Adaptar-se à vida sem internet é quase como adaptar-se ao campo depois de ter nascido e crescido na cidade! "I love the internet way of life!"
Viver atrás de um computador é possÃvel.
Seja no trabalho, na escola ou em casa, as sondagens indicam que o acesso e a utilização da Internet observaram um forte crescimento nos últimos cinco anos em Portugal.
Por exemplo, segundo uma sondagem da marktest, no mês de Maio do ano de 2002, a Internet foi usada por 1.1 milhões de pessoas a partir de casa, tendo havido uma média diária de 342 mil portugueses a utilizar a Internet, o que representa 19 % dos cibernautas portugueses, que visitaram nesse mês 579 milhões de páginas, verificando-se o pico de concentração diária ás 22.30 horas, altura em que estão na Internet perto de 70 mil pessoas, maioritariamente do sexo masculino (cerca de 58 %).
De facto, actualmente a Internet é o nosso braço direito, e com o passar do tempo poderá tornar-se todo o nosso corpo. A Internet torna-se cada vez mais uma ferramenta e não um passatempo.
A Internet não é só um meio de entretenimento, mas principalmente um meio pelo qual se pode comunicar com todo o mundo, pelo qual nos podemos deslocar ao mais recôndito local do planeta e, sobretudo um meio pelo qual se tem ao dispor toda a informação actualmente existente sobre todo e qualquer assunto.
Ela é uma imensa rede mundial de computadores que ninguém controla. De facto, a gestão de toda a informação cabe, exclusivamente, a cada um dos utilizadores (embora a utilização de nicknames seja controlada pela Fundação para a Computação Cientifica Natural, evitando uma anarquia total em que existiriam vários nicknames ou endereços iguais).
Embora se verifique uma absoluta carência de leis, há, no entanto, um conjunto de regras de convivência e educação necessárias á interacção civilizada entre os cibernautas: falamos da Netiquette.
A Internet transporta uma imensidão de informação, de serviços que visam ser usados por uma enorme quantidade de cibernautas. O Homem é, como sabemos, um ser social, que necessita da convivência em sociedade, mas, é precisamente dessa convivência em sociedade que nascem os conflitos. De facto, foi com o intuito de facilitar essa convivência, pautando-a de regras imperativas que todos têm de respeitar, que surgiu o Direito.
Com a Internet temos um enorme conjunto de pessoas, logo, temos também aqui um enorme conjunto de conflitos. E, por isso, surgiu a Netiquette, como forma de evitar esses mesmos conflitos, embora haja ainda um quase total desconhecimento da Netiquette por parte dos cibernautas, pelo que defendemos que tal informação lhes deveria ser fornecida no momento do seu acesso á Internet, pelo Internet service provider.
Não há um Código da Netiquette, mas há regras de ouro, que no fundo não passam de regras de educação e respeito para com os outros (por exemplo, nos meandros dos chats, deve-se escolher um nickname que não fira susceptibilidades; ter atenção á linguagem usada, com o cuidado de que as letras maiúsculas implicam GRITAR, podendo levar ao ban, ou seja, ser banido; entre outras). A questão é de tal forma actual, que chegaram a circular na Internet os 10 Mandamentos da Internet, que se baseavam no respeito por terceiros.
Não existem dúvidas, no entanto, das imensas vantagens que a Internet acarreta. Senão vejamos, o utilizador pode optar pela forma de ver e de dar uma resposta (é a chamada interactividade); pode realizar comércio electrónico; proceder ao intercâmbio de informação e usar de vários dispositivos e recursos remotos; aceder a variadÃssimos documentos que se actualizam continuamente, sabendo que tem acesso aos mesmos ao preço de uma chamada local (e já há pacotes em que se pode estar on-line 24 horas por dia mediante o pagamento de uma mensalidade fixa) e com um hardware muito económico.
E, por isso, falamos em “vidas virtuais”.
De facto, tanto ao nÃvel da vida pessoal, como da vida profissional, a Internet tem um infindável número de possibilidades.
â Comecemos pela vida pessoal:
⪠à possÃvel “namorar” pela Internet, estabelecer vÃnculos de amizade e manter contactos pessoais com familiares e amigos distantes, sobretudo através dos chats, que permitem a troca de mensagens electrónicas em tempo real, assim como de ficheiros dos mais diversos tipos. Como chats temos o IRC ( www.mirc.com ), o ICQ ( www.icq.com ), os messengers ( http://messenger.msn.com/pt ), ou os Habbo Hotel ( www.habbohotel.com ), entre outros.
Aqui, questionamos nós:
Se é possÃvel namorar pela Internet, porque não casar pela Internet?
O “Plano de Acção para a Justiça na Sociedade da Informação” do actual governo, prevê a modernização da Justiça, sobretudo pela disponibilização on-line dos serviços do registo predial (como por exemplo, permitir a criação da caderneta predial on-line, simplificar o processo de constituição de sociedades, etc.), com vista a melhorar a qualidade dos serviços prestados e a reduzir o tempo médio de execução dos actos
(Modernizar e simplificar para, de uma forma ampla, servir melhor).
No entanto, parece-nos que quanto ao registo civil (e a possÃveis casamentos pelo civil através da Internet) um plano semelhante não fosse possÃvel.
Resguardar a segurança jurÃdico-registral, que se baseia nos princÃpios da Fé Pública e da Oponibilidade a Terceiros, implica que haja uma rigorosa identificação dos factos, não só a nÃvel jurÃdico (o que seria possÃvel fazer pela Internet), mas também a nÃvel fÃsico.
Como poderÃamos nós comprovar que era o Senhor António e a Senhora Berta que davam o sim? Como poderÃamos nós comprovar que o seu consentimento era puro e livre, sem pressões de terceiros? Enfim, como poderÃamos nós comprovar a genuinidade do casamento? Não poderÃamos.
⪠Pode-se ter uma vida cultural activa (visitar o museu do Louvre; reservar bilhetes de avião; assistir on-line a uma emissão de rádio ou a um espectáculo de música; aceder á biblioteca nacional digital; fazer o download de software, jogos ou outras aplicações, entre outras coisas).
⪠Aceder a determinadas entidades (serviços on-line, como bancos e seguradoras, serviços fiscais, proceder ao pagamento de serviços, etc.), e fazer compras na Internet: é o chamado comércio electrónico: são os livros, CD’s e DVD’s os produtos mais procurados no universo virtual, embora ainda não haja massificação do comércio electrónico, sobretudo por duas razões: devido á falta de segurança (aconselhamos a aceder a www.deco.proteste.pt para saber como comprar em segurança); e porque os portugueses são ainda muito tradicionais, logo preferem as montras fÃsicas ás virtuais. Apesar de tudo foi criado o MBNet que é uma forma de pagamento universal on-line associada a um cartão de débito que oferece elevadÃssimos nÃveis de segurança (e depois é só acessar a www.globalshopt.pt se procurar um centro comercial virtual, ou então se procurar uma loja especifica é só acessar a www.eshop.pt, entre muitos outros sites.)
â Passando agora para a vida profissional:
⪠à possÃvel procurar emprego (por exemplo, em www.emprego.pt), enviar o “Curriculum Vitae” (por exemplo em www.iepf.pt ), aumentar a produtividade da sua empresa ou dar publicidade á sua empresa (por exemplo, criando uma página).
⪠Pode trabalhar on-line (por exemplo, em www.gotolink.org) e trabalhar a uma escala internacional.
⪠Em termos de educação, temos o E-learning (também disponÃvel na Universidade do Minho em www.uminho.pt), e temos também cursos on-line (estes têm como vantagem a flexibilidade formativa, e como desvantagens a falta de contacto pessoal, mas tal desvantagem é superada com os métodos de comunicação baseados nas novas tecnologias da informação e comunicação, como sistemas de vÃdeo e áudio conferência e transmissão de imagens, por isso, são uma opção segura, e com qualidade.
Temos também a prestação de serviços de saúde na Internet (www.mni.pt); o serviço das páginas amarelas (www.paginasamarelas.pt); pode-se ficar em forma com a internet (como por exemplo em www.bit.pt); enfim, pode-se aceder a um sem número de serviços de que podemos usufruir, basta pesquisar (para tal há os chamados motores de busca, como por exemplo: www.yahoo.com; ou www.sapo.pt).
Hoje, ninguém coloca em causa a necessidade de, mais dia, menos dia, se vir a ligar à internet, porque é de consenso geral que a internet desempenha um papel fundamental nas nossas vidas, papel do qual não saberÃamos abdicar.
Questionamos nós se seria possÃvel a vida actual sem televisão, telefone ou automóvel? A resposta óbvia é que não, seria impossÃvel, mas já se chegou a pensar serem estes “luxos supérfluos”, ou seja, bens prescindÃveis, secundários.
Mas, hoje a vida sem tais bens é inimaginável, e o mesmo se passa com a internet.
De facto, a vida sem internet já não faz sentido, mas, e segundo Paul T. Sagal “O progresso numa simples ciência como a informática, jamais pode ser mais importante do que o compromisso com o carácter único do Homem e da personalidade humana”.
Na verdade, embora a internet seja indispensável à vida humana, ela também pode ser prejudicial quando levada ao seu exagero.
Através dela podemos realizar um infindável conjunto de actividades, tornando-nos pessoas mais actualizadas e cultas, obrigando-nos a pensar, logo, a tornar-nos pessoas mais racionais, e isto ao ponto de … nos esquecermos dos sentimentos (é a degradação total das relações psico-afectivas em virtude do desenvolvimento da informática).
Assim, adivinha-se um futuro de pessoas individualistas, sem contacto com o mundo material, identificadas por nicknames.
Então, somos sim a favor da internet, pelo papel fundamental que ela representa na sociedade de informação actual, mas não somos a favor da internet levada ao seu exagero, porque a internet faz parte da nossa vida, logo, não é a nossa vida, pois embora sejam possÃveis “vidas virtuais”, elas não passam disso mesmo: virtuais, porque viver pelo computador não é viver.
2006-10-31 12:20:10
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answer #10
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answered by Anonymous
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