Progama e ética
Segundo a imprensa, a coligação conservadora vai continuar insistindo em debater a ética.
A atitude é parcialmente compreensível.
Compreensível, porque eles têm muita dificuldade em debater programa de governo.
A dificuldade se apresenta tanto no passado (comparação com os governos FHC e Alckmin), quanto no presente (avaliação do governo Lula), e também no futuro (discussão sobre o que fará o próximo governo).
Parcialmente, porque a coligação tucano-pefelista tem um imenso passivo ético.
Este passivo só não é maior, porque eles impediram as investigações e também porque contaram com a cumplicidade de uma parte dos meios de comunicação.
Isto para não falar do seguinte: a "ética" do programa tucano-pefelista está a serviço de uma pequena parte da população brasileira, prejudicando a grande maioria.
Por tudo isso, a coligação "A força do povo" está preparada para discutir programa e ética.
No debate na TV Record, Geraldo Alckmin esbravejou contra "a praga da corrupção".
No mesmo dia, o ex-presidente FHC acusou Lula de "fanfarrão" e afirmou que a diferença nesta eleição "não é programática, mas moral".
As CPIs que Alckmin não deixou acontecer
O ex-governador deveria ser mais cauteloso ao falar de corrupção.
Afinal, ele impediu inúmeras investigações de denúncias de corrupção no seu governo.
Ao todo, sabotou a instalação de 69 Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) solicitadas por deputados de vários partidos na Assembléia Legislativa de São Paulo.
Entre elas, 37 foram requeridas para apurar casos graves de fraudes e corrupção praticados diretamente pela administração estadual.
As principais questionaram as irregularidades no processo de privatização das estatais paulistas, com o uso de caixa 2 e de propinas depositadas em paraísos fiscais, decorrentes dos acertos com multinacionais que abocanharam as empresas por preços subavaliados.
Além dos pedidos de investigação das privatizações de rodovias, empresas de energia e do Banespa, outra CPI pretendia apurar denúncias contra a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).
Outra seria para investigar contratos de publicidade entre a Nossa Caixa e as agências Colucci&Associados e Full Jazz Comunicação.
O mesmo TCE já avaliou que nestes contratos houve "afronta à legalidade e à moralidade", que permitiram que essas agências movimentassem R$ 45,4 milhões sem contrato em dois anos.
Ainda segundo o TCE, houve "desvio de finalidade" por parte deste banco ao veicular anúncio em órgãos ligados aos deputados estaduais em troca de apoio na Assembléia Legislativa. Atitude que alguém poderia interpretar como compra de votos.
Já outra CPI deve investigar as inserções publicitárias da mesma Nossa Caixa e das empresas Sabesp, Prodesp, CDHU e Dersa, entre outras, para favorecer jornais, revistas, programas de rádio e TV em troca de apoio nas eleições de 2004.
Outra CPI que poderia dar dor de cabeça ao candidato tucano é a do Rodoanel, que visa apurar denúncias de superfaturamento de até 70% nas obras dos trechos norte e oeste do Rodoanel. O Ministério Público já reabriu as investigações sobre o desvio de verbas na obra que consumiu mais de R$ 1 bilhão desde 1998 e sobre aditamentos constantes.
Escândalos de corrupção de FHC
No início do seu primeiro mandato, em 19 de janeiro de 1995, FHC fincou o marco que mostraria sua conivência com a corrupção. Ele extinguiu, por decreto, a Comissão Especial de Investigação, instituída por Itamar Franco e composta por representantes da sociedade civil, que visava combater o desvio de recursos públicos. Em 2001, fustigado pela ameaça de uma CPI da Corrupção, ele criou a Controladoria-Geral da União, mas esse órgão se notabilizou exatamente por abafar denúncias.
Também no início do seu primeiro mandato, surgiram denúncias de tráfico de influência e corrupção no contrato de execução do Sistema de Vigilância e Proteção da Amazônia (Sivam/Sipam). O escândalo derrubou o brigadeiro Mauro Gandra e serviu para FHC "punir" o embaixador Júlio César dos Santos com uma promoção. Ele foi nomeado embaixador junto à FAO, em Roma, "um exílio dourado". A empresa ESCA, encarregada de incorporar a tecnologia da estadunidense Raytheon, foi extinta por fraude comprovada contra a Previdência. Não houve CPI sobre o assunto. FHC bloqueou.
Em fevereiro de 1996, a Procuradoria-Geral da República resolveu arquivar definitivamente os processos da pasta rosa. Era uma alusão à pasta com documentos citando doações ilegais de banqueiros para campanhas eleitorais de políticos da base de sustentação do governo. Naquele tempo, o procurador-geral, Geraldo Brindeiro, ficou conhecido pela alcunha de "engavetador-geral da República".
A reeleição de FHC custou caro ao país. Para mudar a Constituição, houve um pesado esquema para a compra de voto, conforme inúmeras denúncias feitas à época. Gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto. Eles foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Outros três deputados acusados de vender o voto - Chicão Brígido, Osmir Lima e Zila Bezerra - foram absolvidos pelo plenário da Câmara. Como sempre, FHC resolveu o problema abafando-o e impedido a constituição de uma CPI.
Apesar da mobilização da sociedade em defesa da CVRD, a empresa foi vendida num leilão por apenas R$ 3,3 bilhões, enquanto especialistas estimavam seu preço em ao menos R$ 30 bilhões. Foi um crime de lesa-pátria, pois a empresa era lucrativa e estratégica para os interesses nacionais. Ela detinha, além de enormes jazidas, uma gigantesca infra-estrutura acumulada ao longo de mais de 50 anos, com navios, portos e ferrovias. Um ano depois da privatização, seus novos donos anunciaram um lucro de R$ 1 bilhão. O preço pago pela empresa equivale hoje ao lucro trimestral da CVRD.
O jogo de cartas marcadas da privatização do sistema de telecomunicações envolveu diretamente o nome de FHC. Vários "grampos" comprovaram o envolvimento de lobistas com líderes tucanos. Informações privilegiadas foram repassadas aos "queridinhos" de FHC. O mais grave foi o preço que as empresas privadas pagaram pelo sistema Telebrás, cerca de R$ 22 bilhões. O detalhe é que nos dois anos e meio anteriores à "venda", o governo investiu na infra-estrutura do setor mais de R$ 21 bilhões. Pior ainda, o BNDES financiou metade dos R$ 8 bilhões dados como entrada neste meganegócio. Uma verdadeira rapinagem contra o Brasil e que o governo FHC impediu que fosse investigada.
A privatização da Telebrás foi marcada pela suspeição. Ricardo Sérgio, ex-caixa das campanhas de FHC e de José Serra e ex-diretor do Banco do Brasil, foi acusado de cobrar R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar. Grampos do BNDES flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, ex-presidente do banco, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do Opportunity, que tinha como um dos donos o tucano Pérsio Arida. FHC autorizou o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão. Além disso, o BNDES destinou cerca de R$ 10 bilhões para socorrer empresas que assumiram o controle das estatais. Numa dessas operações, injetou R$ 686,8 milhões na Telemar, assumindo 25% do seu controle acionário.
A escandalosa construção do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo levou para o ralo R$ 169 milhões. O caso surgiu em 1998, mas os nomes dos envolvidos só apareceram em 2000. A CPI do Judiciário contribuiu para levar para a cadeia o juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do TRT, e para cassar o mandato do senador Luiz Estevão, dois dos principais envolvidos no caso. Num dos maiores escândalos da era FHC, vários nomes ligados ao governo surgiram no emaranhado das denúncias. O pior é que FHC, ao ser questionado por que havia liberado verbas para uma obra que o Tribunal de Contas já alertara que tinha irregularidades, respondeu de forma irresponsável: "assinei sem ver".
O Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional (Proer) demonstrou, já em sua gênese, no final de 1995, como seriam as relações do governo FHC com o sistema financeiro. Para ele, o custo do programa ao Tesouro Nacional foi de 1% do PIB. Para os ex-presidentes do BC, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, ele atingiu 3% do PIB. Mas para economistas da Cepal, os gastos chegaram a 12,3% do PIB, ou R$ 111,3 bilhões, incluindo a recapitalização do Banco do Brasil, da CEF e o socorro aos bancos estaduais.
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2006-10-26 20:26:28
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answer #3
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answered by Che 1
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Não morderei o dedo de ninguem... e só pelo fato de ler jornais e não compactuar com o engodo da reeleição de Lula, não significa que eu seja um tucanóide...
O discurso fascista dos petistas é sempre esse... o terrorismo, o fatalismo, o messianismo, o engodo de dizer que Lula representa o povo... como se existisse um "complô externo FMI-EUA-CIA" em conluio com as "elites" brasileiras... o discurso de extrema direita que usa o povo como massa de manobra, promete acabar com a fome em um país aonde o IBGE desmentiu as estatísticas da campanha de 2002 (40 milhões de famintos???!!!) e logo depois teve as verbas de pesquisas cortadas... aliás levantou o problema da obesidade, diabetes hipertensão e doenças cardíacas como um problema maior até que a desnutrição (que lógico, também existe...)
O discurso fascista do PT é contra as privatizações, sem investigar "possíveis irregularidades", mas se gabando do aumento de arrecadação de impostos e exportações derivadas dessas mesmas estatais privatizadas... OS IMPOSTOS QUE AS "ESTATAIS PRIVATIZADAS" GERAM HOJE É MAIOR QUE O LUCRO QUE GERAVAM QUANDO ERAM DO GOVERNO!!!, sem falar no aumento de empregos gerados (Embraer, Vale do Rio Doce...) e na econômia... com o fim do cabide de empregos, negociatas, negociação de cargos pelos partidos (coisa que o PT adora) e desvios... só para citar, o antigo presidente da Petrobrás pediu exoneração do cargo pois não concordou com a criação de empresas subsidiárias fantasmas para exploração de gás, cuja folha salarial para os amigos do PT passava de 700 milhões de reais... assumiu o Gabrieli, amigão da petezada...
O discurso fascista do PT fala mal da privatização das empresas telefônicas e não cita as negociatas de Jose Dirceu, Lulinha com a Telemar... também não cita a melhora dos serviços derivada da competição de mercado...
O discurso fascista do PT refere-se ao sistemático boicote do governo federal ao governo paulista, não disponibilizando verbas ao Rodoanel, não liberando verbas de segurança pública e ensinando técnicas de guerrilha aos membros do PCC (bandido não é guerrilheiro...)
O discurso fascista do PT fala mal das verbas de publicidade da Nossa Caixa em São Paulo e não cita as cartilhas "liberadas" diretamente pela PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, ao custo de 11 milhões de reais, encomendadas ao DUDA MENDONÇA, superfaturadas, e que sumiram milagrosamente... (ou nunca existiram?)
Não falam dos cartões corporativos da PRESIDÊNCIA, ao custo de 1,5 milhão de reais AO DIA...
Não falam dos assassinatos de TONINHO DO PT, CELSO DANIEL... delegados foram transferidos, testemunhas, "assassinos laranjas" FORAM ASSASSINADOS e o legista responsável pelo caso sofreu uma morte misteriosa!!!
O discurso fascista do PT cria o clima anti-democrático de que corremos perigo caso não votemos no Lula... cria mentiras e inimigos externos... é populista... desdenha das leis do país e disvirtua a Polícia Federal e o Judiciário (através do ministro da justiça Márcio Tomas Bastos, advogado criminalista e expert em abafar escândalos do PT e Lula...)
Enfim, os "tucanóides" podem oferecer medo por possíveis "mordidas"... mas após o dia 29, se o Lula ganhar, devemos ficar com medo pelo fim da democracia!!! Zé Dirceu que o diga...
Lula e PT nunca mais!!!
2006-10-26 21:15:12
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answer #5
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answered by Brutus 3
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