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2006-10-30 23:05:19 · 7 respostas · perguntado por Juliane M 2 em Sociedade e Cultura Outras - Sociedade e Cultura

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2006-10-30 23:16:06 · update #1

7 respostas

Os Imperadores do Japão
(por Rosa T. Sonoo)


A tradução da palavra "imperador" em japonês é "ten-nou". Escreve-se com dois ideogramas:

"ten" = céu, divino

"nou"= o rei

Ten-nou= o rei divino.

A família imperial é a mais antiga e ininterrupta do mundo.

A linhagem do imperador do Japão dura 2.505 anos até o presente ano.

O atual é o imperador Akihito cuja Era chama-se Heisei, a "Era da paz e da concretização".

Em 1959, Akihito casou-se com a senhorita Michiko Shoda, a Imperatriz Michiko. Filha mais velha de Hidesaburo Shoda, ex-presidente de uma companhia fabricante de farinha de trigo. Os Shoda são uma família erudita que inclui dois premiados com a Ordem do Mérito Cultural, a mais alta honraria acadêmica. A imperatriz cursou Literatura Inglesa na Universidade do Sagrado Coração. O casal tem 3 filhos: o príncipe herdeiro Naruhito, o príncipe Fumihito e a princesa Sayako.

O imperador Akihito é o 125º (centésimo vigésimo Quinto) imperador.

Cada Era tem seu significado e dura enquanto esse imperador estiver vivo.

Uma nova Era inicia-se quando o imperador falece. O imperador Akihito ascendeu ao trono em 1989, quando faleceu seu pai, o imperador Hirohito. A Era de Shouwa havia terminado e começava o ano 1 da Era Heisei.

O primeiro imperador, "Jin-mu Ten-nou" que começou em 660 AC, foi o fundador da religião Xinto, logo ele é Deus dos xintoístas. O Xintísmo é a religião originária do Japão. A deusa Amaterasu Oo Mikami, a deusa do sol é a primeira filha do Deus Xinto e essa deusa é a que descende o primeiro imperador. O budismo foi introduzido no Japão mais tarde no século 6 (593 DC),vindo da Índia, atravessando a China e a Coréia.

Atualmente, de acordo com a Constituição do Japão, o imperador é o símbolo da nação e da unidade do povo, derivando sua posição da vontade do povo, no qual reside o poder soberano. O imperador não tem poder relacionado ao governo. Ele só desempenha os atos que estão estipulados na Constituição. Desta forma, ele age em alguns assuntos de Estado, como nomear o primeiro Ministro, indicado pelo poder legislativo e o Presidente da Corte Suprema, indicado pelo Gabinete Ministerial. Atesta a indicação dos ministros, oficiais e credencia os embaixadores. E ainda desempenha atos em prol do povo japonês, como promulgação de leis e tratados, convocação da Dieta, além das funções cerimoniais.
Expressões Formais e Informais


Na língua japonesa há seguintes graus de conversação:

01) Línguagem honorífica de respeito (SONKEI NO KEI-GO). Exemplo: Tamada-sam wa irasshaimasu ka.

02) Línguagem honorífica de humildade (KENJOU NO KEIGO). Exemplo: Hai, Tamada wa orimasu.

03) Línguagem polida ou formal (TEINEI-TAI). Exemplo: Tamada-san wa imasu ka.

04) Línguagem reduzida ou informal - "o japonês de verdade" (FUTSUU-TAI) Exemplo: Tamada wa iru ka. Aa, iru yo.

Assim, o único verbo em português "estar", em japonês foi expresso em quatro modalidades. Por essa razão, tal como a gramática japonesa exige, o povo japonês naturalmente expressa no dia a dia, ora com muito respeito aos terceiros, ora com muita humildade para si e ora sem cerimônia entre amigos, o que não acontece na língua portuguesa.

Se o professor for ensinar o japonês aos brasileiros, começando pelo nº4 acima, há risco de o aluno cometer um grande êrro durante uma conversação, por exemplo, numa reunião onde estejam presentes vários níveis de pessoas: Ministros, seu chefe direto, sua mulher, seus amigos.......
Pelo nº4 facilitaria até o professor ensinar, porque a expressão é muito reduzida, é fácil de o aluno decorar. E também, qualquer pessoa que fale o japonês informal, sem ter conhecimento dos graus 1, 2 e 3, poderá ensinar. O aluno iria vibrar.
"Ooba, já estou podendo comunicar!!" Mas, este seria desprezado e reprovado na sociedade japonesa pelo fato de só saber expressar-se informalmente.

Aconteceu um fato numa festa de fim de ano na casa do cônsul japonês. Um carioca da gema, pegou o cônsul e tascou o japonês informal, o único que tinha aprendido, de um professor despreparado. O cônsul ficou apavorado e quis saber quem 0 tinha ensinado.
Isso foi há 30 anos....

Houve outro fato: um brasileiro, engenheiro que foi a serviço da empresa ao Japão.
Durante o serviço, não houve problemas de línguas porque ele se comunicava em inglês. À noite esse engenheiro frequentava boates, discoteca e acabou aprendendo japonês com ****** japonesas, com garotas de programas. Após 1 ano, ele voltou e quis continuar aperfeiçoando o japonês. Veio ao meu curso. Matriculou-se. Todavia, para tirar o seu vício de linguagem, não foi fácil!!! (Ele falava fluentemente, exatamente como uma ***** sem que ele percebessse....)

Para pessos leigas: Utiliza-se os 4 livros de conversação básica sem escrita e a linguagem utilizada é a forma polida, mas jamais a informal. Assim, o aluno pode expressar com qualquer nível de pessoa sem se preocupar se está desrespeitando ou respeitando o ouvinte, pois o falante está se expressando em polidez. Durante esse curso básico só de conversação, se o aluno interessar em escrever, o curso introduz o livro de silabário sem interromper o seu curso. O que retarda o aluno a falar é introduzir a escrita junto com conversação. Uma criança aprende a falar primeiro e depois vai à escola para aprender a escrever.

A partir do 5º livro de conversação, a linguagem muda para informal. O livro agora vem escrito em caracteres. Acabou-se a fase do rooma-ji. Nesse período o aluno fica ciente que com a linguagem formal ele fala com o "cônsul" e com a informal ele pode falar com amigos mais chegados ou começar a ler uns mangás.

A partir do 8º livro de conversação, a linguagem muda novamente. Agora é a vez de o aluno aprender as linguagens honoríficas: de respeito e de humildade.
Quer dizer, trocamos a ordem da gramática apenas para que os alunos pudessem falar em japonês o mais rápido possível sem vexames.
O sorriso amarelo do Povo Japonês.


(por Rosa Tokiko Sonoo)



Na época em que houve aquela grande transação de capital japonês, comprando prédios e empresas americanas e quando os carros japoneses estavam circulando pelos Estados Unidos, eu li uma reportagem relatando que os americanos não entendiam o porquê do sorriso amarelo, ou seja, o sorriso que os japoneses exprimiam numa determinada situação. Os americanos achavam que aquilo era um sorriso irônico, devasso, tremenda falta de educação e desrespeito a terceiros (aos americanos). Assim eles interpretaram-no evidentemente em virtude de os “Made in Japan” estarem invadindo o território americano.

Recentemente, assisti pelo canal da NHK, a desgraça ocorrida na cidade de Akashi, perto da cidade de Kobe no meio de uma festividade de fogos de artifícios.

Um dos pais, cuja filha de 5 anos fora esmagada e morta sob o agrupamento de pessoas ao atravessar uma passarela. Seu pai, entre a multidão, perdendo a sua filha de vista, relatava o acontecimento ao repórter. Esse pai, calmamente, com olhar de ardor, sorrindo um pouco, disfarçando-se as lágrimas que corriam pelo rosto, comentava diante da câmera os detalhes da tragédia.

Naquele instante eu pude perceber que aquele era o sorriso amarelo do povo japonês. O sorriso que ultrapassava a barreira da tristeza, o sorriso que comandava o seu subconsciente para que ficasse calmo naquela situação calamitosa, o sorriso gritante querendo exprimir para ter mais cuidado onde se concentra aglomerações, o sorriso amarelo que nascia da bravura, e ao mesmo tempo, dando uma esperança para aqueles que sobreviveram naquele funesto acidente.
Enfim, era o sorriso amarelo que me deixou emocionada, pois excedia os limites do quinto sentido.

O sorriso amarelo me fez lembrar também de uma irmã que perdera seu único filho de 31 anos e logo a seguir seu marido. No dia da missa de 49 dias, lá estava ela com lágrimas nos olhos, porém com o sorriso amarelo, mostrando caráter de firmeza e ao mesmo tempo, a derrota natural substituída por uma mensagem de paz e muita força moral para centenas de amigos e parentes que ali estavam presentes.

Todavia, de onde emana esse sorriso amarelo do povo japonês??? Não é nada fácil manter-se natural numa situação tão dolorosa. No meu ponto de vista, é o sorriso cultivado pelos ancestrais que vêm da filosofia do xintoísmo e dos samurais, e que nada mais é do que a coragem, humildade e paciência.

Nota-se essa conduta não somente nos isseis, também os nisseis, sanseis, etc. que foram verdadeiramente educados com esse princípio, inclusive também evidencia-se nos brasileiros, não descendentes de japoneses, que aprenderam o esmero milenar do Japão, que utilizam através da prática de esportes, tais como judou, kendou, taikendou, aikidou, karatê, assim como nos ensinamentos da Seicho-no-ie, Igreja Messiânica, Souka-Gakkai, Pensamento Livre ou Perfect Liberty (PL) e outras maravilhosas doutrinas com essa mesma filosofia.

A minha grande tristeza é quando deparo com nisseis, sanseis, yonseis com aparências nipônicas da cabeça aos pés que tão pouco se conscientizaram de quão maravilhosa é a sabedoria dos seus antepassados. Deveriam ter um imenso orgulho e consciência e gritarem: “- Eu sou descendente de japoneses, sim.”

O que eu acho muito interessante é que algumas vezes a gente encontra ocidentais que incorporaram melhor essa postura japonesa do que certos descendentes.

Agora... me enche de alegria quando encontro brasileiros natos com muito interesse em aproximar-se da nossa cultura, a cultura milenar japonesa.





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HUMILDADE E CERIMÔNIA.


(por Rosa T. Sonoo)


POR QUE OS JAPONESES APARENTAM MAIS HUMILDES E CERIMONIOSOS?

Aparentam não! Eles são.

Tanto os japoneses quanto seus descendentes, nissei, sansei são mais humildes e cerimoniosos, até tímidos, devido a própria nomenclatura da língua japonesa estar embutida no seu conjunto de processos e fatos psíquicos latentes que influenciam sua conduta e facilmente afloram à consciência. Mesmo para os nisseis, sanseis que não aprenderam falar o idioma japonês, através da educação milenar que receberam dos seus avós ou dos seus pais, no seu afeto recalcado está depositado toda a gama da cultura japonesa. E cultura é língua!

Os alunos brasileiros que aprofundam o estudo da língua japonesa cada vez mais, ou aqueles que já viveram no Japão, têm essa plena compreensão e a mudança se transborda no seu comportamento do dia a dia. Tornam-se mais humildes justamente para elevar a posição do ouvinte, são mais cerimoniosos porque aguardam a sua vez de falar ou fazer e até mais tímidos em virtude de saberem se controlar não sendo extravagantes no seu modo de agir e de se expressar, não se auto elogiam, esperam que os terceiros valorizem seus atos. Tudo isso é proveniente da gramática japonesa.

Destacando aqui, apenas como exemplo, há quatro linguagens honoríficas japonesas dentro de um verbo:

01) Sonkei-go: quando o falante expressa o máximo de respeito com quem sem fala e de quem se fala.

02) Kenjou-go: quando o falante demonstra humildade para elevar a pessoa com quem se fala. Não é aquela humildade de ser humilhado, mas sim, ser humilde para justamente dar mais espaço e consideração ao ouvinte.

03) Teinei-go: quando não há necessidade da interferência de sonkei-go ou de kenjou-go, utiliza-se esta linguagem para expressar educação, polidez.

04) Bika-go:
a) quando apenas “enfeita” a palavra adicionando os prefixos “o” de origem japonesa, ou “go” de origem chinesa. Exemplo: o+kane= okane, dinheiro. Go+han, arroz cozido.
b) quando a palavra é expressa com respeito. Exemplo: o+tou-san= otou-san, pai de alguém ou ao chamar o próprio pai. Go+shujin= goshujin, marido de alguém.

Vamos colocar as três primeiras linguagens acima em prática. Em português, como exemplo, o verbo “estar” é expresso sem nenhuma diferença. Em qualquer ocasião será “estar”.
Entretanto, veja o que acontece no japonês:
Eu estou = orimasu = humilde
Você está = irasshaimasu = respeitoso
Nós estamos = imasu = polido

Além dessas três modalidades, há mais uma para deixar os alunos “doidos”. Trata-se da expressão reduzida ou informal (futsuu-tai) que é utilizada freqüentemente, todo dia, toda hora dentre amigos mais chegados. Exemplo: estou, está, estamos, estão = iru.

Assim, o único verbo em português “estar”, em japonês foi exprimido em quatro aspectos. Por essa razão, tal como a gramática japonesa assim os exige, o povo japonês se expressa no dia a dia, ora com muito respeito aos terceiros, ora com muita humildade para si e ora sem cerimônia entre amigos, o que não acontece com no idioma português.

Há muitos alunos brasileiros que estudam o japonês e “choram”, dizendo:
Professora, eu estudo japonês e não consigo entender animé, manga e o bate-papo dos japoneses. Por que?

Se o professor for ensinar o japonês, começando pela forma reduzida ou informal, sem antes abordar àquelas 4 modalidades, haverá o risco de o aluno cometer um grande erro durante uma conversação, como por exemplo, numa reunião, num cocktail, onde estivessem presentes vários níveis de pessoas: ministros, seu chefe direto, sua namorada, seus amigos.... como é que ele manteria o diálogo com as respectivas pessoas??

Ensinar a forma reduzida ou informal, até facilitaria o professor, pois é tão reduzida que seria fácil para o aluno decorar. E também, qualquer pessoa que fale o japonês, sem que tenha nenhum conhecimento da gramática poderá ensinar. E o aluno iria vibrar: “Que manero, já estou falando o japonês!!” Mas, este passaria por um grande vexame pelo fato de só saber expressar-se informalmente.

Aconteceu um fato, numa festa de fim de ano na residência do cônsul japonês. Um carioca da gema, pegou o cônsul e “lançou” o japonês informal, o único que tinha aprendido de um professor despreparado.
O Cônsul ficou apavorado, talvez até um pouco ofendido e quis saber porque este brasileiro não aprendeu primeiro, pelo menos, a forma polida.

Houve outro fato: um brasileiro, engenheiro que foi a serviço da empresa ao Japão. Durante o serviço, não houve problemas de línguas porque ele se comunicava em inglês. À noite, ele freqüentava boates, discotecas e acabou aprendendo japonês com ****** japonesas e garotas de programa. Após 1 ano, ele voltou e quis aperfeiçoar o japonês. Veio no meu curso, matriculou-se. Todavia, para tirar o seu vício de linguagem não foi fácil... Ele falava fluentemente, exatamente como uma ***** amiga sem que ele soubesse as variações da linguagem japonesa corretamente.

Portanto, continuem estudando o japonês correto para aproximar-se da cultura japonesa e saibam entender por que eles “aparentam” tão humildes ou cerimoniosos.

E para as pessoas que são casadas, ou simplesmente “estão” com descendentes de japonêses, saibam um pouco mais sobre a cultura milenar do Japão que o seu parceiro (ou a sua parceira) carrega no berço do subconsciente a fim de evitar um choque cultural ou um “choque familiar”.

Descobrir e conhecer essas nuances da cultura de um povo abre as portas para um relacionamento cheio de vida, um relacionamento respeitoso, agradável e mágico...

MITOLOGIA DO JAPÃO


(por Rosa T. Sonoo)


Deus criou IZANAGI (pronuncia-se Izanagui) e IZANAMI. Izanagi significa o homem convidado e Izanami a mulher convidada. Na história bíblica seria: Deus criou Adão e Eva.

Deus no Japão significa Deus Xinto que daí desenvolveu-se o xintoísmo, a religião originária do Japão.

Deus Xinto enviou os filhos Izanagi e Izanami à terra como seu representante. Diz a mitologia que Deus Xinto colocou-os numa ponte para que eles caminhassem em direção à “terra” que hoje é chamado Japão.
Quando eles chegaram à “terra”, o Japão ainda era apenas uma ilha coagulada que se chamava ONO-KORO.

Deuses Izanagi e Izanami se casam para formar seus descendentes. Nessa época, inicia-se Kunibiki, a junção de várias outras pequenas ilhas até chegar as quatro atuais: Hokkaidou, Honshuu, Shikoku e Kyuushuu. O Japão é batizado de YAMATO, A Grande Paz.

Eles tiveram 3 filhos:
A primeira filha, AMATERASU OOMI KAMI que significa a deusa xinto do sol.
O segundo filho, TSUKI YOMI NO MIKOTO que significa o deus xinto da lua.
O terceiro filho, SUSANO O NO MIKOTO que significa o deus xinto do trovão.

Segundo a mitologia japonesa, a primeira filha AMATERASU OOMI KAMI é a que descende a família imperial do Japão. E o primeiro filho dessa deusa é o primeiro imperador do Japão, JIN MU TENNOU que significa O Passo do Deus Xinto quem governou o Japão de 660 AC até 585 AC.

Para termos uma idéia concreta, o atual imperador Akihito do Japão é o 125º imperador que descende diretamente da deusa AMATERASU OOMI KAMI, cujo filho JIN MU TENNOU é o primeiro imperador.

Então, AMATERASU OOMI KAMI, a deusa do sol, sendo a primeira filha de Deus Xinto recebe a posse para tomar conta do arrozal, daí até hoje o alimento mais sagrado é o arroz no Japão. Ela não se dá bem com o terceiro irmão SUSANO O NO MIKOTO, o deus do Trovão, mas pelo contrário se dá muito bem com o segundo irmão TSUKI YOMI NO MIKOTO, o deus da Lua.
Certo dia, a deusa AMATERASU OOMI KAMI teve desentendimento com o irmão SUSANO O NO MIKOTO por ele ter danificado suas plantações de arroz. Ela ficou tão furiosa e triste que se fechou numa caverna. O Japão todo escureceu, pois ela era a deusa do sol.
Fora da caverna outros deuses fizeram de tudo para que ela abrisse a porta da claridade, mas foi em vão. Então, o segundo irmão, TSUKI YOMI NO MIKOTO resolveu simular uma grande festa dos xintoístas, usando espelhos para dar reflexos e utilizou galhos de SAKAKI para dar o rítmo à cerimônia. Ele convidou a deusa da chuva AME NO UZUME para bailar.
Fazendo uma pequena pausa, SAKAKI é uma árvore da família da japoneira templária, cleyera japônica que é muito plantada junto aos templos. A palavra SAKAKI escreve-se em um só ideograma e significa “a árvore de Deus”. Até a presente data, o seu galho é freqüentemente utilizado tanto como oferenda quanto como para purificação.

Uma das relíquias da família imperial até hoje, é o espelho. E na cerimônia de culto dos xintoístas, utiliza-se o galho de SAKAKI para dar a benção aos seguidores e também para espantar os astrais negativos.

Assim, a festa começou em frente à caverna. A deusa AMATERASU ouvindo todo aquele barulho estrondoso de tambores, ficou muito curiosa e abriu um pouquinho a porta da caverna para ver o que estava se passando lá fora. Imediatamente o deus TSUKI YOMINO MIKOTO e demais deuses auxiliares puxaram a porta da caverna. Depois desse acontecimento, o Japão sempre teve seu brilho.
O irmão SUSANO NO MIKOTO foi punido pela irmã AMATERASU e foi mandado para província de Izumo onde havia só terra coagulada e que ele tinha de construir uma nova cidade. Diz a lenda que o deus SUSANO era um homem cabeludo com barba comprida, daí talvez os nativos AINU fossem descendentes dele.
Deus SUSANO era muito valente que um dia quando na sua cidade de Izumo apareceu um dragão com 8 cabeças, engolindo moças e rapazes, ele resolve acabar com ele, dando-lhe 8 tambores de sake para o dragão ficar bêbado. Quando o dragão já está num estado sonolento, o deus SUSANO avança em cima do dragão e retira-se do estômago, jóias preciosas, moças e rapazes; do rabo do dragão o deus SUSANO retira uma espada também.
A segunda relíquia da família imperial até hoje é essa espada e a terceira é uma dessas jóias. Portanto, são 3 as relíquias que são mostradas na cerimônia oficial da família imperial:
O ESPELHO que representa o sol, a bandeira nacional.
A ESPADA que representa a origem do bushidou, SAMURAIS.
JÓIA que representa a riqueza do país.
É bom lembrar aqui também que o grande compositor e músico KITAROU compôs uma música instrumental chamada KOJIKI que significa CRÔNICA DE COISAS ANTIGAS e nela ele relata através da música a dança da deusa AMATERASU OOMI KAMI e a luta do deus SUSANO NO MIKOTO contra o dragão de 8 cabeças. Os alunos confundem KOJIKI - Crônica com KOJIKI - mendigo, pois as palavras são homófonas mas não são homógrafas.
Foi na era de Nara, de 710 a 794 DC que duas crônicas foram escritas para que o povo japonês soubesse dos acontecimentos antigos do seu país por escrito.
São elas: A crônica das coisas antigas, Kojiki e a crônica do Japão, Nihon Shoki.
Segundo a mitologia, o primeiro lugar estabelecido como sendo Japão, foi na província de Izumo, onde até a presente data existe o grande santuário Xinto de Izumo -IZUMO TAISHA. Este santuário reteve fielmente a tradição do TAISHA-ZUKURI, um estilo de arquitetura Xinto cuja origem remonta a era primitiva.
A deusa AMATERASU e o segundo irmão, TSUKI YOMI NO MIKOTO, migraram-se para Kyuushuu, a quarta ilha do atual Japão. Nessa região eles estabeleceram YAMATO, antigo nome que se dá ao Japão. Nesse YAMATO (A Grande Paz) estabeleceu-se o primeiro imperador JIN MU TENNOU.


RELIGIÕES NO JAPÃO


(por Rosa T. Sonoo)


O XINTOÍSMO (SHINTOU)

A religião xinto nasceu no Japão. Deus do xinto chama-se KAMI-SAMA.

A maioria das pessoas pensa que é o budismo mas xintoísmo é a religião originária do Japão.

A deusa Amaterasu Oomikami, a deusa do sol, é a primeira filha do Deus Xinto que é descendente do primeiro imperador do Japão.

O xintoísmo é a religião que vem do naturalismo e do animismo dominantes entre os japoneses primitivos que viam a divindade em todos os fenômenos impressionantes da natureza bem como nos espíritos dos mortos.

"Xinto" significa "o caminho das divindades" e tornou-se uma religião da comunidade com santuários e deuses guardiões locais.

O povo japonês, até hoje, costuma ter na sua casa um altar com nome dos seus antepassados que são cultuados diariamente, oferecendo alimentos simbólicos e o culto propriamente dito com rezas para purificar os espíritos que já se foram e aos que ainda estão vivos.

No atual Japão, a liberdade de religião é assegurada a todos pela Constituição de 1946 que preceitua: "Nenhuma organização religiosa receberá privilégio do Estado nem exercerá qualquer autoridade política. Nenhuma pessoa será obrigada a participar de qualquer ato religioso."

Portanto, o povo japonês é harmonioso, não fazendo distinção de religiões. O xintoísmo existe lado a lado com o budismo e o povo japonês os aceita com maior naturalidade. Muitos dos japoneses levam seu filhos, de 7, 5 e de 3 anos que é chamado de festival de SHICHIGOSAN (festival dos 7-5-3) para o templo xintoísta a fim de rezar pela saúde e sucesso dos seus filhos. E quando se casam, fazem a cerimônia com o ritual dos xintoístas, porém quando morrem, seus funerais são realizados de acordo com o ritual budista.

Ao visitar um templo, distingui-se pelas cores. O templo dos xintoístas tem sempre um Torii, o portal logo na entrada e as cores predominantes são vermelha e dourada.

O templo budista predomina com as cores preta, violeta e dourada. No altar sempre está presente o grande buda, originário da Índia.

O mito da origem divina da família imperial tornou-se base da religião de xinto. Por isso o imperador também foi considerado Deus do povo japonês até o término da Segunda guerra mundial em 1945. Atualmente, de acordo com a nova Constituição pós-guerra, o imperador é o símbolo da nação e da unidade do povo, derivando sua posição da vontade do povo, no qual reside o poder soberano, mas o imperador não tem poder relacionado ao governo.

O BUDISMO NO JAPÃO (BUKKYOU)

Por outro lado, a religião budista é originária da Índia, chegando ao Japão através da China e da Coréia em 593 DC, no século 6 na época do regente Shoutaku Taishi.

Deus da religião budista chama-se HOTOKE-SAMA.

Após receber o apoio da casa imperial, o budismo foi se propagando pelas autoridades por todo o Japão.
No início do século 9, o budismo japonês começou uma nova Era, atraindo principalmente os aristocratas da corte, contribuindo para o desenvolvimento da cultura.

O período Kamakura, entre 1.192 a 1.333, século 12, foi uma Era de grande conflito político e social. O budismo era uma esperança para salvação entre os guerreiros e os camponeses.

O CRISTIANISMO NO JAPÃO (KIRISUTO KYOU)

O cristianismo foi introduzido no Japão em 1.549, século 16, pelo missionário português, Jesuíta São Francisco Xavier.

Como era uma época de conflito intenso interno no Japão e de comoção, o cristianismo foi bem recebido por aqueles que necessitavam de um novo símbolo espiritual.

Havia também outro da intenção: aqueles que esperavam obter benefícios comerciais ou uma nova tecnologia de armas de fogo.

Com isso, proibiram o cristianismo no Japão, considerando-o subversivo à nação.

O terceiro General Tokugawa fez acabar com cristianismo, fechando todos os portos em 1.638, século 17, proibindo qualquer contato com o ocidente.

Somente alguns holandeses e comerciantes chineses tinham permissão para entrarem somente no porto de Nagasaki, na 4ª ilha do Japão.

O cristianismo ficou proibido, banido, durante 250 anos, até meados do século XIX quando o Japão reabriu suas portas para o resto do mundo.

O Japão recomeçou contatos com o ocidente em 1.850 quando da chegada do americano Commodore Matthew C. Perry com seu navio negro, atracando na baía de Tóquio no porto de Uraga, começando assim o intercâmbio comercial e cultural ocidental.

Segundo a estatística, hoje os protestantes superam os católicos.

O CONFUCIONISMO NO JAPÃO

O confucionismo tem sido considerado no Japão, mais um código de preceitos morais do que como uma religião.

O confucionismo foi introduzido no Japão no início do século VI e exerceu influência marcante sobre o pensamento e o comportamento dos japoneses até o fim da segunda guerra mundial quando começou o seu declinio.

O BRASÃO DA FAMILIA IMPERIAL


(por Rosa T. Sonoo)


O BRASÃO DE CRISÂNTEMO DA FAMÍLIA IMPERIAL DO JAPÃO

O brasão de crisântemo (KIKU NO GO MON SHOU) da Família Imperial do Japão tem 16 pétalas e a cor é dourada. O brasão dos parentes da Família Imperial tem 14 pétalas com a mesma cor.

Na Era de Kamakura (1.185 a 1.333), foi oficializado o uso do brasão, a marca exclusiva da Família Imperial.

A flor de crisântemo foi introduzida da China para o Japão entre o século 8 e 9. Como é uma flor que nasce em todas as épocas do ano, foi utilizada como homeopatia: faziam chá de crisântemo e se serviam para dar aroma ao sake.

Na Era de Heian (794 DC a 1.185) havia um costume de tomar o chá de crisântemo para manter a saúde, a paz e fugir dos males. Foi nessa época que o brasão de crisântemo começou a ser utilizado como símbolo da Família Imperial.




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SAMURAI OU BUSHI


(por Rosa T. Sonoo)


A palavra "SAMURAI" ou "BUSHI" significa "servir e seguir o senhor, acompanhar um superior para serví-lo".

Já no livro "Nihon Shoki", Crônica do Japão, escrito em 720 DC, existem referências de samurai como sendo uma pessoa que serve o patrão.

Há um ditado muito atraente que expressa o que é "bushi": durante uma batalha sangrenta, o samurai Tsuneyoshi Saeki, ao receber a falsa notícia da morte do seu senhor Yoriyoshi Minamoto, ele declara: "servi ao meu senhor durante 30 anos. Já estou com 60 anos e o meu senhor se aproxima dos 70. É meu desejo acompanhá-lo na morte". Demonstra aí, a fidelidade de um samurai para com o seu senhor, general, destacando-se o sentimento forte da relação que há entre senhor e servidor.

Em 1.192, instala-se no Japão o sistema shogunato. Os samurais ocupam o poder político da nação, deixando o imperador na Capital Kyoto apenas como símbolo. O shogunato permanece por cerca de 7 séculos, com pequena interrupção, entre 1.333 a 1.336 para restauração da Era de Kamakura.

Ao todo são três Eras de shogunato:

01) Era de Kamakura que vai de 1.192 a 1.333, durante 141 anos, sob o comando dos generais Minamoto Yoritomo, Takatoki Hojo e outros.

02) Era de Muromachi que vai de 1.338 a 1.573, durante 235 anos, com vários sucessores, sob o comando do Ashikaga Bakufu, grupo de guerreiro Ashikaga, mais os generais Ashikaga Takuji, Ashikaga Yoshimitsu, Oda Nobunaga, Toyotomi Hideyoshi e outros.

03) Era de Edo, nome dado à cidade de Tóquio atual capital do Japão. Essa Era de shogunato dura 265 anos, entre 1.603 a 1.868, comandada pelos sucessores da mesma linhagem Tokugawa. Ieyasu é o primeiro general da família e o último, Yoshinobu.

A máquina administrativa montada pelos samurais de Tokugawa atinge o máximo grau de efuciência. Os samurais, além de serem guerreiros, têm várias outras funções: administradores públicos, funcionários públicos dos governos central e regionais.

Após atingir o máximo do seu poderio, começa a se defrontar com crises internas e pressões externas. A situação interna, com a rígida estrutura política e social criada por Tokugawa, começa se ressentir dos efeitos causados pela evolução do tempo.

Em 1.853, o Comodoro Matthew C. Perry, dos Estados Unidos chega, atracando seus 4 navios negros na baía de Tóquio. Ele retorna no ano seguinte e consegue convencer os Tokugawa a firmar um tratado de amizade com seu país.

Seguem-se tratados semelhantes com a Rússia, Inglaterra e países baixos no mesmo ano, passando assim o Japão, a abrir novamente seus portos para recomeçar o intercâmbio com o exterior.

Consequentemente, o sistema feudal do shogunato Tokugawa entra em colapso e termina também com a própria classe de samurais.

Com a restauração da Era Meiji, em 1.868, o imperador retoma a sua plena soberania. Sob o comando do imperador Meiji, o país decidiu alcançar em apenas algumas décadas o que o ocidente levara séculos para desenvolver: a criação de uma nação moderna com indústrias, instituições políticas e intercâmbios culturais. Transfere a capital imperial de Kyoto para Edo que era sede do shogunato Tokugawa e muda o nome para Tóquio.

A palavra "BUSHI" se escreve com dois kanji, ideogramas chinês: O kanji de "BU" significa "bravura, coragem" e conforme indica a evolução do kanji, este veio dos passos largos de um homem com uma arma:

O kanji de SHI ( ) signica "samurai, homem adulto, cavalheiro" e conforme indica a evolução do kanji, este veio do símbolo sexual de um homem na posição de "bravura":


Os Sete Deuses da Felicidade (SHICHI FUKU JIN)


(por Rosa T. Sonoo)






O ano novo começa, para os japoneses, com a primeira visita a um templo mais próximo, xintoísta ou budista. Ocasião esta em que se ora para afastar os sete males, atrair as sete felicidades e orar pela família e pelo mundo.

Antigamente, o único feriado prolongado no Japão era o do ano novo. Por isso, haviam os que aproveitavam esse período para visitar sete templos, começando no dia primeiro e terminando no dia sete. Assim, começou a tradição de SHICHI FUKU JIN MEGURI ou visita a sete Deuses da Felicidade, que mesmo hoje em dia ainda é praticada em várias regiões.

Existem registros históricos de que eram realizados em Kioto, na primeira metade do século 15, desfile alegóricos tendo como tema os sete Deuses da Felicidade. Consta também que, ainda em Kioto, os ladrões que roubassem um estabelecimento comercial disfarçados de sete Deuses da Felicidade recebiam prêmio do seu proprietário por trazerem boa sorte. Em Edo, os sete Deuses foram desenhados em século 16. Dizem que dá sorte dormir colocando sob o travesseiro o desenho dos sete Deuses no barco do tesouro.

Os sete Deuses da Felicidade são os seguintes:

DAIKOKUTEN (Deus do paraíso)

Tem um rosto cheio, faz imaginar um ancião de estatura alta, traz um martelo eu realiza todos os desejos e carrega nas costas um grande saco. Surpreendentemente, a origem deste Deus está na religião Hindu, da Índia. Ao ser introduzido ao Budismo, tornou-se o protetor de Buda. No Japão, juntou-se ao OOKUNI NUSHINO MIKOTO, conhecido como Deus da fartura na colheita, Deus do lar e Deus da cozinha.

EBISU (Deus da prosperidade nos negócios)

Usa um chapéu de pano preto, traz no braço um pargo e segura uma vara de pesca. É o único Deus japonês dentre os sete. Por ser proveniente do além-mar, significa também Deus da fartura na pesca e, pelo fato de poder trocar os pescados por mercadorias, passa a ser também Deus da prosperidade nos negócios.

BENZAITEN (A Deusa da arte e da música)

Única Deusa entre os sete. Era, anteriormente, Deusa da religião Hindu. É deusa da água e dos rios. Pela sensação agradável do som da corredeira do rio, passa a ser também considerada Deusa da música. Traz um instrumento musical semelhante ao biwa, instrumento de cordas japonês. Era Deusa da eloquência e da arte, porém, com o tempo passou a ser dos bens (riqueza material). Para os japoneses, água é um purificador de todas as máculas e também elemento que proporciona a umidade necessária. Conforme o templo, sua imagem é retratada de forma diferente, desde uma linda menina até uma Deusa com uma beleza sensual.

BISHAMONTEN (Deus da guerra)

Da religião Hindu, é deus da guerra. Traz na mão esquerda um pagode e na mão direita uma lança e um bastão que é tesouro. Na China, ele é Deus protetor da Nação. No Japão,era Tamonten, um dos Deuses shitennoo: Deuses que protegem as quatro direções - Leste, Oeste, Norte e Sul, que protege a direção Norte.

Imagina-se que passou a ser um dos sete Deuses por realizar desejos.

JUROOJIN (Deus da longevidade)

Possui uma longa cabeça e cabelos brancos. Possui uma bengala e traz consigo um cervo. É Deus da longevidade e juventude. É muito parecido com Fukurokuju.



HOTEI OSHOO (Deus da previsão)

É um monge que, segundo contam, viveu na China no século 10.
Possui um rosto muito sorridente, te orelhas grandes (os japoneses as chamam de fukumimi, ou seja, orelhas da felicidade) e uma grande barriga. Hotei é o nome popular, sendo Kaishi o seu verdadeiro nome. Carrega sempre um grande saco, recebia sem problemas mesmo as oferendas de peixes, proibidas pelos mandamentos, sendo muito amado pelo povo. Mesmo deitando sobre neve, seu corpo não se molha, acerta todas as previsões de tempo, e, segundo contam, nunca errou ao adivinhar sobre a sorte das pessoas. Dizem que é uma das formas de aparição de Miroku Bosatsu, Bodhisattva que se segue ao Buda, para vir a este mundo proporcionar salvação às pessoas.

FUKUROKUJI (Deus da sorte)

Parece-se com Juroojin, porém tem uma estatura mais baixa e cabelos brancos. Traz consigo um grou branco ou uma tartaruga, símbolos de longevidade e tem em mãos uma bengala com um pergaminho que contém a transcrição de uma sutra. Também é Deus do ideal do Taoísmo.

Esses sete Deuses ficaram dessa forma definidos na segunda metade da Era Muromachi. Dizem que até então os seus membros já tinham sido substituídos; porém, o número sagrado que é SETE sempre se manteve constante.
O número SETE é realmente para os chineses e japoneses o número da sorte.

OBS: - Texto publicado no Jornal S. Paulo Simbum de 4/01/2001
DARUMA-SAN


(por Rosa T. Sonoo)



O BONECO "DARUMA"



Dentre muitos talismãs (enguimonô) existentes no Japão, o "Daruma-san" (Sr.Daruma) é muito procurado pelo povo e pelos turistas em virtude dele trazer-lhe paciência de Jó, luta e realização do seu sonho e finalmente sucesso nas atividades profissionais.

Na China antiga havia um bonzo chamado DARUMA, o qual queria saber a verdade da vida. Após várias tentativas a procura da prática ascética, nada conseguiu. Finalmente então, ele decide sentar-se em frente à parede de um templo, meditando sobre a vida, até chegar a uma gama verdadeira, ou seja, à essência da vida.
Ao passar um ano ele nada conseguiu. Após dois anos, nada. Após três anos, nada.... Assim, quando ele atingiu o nono ano de meditação, finalmente conseguiu chegar ao reconhecimento sobre a verdadeira essência da vida. DARUMA é o fundador da religião ZEN BUDISMO.

A religião ZEN BUDISMO foi levada para o Japão no início do século 12. Mais tarde, na época de MUROMACHI-JIDAI (1333 a 1568), surge no Japão o boneco "DARUMA" na mesma posição em que Sr.Daruma sentava-se para meditação bem como imitando bonecos teimosos trazidos da China. Assim, começou a propagar como sendo uma decoração.

Em meados da época de EDO (1603 a 1868), chegou ao formato atual. Nessa época já havia no âmago do povo japonês o sentimento de se proteger usando o DARUMA como um talismã para evitar de todos os males existentes na colheita agrícola, caça e pesca... Desde então, o talismã DARUMA é utilizado nas casas comerciais, nos lares e no decorrer do tempo, pelos políticos em campanha eleitoral.

O povo japonês costuma comprar esse boneco que é vendido em barraquinhas localizadas próximo aos templos e santuários , no ano novo, para que se concretize o sonho depositado no ano que se inicia. Ao comprá-lo, vem sem os olhos: quando você quiser que o seu desejo se realize, pinte um dos seus olhos e, se o pedido for atendido, o outro deverá ser pintado em sinal de gratidão.




O boneco, DARUMA-SAN, é feito geralmente de "papier machê" e veste-se de vermelho para espantar "o olho gordo". O fundo dele é pesado para que possa levantar-se simultaneamente mesmo estando na posição de queda. O fato de Daruma-san não cair, representa "jamais desistir", tanto que há um provérbio japonês que se diz: "NANA KOROBI, YA OKI", que quer dizer: "CAIA 7 VEZES MAS LEVANTE 8 VEZES".

Eu tenho também no meu curso, um DARUMA-SAN que sempre me incentivou a ter paciência, garra, luta e perseverança. E naturalmente, seus olhos já estão pintados!

Que tal, você também, comprá-lo e deixá-lo no cantinho da sua casa?

Um grande abraço fraterno de Rosa Sonoo que lhe deseja sucesso e mais sucesso.

Entenda um pouco das cerimônias de homenagem póstuma do Budismo


(Fonte: Associação Religiosa Nambei Honganji Brasil Betsuin)


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HOOJI - Celebração de Homenagem Póstuma


No Budismo, após a morte de um ente querido da família, parente, mestre, professor ou amigo, é costume celebrar as seguintes homenagens póstumas: 7° dia, 49° dia, 100° dia, 1° aniversário, 3° aniversário, 7° aniversário, 13° aniversário, 17° aniversário, 25° aniversário, 33° aniversário, 50° aniversário, respectivamente (Existem subdivisões mais detalhadas, porém aqui nós as omitiremos).

As Celebrações de Homenagem Póstuma consistem em reunir parentes e amigos do falecido e convidar um monge para oficiar a leitura solene dos textos sagrados (Sutras), diante da imagem do Buda Amida. Na tradição budista essas reuniões têm por objetivo escutar e refletir sobre o Dharma (O Ensinamento de Buda).

O termo japonês Hooji significa literalmente "Serviço do Dharma". É um encontro solene para ouvir o Ensinamento do Buda. Esta é uma ocasião importante para repensarmos sobre a vida humana, esclarecer a questão fundamental da existência e conscientizarmos do nosso verdadeiro eu que está esquecido.

Qual é a atitude correta em relação ao falecido? Algumas pessoas pensam em fazer algo para o morto, e com esse sentimento pedem o Hooji, mas essa não é uma maneira correta de pensar. Outros pedem o Hooji para apaziguar o espírito do falecido, mas essa também não é a maneira correta de pensar.

De acordo com o budismo, a atitude correta em relação ao falecido é vê-lo, humildemente, como um mestre que nos ensina sobre a finitude e a impermanência das nossas vidas. O Hooji nos convida para refletirmos sobre o verdadeiro significado da nossa existência. Estas são as questões expressas nos Textos Sagrados Budistas. Portanto, o budista respeita a reverência ao falecido como sendo "O Bom Mestre" que nos ensina o significado da vida humana.

Aqui e agora, nós, diante da imagem do Buda, requestionamos como podemos valorizar e respeitar o falecido. Será que a atitude correta não seria nos elevarmos como verdadeiros seres humanos a partir da orientação dada pelo budismo?


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Oferecimento de incenso (Oshooko)


O oferecimento de incenso expressa a alegria da conversão advinda do autoconhecimento a partir de uma voz que nos chama para um "despertar" da nossa natureza com "cidadãos do país dos Budas". A forma correta é, diante da imagem do Buda, corrigir a postura e com uma atitude de reverência inclinar levemente a cabeça. Em seguida, oferecer duas vezes incenso e em silêncio unir as mãos; reverenciar, inclinar novamente a cabeça e recitar o "NAMU AMIDA BUTSU".


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Saudação com as mãos postas (Agasshoo)


Representa a gratidão de ser guiado pelo Buda. É feita com uma postura correta e natural, unindo as mãos envolvidas pelo rosário (Nenju) e recitando várias vezes o "NAMU AMIDA BUTSU". A seguir inclina-se ligeiramente o corpo, fazendo uma reverência.

Observação: Não se deve esfregar as contas do rosário, bater palmas, fazer o "sinal da cruz", etc...

Como existem muitos mal entendidos em relação à contagem das celebrações, incluímos uma breve explicação. Para contar as celebrações, utilizamos o ideograma "Ki". Por exemplo: "Isshu-ki" que refere-se à celebração de um ano de falecimento. Esse ideograma significa "parar a mente", representando a minha perplexidade perante a morte. A primeira celebração é o rito fúnebre chamado em japonês de "Osooshiki"; após um ano celebra-se o "Ishuu-ki" e no segundo ano celebra-se o "Sankai-ki". Apesar do Sankai-ki ser considerado como o 3° aniversário, na realidade corresponde ao 2° ano completo de falecimento.

AI - AMOR


A ORIGEM DO IDEOGRAMA


KANJI NO GOGEN


(por Rosa Tokiko Sonoo)


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Este é o kanji e AI (pronuncie âi) que significa AMOR. Em outro artigo anterior foi dado o ideograma de KOKÔRO e neste kanji aparece bem no meio para completar o sentido de AI.

O kanji de AI foi idealizado de um andar de uma pessoa com os passos lentos e estreitos, como se estivesse fazendo algo escondido, pois tem o kanji de alma no meio, logo AMOR é um sentimento oculto, abstrato que emerge no coração.


Kawa no nagare no youni


(por Rosa T. Sonoo)
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A vida que o onipotente nos concedeu é como a água que corre num rio. A água segue naturalmente as curvas ora suaves ora penosas. No caminho, a água se depara com as colinas, com as montanhas, com lindas flores do campo, com sujeiras, com obstáculos, mas ela segue o seu percurso até o fim.

Recentemente, aconteceu uma coisa muito desagradável com meu amigo que tanto ele como o seu filho estão lutando para saírem dessa incidência. Isso fez com que eu refletisse uma vez mais sobre a vida.

Na língua japonesa há cinco significados para VIDA. Vejamos.

01) VIDA = JINSEI = a vida de um ser humano desde o seu nascimento até a morte. Exemplo: Watashi tachino jinsei wa kawa no nagare no you desu. A nossa vida é como a correnteza de um rio.
02) VIDA = INOCHI = a vida de vida ou morte. Exemplo: Sensou wa takusan no inochi o ubaimasu. A guerra tira muitas vidas.
03) VIDA = SEIKATSU = a vida do dia a dia. Exemplo: Rio ni kite kara watashino seikatsu wa odayaka ni narimashita. Após ter vindo para o Rio, a minha vida ficou serena.
04) VIDA = MICHI = a vida que uma pessoa escolheu como sendo sua profissão. Exemplo:
Carurosu Dorumon de Andorade sensei wa sakka no michi o erabimashita. O Professor Carlos Drumond de Andrade escolheu sua vida de escritor.
05) VIDA = IKIGAI = a vida que uma pessoa depende dela para sentir que está viva. Exemplo: Musuko wa watashino ikigai desu. O meu filho é a minha vida.

A canção, "KAWA NO NAGARE NO YOUNI", do compositor Yasushi Akimoto, gravada pela inesquecível e imortal cantora Hibari Misora, expressa profundamente sobre várias fases da vida e nos ensina que jamais devemos contrariá-la e sim, encará-la com naturalidade, esperança e perseverança, seja no momento triste ou de alegria. Se tentarmos ir contra a correnteza da vida (JINSEI), estaremos opondo ao onipotente que nos deu a vida (INOCHI). É uma filosofia tão fácil, mas difícil de colocarmos em prática.

Eu gostaria de dedicar este artigo para esse amigo que o respeito muito.

Então, vamos conferir juntos como ficou a música em questão? Por falta de espaço só vou dar a tradução.

"Sem saber, sem saber, vim caminhando por essa estrada estreita e longa. Ao olhar para trás posso ver bem distante a minha terra natal. Há estrada cheia de buracos e há estrada cheia de curvas que nem mapa tem, no entanto, isso também é uma vida. Como a correnteza do rio, muitas eras vão se passando serenamente. Como a correnteza do rio, o céu vai colorindo o entardecer incessantemente. Viver é navegar pela estrada sem fim, procurando a esperança junto com a pessoa amada. Mesmo numa estrada lamacenta, judiada pela chuva, um dia o sol vai brilhar. Como a correnteza do rio, quero deixar o meu corpo leve. Como a correnteza do rio que espera a mudança da estação para a neve se derreter. Como a correnteza do rio que ouve eternamente o murmúrio do riacho azul."


HONESTIDADE



Por Rosa Tokiko Sonoo
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Hoje de manhã quando estava saindo à caminhada matinal, aconteceu uma coisa muito interessante em plena luz do dia.

Estava caminhando, como sempre faço onde mato dois coelhos ao mesmo tempo: um é a caminhada de dois quilômetros para manter a saúde, outro é para despachar as encomendas no correio. Em vez de tomar ônibus que tem cerca de três pontos eu faço questão de caminhar até o Shopping onde há um correio.

Uns 300 metros adiante iam duas pessoas também caminhando apressadamente.
Pareciam-nas que iam ao trabalho. De súbito, uma delas deixou cair uma cédula, mas continuou a caminhar em direção à estação do metrô Glória. Imediatamente a chamei: “Ei, moça, moça, moça...”.

Todavia, ela apenas me olhou, aliás, me encarou e rapidamente continuou o seu caminho. Um motorista de táxi assistia à cena e sorriu para mim. Catei a cédula antes que o vento a levasse. Era uma nota de cinqüenta reais. Sai correndo, insistindo em chamá-la: “Moça, moça, moça”, mas nada de ela olhar novamente para mim, pelo contrário, começou a andar mais rápido ainda. Nisso estava vindo um rapaz em minha direção e logo percebeu que eu queria entregar alguma coisa para moça. Então, ele fez o sinal e a moça parou e me viu com mais calma, mas ainda me encarando. Nessa altura eu já estava quase sem respiração, tossindo muito porque tinha pegado uma gripe na semana passada e ainda minha garganta doía muito. Eu falei com uma voz abafada, meio rouca: “Moça, você deixou cair isso”.E lhe entreguei a cédula.
Ela ficou tão surpresa, até assustada e apavorada, mas logo a seguir me agradeceu muito. A sua expressão já era mais tranqüila e desceu correndo a escadaria do metrô.

Talvez ela tivesse pensado que eu fosse uma vendedora ambulante por chamá-la insistentemente, pois corria atrás dela, ou uma senhora já de idade “estrangeira” querendo pedir informações ou até uma mendiga simpática, tentando pedir uma caridade. Só me lembro que foi assustadora a maneira pela qual ela se esquivava de mim por mais que eu a chamasse e a seguisse.

Realmente, não há dúvida de que a cidade do Rio de Janeiro está cada vez mais insegura, perigosa e, sobretudo violenta. Por essa razão, certamente essa moça não atendeu o meu chamamento, pois ela, representando a cidadã carioca, já não ouve, não confia, não sorri e não conversa com os transeuntes como antigamente.

Fiquei profundamente triste pelo acontecimento, entretanto ao mesmo tempo, fiquei feliz naquela manhã pelo fato de ter praticado uma boa ação logo de manhã cedo. Parecia que o sol estava brilhando para mim.

Eu moro aqui no Rio, há 35 anos e sempre penso e pensei em viver honestamente, testando a própria capacidade, demonstrando amor e carinho mesmo que ao redor, eu sinta e veja a olho nu, tanta corrupção, tanta maldade, tantos assaltos e tantas desonestidades, não pretendo imitar nenhum desses atos porque tenho orgulho de ser brasileira e no meu coração existe toda a gama de educação que recebi dos meus pais que foram imigrantes japoneses trabalhadores, honestos que apesar de terem passado por muitas dificuldades, jamais prejudicaram seus semelhantes. Graças a essa semente que eles plantaram no solo brasileiro, os seus descendentes nisseis, sanseis, yonseis, têm mais livre acesso, mais confiança e boas oportunidades na sociedade brasileira. E eu gostaria de continuar vivendo assim: com honestidade como se fosse a representante do povo japonês aqui no Rio de Janeiro. Ainda mais nessa época de carnaval onde muitos turistas japoneses estão chegando, eu desejo ardentemente que todos eles aproveitem bem, “curtam” a cidade maravilhosa e que sejam bem recebidos, bem quistos pelos cariocas. E pelo contrário, tomara que esses jovens japoneses recém chegados do Japão não sejam vistos como desonestos que continuem demonstrando a sua honestidade com o espírito de um Samurai.

Para terminar, a palavra honestidade, SHOUJIKI, se escreve com dois ideogramas sendo que o primeiro é de correto, TADASHII e o segundo de consertar imediatamente, TADACHI NI NAOSU, logo literalmente, HONESTIDADE significa “consertar imediatamente para tornar correto”. Juntando os dois ideogramas leiam pela leitura “on-yomi” que dá a palavra SHOUJIKI.

CRONOLOGIA DA HISTÓRIA DO JAPÃO
NIHON REKISHI NENDAIKI




(Primeira Parte)
Por Rosa Tokiko Sonoo
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Toda vez que um aluno me pergunta sobre a história do Japão, eu sempre o oriento para pelo menos antes ter uma noção da época. Dessa forma, ele poderá até fazer uma comparação com a história do Brasil, como por exemplo, em tal época enquanto no Japão acontecia isso, no Brasil ocorria isso. Sabendo a época exata, o aluno até poderá procurar diretamente nas bibliotecas do Consulado do Japão e pesquisar o assunto que é do seu interesse. Portanto, resolvi editar em três etapas a cronologia da história do Japão em português que foi baseada no livro “Pequena história das grandes nações” do mestre Otto Zierer, Círculo do Livro, páginas 122 a 124, bem como nos “Fatos sobre o Japão”, nº 05104 editados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, Japão, adicionando meu comentário. Se essa cronologia for útil aos leitores do São Paulo Shinbum, ficarei muito satisfeita e a minha missão estará cumprida. Sugiro também a leitura desse livro que só enriquecerá o seu curriculum. Um abraço fraterno de Rosa Sonoo.

11-2-660 a C. Segundo a religião japonesa, dia da fundação do império pelo Jinmu Tennou, o primeiro imperador do Japão.
200-37 a.C Primeiros reinos tribais.
92 e 17 a. C. Marcha da fundação do império para O Yamato, nome dado ao atual Japão.
57 d.C. e 107 d.C. Embaixadas do sul do Japão à corte da dinastia chinesa Han.
363 Jingo Kogo introduz no Japão a criação de cavalos.
369-405 Relações entre o Japão e os reinos coreanos, possessões externas do
Japão na Coréia.
405 Introdução da escrita chinesa por Wang-In.
414-420 Insurreição dos coreanos contra os “ladrões” japoneses.
418-420 Primeira e
425 Segunda embaixada dos japoneses à corte Sung da China.
456-479 O imperador Yuuryaku.
552-623 Penetração do budismo no Japão, ao mesmo tempo em que o papel
supera a seda e o linho como material para escrita.
562 Perda das bases coreanas.
593-628 Imperadora Suiko - embaixada à dinastia Tang na China.
607 Construção do templo Horyuuji
645-652 Grande reforma baseada nos ideais do Príncipe Shoutoku, já então
falecido, é iniciado sob a liderança do Príncipe herdeiro Nakano-
Oye.
700 Primeira incineração funerária no Japão
710-784 Nara como sede da soberania, período de Nara como época de
florescimento das artes e da escrita. O budismo floresce no Japão.
794-1192 Período Heian.
784-805 A capital é transferida de Nara para Kyouto. Domínio do mosteiros.
Chanceleres Fujiwara. A nobreza das marcas fronteiriças dá origem
às duas linhagens de príncipes, os Taira e os Minamoto.
1167 Taira obtem o poder.
1185 Batalha naval de Dannoura, perto de Shimonoseki: vitória dos
Minamoto (Yoritomo e Yoshitsune).
1192-1333 Período Kamakura
1192 Yoritomo, shougun. Kamakura ganha importância. A longa luta entre
as raças ainu e yamato tende para o empate. Inicia-se o governo do
samurai. O célebre Buda de Kamakura perto de Tóquio.
1224 É fundada a seita Joudo-Shinshuu que se iguala às seitas Zen e
Nichiren como uma das mais influentes seitas budistas do Japão presente.
1260-1294 Assalto mongol.
1274 Kamikaze perto de Tsushima.
1281 Kamikaze na costa de Kyuushuu.
1333-1573 Período Muromachi. Xogunato dos Ashikaga (período artístico
correspondente).
1336-1392 Época dos contra-imperadores.
Yoshimitsu no auge do poder dos Ashikaga. Florescimento da seita
Zen. Cultura urbana. Conflitos feudais nos campos. Confusão da
ordem pública. Relações culturais com os chineses da dinastia
Ming.
1534-1582 Oda Nobunaga, o renovador do império.
1542-1543 Primeiro desembarque de navios portugueses no sul do Japão.
1549 Francisco Xavier desembarca em Kagoshima. Êxito na
cristianização no decurso da luta que
1571 Oda Nobunaga conduz contra os poderes excessivos dos mosteiros
budistas. (Hieisan, perto de Kyouto).
1573-1603 Período Azuchi-Momoyama
1582-1585 Embaixada japonesa ao papa.
1582 Morte de Oda Nobunaga. Hideyoshi Toyotomi assume o poder.
1587 Campanha de Satsuma. Expulsão dos missionários cristãos.
1590 Restabelecimento do poder central.
1592-1598 Luta contra a Coréia.
1598 É determinada uma tutela da linhagem dos Minamoto ( o primeiro
Shougun Ieyasu Tokunaga) para o filho de Hideyoshi, o segundo
Shougun.
1598-1600 O resultado é a luta dos conselheiros imperiais.
1600 Vitória de Sekigahara.


1603-1867 Período Edo
1600-1868 Lenta construção de um Estado feudal e policial que leva ao
xongunato e ao progressivo desenvolvimento cultural: período
Tokugawa.
1607 Paz com a China.
1609 Feitoria dos holandeses em Dejima, Nagasaki.
1613 Feitoria dos ingleses em Hirado. Navios para o México.
1614 Proibição do cristianismo.
1615 Paz com a Coréia.
1623-1651 Iemitsu, o terceiro shougun, auge do poderio Tokugawa.
1637-1638 Insurreição e perseguições religiosas.
1637-1639 Expulsão dos portugueses. Isolamento total do Japão com exceção de
Dejima, Nagasaki para os holandeses.
1642 Obrigações de residência em Edo pra os daimyous.
1697 Escola de eruditos de Mito. Surgimento de um “romantismo”, com a
aspiração ao restabelecimento do xintoísmo e do velho poder
imperial.
1807-1853 Isolamento total e recusa de negociações com russos e ingleses.
1846-1866 O imperador Koumei torna-se o centésimo vigésimo primeiro
Micado.
1853 Os canhões do navio comandado pelo almirante americano Comodoro Matthew Perry forçam a abertura do Japão. O feudalismo medieval decompõe-se.
1853-1868 Luta pela restauração legitimista do Japão.
1854-1861 Tratados com as potências estrangeiras.
1864 O bombardeamento de Shimonoseki e Satsuma por potências
ocidentais inicia o período da “abertura” do Japão.
1867-1912 Período Meiji. O poder imperial é restaurado em 1867, quando o 15º
Shougun Tokugawa restitue poder nacional ao imperador.
1868 O imperador presta juramento à nova Constituição, em que os 276
senhores feudais renunciam ao seu poder e o põem à disposição do
trono.
1869 Lutas com séqüitos feudais: o partido imperial compra armamento
moderno e vence.
1869-1912 Época Meiji de adaptação ao mundo circundante.
1874-1877 Expedição a Formosa.
1874-1889 Surgimento de um partido progressista liberal no Japão.
1879 Anexação das ilhas Ryuukyuu, atual Ilha de Okinawa. Depois de a Rússia ter anexado Sacalina, as Curilas tornam-se totalmente japonesas.
1882 Uma comissão constitucional viaja para a Europa. Trazem-se da
Alemanha propostas de Constituição que dão origem ao Parlamento
imperial do Japão.
1885 Onda de emigração para o Havaí.
1890-1826 Ampliação progressiva do direito de voto a mais amplos segmentos
da população.
1894 O imperador e o parlamento imperial reúnem-se em Hiroshima.
1894-1895 Guerra Sino-Japonesa.
1898 Primeiro gabinete partidário com um primeiro-ministro eleito.
1899 Dissolução da jurisdição estrangeira. Soberania jurídica do Japão.
1900 Fundação de partidos nacionais liberais e conservadores.
1900-1901 Desordem na China, em que o Japão se imiscui.
1902 Aliança anglo-japonesa.
1904-1905 Guerra Russo-japonesa.
1904-1908 O Japão participa da corrida armamentista, sua dívida eleva-se a 4,5
milhões de marcos-ouro.
1905 Paz de Portsmouth, aquisição do sul de Sacalina e de Formosa.
1908-1913 Tensões crescentes com os Estados Unidos por questões de imigração
japonesa à Califórnia e aos mares do sul.
1908 Começa a primeira imigração para o Brasil
1909 Assassinado o príncipe Ito, quando tentava restabelecer melhores
relações com a Rússia.
1910 Acordo sobre a estrada de ferro da Manchúria entre o Japão e a
Rússia (contra o poderio financeiro dos Estados Unidos).
1912-1926 Período Taishou
1912 Morre o imperador Mutsu-Hito, o grande homem da época Meiji e
sobe ao Trono Imperial o Imperador Taishou.
1914 Estoura a Primeira Guerra Mundial. O Japão adere à guerra ao
lado dos Aliados.
1916-1918 Rápido crescimento econômico foi acompanhado por visíveis
transformações das condições sociais e intelectuais da sociedade japonesa
1918 Ocupação de partes da Sibéria e de Vladivostok pelo Japão, devido à
Revolução Russa (evacuação em 1922).
1921 O Japão participa da conferência de Desarmamento em Wshington,
D.F.
1923 O grande terremoto na cidade de Tóquio.



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1924 Dura lei de imigração antijaponesa nos Estados Unidos. Reforçam-se
os movimentos sociais no Japão.
1926 Morre o Imperador Taishou e é sucedido pelo Imperador Hirohito.
1926-1989 Período Shouwa
1927 Um metrô é construído em Tóquio.
1928-1929 Boicote às mercadorias japonesas na China.
1931 O Japão ataca militarmente a Manchúria.
1934 Fundação do estado de Manchúria pelo Japão. Rescisão do Tratado
Marítimo.
1936 O Japão com Hitler e Mussolini no Pacto Anti-Komintern.
1937 Início do conflito sino-japonês (até 1945).
1938 Instalação de um governo pró-japonês em Nanquim.
1940 Japão completa 2.600 anos desde a fundação do seu império.
1941 Ataque japonês a Pearl Harbor. Entrada dos Estados Unidos na
1942 Segunda Guerra Início da reviravolta na guerra do Pacífico.
Março-1945 Avião americano B29 ataca a cidade de Tóquio.
6-8-1945 Bomba atômica americana sobre a cidade de Hiroshima.
9-8-1945 Bomba atômica americana sobre a cidade de Nagasaki.
15-08-1945 O Japão rende-se. Fim da segunda guerra no Japão.
1949 O primeiro prêmio Nobel de Física no Japão é concedido ao Dr.
Hideki Yukawa.
1950-1953 Guerra da Coréia.
1951 Tratado de paz com os Estados Unidos. Bases americanas no Japão.
1956 O Japão se torna também membro da ONU.
1957 O Japão é eleito observador no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
1959 Em abril é celebrado o casamento do Príncipe Herdeiro Akihito com
a plebéia Michiko, a atual imperatriz do Japão.
1960 Televisão a cores no Japão.
1965 Assinatura formal do Tratado Básico Japão-Coréia.

1970 A ilha de Okinawa é incorporada ao sistema administrativo nacional, e são realizadas eleições.
1972 Os direitos administrativos sobre Okinawa são devolvidos ao Japão.
1989 Morre o imperador Hirohito e termina a Era de Shouwa. Começa a
Era de Heisei que significa “A Era da concretização da Paz”.
Este ano, o Ano Cristão 2003 corresponde à Era Heisei 15.

O Japão é 23 vezes menor do que o Brasil em tamanho. Vamos imaginar que o Japão seja do tamanho do Estado de São Paulo. Esse Japão pediu o fim da guerra após ter sido lançado pelos americanos a primeira bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945. A cidade foi varrida do mapa. Mais de cem mil pessoas, crianças e adultos morreram por efeito das radiações e mais de milhares de pessoas saíram afetadas pelo resto da vida. E no dia 9 de agosto de 1945 os americanos lançaram a segunda bomba atômica sobre a mais velha cidade cristã do Japão, em Nagasaki onde também mais de cem mil civis morreram. O Japão estava destruído e banido. Em março de 1945, a cidade de Tóquio, a capital do Japão, parecia um campo devastado pelo incêndio porque o avião americano B29 tinha atacado várias vezes o céu de Tóquio num de raio de 5 km, de leste ao oeste e num raio de 6 km, do sul à leste, matando mais de 100.000 civis e só não destruiu o palácio imperial em virtude de o povo japonês considerar o Imperador como um Deus, então desistiu de atacar o “Templo de Deus”, digamos assim.
Na manhã do dia 15 de agosto de 1945, o povo japonês soube que o Japão tinha se rendido, ouvindo a transmissão de rádio onde o Imperador Hirohito lia a mensagem da decisão de cerrar fogo.
A fome espalhava em todo o Japão. A pobreza se espalhava em todo o Japão.
Não tinham ricos ou mais ou menos ricos. Todos eram pobres após a guerra. Meu marido tinha 6 anos quando a guerra terminou e ele sempre comenta que o alimento principal era sopa de batatas que os moradores plantavam aos redores da casa. O povo japonês unido começou a reconstruir a sua pátria. Continuou amando a sua pátria apesar da derrota. E o mundo inteiro conhece o Japão de hoje: um país organizado, potente, onde a estatística criminal é a mais baixa, onde não há analfabetismo e principalmente onde não há diferença exagerada de salários.
No Japão, entre o que um chefe ganha e os subordinados ganham, a diferença é mínima. O lucro dos empresários de lojas e supermercados é mínimo para não prejudicar nem o povo nem o produtor.
E para finalizar a cronologia da história do Japão que foi publicada em três artigos, reafirmo dizendo que jamais devemos fazer ou provocar guerra, almejando sempre a paz mundial, como o cineasta Roman Polansky no filme O PIANISTA, um tema simples, mas que emociona qualquer ser humano porque mostra e relata o sofrimento do povo judeu durante a segunda guerra mundial. Os produtores de filmes japoneses também deveriam de fazer com mais freqüência filmes desse gênero para que o mundo inteiro conscientizasse que não vale a pena fazer guerra.

AIKOKUSHIN
AMOR À PÁTRIA




Por Rosa Tokiko Sonoo
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Publica o Jornal O Globo no dia 15 de janeiro de 2004: “No mais sério incidente em duas semanas da chamada guerra das digitais, o americano Dale Robbin Hersh, piloto da American Airlines, foi preso ontem no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, após fazer um gesto obsceno durante a identificação na Polícia Federal. Ele foi detido e ficou sete horas na delegacia da Polícia Federal, acusado de desacato. A American Airlines pagou indenização de R$ 36.000,00 e em nota pediu desculpas. Hersh passou a noite na sala de embarque da companhia. Outros dez tripulantes americanos, que também teriam debochado do fichamento, não foram autorizados a entrar no país e voltaram ontem mesmo para os EUA.”
Ainda o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia acrescentou: “Esse piloto pensou que estava desembarcando na casa da mãe Joana.” Na primeira página do jornal estava a foto do piloto com o seu dedo médio ereto, segurando a ficha de identificação.
Eu, particularmente, quando li essa notícia e vi a foto, pensei consigo mesma. “Ora, foi apenas o modo de ele segurar a ficha, pois para o povo japonês esse gesto não quer dizer nada embora haja um gesto que os japoneses fazem e que para o povo brasileiro é obsceno, como, por exemplo fazer um círculo com os dedos polegar e o indicador, levantando os três dedos restantes. Isso para os japoneses quer dizer que tudo está ótimo, todavia para os brasileiros é um gesto obsceno a ponto de sair uma discussão de “arranca rabo”. E ainda continuei pensando: Em vez de discutir e prender esse piloto “inocente” que apenas levantou o seu lindo dedinho médio para fazer uma pose diferente, por que não pegar em flagrante no aeroporto o chefão do tráfico de drogas à paisana, pronto para ir tomar um sol no Miami Beach, por que não arrastar vergonhosamente em pleno aeroporto o corrupto que transforma os impostos do povo brasileiro numa mansão para uso próprio ou que leva o dinheiro brasileiro transformado em dólares para os bancos da Suíça?

Todavia, na hora do jantar, conversando com o meu marido, o assunto do dia tomou um rumo diferente. O diálogo era AMOR À PÁTRIA. Escreve-se com três ideogramas conforme consta no título do artigo acima. O primeiro kanji é de AMOR, o segundo de PAÍS e o terceiro de ESPÍRITO.

Mesmo que nós brasileiros, sabendo que o nosso país ainda é um país pobre, não entrando na lista dos mais desenvolvidos, quando UM que não é brasileiro diz isso, dá um aperto no coração da gente, não é mesmo? Isso é amar a terra onde você nasceu.
Sim, os brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil. E realmente parece que é um vício falar mal do Brasil. Todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos, entretanto, acredito que nos corações de todos os brasileiros há orgulho, há amor que acalenta um futuro melhor, há o amor pela pátria. E o incidente ocorrido no aeroporto justamente foi esse amor que falou mais alto. Um americano chegando e fazendo pouco caso da nossa pátria, acabou sendo punido legalmente como desacato. E justamente foi nesse ponto que eu achei positivo o fato de punir quem desrespeita o Brasil, a minha pátria, a nossa pátria.

O Brasil, gigante pela própria natureza, tem um espírito gigante também, pois é o único país do mundo que acolhe de braços abertos todos as raças do planeta sem nenhuma exceção “numa boa”, sem guerra. E até mesmo em se tratando de religião, os brasileiros não se opõem, lá estão eles todos unidos, cada um adorando seus deuses e suas respectivas filosofias. Nesse sentido podemos dizer que o Brasil é um país do primeiro mundo, não é mesmo?

Por que não nos orgulharmos de ser um povo que faz piada da própria desgraça e que enfrentam os desgostos sambando, mas quando um estrangeiro tenta nos ofender, por que não defendermos com unhas e dentes orgulhosamente? Foi apenas um dedo médio que ele levantou? Não! Ele feriu a honra da nossa pátria. Porque nós amamos este Brasil imenso que acolhe todas as raças que o querem bem. Porque a nossa pátria oferece todos os tipos de climas para contentar toda gente. Porque o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforço para atendê-los bem, mas “please”, não nos ofenda, não nos mostre o dedo médio, combinado?

CARPE DIEM




Por Rosa Tokiko Sonoo
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Eu recebo v
ários pedidos pela internet sobre tatuagens em ideogramas e dentre eles o termo, CARPE DIEM, me chamou muita atenção, pois em japonês também há exatamente o que diz a respeito. “Carpe Diem” vem do latim que em português significa “viver o dia como se fosse o último dia”, isso nos ensina que devemos viver o dia a dia dando tudo de si como se fôssemos morrer no dia seguinte.
Em japonês seria exatamente o termo ISSHOUKENMEI que se escreve com quatro ideogramas conforme mostra embaixo






O primeiro ideograma é “número um, o primeiro, o único”. O segundo é “nascer, viver”. O terceiro é “pendurar o pescoço de cabeça para baixo” e o quarto é “vida, de vida ou morte”.

Literalmente significa “viver o único dia dando a sua vida como se pendurasse o seu pescoço de cabeça para baixo a beira da morte”. Sinceramente, se um brasileiro nato ou até mesmo um descendente de japonês que não tenha conhecimento da cultura japonesa, soubesse o sentido desse termo iria dizer “áfimaria, pelamordideus”, eu não quero viver assim não”. Realmente é uma expressão que arrepia o corpo inteiro, mas o povo japonês costuma dizer isso freqüentemente para dar força, dar mais energia positiva e incentivar seus filhos, seus amigos e seus parentes quando estes estão passando por uma fase ou uma situação difícil.

Como eu sou nissei, tendo pais e irmãos japoneses, fui criada e cresci ouvindo “ISSHOUKENMEI GANBATTE NE”. Eu acho que naquela época em que meus pais tinham vindo como imigrantes com visto permanente, com a determinação de viverem para sempre no Brasil, passando pelas dificuldades de adaptação da língua, clima, alimentação e principalmente da sobrevivência, toda vez que diziam para seus filhos “ISSHOUKENMEI GANBATTE NE” que quer dizer em português cotidiano “vá em frente, não se desanime, vai dar tudo certo”, eu acredito que eles estavam repetindo para eles também no seu subconsciente.

Quando nós queremos fazer alguma coisa, se pensarmos “farei se puder, farei quando tiver tempo”, nada conseguiremos. Precisamos agir resolutamente com determinação até terminar o objetivo.

Todavia, fazer aquilo de que realmente gosta é muito mais trabalhoso do que fazer aquilo que não gosta, pois neste caso é apenas seguir o que o seu chefe quer e basta se mover do jeito que ele quer e não do jeito QUE VOCÊ QUER e nada mais, apenas isso. Agindo dessa forma, o tempo vai passando e você não vai perder o seu emprego. Entretanto, fazer o que você tem na sua mente, o que o seu coração manda, testar o seu talento acalentado desde a sua infância, aquela verdadeira paixão que você tem numa determinada profissão, é mil vezes mais penoso e árduo de se concretizar porque é necessário plantar na sua consciência a expressão ISSHOUKENMEI e seguir em frente sem olhar para trás, sem arrependimento, somente ISSHOUKENMEI.

Sim, é dificílimo, mas quando você conseguir alcançar a sua meta, mostrar o seu dom natural, provar a sua capacidade, você certamente vai sentir aquela felicidade que emana do fundo do seu coração porque você o fez ISSHOUKENMEI. E a felicidade nada mais é do que você se sentir bem e como conseqüência, o sucesso vem atrás. Na minha opinião, primeiro é fazer ou pelo menos tentar fazer de corpo e alma, ISSHOUKENMEI, depois as coisas materiais aparecem como resultado.


O ANO NOVO - OSHOUGATSU




Por Rosa Tokiko Sonoo
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O prefixo “O” de “SHOUGATSU” expressa respeito à palavra. Todas as palavras com esse prefixo são de origem japonesa tais como: Okaa-san, senhora sua mãe, Otou-san, senhor seu pai, Okane, dinheiro, Otomodachi, seus amigos. E todas as palavras com o prefixo “GO” são de origem chinesa que também indica respeito às palavras ou às terceiras pessoas, tais como: Gokazoku, sua família, Gokinjyo, sua vizinhança, Gokyoudai, seus irmãos, e outras. Assim, a palavra SHOUGATSU torna-se respeitável com o acréscimo do prefixo O, ficando OSHOUGATSU. Escreve-se com dois ideogramas: SHOU de honestidade e GATSU de mês. Literalmente é o mês da honestidade, é o mês da verdade, mas com todo respeito é O Dia da Confraternização Universal que se refere ao dia primeiro de janeiro.
Há vários OSHOUGATSU no Japão.

01) GANTAN ou GANJITSU que é o dia primeiro de janeiro, o dia do ano novo.
02) SHIN-NEN que é o ano novo, daí vem a palavra SHIN-NEN-KAI, a festa de ano novo.
03) MUTSUKI que é o mês de janeiro pela antiga denominação.
04) SHOSHUN-HATSU-HARU que é o ano novo, aguardando o início da primavera.
05) SHINSHUN que é o ano novo com a chegada da primavera.
06) KYUU-SHOUGATSU que é o dia primeiro de janeiro pelo antigo calendário japonês. Pelo atual calendário cai no dia 15 de janeiro, portanto, pode se festejar duas vezes o ano novo.

Enfim, o povo japonês festeja o ano novo até os meados de janeiro e cumprimenta seus amigos do dia primeiro até o dia 15 de janeiro assim:

a) AKEMASHITE OMEDETOU GOZAIMASU - Parabéns pela abertura do ano.
b) SHIN NEN OMEDETOU GOZAIMASU - Parabéns pelo ano novo.
c) KINGA SHIN- NEN - Parabéns pelo ano novo somente ao escrever.

Há também expressões idiomáticas referentes ao SHOUGATSU:

01) SHOUGATSU KIBUN - quando a pessoa está radiante, alegre como se o ano novo tivesse chegado.
02) ME NO SHOUGATSU - quando a pessoa fica impulsiva às compras, quando a pessoa vê um certo produto e não se sossega enquanto não consegue comprá-lo.
03) SHOUGATSU KOTOBA - termo utilizado somente na época do ano novo, mas se usa também quando alguém elogia e este responde “Ah! Você está me dizendo SHOUGATSU KOTOBA”
04) NE-SHOUGATSU se diz passar o ano novo dormindo para aqueles que trabalharam o ano inteiro sem descanso.

O povo japonês costuma festejar o ano novo como se estivesse festejando o aniversário, pois pelo sistema de contagem de idade no Japão, a pessoa fica mais velha um ano no dia primeiro de janeiro. Podemos entender isso, vendo o exemplo da passagem da Era de Shouwa para a Era de Heisei. No ano de 1989 até o dia 7 de janeiro, denominava-se SHOUWA 64-NEN (ano 64 da Era de Shouwa). Após o dia 8 de janeiro, denominava-se HEISEI GAN-NEN ( ano 1 da nova Era Heisei). No dia primeiro de janeiro de 1990 que seria HEISEI GAN-NEN, passou para HEISEI 2-NEN (ano 2 da Era Heisei).

Vamos resumir para entender melhor essa contagem:
Sete de janeiro de 1989 equivale ao dia sete de janeiro do ano 64 da Era Shouwa
Oito de janeiro de 1989 equivale ao dia oito de janeiro do ano 1 da Era Heisei
Primeiro de janeiro de 1990 equivale ao dia primeiro de janeiro do ano 2 da Era Heisei.

Ainda devo esclarecer, para melhor compreensão, que a Era do Japão (o ano do Japão) muda quando o último imperador em gestão vem a falecer. Mais detalhes sobre Os Imperadores do Japão, consulte no meu site www.sonoo.com.br onde há a história desde o primeiro imperador, JINMU TENNOU.

De acordo com essa contagem, a criança quando nasce no Japão é considerada como tendo um ano de idade e no dia primeiro de janeiro do ano seguinte terá dois anos. Por essa razão, costuma se dizer no ano novo: “MATA HITOTSU TOSHI O TOTTA” - Fiquei um ano mais velho - portanto, o ano novo é muito importante para o povo japonês e ao meu ver, o ano novo pode ser considerado o aniversário de todas as pessoas que nasceram no Japão daí, é comum ver japoneses não se manifestarem tanto no seu próprio aniversário, não querendo comemorar o seu nascimento nas datas respectivas, pois todo ano no dia primeiro de janeiro, seu aniversário é comemorado por todos!!

A TATUAGEM - IREZUMI




Por Rosa Tokiko Sonoo
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O significado da palavra “IRE-ZUMI” é “IRE” que vem do verbo “IRERU”, introduzir e ZUMI que vem de “SUMI”, Tinta da China que se faz o líquido bem preto, friccionando a barra da tinta no “SUZURI” que é um cadinho retangular de pedra.
Para quem já estuda a língua japonesa sente e sabe usar as formas de respeito para com os terceiros, de humildade para si, polidez entre companheiros e informal entre íntimos amigos para se comunicar, pois assim é a gramática japonesa.

Todos os alunos que estudam no meu curso, ao entrarem tiram os sapatos e trocam por chinelos. É o costume milenar do Japão. Se querem sentir-se bem num ambiente, deixe na entrada o sapato que pisou em tantos lugares sujos e cheios de bactérias.
Os alunos que já viveram no Japão e ao voltarem para o Brasil têm um toque diferente: são super educados ao pedirem algum favor. São mais reservados, evitando o auto-elogio. E acima de tudo, sabem ser humildes para conseguir o seu objetivo.

Eu costumo receber dezenas de e-mails por dia, pedindo traduções do português para a escrita japonesa a fim de fazer tatuagens ou meramente para mandar para alguém.
Dentre eles, há quem peça com delicadeza, com humildade e com muito respeito, apesar de não estar estudando a língua japonesa. Este certamente recebeu educação correta dos seus pais, aquela educação que vem do berço.
A empatia está aí presente. Mesmo não conhecendo a pessoa, transmite um astral tão positivo que dá um imenso prazer em atendê-lo.

Entretanto, existem muitas pessoas que acessam a Internet pensando que as coisas estão aí para serem pegos sem cerimônia nenhuma. Já não estão dando valor devido ao trabalho de terceiros. É uma falta de respeito total!. Espero que com o tempo esse pessoal amadureça e entenda o valor de trabalho de cada um. Em pequeninas coisas, precisam adquirir conhecimento e prática para obterem resultado satisfatório, não é mesmo?
Eu, às vezes fico desanimada, ao sentir falta de respeito e reconhecimento. E também parece que não vale a pena ficar explicando coisas para quem não chega a respeitar o valor de cada ser humano. E gostaria de que fizesse tatuagem em escrita japonesa após saber um pouco do sentimento e costume dos japoneses e não tatuar cegamente só porque está na moda.
Fazer tatuagem numa parte do corpo é uma expressão individual de arte. Deve primeiro saber o significado de cada ideograma (kanji) e o motivo de querer fazer essa tatuagem, pois ela fica marcada para sempre. Não é apenas porque o amigo fez e eu também quero fazer.
No Japão, por exemplo, o grupo de “Yakuza” que é o equivalente “a máfia” faz questão de exibir sua tatuagem para demonstrar que não conseguiu entrar na sociedade comum japonesa e por outro lado, para demonstrar que está unida com a máfia japonesa, que por honra e respeito a ela é capaz de dar até a vida.
Vocês são capazes de tatuar para demonstrar honra e respeito??
No mundo do “Yakuza”, quem faz tatuagem nas costas, antebraços ou tórax são para expressar a beleza, a sorte, a coragem e a honra entre eles. Logo notamos que este ou aquele pertence à máfia japonesa ao encararmos os desenhos como de cerejeiras, peixes, dragões e samurais. Mais detalhes sobre esse assunto, veja no meu site www.sonoo.com.br
no menu de Tatuagens.
Em presídios do Brasil, também praticam a tatuagem para demonstrar união, entre seu grupo, como por exemplo, os desenhos de pombas, Nossa Senhora e âncoras são bastante comuns para desejarem paz e esperança de um dia viverem em liberdade.
Eu não sou contra absolutamente ao ato de fazer tatuagem, mas gostaria de que o fizesse com dignidade. Se escolher uma tatuagem com escrita japonesa que a faça com respeito, humildade e com conhecimento da língua japonesa para ter a capacidade de explicar aos seus amigos. Para alunos do curso, e os que o fazem pela Internet conosco, damos toda orientação e vários modelos de tatuagens.
No momento, as palavras mais solicitadas em kanji pelos internautas são: AMOR (ai), PAZ (heiwa), ESPERANÇA (kibou), FÉ (shinjin), BRILHO (hikari), VIDA (jinsei), DEUS (kami), SAMURAI (bushi), FELICIDADE (koufuku) e outras. Fico muito feliz ao saber que os jovens estão com o pensamento positivo, pois não há nenhuma palavra que expresse energia negativa!!




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DESCULPE-ME - SUMIMASEN





A palavra SUMIMASEN é uma expressão para pedir desculpas por falta cometida, usada no dia a dia pelos japoneses, toda vez que queiram expressar "desculpe-me, sinto muito" É uma expressão elogiável que é raro ouvir entre os ocidentais, pois estes sempre tentam explicar o por quê da omissão para depois pedirem desculpas. Entre os japoneses ouve-se a cada segundo essa expressão: SUMIMASEN, SUMIMASEN. SUMIMASEN para tudo.

A primeira vista dá a entender que os japoneses são humildes e em primeiro lugar se curvam, pedindo desculpas mesmo tendo razão em princípio.Fui lá no dicionário e verifiquei a etimologia dessa palavra SUMIMASEN.
É um verbo que está no tempo presente negativo, significando uma ação que ainda não terminou.

Talvez por aí que tenha sido introduzida essa palavra para expressar algo que ainda alguém não tenha feito e de antemão pede-se desculpas para não agravar mais ainda o problema.
Então "ao pé da letra " estão dizendo "ainda não terminei" e no decorrer do tempo se transformou em "ainda não terminei, portanto, me desculpe".
Na verdade, deveria ter o sentido de "o assunto não terminará com essa palavra de desculpas, mas me perdoe."

Agora fico na dúvida se isso é elogiável realmente como escrevi anteriormente ou não quando usada sem pensar, sem valorizá-la, gastando a torto e a direita. Duvido também que se essa palavra está sendo usada realmente para pedir desculpas.
Será que não estarão meramente dizendo, esperando uma certa convicção de que seja desculpada ou para evitar certas complicações posteriores?

Houve um fato quando tínhamos contratado uma professora recém chegada do Japão para participar da nossa equipe do curso de japonês. Muito educada, humilde, sempre atenta ao nosso pedido de como dar aulas de japonês para brasileiros.

Anotava no livro do professor todos os detalhes sobre a explicação gramatical. Elogiável? Sim, claro, pois é raro hoje em dia encontrar uma pessoa assim, tão dedicada ao trabalho, não é mesmo?
Só que tinha um porém. Toda vez que ela chegava atrasada no curso, vinha entrando dizendo SUMIMASEN, SUMIMASEN.

Se fôsse uma ou duas ou até três vezes, até que dava para entender o atraso pelo corre corre diário que todos nós enfrentamos.

Um dia é por causa da chuva, outro dia é por causa do ônibus e outro dia é por causa do filho que teve febre repentinamente, porém no caso dela era diariamente. Lá estava ela saindo do elevador, já pedindo o seu SUMIMASEN, SUMIMASEN que aquilo até começou a me irritar.
Ficou um costume.
Ao cumprimentá-la, primeiro tinha de ouvir o seu SUMIMASEN primeiro. Costume ou falta de educação? Talvez seja mais falta de moral.

No atual Japão apesar de ser considerado um dos países do primeiro mundo, está surgindo a carência educacional, sobretudo na educação moral: respeitar e valorizar o seu mestre, fazer o que disser, amar a bandeira da pátria, ter orgulho dos seus pais, dos seus irmãos e principalmente amar o seu trabalho.

Pela carência de tudo isso, até não sentem mais o valor da palavra SUMIMASEN.

Já não dizem SUMIMASEN como antigamente, do fundo do coração para nunca mais repetir o mesmo erro

DITO POPULAR



Por Rosa Tokiko Sonoo
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Estava lendo um livro editado pela "NIHON-SHA" o qual uma das amigas do Japão tinha me mandado e achei muito interessante para as pessoas que estudam a língua japonesa, pois há muitas explicações sobre a etimologia de expressões japonesas.

De onde surgiu esse dito popular? É correto dizer assim? E outros assuntos bem resumidos e organizados.

Um deles é o dito popular ASHI O ARAU que ao pé da letra é LAVAR OS PÉS, mas é usado quando queremos dizer de "uma pessoa que estava vivendo fora da lei, praticando atos ilícitos, mas que agora ela está vivendo dentro da lei, fazendo serviço honesto." De onde veio essa expressão ASHI O ARAU? Veio do ensinamento da religião budista.
Antigamente os monges da Índia, de onde originou essa religião, tinham de caminhar descalços pelas ruas a fim de se sentirem humildes, adquirindo assim, a filosofia do grande Buda.

Quando os monges, depois de longas caminhadas, voltavam ao templo, eles estavam com os pés sujos cheios de terra lamacenta.

O ritual era de lavarem os pés antes de entrarem no templo para se sentirem com se as almas também tivessem sido lavadas.

Assim terminava a missão do dia. É muito estranho que esse ato tão sublime tenha se transformado na expressão de "sair da malandragem", mas é o fato e atualmente, ao refazer um negócio que está à beira da falência, o povo japonês diz ASHI O ARATTE DENAOSU que quer dizer COMEÇAR TUDO DE NOVO COM ESPÍRITO LIMPO.

O dito popular ATO NO MATSURI que ao pé da letra é DEPOIS DO FESTIVAL, mas utilizado como "JÁ ERA, DANÇOU". Não adianta chegar ou fazer depois da hora porque "já era".

Na verdade, a palavra MATSURI, FESTIVAL, se refere ao famoso e tradicional festival que é realizado na cidade de Kyouto, GION MATSURI, do dia 17 a 24 de julho anualmente, sendo que o primeiro dia é o show de abertura que ninguém pode perder.

O festival do último dia, dia 24 de julho é chamado de ATO NO MATSURI que é um show menos atraente. Essa expressão talvez tenha surgido daí, pois não é nada interessante assistir a uma atração depois de ter visto a primeira.

Outro dito popular é DORA MUSUKO, FILHO VAGABUNDO. No Japão é comum o pai lamentar dizendo UCHI NO DORA MUSUKO WA ASONDE BAKARI IRU, o meu filho é vagabundo que fica só brincando sem trabalhar, mas a palavra DORA é um sino que avisa a partida de navio e DORA é sinônimo de KANE que é sinônimo de dinheiro.

Daí, DORA MUSUKO ficou sendo como o filho que não trabalha que gasta todo o dinheiro e depois vem chorando pedindo ajuda aos pais. Assim como há expressão KANE O TSUKU YOU NI KANE O TSUKAU, gasta-se dinheiro como se tocasse o sino, há também JYAN JYAN KANE O TSUKAU, gasta-se dinheiro sem parar, porque JYAN JYAN é o som de sino tocando sem parar.

Para finalizar, o que é FUROSHIKI? É um pedaço de pano que serve como uma sacola. A vantagem é que pode embrulhar qualquer formato de objetos, mas de onde nasceu essa palavra? FURO é o OFURO, muito conhecido como banho oriental e SHIKI vem do verbo SHIKU que significa FORRAR.

O antigo FURO do Japão era o equivalente ao banho a vapor, a sauna e o povo forrava o lugar com um pano para não se queimar.

Atualmente, a palavra nada tem a ver com o banho oriental, mas o FUROSHIKI é usado largamente no Japão para carregar qualquer coisa.

A HISTÓRIA DO PENTEADO - KAMIGATA NO REKISHI



(artigo retirado do Jornal São Paulo Shimbum)

Consta no registro que dia 20 de agosto de 1878 (ano 6 da era Meiji) o imperador Meiji realizou o DANPATSU (cortar o cabelo, desfazendo o CHON-MAGE, ou o penteado ao estilo antigo). Até então, ele usava o Chon-mage (lê-se tyon-mague), que aos poucos foi perdendo o prestígio ante a acelerada onda de ocidentalização que assolou o Japão logo após a revolução de Meiji, levando as pessoas a cortarem o tradicional chon-mage e trocar as vestimentas típicas japonesas às vestimentas e calçados ocidentais para serem mais chiques e modernos. Por outro lado, a tradição de 250 anos arraigada durante o Período Edo não se desfez tão facilmente. O danpatsu foi liberado em 1871 (ano 4 da era Meiji) mas antes disso, os altos funcionários do governo que eram enviados ou iam estudar nos Estados Unidos ou na Europa já adotavam o cabelo curto, surpreendendo os compatriotas ao regressar ao Japão. O corte ocidental se tornou comum entre os diplomatas e os ligados ao comércio exterior, tornando-se um símbolo do florescimento da civilização. Mas entre os populares ainda existiam os que usavam o chon-mage. Dizem que devido a isso, até houve uma província que cobrasse impostos sobre o chon-mage. Dizem também que os funcionários públicos percorriam toda a vila e, ao achar alguém com tal penteado, imediatamente cortavam-no. O Imperador Meiji também decidiu-se pelo danpatsu.

Os penteados dos cabelos sofreram transformações com a época. Nos tempos primitivos, o penteado visto em mitologia ou nos amuletos em forma de bonecos é um penteado masculino chamado hamizuta, que consiste em dividir os cabelos ao meio da atesta, amarrando-os nas laterais da cabeça acima de cada orelha em formato de 8. Desde o Período Nara (710 a 784 D.C.) até o final do Período Muromachi (1392 a 1573 D.C.) foi adotado o sistema de utilização de kanmuri ou eboshi (tipos de chapéu que indicavam a hierarquia). Como todos os homens utilizavam esses chapéus, seus cabelos ficavam invariavelmente amarrados no alto da cabeça, não tendo então alterações nas suas formas.

No período Kamakura, com as contínuas guerras civis, os samurais utilizavam com freqüência o elmo, e apra evitar que os cabelos da região sobre a cabeça provocasse excesso de umidade e calor começaram a raspá-los, dando início ao sakayaki. Depois de entrar na Era Edo, os protocolos da corte e demais classes socais se tornaram rigorosos, determinando até as cores dos cordões com que amarravam os cabelos presos: violetas para a nobreza, vermelha para os shoguns (generais), branca para os guerreiros de classe inferior. Quando este costume de raspar o alto da cabeça se espalhou entre os populares, surgiram os profissionais dessa atividade. Surgiram então em Edo centenas de kamiyuidoko, ou seja, barbeiros especializados.

Quanto ao cabelo feminino, na antigüidade usava-se cabelos lisos, amarrados ou soltos, mas no Período Nara, sob influência da China, passou a usar 2 biotes no alto da cabeça. Posteriormente, na Era Heian usou-se os cabelos lisos e soltos bem ao estilo japonês e, especialmente nas classes sociais altas o normal era tê-los com 2 metros de comprimento, sendo considerado ideal se estivessem por volta de 50 cm. Mais longo do que a vestimenta. Porém, para as mulheres que trabalhavam, os cabelos longos não eram práticos, então prendiam-nos nas faixas ou nos cozes da vestimenta ou ainda na cabeça.

Do período Muromachi ao Período Edo, os cabelos ficaram mais curtos, e os penteados com cabelos presos passam a ser mais comuns. Essa moda começou a ser propagada pelas cortesãs, artistas de kabuki, e gravuras como ukiyo-ê, tendo perto de 300 tipos diferentes de penteado.

Em 1885 foi fundada a Associação feminina de sokuhatsu (cabelos presos ao estilo ocidental) que, sob influência do danpatsu masculino defendia o fim do penteado estilo oriental e o uso do penteado ocidental. Devido a isso, até os anos 30 e 40 Meiji, a moda foi difundida desde as altas classes sociais até as camadas mais humildes. Nas Eras Taisho e início de Shouwa a vestimenta ocidental se generalizou e o permanente passou a ser moda no pós-guerra. (Artigo retirado do jornal S.Paulo Sinbum)

O JUDÔ


(por Rosa T. Sonoo)
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JUDÔ = JUUDOU = JUU significa maleável, flexível e DOU caminho.

No Brasil também a moda é ensinar aos jovens as artes marciais como o judô, kendô ou karatê. Outras artes marciais como o kungfu da China também já se encontram difundidos. Na Olimpíada anterior, de Sydney, o nosso judô conquistou duas medalhas de bronze. Chiaki Ishii da colônia japonesa também trouxe para o Brasil em 1972 uma medalha de bronze conquistada na Olimpíada de Munique.

Esse esporte, o judô, foi criado há 120 anos por Kanoo Jigoroo (1860 – 1988). Após formar-se na área de Política do Departamento de Literatura e também na área de Ciências Financeiras da Universidade Imperial de Tóquio, Kanoo ocupou sucessivamente cargos como Diretor da 5ª Escola Secundária de Kumamoto, Diretor da 1ª Escola Secundária de Tóquio, entre outros. Também foi alto funcionário do governo, tendo sido Conselheiro do Ministério da Educação e um educador. Desde pequeno foi franzino, e após ingressar no segundo grau, por ser do tipo intelectual, sofria agressões físicas dos grupos menos refinados. Para superar isso, tomou a decisão de dominar o jiu-jutsu da Era Meiji e baseando-se nos fundamentos tirados de tenshin-shin-yooryuu, kitou-ryuu e outros, criou o chamado judô, que reunia ingredientes científicos e educativos e objetiva "dominar a força bruta através da maleabilidade". Teve como meta constituir-se de três formas de educação: intelectual, moral e física, de forma equilibrada. Para tanto, abriu inicialmente em Eishooji Shitara, Tóquio, no ano 15 da Era Meiji (1882), a academia Koodookan com nove membros no primeiro ano e 3 mil no ano 30 da Era Meiji. No mesmo local instalou o Instituto Educacional Kanoo, convivendo com os aprendizes desde o despertar até o adormecer. Constituiu também em outro local uma escola particular chamada Koobunkan onde todas as aulas eram ministradas com livros originais em inglês.

Centrado na política de que "judô é educação", erigiu os três seguintes métodos:


Método de luta: renovar o método didático tradicional de jiu-jutsu que é o da transmissão de pensamento, explicando cientificamente a força da gravidade, segundo rigorosas leis da dinâmica, advertindo contra golpes baseados na força que contrariem tais leis.
Método de educação física: treinar para se ter um desenvolvimento harmonioso de cada parte do corpo, evitando golpes perigosos.
Método de Desenvolvimento Moral: dar importância à postura de respeito entre os aprendizes e transmitir a relação entre os ensinamentos da Moral e o judô.
Pela influência sua, que chegou a ser alto funcionário do Ministério da Educação, judô foi incluído dentro do currículo escolar, tornando-se aos poucos o centro das artes marciais do Japão. Lançou ainda no 31 Meiji (1898) a revista educativa para jovens kokushi. O objetivo desta revista foi definido como: "Após a revolução de Meiji, Japão modernizou-se rapidamente com a introdução de culturas estrangeiras. No entanto, urge ainda igualarmos com a Europa e as Américas o nível cultural, político, econômico e recursos a ponto de não nos sentirmos inferiores a eles. Para isso, é necessário investirmos na educação dos infanto-juvenis, formando o maior número possível de kokushi, ou seja, jovens capazes de conscientizar-se da situação atual e do futuro da nação, e que lutam para a concretização do ideal". Depositou sua esperança nos jovens para colocar o Japão como um país do primeiro mundo, numa época anterior à guerra sino-japonesa e russo-japonesa, em que o ocidente desprezava aquele país como sendo do terceiro mundo. Dessa foram, judô não era somente mais uma arte marcial, visava também a formação de uma elite patriota.

Theodore Roosevelt, Presidente dos Estados Unidos, interessou-se por uma arte em que homens de pequeno porte físico derrubam homens de avantajado porte, tornando-se um amante da arte marcial oriental judô, dedicando-se ao treinamento recebido diretamente de um judoca convidado do Japão.

Uma das pessoas fortemente impressionadas por essa política foi Koosei Maeda, conhecido como Conde Koma (1878 – 1941), nascido em Hirosaki, província de Aomori.

Maeda, que posteriormente tornou-se um dos três melhores do Koodokan, recebeu treinamento nessa academia e após isso realizou lutas na Europa, América e Cuba, colecionando vitórias em lutas corporais e segundo dizem, ganhando prêmios. Em 1926, decidiu-se que "A terra para o desenvolvimento do povo japonês é a Amâzonia" e dedicou-se totalmente no desbravamento da Amazônia. Consta que ensinou judô na marinha e em faculdades. Possuiu academia própria mas atualmente não há nenhum sucessor. No entanto, dizem que Hélio Gracie, fundador do estilo Gracie de jiu-jutsu aprendeu judô na academia do Maeda.

Obs: Artigo publicado no Jornal S. Paulo Shinbum de 8/3/2001

TURISMO NO JAPÃO - NIHON KANKOU



(retirado do Jornal São Paulo Shimbum)


Para quem está planejando fazer um turismo no Japão, há um site onde apresenta guias práticos, onde visitar, sugestões de locais para hospedagem, meio de transporte, mapas e outras informações úteis para quem vai se aventurar pela primeira vez .

O site na versão inglesa da ONTJ - Organização Nacional de Turismo é o único sistema online de reservas de hoteis, desenvolvido pela Kintetesu Internacional. Atualmente participam do sistema mais de 200 hoteis e "ryokans" (o hotel a estilo japonês que é mais econômico) selecionados nas principais cidades, que disponibilizam suas tarifas.

Vamos lá minha gente!! O site é www.jnto.go.jp

POR QUE O GATO NÃO?



Por Rosa Tokiko Sonoo
Site www.sonoo.com.br
e-mail sonoo@vetor.com.br



Eu quis dizer, por que o animal felino gato não foi incluído no horóscopo chinês.
Na estante do curso há muitos bonecos de gatos que foram trazidos de toda parte do mundo, maioria ganho dos alunos, outros eu mesma tenho os comprado durante as viagens e uma mascote do curso vivinho que é a Mikê.

Eu a adotei da SUIPA, uma entidade não governamental que cuida dos animais abandonados. A gata foi registrada, vacinada e batizada de Mikê devido a sua pelagem ser de três cores. É o "tricolor" embora não torça pelo Fluminense!

A Mikê foi adotada pelo fato de no antigo Japão existir uma lenda que narra que o gato é um animal que tem energia positiva para atrair amigos e fregueses visto que, em estabelecimentos comerciais do Japão há bonecos de gato, grandes, médios e pequenos, principalmente, um casal de gato. Um é para trazer "muito dinheiro" e o outro para dar segurança contra roubos e assaltos.

Segundo a lenda oriental, quando "Deus" reuniu os animais a fim de selecionar a ordem do horóscopo chinês, o NEZUMI (RATO), o animal mais detalhista, perfeccionista e ciumento preocupou-se muito para não se atrasar na reunião.

E como o gato é mais veloz, inteligente e sabe conviver com seres humanos, o rato fez tudo para que ele atrasasse na reunião marcada por Deus.
O rato o aconselhou para não ficar muito preocupado porque para Deus reunir todos os animais ia demorar muito.... O gato que sempre foi bonachão acreditou no rato e ficou tranqüilo, tirando a pestana como é de costume milenar. No dia da reunião, lá estava o rato em primeiro lugar para não perder essa oportunidade. A reunião começou e Deus iniciou, selecionando os animais conforme a ordem da chegada. Evidentemente que o rato foi o primeiro a ser escolhido.

O gato que chegou atrasado não teve chance de ser enquadrado no horóscopo chinês e em substituição Deus teve que escolher o coelho.

O gato indignado, traído pelo seu melhor amigo rato, até hoje não pode ver nem sombra de um rato que ele ataca. Para recuperar a confiança e o orgulho perdido, gato começou a se dedicar de corpo e alma aos seres humanos, trazendo muitos fregueses para que os negócios prosperassem, e acima de tudo, se tiver alguém com olho gordo, o gato elimina-o com aquele olhar profundo e suave.
O gato, depois de longos anos de convívio com o ser humano, é excelente companheiro, sobretudo por ser silencioso e saber respeitar os direitos do dono, desde que este saiba respeitar os seus também.

A Mikê não é uma gata, de raça nobre de sangue azul. Ela é órfã. Nasceu como "vira-lata" entretanto, foi educada desde pequenina e sabe-se comportar como uma rainha cuja comida preferida é "sashimi" de atum
A ORIGEM DO IDEOGRAMA - KANJI NO GOGEN



Por Rosa Tokiko Sonoo
Profa. de japonês no Rio de Janeiro
e-mail sonoo@vetor.com.br
site www.sonoo.com.br <



Apresentação
Por ser uma nissei e apesar de ter me formado em letras, japonês português, ainda tive muita dificuldade em memorizar cada ideograma. Dou aula de japonês há 25 anos, mas ao decorrer desse tempo todo ainda continuo estudando a melhor forma de ensinar “kanji” aos alunos brasileiros. Procuro sempre consultar uma enciclopédia a fim de saber a sua origem, às vezes, até invento uma fábula para introduzir um novo ideograma. Como a palavra já diz, “ideo” significa idéia e “grama” letras, na etimologia grega, assim sendo, quando os chineses iam criando cada ideograma, acredito que inventavam inúmeras estórias “cabeludas” também, pois realmente existem muitos quais não fazem sentido na época atual.. Talvez a 3.000 anos atrás, no surgimento deles, tenham tido algum outro ângulo de visão.

Como hoje é a estréia desta coluna, fiz uma pequena introdução no intuito de fazer considerar quão interessante é estudar os ideogramas chineses. Veja, como exemplo, este:

É o “kanji” de pai, chichi, leia “tití”. É uma figura de um homem pré-histórico, mostrando sua arma de caça, machado de pedra que simbolizava também “ser o chefe”. Quem ia “trabalhar” na época era o pai e a mãe certamente ficava na caverna, cuidando dos filhos. Nunca mais você vai esquecer deste kanji!!

Para finalizar, navegue até o site acima, no menu de Escrita Japonesa, onde há explicações sobre a formação dos corpos de ideogramas, a sua quantidade oficial, etc. Fui Rosa Sonoo.

2006-10-30 23:31:49 · answer #1 · answered by Anonymous · 2 0

Susi sie, vc tem razão, vc embaralhou os costumes.....excluindo
um dos simbolismos da cor branca,que de fato e luto....

Mas por outro lado ,billy de kid colocou noYahooR uma apostila
com informações sobre a cultura japonesa,da Prof.Rosa Sonoo,
que,literalmente "da um banho" de cultura e conhecimento bem
fundamentado! Honestamente, o que foi que ainda ficou por dizer,depois do que ela informou. Prof. Sonoo gostaria de lhe conhecer...billy obrigada por colocar todo esse conhecimento
ao alcance dos interessados!

2006-11-01 11:38:15 · answer #2 · answered by SCOTLAND 5 · 0 0

Tem algumas delas que poderiam ser aplicadas aqui no Brasil.

2006-10-31 07:32:12 · answer #3 · answered by Marcio B 4 · 0 0

Vc gosta de ler? Sugiro-lhe o livro "Xogum: a gloriosa saga do Japão", de James Clavel. Um livro espetacular, que mostra o japão por volta de 1600, quando os ocidentais chegaram no Oriente e se encantaram com seus costumes, religiões, culinária, modos de vida, etc. Relata a transformação da época feudal para os tempos modernos. Não deixe de ler!

2006-11-04 14:55:40 · answer #4 · answered by fredgc1 3 · 0 1

NADA alem de saber que a maioria tem olhos puxados

2006-11-04 10:14:40 · answer #5 · answered by Liconge W 2 · 0 1

vejamos

*lá nao é utilizado o numero 4 (casas, apartamentos, presentes, ala de hospital, sempre pula do 3 para o 5, pq o numero 4 representa a morte)
* o que mais vale nao sao os presentes mas sim o embrulho deles, que deve ser vermelho.
* o branco é cor de luto
* sempre depois das refeições, é oferecido um pirex com arroz, voce nunca deve comer esse arroz, pois significa que voce ainda está com fome (será uma desfeita para o anfitrião)
* tudo o que lhe oferecerem voce deve aceitar, nao precisa comer, mas deve colocar no prato;
* em uma refeição com estrangeiros, os estrangeiros todos sentam em um lado da mesa e os japoneses no outro lado
* nunca se deve presentear um japones ou chines com um relogio.

2006-10-31 11:27:03 · answer #6 · answered by suzi_sie 2 · 0 2

Bom, eu sou japonesa, e tenho alguns conhecimentos sobre a cultura do JP, mas não especificou sua pergunta...

Se é a História do Japão, os alimentos, os trajes...

Desculpe não responder sua pergunta... porém peço que especifique para que eu possa dizer como que é...

2006-10-31 07:10:11 · answer #7 · answered by MENINA ANJA 5 · 0 2

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