Romantismo foi um movimento artístico e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa que perdurou durante grande parte do século XIX. Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao racionalismo que marcou o período neoclássico e buscou um nacionalismo que aparentemente se perdera. Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o Romantismo toma mais tarde a forma de um movimento e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideiais utópicos. Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo Iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo romantismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu.
Índice [esconder]
1 Origens
2 Romantismo nas Belas Artes
3 Romantismo na Literatura
4 Romantismo na Música
5 Romantismo em Portugal
5.1 Marcos
5.2 As Gerações e seus principais autores
6 Romantismo no Brasil
6.1 Arte brasileira no período romântico
7 Ver também
8 Ligações externas
[editar] Origens
Alguns autores neoclássicos já nutriam um sentimento mais tarde dito romântico antes de seu surgimento de fato, sendo assim chamados pré-românticos. Nesta classificação encaixam-se Francisco Goya e Bocage.
Romantismo surge inicialmente naquela que futuramente seria a Alemanha (tendo o movimento, inclusive, fundamental importância na unificação germânica) com o movimento Sturm und Drang e na Inglaterra.
O Romantismo viria a se manifestar de formas bastante variadas nas diferentes artes e marcará sobretudo a literatura e a música (embora ele só venha a se manifestar realmente aqui mais tarde do que em outras artes). À medida que a escola foi sendo explorada foram surgindo críticos à sua demasiada idealização da realidade. Destes críticos surgiu o movimento que daria forma ao Realismo.
[editar] Romantismo nas Belas Artes
Ver artigo principal: Pintura do romantismo.
A Liberdade guiando o povo, Eugène DelacroixSegundo Giulio Carlo Argan na sua obra Arte moderna, o Romantismo e o neoclassicismo são simplesmente duas faces de uma mesma moeda. Enquanto o neoclássico busca um ideal sublime, objetivando o mundo, o romântico faz o mesmo, embora tenda a subjetivar o mundo exterior. Os dois movimentos estão interligados, portanto, pela idealização da realidade (mesmo que com resultados diversos).
As primeiras manifestações românticas na pintura ocorreram quando Francisco Goya passa a pintar depois de começar a perder a visão. Um quadro de temática neoclássica como Saturno devorando seus filhos, por exemplo, apresenta uma série de emoções para o espectador que o fazem se sentir inseguro e angustiado. Goya cria um jogo de luz-e-sombra de forma a acentuar a situação dramática representada.
Apesar de Goya ter sido um acadêmico, o Romantismo somente chegaria à Academia mais tarde.
O francês Eugène Delacroix é considerado o pintor romântico por excelência. Sua tela A Liberdade guiando o povo reúne o vigor e o ideal românticos em uma obra que estrutura-se em um turbilhão de formas. O tema são os revolucionários de 1830 guiados pelo espírito da Liberdade (retratados aqui por uma mulher carregando a bandeira da França). O artista coloca-se metaforicamente como um revolucionário ao se retratar em um personagem da turba, apesar de olhar com uma certa reserva para os acontecimentos (refletindo a influência burguesa no romantismo). Esta é provavelmente a obra romântica mais conhecida.
A busca pelo exótico, pelo inóspito e pelo selvagem formaria outra característica fundamental do Romantismo. Exaltavam-se as sensações extremas, os paraísos artificiais, a natureza em seu aspecto mais bruto. Lançar-se em "aventuras" ao embarcar em navios com destino aos pólos, por exemplo, tornou-se uma forma de inspiração para alguns artistas. O pintor inglês William Turner refletiu este espírito em obras como Mar em tempestade onde o retrato de um fenômeno da Natureza é usado como forma de atingir os sentimentos supracitados.
[editar] Romantismo na Literatura
Ver artigo principal: Literatura do romantismo.
Poeta Goethe na ItáliaO Romantismo surge na literatura quando os escritores trocam o mecenato aristocrático pelo editor, precisando assim cativar um público leitor. Esse público estará entre os pequenos burgueses, que não compreende os valores literários clássicos e aprecia mais a emoção que a sutileza.
Bocage concretiza a fase final e insanável do conflito entre o Arcadismo e o Romantismo entre dependência relativamente às instituições feudais absolutistas e relativamente ao público editorial: “a poesia desce do salão a praça”. Enquanto na Inglaterra essa mudança é mais uma transição vindo desde Shakespeare, na França há clara ruptura.
Tendo o liberalismo como referência ideológica, o Romantismo renega as formas rígidas da literatura, como versos de métrica exata. O romance se torna o gênero narrativo preferencial, em oposição a epopéia. É a superação da Poética, tão valorizada pelos clássicos.
Os aspectos fundamentais da temática romântica são o historicismo e o individualismo. O historicismo está representado nas obras de Walter Scott (Inglaterra), Vitor Hugo (França), Almeida Garrett (Portugal), José de Alencar (Brasil), entre tantos outros. São resgates históricos apaixonados e saudosos.
O individualismo traz consigo o culto do egocentrismo e da auto análise, melancolia e pessimismo (mal do século). O movimento mais importante dessa corrente - e fundador do romantismo na Europa - é chamado Sturm und Drang (literalmente, tempestade e ímpeto), que teve o poeta alemão Johann Wolfgang von Goethe como seu mais famoso representante.
Os Sofrimentos do Jovem Werther (1774) de Goethe marca o auge do Romantismo mórbido, obra de intensa subjetividade a respeito de um amor impossível para seu protagonista (Werther), e causa uma tal comoção à sua época que uma onda de suicídios entre jovens é atribuída à leitura do volume.
Outro notável representante do Romantismo foi Lord Byron.
[editar] Romantismo na Música
Ver artigo principal: Música do romantismo.
As primeiras evidências do romantismo na música aparecem com Beethoven. Suas sinfonias, a partir da terceira, revelam uma música com temática profundamente pessoal e interiorizada, assim como algumas de suas sonatas para piano também, entre as quais é possível citar a Sonata Patética. Outros compositores como Chopin, Tchaikovsky, Felix Mendelssohn, Liszt, Grieg e Brahms levaram ainda mais adiante o ideal romântico de Beethoven, deixando o rigor formal do Classicismo para escreverem músicas mais de acordo com suas emoções.
Na ópera, os compositores mais notados foram Verdi, que procurou escrever óperas, em sua maioria, com conteúdo épico ou patriótico - entre as quais as óperas Nabucco, I Vespri Sicilianni, I Lombardi nella Prima Crociata - embora tenha escrito também algumas óperas baseadas em histórias de amor como La Traviata; e também Wagner, que enfocava histórias mitológicas germânicas, caso da Tetralogia do Anel dos Nibelungos e outras óperas como Tristão e Isolda e O Holandês Voador, ou sagas medievais como Tannhäuser, Lohengrin e Parsifal. Ainda mais tarde na Itália o romantismo na ópera se desenvolveria ainda mais com Puccini.
[editar] Romantismo em Portugal
Ver artigo principal: Romantismo em Portugal.
[editar] Marcos
Teve como marco inicial a publicação do poema "Camões", de Almeida Garret, em 1825, e durou cerca de 40 anos terminando por volta de 1865 com a Questão Coimbrã.
[editar] As Gerações e seus principais autores
Primeira Geração (1825 a 1840)
Almeida Garrett
Alexandre Herculano
António Feliciano De Castilho
Segunda Geração (Ultra-Romantismo) (1840 e 1860)
Camilo Castelo Branco
Soares Passos
Terceira Geração (Pré-Realismo) (1860 a 1870+-)
Julio Diniz
João de Deus
[editar] Romantismo no Brasil
Ver artigo principal: Romantismo no Brasil.
No país, entretanto, ele perdurará até a década de 1880. Com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, por Machado de Assis, em 1881, ocorre formalmente a passagem para o período realista.
Didaticamente divide-se a produção literária romântica
[editar] Arte brasileira no período romântico
Apesar da produção literária ser predominantemente romântica, vive-se no país neste período um grande incentivo ao academicismo e ao neoclassicismo. O neoclássico é o estilo oficial do Império recém-proclamado e o grande centro das artes no país é a Escola Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro, lar do neoclassicismo no Brasil, sob influência direta da Missão francesa trazida pelo Príncipe-Regente D. João VI.
Principais características: subjetivismo, evasão, erotismo, senso de mistério e religiosidade.
2006-11-06 10:46:17
·
answer #1
·
answered by Anonymous
·
0⤊
1⤋
O Romantismo foi também outra corrente artística, que teve sua marca mais acentuada na literatura. É muito comum chamar-se os romances e poesias românticos de "água com açúcar". Características básicas: lirismo, sentimentalismo, ingenuidade, amor profundo e inconsequente, uma fuga acentuada da realidade, e por aí afora. No Brasil teve seu apogeu por volta do ano de 1850, com os poetas mais famosos: Gonçalves Dias, Casemiro de Abreu, Castro Alves, e na prosa, com o expoente máximo: José de Alencar.
2006-11-06 19:11:12
·
answer #3
·
answered by VICORREMGA 4
·
0⤊
0⤋