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2006-11-06 04:50:36 · 2 respostas · perguntado por aninha 6 em Entretenimento e Música Celebridades

2 respostas

Bibi tinha só 24 dias de vida quando estreou no teatro. A carioca Abigail Isquierdo Ferreira entrou em cena no colo de uma atriz da companhia de seu pai, o ator Procópio Ferreira, na peça Manhãs de Sol, em 1924. A boneca quebrou minutos antes de começar o espetáculo e a solução foi tirar a pequena Bibi do berço no camarim para substituí-la. Nunca mais ela abandonaria a profissão. Aos 5 anos, era a atriz-mirim mais badalada do Rio de Janeiro e aos 23 possuía sua própria companhia teatral. Durante sua carreira, Bibi fez de tudo um pouco. Consagrada por suas participações em espetáculos musicais, como na clássica montagem de O Homem de la Mancha (1973), ao lado de Paulo Autran, é uma atriz completa: interpreta, canta, dança e toca piano e violino. Quando não atua, também produz e dirige peças e shows. Ela foi casada duas vezes. A segunda com o dramaturgo Paulo Pontes, com quem realizou uma de suas melhores performances nos palcos, na peça Gota d’Água, em 1975. Depois da morte do marido, Bibi pensou em desistir de tudo. “Até hoje eu recomeço minha vida, diariamente”, diz, revelando o segredo de sua eterna jovialidade.

Em fins da década de 20, Bibi, aos cinco anos de idade, era garota-propaganda. Não imaginava que seria uma grande atriz, mas já sabia das dificuldades da profissão. Com seis anos, teve a matrícula recusada no Colégio Sion, no Rio de Janeiro, por ser "filha de artistas de teatro", nas palavras da direção da escola. Estavam errados. Não é filha, só, não. É bisneta, neta e sobrinha. O bisavô era cantor lírico, os avós, gente de circo, a mãe era bailarina e cantora, sem contar os tios, acrobatas e palhaços. Procópio Ferreira, o pai orgulhoso, foi o ator de teatro mais popular que o Brasil já teve. Nada mais lógico que a carioca Abigail Isquierdo Ferreira (nascida em 1º de junho de 1924) se tornasse atriz tão logo aprendesse a dar os primeiros passos. Aos três anos, já era estrela de uma companhia espanhola de teatro de revista, embora ninguém acreditasse na idade da menina. "Como era gordinha, as pessoas vinham falar comigo achando que eu fosse anã", lembrou Bibi.

É o que se pode chamar de uma atriz completa, dessas cada vez mais raras hoje em dia. Além de atuar, ela canta, dirige e toca violino e piano. Nos velhos tempos, foi também dançarina e coreógrafa. Dirigiu os shows de vários cantores, de Maria Bethânia e Elizeth Cardoso ao travesti Rogéria. Interpretou a musa dos franceses em Piaf, espetáculo que lhe valeu todos os prêmios da crítica em 1983 e a Comenda da Ordem e do Mérito das Artes da França. Em 1995, precisou da ajuda do batalhão de choque da Polícia Militar para conter a multidão que queria assistir ao show Bibi in concert II em São Paulo.

Derrotas
"Meu maior mérito é ter toda esta popularidade sem nunca ter feito telenovela, num País onde o teatro é elitista", diz. Mas a trajetória não foi fácil, foram anos de trabalho até ser reconhecida. Bibi passou muito tempo "mambembeando" pelo Brasil, num tempo em que não existiam as pontes aéreas. Andou por lugares que nem teatro havia, fazendo apresentações em sacristias, hall de prefeitura e até no meio do mato. Na companhia do pai, em 1941, aos 17 anos, fez sua estréia como atriz, na peça O inimigo das mulheres. Cinco anos foram suficientes para que pudesse montar a Companhia Bibi Ferreira. "Papai sugeriu que eu abrisse 'a filial', porque a gente ganharia mais dinheiro, cada um com a sua."

Não é qualquer derrota que derruba a força de Bibi. E foram muitas. No começo da década de 50, embarcou numa superprodução do teatro de revista. 'Importou' dez dançarinas dos Estados Unidos para fazer parte do espetáculo, entre elas, a Miss Nova York. "Os cachês eram altíssimos e banquei as idas e vindas de avião", lembra. Alguns dias depois da estréia, a tragédia. O teatro pegou fogo e Bibi perdeu tudo que tinha investido em cenários e figurinos. Levou cinco anos para saldar a divída. E logo depois embarcaria em outra barca furada.

Irresponsável
A atriz Eva Todor passou uma temporada em Portugal e fez um sucesso enorme. Claro que Bibi resolveu se arriscar. E no final dos anos 50 encenou comédias que ela chama de "porcariazinhas", em terras lusitanas. A crítica não perdoou. "Eles achavam que eu iria chegar lá com os textos clássicos. Mas fui de comedinha americana traduzida e me dei mal." A 'brincadeira' deixou os atores três meses passando fome e frio. A pior ironia foi ter se hospedado numa pensão na rua da Felicidade. De feliz a viagem não teve nada. Virou refém do dono do hotel, que não queria libertá-la enquanto não pagasse o que devia. mas a sorte chegou e, a dois dias de pegar o navio de volta para casa recebeu um convita para trabalhar. Acabou ficando mais cinco anos em Portugal. Só não ganhou dinheiro porque, segundo ela "os portugueses pagavam muito mal".

De volta ao Brasil, mais uma vez o sucesso. Montou dezenas de espetáculos, entre eles My fair lady, ao lado de Paulo Autran, e A gota d'água, de Chico Buarque e Paulo Pontes, com quem viveu quase oito anos. A morte de Pontes na década de 70, foi um choque que quase a derrubou. Mas seguiu em frente, construindo uma das mais brilhantes carreiras do teatro brasileiro. "Sempre digo que sou uma otimista irresponsável! E é por isso que fiz tudo o que fiz na vida!" O teatro agradece tanta irresponsabilidade.

VOCÊ SABIA?
Era pura intuição de Procópio. Ele proibiu que Bibi namorasse um ator: "Ele é um canastrão! Namore qualquer um, menos canastrões!" Ainda bem que ela obedeceu ao pai. Mais tarde, descobriram que o tal garoto era um dos filhos que Procópio fez pela vida, e nem ele sabia.

Bjus =]

2006-11-06 05:11:22 · answer #1 · answered by cris 7 · 0 0

É a grande atriz, cantora,compositora e Diretora : Bibi Ferreira!!!!

2006-11-06 13:34:11 · answer #2 · answered by PITUCA 3 · 1 0

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