais potente e, quase sempre, mais caro.
2006-11-08 12:52:34
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answer #2
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answered by cris 7
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