Quinta-feira, Outubro 26, 2006
Poder mundial sela acordo entre PT e PSDB para que Alckmin perca agora e concilie no próximo governo Lula
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Por Jorge Serrão
A eleição presidencial brasileira não será decidida pelos 125 milhões 913 mil 479 eleitores aptos a comparecer às urnas no domingo. O resultado do pleito já foi resolvido, em acordos secretos, nos bastidores dos centros de poder mundial, por grupos que governam o mundo de verdade. O Centro Tricontinental (sediado na Bélgica), que representa a nobreza econômica européia, investe na reeleição de Lula, no Brasil, e aposta em candidatos ligados ao Foro de São Paulo, para governar os países da América Latina.
Em nome da divisão dos negócios globalizados, este pouco conhecido grupo fechou um acordo com o Diálogo Interamericano (do qual o tucano FHC é membro, e onde Lula da Silva é aceito) para que o governo do PT tenha continuidade - e não seja "derrubado" ou "impedido" por sua pretensa oposição tucana. Outro grupo de poder ligado aos europeus, o CFR (Council on Foreign Relations dos EUA), faz a interface com o Foro de São Paulo (organismo fundado pelo PT, em 1990, que congrega as esquerdas do continente e mais 153 organizações narcoguerrilheiras na América Latina).
Quem cometer a ingenuidade de pensar que tal acordo seria uma “teoria da conspiração” deveria dar uma olhada em provas objetivas dos fatos. No distante 1º de junho deste ano, o Alerta Total denunciou a armação dos tucanos e petistas para a sucessão presidencial. No dia 18 de maio, em Nova York, depois de um prato de talharim e um cafezinho, os tucanos digeriram um acordo político-econômico de não-agressão entre o PSDB e o PT, caso se confirmasse a vitória reeleitoral do presidente Lula. Na estratégia tucana, Geraldo Alckmin entrou na disputa para perder. Sua chegada ao segundo turno foi um acidente eleitoral.
Os controladores do poder mundial apostam, agora, na continuidade do governo petista. Basta que Lula siga seu programa, dando seqüência ao subfaturamento na exportação de minérios, à concessão para a gestão de florestas (principalmente a pobre Amazônia) e à adoção de uma política de controle da natalidade (via privatização do futuro negócio do aborto descriminalizado, para a venda de placenta para a indústria das células tronco). Nesta campanha eleitoral, o católico Geraldo Alckmin (que uns juram ser membro da prelazia papal Opus Dei) foi proibido pela cúpula tucana de tocar na questão do aborto, na questão mineral, na descriminalização das drogas, na união civil e religiosa de homossexuais, desarmamento da população e não tocar no tema Forças Armadas brasileira (em 153º lugar em termos de orçamento em relação ao PIB, se comparadas aos demais exércitos do resto do mundo. O silêncio de Alckmin nos debates sobre todos estes temas essenciais comprova tal acordo entre PT e PSDB. No debate da Rede Globo, marcado para amanhã à noite, o mesmo teatrinho eleitoral vai se repetir.
Também faz parte do pacote dos controladores para a continuidade de Lula o processo de sucateamento das Forças Armadas e a criação de uma Guarda Nacional, uma Guarda Costeira e uma Guarda Aeroportuária para substituir, gradativamente, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica – que estariam operando com valores de soberania que não interessam ao modelo da globalização. Militares atuais poderão optar pela transferência para as novas forças, ganhando salários quase duas vezes maior. Pelo projeto dos controladores, teríamos milicos de segunda classe, porém bem remunerados como funcionários públicos fardados.
Em 2010, o candidato dos controladores é Aécio Neves. O governador mineiro reeleito (e que já saiu publicamente em defesa da “governabilidade” no próximo governo Lula), foi lançado à presidência, em Londres, no dia 17 de junho de 2004, durante um jantar com a nobreza econômica européia, do Centro Tricontinental e do Clube dos Bildelberg, no castelo dos banqueiros Rothschild. Em seu projeto de manter o PT no poder por mais tempo, em seu segundo mandato, Lula tem tudo para sofrer nas mãos dos controladores, agora “aliados”, mas que lhe farão oposição, a partir do segundo ano do próximo governo, mesmo que faça todo o dever de casa direitinho.
Por trás do pacto não-escrito, firmado entre petistas e tucanos, o próximo governo petista se comprometeria a não alterar as atuais bases econômicas que interessam ao sistema financeiro internacional – e ao nacional. Dirigentes do Banco Itaú presenciaram o encontro secreto entre o tucano e o petista na “Big Apple” - a mais cosmopolita cidade do planeta. Existem fotos do encontro deles para comprovar tal fato. Tal pacto político-empresarial de intenções foi selado entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Aloízio Mercadante, nos Estados Unidos. O tratado político informal foi sacramentado pelo senador Tasso Jereissati e pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves. Mas o acordo foi desenhado pelo Centro Tricontinental e pelo Diálogo Interamericano. Os políticos brasileiros apenas obedecem aos “parceiros” dos quais são dependentes.
A contrapartida ao esquema de não-agressão dos tucanos no segundo governo Lula viria com o apoio do governo federal a um mega-projeto de concessões e parcerias público-privadas em rodovias, que movimentaria R$ 30 bilhões. Tal negócio foi montado pelo publicitário Paulo Henrique Cardoso, filho de FHC, que fechou uma parceria com um poderoso grupo de empreiteiros canadenses. Em troca das “privatizações” nas estradas, os tucanos apoiariam a reforma da previdência que será tocada por Luiz Gushiken, e que vem sendo elaborada desde o primeiro governo FHC. Em 2002, a empresa do petista (na época, Gushiken Associados, e, agora, sem o japonês de Lula na sociedade, se chama Global Previ) elaborou, para o Ministério da Previdência de FHC, o livro “Regime Próprio de Previdência dos Servidores: Como Implementar? Uma Visão Prática e Teórica”.
Os dois partidos, na questão previdenciária, defendem um modelo que favorece o grande capital. O modelo previsto utilizaria os bilhões da máquina arrecadadora da Previdência Social e os outros bilhões dos Fundos de Pensão de Estatais. Tudo montado por sindicalistas ligados à “Articulação Bancária” e que atualmente ocupam alto escalão do governo Lula, como Gushiken e Sérgio Rosa (presidente do Previ, Fundo de Pensão dos funcionários do Banco do Brasil). Todos têm o aval tecnocrático dos petistas e da equipe que serviu aos oito anos de FHC no governo.
Patrocinados pelos banqueiros, que querem cuidar do lucrativo caixa da Previdência, eles fabricam manobras técnicas que criam a impressão de que a previdência é “deficitária”, quando não é. Os gestores tucanos e os petistas que o sucederam trabalham para provar que o governo não tem competência para gerenciar a Previdência, cujos gastos globais representam 8% do Produto Interno Bruto. Os dois lados patrocinam e defendem a “incompetência do Estado”, por eles induzida e fabricada artificialmente, como falsa evidência de que o governo não consegue inibir os sonegadores e nem cobrar o que devem os maiores devedores da Previdência. O Tribunal de Contas da União calcula que a sonegação anualmente atinge 30% da presumível arrecadação previdenciária. Bate na casa de R$ 30 bilhões que deixam de ser arrecadados.
Para resolver tal problema, tucanos e petistas têm a fórmula mágica. Entregar o sistema para a gestão dos bancos, "mais competentes", e que também vão cuidar da nova modelagem dos Fundos de Pensão de Estatais que o governo atual não pode promover, em função da falta de condições políticas geradas pelos escândalos do mensalão. Petistas e tucanos defendem uma continuidade do regime de repartição (em que o trabalhador ativo paga a aposentadoria do inativo), que prevalece hoje.
Mas os grandes bancos estão de olho no sistema de capitalização (em que cada assalariado paga por sua própria aposentadoria no futuro). Apenas a transição do sistema atual para o novo modelo movimentaria o equivalente a três PIBs: R$ 3 trilhões e 300 bilhões de reais – segundo cálculos do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas do Ministério do Planejamento). O ministério da Previdência estima uma movimentação um pouco menor, porém expressiva: R$ 2 trilhões e 750 bilhões de reais.Os banqueiros querem gerenciar o processo e lucrar cada vez mais. Mas quem vai pagar a conta é o cidadão que é vítima da atual derrama tributária, que nos obriga a trabalhar 145 dias do ano só para pagar impostos.
Especialistas temem que a transição do modelo de “Repartição” para o de “Capitalização” inviabilize as contas públicas do País, com a emissão gigantesca de novos títulos e a expansão da dívida pública decorrente deste processo. Os bancos – e seus ex-funcionários sindicalistas – vão sair ganhando na operação. E isso é o que importa para eles. E PT saudações, no segundo mandato, com o apoio de alguns tucanos de rapina, na sociedade para fazer mais fortuna e poder aparente.
Bastidores do acordo tucano-petista
O
2006-10-26
03:41:21
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4 respostas
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perguntado por
Tami G
1
em
Governo e Política
➔ Eleições