A idéia ou compreensão de Deus (Deus ou DEUS, em maiúsculo ou versalete, como algumas religiões exigem) assumiu, ao longo dos séculos, várias concepções, evoluindo desde as formas mais primitivas provenientes das tribos politeístas da antiguidade até os dogmas das modernas religiões monoteístas.
Concepção monoteísta
Não somente tribos politeístas e animistas da Antiguidade, como também civilizações como a egípcia e a suméria, a partir de uma certa época, passaram a adotar práticas henoteístas, isto é, elegiam um único deus dentro de seu panteão cultural, o qual se tornava o deus daquela tribo ou daquela cidade. Ali, nesse lugar, esse deus escolhido era adorado ou idolatrado como um Deus-Supremo, isto é, superior a todos os outros deuses. Tal prática foi a precursora da concepção monoteísta, visão na qual se acredita na existência de um único Deus.
Historicamente, os primeiros escritos puramente monoteístas datam de 1200 a.C., com a unificação de tribos pagãs, que deram origem posteriormente ao povo judeu.
O nome
Nas modernas religiões monoteístas Judaísmo, Zoroastrismo, Cristianismo, Islamismo, Sikhismo e Bahaismo, o termo “Deus” refere-se à idéia de um ser Supremo, Infinito, Perfeito, criador do universo, que seria a causa primeira e fim de todas as coisas, desse modo, os povos da mesopotâmia nunca diziam o seu nome diretamente, apenas se referiam a "ele" como "O" Salvador ou "El" Salvador, "O" Criador ou "El" Criador e "O" Supremo etc. e assim por diante.
Um bom exemplo desse tipo de associação, ainda estão presentes em algums nomes e expressões árabes, por exemplo Abdallah que quer dizer servo (abd) de Deus (Allah).
Dentre as características principais deste Deus-Supremo estariam:
a Onipotência: poder absoluto sobre todas as coisas;
a Onipresença: poder de estar presente em todo lugar; e,
a Onisciência: poder de saber tudo.
Essas características foram reveladas aos homens através de textos contidos nos Livros Sagrados, quais sejam:
o Bhagavad-Gita, dos vaishnavas;
o Tanakh, dos judeus;
o Avesta, dos zoroastrianos;
a Bíblia, dos cristãos;
o Livro de Mórmon, dos santos dos últimos dias;
o Alcorão, dos muçulmanos;
o Guru Granth Sahib dos sikhs;
o Bayan, dos babis; e,
o Kitab'i'Aqdas, dos bahá'ís;
Esses livros relatam histórias e fatos envolvendo personagens escolhidos para testemunhar e transmitir a vontade divina na Terra ao povo de seu tempo, tais como:
Abraão e Moisés, na fé judaica;
Zoroastro, na fé zoroastriana;
Jesus Cristo, na fé cristã;
Maomé, na fé islâmica;
Guru Nanak, no sikhismo, e;
Báb e Bahá'u'lláh, na fé bahá'í
[editar] A existência de Deus
Há milênios, a questão da existência de Deus foi levantada dentro do pensamento do homem, e os principais conceitos filosóficos que investigam e procuram respostas sobre esse assunto, são:
Deísmo - Doutrina que considera a razão como a única via capaz de nos assegurar da existência de Deus, rejeitando, para tal fim, o ensinamento ou a prática de qualquer religião organizada. O deísmo é uma postura filosófica-religiosa que admite a existência de um Deus criador, mas rejeita a idéia de revelação divina.
Teísmo - Teísmo é um conceito surgido no século XVII (R. Cudworth, 1678) contrapondo-se ao moderno ateísmo, deísmo e panteísmo. O teísmo sustenta a existência de um deus (contra o ateísmo), ser absoluto transcendental (contra o panteísmo), pessoal, vivo, que atua no mundo através de sua providência e o mantém (contra o deísmo). No teísmo a existência de um deus pode ser provada pela razão, prescindindo da revelação; mas não a nega. Seu ramo principal é o teísmo Cristão, que fundamenta sua crença em Deus na Sua revelação sobrenatural através da Bíblia. Existe ainda o teísmo agnóstico, que é a filosofia que engloba tanto o teísmo quanto o agnosticismo. Um teísta agnóstico é alguém que admite não poder ter conhecimento algum acerca de Deus, mas decide acreditar em Deus mesmo assim. A partir do teísmo se desenvolve a Teologia, que é encarada principalmente, mas não exclusivamente, do ponto de vista da fé. Embora tenha suas raízes no teísmo, pode ser aplicada e desenvolvida no âmbito de todas as religiões. Não deve ser confundida com o estudo e codificação dos rituais e legislação de cada credo.
Ateísmo – O ateísmo engloba tanto a negação da existência de divindades quanto a simples ausência da crença em sua existência.
Agnosticismo – Dentro da visão agnóstica, não é possível provar racional e cientificamente a existência de Deus, como também é igualmente impossível provar a sua inexistência. O agnóstico pode ser teísta ou ateísta, dependendo da posição pessoal de acreditar (sem certeza) na existência ou não de divindades.
[editar] A evolução do conceito - Deus
O homem primitivo ao realizar cultos religiosos na busca da clemência de Deus não só durante a sua vivência na terra mas também na sua vida após a morte, demonstrou uma tomada de consciência da existência de sua alma. Isto mostra talvez, um despertar para a existência da dualidade do ser humano – matéria x espírito.
Os estudiosos afirmam que o homem primitivo despertou para a consciência da alma no momento em que passou a questionar a realidade de seus sonhos, nos quais ele vivenciou e sentiu a presença de outros homens, mulheres, crianças, rios, sol, lua, casa, árvore, as mesmas coisas que ele viu e sentiu durante a vigília. O seu sonho era uma realidade espiritual idêntica, em formas, à sua realidade material, mas as vivências em sonho eram diferentes das suas vivências durante a vigília: assim passou a perceber a existência de sua alma.
O homem moderno não é diferente do homem primitivo na sua busca pela tomada de consciência da alma. Não importa o nome que se dê a alma, pode ser espírito, sopro divino, eu interior, eu superior ou consciência divina, até hoje o homem busca conhecer este mistério que é a vida. A manifestação da vida na criação é um dos grandes mistérios, senão o maior, a ser desvendado pelo homem, quando ele despertar para esta tomada de consciência que é viver, refletindo a vida Divina, aí sim ele estará vivenciando e refletindo a obra do Grande Arquiteto Universal.
Na busca por esta tomada de consciência da alma pode-se encontrar homens que não acreditam na sua existência, ou seja, no mundo espiritual. Crêem apenas no mundo material, para eles o homem é apenas o seu corpo físico e a sua consciência a manifestação de suas atividades cerebrais e, muitos por assim pensarem, crêem que a inteligência é fruto de raciocínio concreto e racional, entretanto não se pode confundir pessoas materialista com ateus.
Estes últimos não acreditam na existência de Deus e os materialistas não acreditam na existência do Espiritual. Levados talvez por não terem uma concepção concreta e racional da sua existência, os ateus não acreditam em Deus, todavia passam a acreditar no homem, nesta força Divina que existe em todas as criaturas.
Na tentativa em descobrir o seu Criador o homem depara-se com um enigma: a existência de um Deus Onipresente, Onipotente e Onisciente, ou seja um Deus absoluto, Criador e Criatura ao mesmo tempo. Se Deus é Criador e Criatura ao mesmo tempo, haja visto a sua manifestação através das coisas criadas – homens, animais, árvores, rios, sol, lua, estrelas, nuvens, terra, etc.– logo, externamente ele não existe.
Se o homem é a criatura criada pelo criador ele é a criatura e é o criador; mas com sua queda, envolvimento, o homem esqueceu a consciência de sua alma, sua existência, por isso está na terra nesta busca, procurando se encontrar com o seu Criador, mas buscando Deus fora dele não O encontra e por não encontrá-Lo fora dele não acredita na sua existência e não a concebe intrinsecamente em todas as coisas e em si, acreditando muitas das vezes no homem, na criatura Divina que é a manifestação de Deus o Criador, mas não consegue ver Deus na Criatura.
O homem que acredita na existência de um ser Divino dentro de si mesmo, acredita na existência de um Ser Supremo que rege e comanda tudo quanto há, é um espiritualista; a criatura é o Criador se manifestando, como já foi dito o homem busca desvendar os mistérios da Vida, porém o que é a Vida? Pôr que a Vida é Vida? Encontra-se mais uma trindade da criação: Criador, Criatura e Existência; a existência é a vida, a vida é a criatura e a criatura é a manifestação do Criador que por sua vez é a vida. Pode-se afirmar que a vida é a existência de tudo quanto há, logo, se Eu [criatura] existo sou vida, logo, também SOU Criador e crente no Ser Supremo e Superior.
[editar] Variantes Conceituais
Doutrina espírita- Considera Deus a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas, eterno, imutável e imaterial. Todas as leis da natureza são leis divinas, pois Deus é seu autor.
Martinismo - Nesta doutrina, podemos encontrar no livro Corpus Hermeticum a seguinte citação: "vejo o Todo, vejo-me na mente... No céu eu estou, na terra, nas águas, no ar; estou nos animais, nas plantas. Estou no útero, antes do útero, após o útero -estou em todos os lugares."
Teosofia, baseada numa interpretação não-ortodoxa das doutrinas místicas orientais e ocidentais, afirma que o Universo é, em sua essência, espiritual e o homem é um ser espiritual em progresso evolutivo cujo ápice é conhecer e integrar a Realidade Fundamental, que é Deus.
Algumas pessoas especulam que Deus ou os deuses são seres extra-terrestres. Muitas dessas teorias sustentam que seres inteligentes provenientes de outros planetas visitaram a Terra no passado e influenciaram no desenvolvimento das religiões. Alguns livros, como o livro "Eram os Deuses Astronautas?" de Erich von Däniken, propõem que tanto os profetas como também os messias foram enviados ao nosso mundo com o objetivo exclusivo de ensinar conceitos morais e encorajar o desenvolvimento da civilização.
Especula-se também que toda a religiosidade do homem criará no futuro uma entidade chamada Deus, a qual emergirá de uma inteligência artificial. Arthur Charles Clarke, um escritor de ficção científica, disse em uma entrevista que: “Pode ser que nosso destino nesse planeta não seja adorar a Deus, mas sim criá-Lo [1]”.
Outros especulam que as religiões e mitos são derivados do medo. Medo da morte, medo das doenças, medo das calamidades, medo dos predadores, medo do desconhecido. Com o passar do tempo, essas religiões foram subjugadas sob a tutela das autoridades dominantes, as quais se transformaram em governantes divinos ou enviados pelos deuses. Dessa forma, a religião é simplesmente um meio para se dominar a massa. Napoleão Bonaparte disse que: “o povo não precisa de Deus, mas precisa de religião”, o que quer dizer que a massa necessita de uma doutrina que lhe discipline e lhe estabeleça um rumo, sendo que deus é um detalhe meramente secundário.
Especula-se o que significa na Bíblia a palavra "Deus"
"no céu e na terra há alguns que se chamam deuses. Todavia para nós há um só Deus, o Pai." I Coríntios 8:5 e 6
"Aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja honra, poder sempiterno. Amem." Timóteo 6:16
"Eu Sou o Primeiro e Eu Sou o Último. Forá de mim não há Deus." Isaias 44:6
"Não terás outros deuses diante de Mim" (singular) Exodo 20:3
"Jesus disse: E a vida eterna é está: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste." João 17:3
"E o Senhor será Rei sobre toda a terra; naquele dia um será o Senhor, e um será o seu nome." Zacarias 14:9
[editar] Ver também
O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Deus.Divindade
Deidade
Argumentos contra a existência de Deus
Argumentos pela existência de Deus
Nomes de Deus
Deus está morto (frase de Friedrich Nietzsche (1844-1900))
Ciência e Deus
Retirado de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Deus"
2006-11-03 01:53:08
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answer #7
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answered by Anonymous
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