Nome: Regina Helena Oliveira
Formação Acadêmica: Superior - Licenciatura Plena
Tempo de atuação: 12 anos
Área de atuação: desenho geométrico e artes plásticas
O q é ser professor: é ser responsável pelo futuro do aluno. O mal professor não desperta interesse, resultando muitas vezes no abandono da escola ou na formação medíocre.
A ação e reação. Se vc transmite corretamente o conteúdo aos alunos, a reação de interesse no conteúdo e na continuidade dele é imediata. Caso contrário, gera desinteresse. Portanto, é do professor a responsabilidade maior.
Depende de que classe social vc fala. Numa escola pública, são incontáveis. Existe a barreira financeira, a cultural, a do material didático, do espaço disponível, da falta de acesso a bons livros, etc.
Numa escola particular, a maioria dessas barreiras não existem, mas aparecem os exageros (um aluno querer ser mais que o outro), a resistência dos pais a alguns trabalhos que forcem uma tomada de consciência e a falta de autonomia do professor, sempre subordinado a uma chamada "coordenação", que impões barreiras aos conteúdos.
As realizações, muitas vezes são maiores na escola pública se vc conseguir despertar o interesse do aluno, pois na escola particular, dificilmente vc consegue realizar um "grande feito", segundo as avaliações. Pela falta de dificuldades, não há nunca "grande" interesse num conteúdo.
O ambiente de trabalho depende também da classe social. Numa escola pública é normalmente de colaboração e na privada é quase sempre de rivalidade.
O que vc chama de recursos? Livros? Materiais?
Como nas perguntas anteriores, os recursos são"distribuídos" pelo governo (?) que deveria disponibilizar não só os livros, mas recursos como internet, biblioteca, materiais de pesquisas, tendo maior consciência das dificuldades do professor (trabalho) e do aluno (pesquisa).
A escola privada disponobiliza tudo isso e quando não, há recursos em casa, porém o interesse do aluno é limitado.
Se vc pega dois alunos (1 público e 1 privado da mesma série e nível de notas) e os coloca lado a lado, um em cada computador, por exemplo e lhes dá um tema para pesquisa, possivelmente, o interesse do aluno público será maior, o aluno privado acha "um saco".
Depende. Se a escola tem recursos para manter oficinas e laboratórios, ela consegue direcionar a área de interesse do aluno. Existem escolas públicas (raras), mas existem, que têm esses recursos e os usam até mesmo para captação de recursos para mantê-las. Fora isso, restringem-se a testes vocacionais, que são, na minha opinião, de resultados duvidosos.
Relação professo/aluno hoje em dia é extremamente complicada. Por um lado, as famílias não colaboram, não dão o devido valor aos professores, que muitas vezes é questionado pelos pais ao impor uma punição:"pq vc fez isso com meu filho?" - isso é assimilado pelo aluno, que passa a ter consciência de que está "coberto" e portanto não precisa atender às suas solicitações e nem respeitá-lo como deveria.
Não existe mais a hierarquia necessária para um bom e respeitoso relacionamento.
Como professores, estamos à mercê da índole do aluno.
Raras são as escolas onde existe interação família/escola. O governo está tentando um esforço nesse sentido com o programa escola da família, mas seus resultados não são muito animadores. Fora isso, essa é uma relação quase imposta pela escola. Infelizmente.
A escola tenta. Dificilmente consegue. Seja pública ou privada. Para a grande maioria de pais, pai é pai e escola é escola. Quando muito, comparecem às reuniões. Mas existem escolas, principalmente as que aplicam o método Waldorf, onde a participação da família na escola é fundamental, sem a qual, o aluno não se adapta.
Essa é uma questão delicada. Na atual conjuntura, está muito difícil unir essas responsabilidades, por falta de tempo, de interesse etc. O que ocorre, portanto, é que na maioria das vezes, a escola é responsável pelo ensino e os pais em casa pelas regras de "baladas".
Conflitos internos dos alunos são resolvidos em casa, exceto nas escolas onde há psicólogos de plantão. Normalmente a escola ouve o relato do problema, fica atenta e repassa aos pais.
Deveres para mim são DEVERES. É desta forma, eu acho, que os alunos aprendem a ter responsabilidade e assumem na vida adulta seus lugares na sociedade.
A inclusão, infelizmente, no Brasil ainda é utópica. São poucas as escolas que assumem a responsabilidade da inclusão, pois para isso necessitam de professores capacitados e auxiliares. Isso porém, é mascarado. Jogam sempre em cima dos pais e da criança a não adaptação, encaminhando essas crianças para o ensino especializado. No E.E.Rodrigues Alves, há muito tempo a exclusão é um fato, com grandes resultados positivos. Mas isso não é maioria.
Não muita. A questão pedagógica ainda é muito fraca de modo geral no Brasil e isso precisa urgentemente ser modificado.
Espero ter te ajudado.
2006-11-07 01:39:17
·
answer #1
·
answered by regina o 7
·
0⤊
0⤋
Noooossa! quanta coisa! Vamos por partes! (sugiro você formar uma metodologia para isso, senão vai ficar louca...)
1) Especialista (Latu Sensu) em educação; Mestre (Strictu Sensu)em área científica.
2) Atuo há 11 anos.
3) Ciências e Biologia.
4) Ser professor é uma tarefa tão divina quanto ser médico...a diferença é que nós CONSTRUÍMOS PESSOAS, e não consertamos pessoas (embora às vezes também façamos isso...)
5) Trabalhar muito com a criatividade, mesmo tendo um planejamento a ser seguido (o planejamento permite pequenos "desvios de rota" para fazer adequação ao perfil de cada turma)
6) dificuldade: falta de infra-estrutura na rede pública (trabalho na rede estadual, municipal e particular) e baixo nível de assimilação do corpo discente; realização: poder mostrar um mundo diferente aos alunos, uma perspectiva diferenciada da vida. Inclusive, da vida deles.
7) Bom. Temos liberdade (um tanto cerceada pelo sistema educacional) para trabalhar.
8) Bibliotecas, DVD's, etc....
9) Não existe um plano de carreira da Secretaria de educação do Estado que trabalho. Nem na particular. Só no município.
10) Boa. Sou adepta do sistema de relacionamento "as antigas", ou seja, sou durona. mas tenho bastante acesso aos meus alunos, e eles a mim. Pelo que tenho visto, esta "pedagogia da liberdade" em que o aluno pode tudo, não funciona não....então prefiro ser mais rígida. E sinceramente, eles parecem gostar. No começo, aparentam muito medo, mas depois têm respeito (segundo palavras deles...).
11) Os mais novinhos ainda têm isso de "pai ir à escola pra buscar o boletim"...mas os mais velhos, do ensino médio, não. Então raramente conhecemos os pais. Os pais têm estado muito ausentes da escola e da vida de seus filhos....
12) não há como responder.
13) Sempre. Os pais só se manifestam quando a bomba efetivamente estoura! è lastimável. Claro que existem exceções...mas a maioria é assim.
14) Em reuniões pedagógicas semanais para "ajustar o rumo" das coisas. Alunos problemáticos, carências de professores, professores que entram em licença médica, evasão escolar....
15) Toda. Meus alunos fazem deveres em sala de aula e em casa. (os de casa valem nota pelo conjunto). Desenvolver excelência e habilidade nada mais são do que hábitos treinados...
16) Aceitamos alunos especiais, mas se com o decorrer do tempo observamos que eles não conseguem se sociabilizar de jeito nenhum, encaminhamos para escolas especiais. Sabemos a importância da inclusão, mas alguns alunos são agressivos demais para conviver com os outros. Temos hoje 13 alunos especiais em séries diversas.
17) Sempre, até porque os alunos tem chegado à 5a. série com sérios problemas de defasagem de conteúdo. Tentamos adequar o conteúdo a esta realidade. O nível cai um pouco, mas a assimilação é melhor.
Obs. Finais: O ritmo de trabalho de um professor hoje é acachapante. Para termos um salário digno, temos de trabalhar em três turnos, em uma média de 12 a 15 horas por dia (veja bem: o trabalhador "administrativo",( digamos assim), trabalha 44, 45 horas por semana...e nós fazemos isso em três dias!) sem contar a quantidade de trabalho que temos que fazer em casa. Isso tem levado muitos profissionais a desistir do magistério, ou a não investir na carreira, como vemos frequentemente em outras áreas. A falta de políticas públicas decentes, que levem em consideração um salário mais digno resolveria vários problemas de uma só vez: por ganhar mais, o professor trabalharia (e desgastaria) menos, fazendo com que sobrasse tempo para ministrar um ensino de qualidade melhor (aulas melhor preparadas), fazer cursos de qualificação, e de quebra, abriria mais postos de trabalho, já que poderíamos abrir mão de uma das escolas, dando vaga à mais gente! E é burrice pensar que "se o cara tá ganhando mais, não vai querer largar uma das fontes de renda..." Isso é ideia de quem começa na carreira. Quem já tem carreira estabilizada, como eu, sabe que é muito melhor ter qualidade de vida!
Espero ter ajudado.
Beijos.
lú
2006-11-07 01:36:52
·
answer #2
·
answered by SeRel 4
·
0⤊
0⤋