O que foi que nos aconteceu? No Brasil, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, ou melhor, "explicáveis" demais. Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas. Tudo já aconteceu e nada acontece. Os culpados estão catalogados, fichados, e nada acontece. A verdade está na cara, mas a verdade não se impõe. Isto é uma situação inédita na História brasileira.
Claro que a mentira sempre foi a base do sistema político, infiltrada no labirinto das oligarquias, claro que não esquecemos a supressão, a proibição da verdade durante a ditadura, mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no entanto, tão inútil, impotente, desfigurada.
Os fatos reais: com a eleição de Lula, uma quadrilha se enfiou no governo e desviou bilhões de dinheiro público para tomar o Estado e ficar no poder 20 anos. Os culpados são todos conhecidos, tudo está decifrado, os cheques assinados, as contas no estrangeiro, os tapes, as provas irrefutáveis, mas o governo psicopata de Lula nega e ignora tudo. Questionado ou flagrado, o psicopata não se responsabiliza por suas ações. Sempre se acha inocente ou vítima do mundo, do qual tem de se vingar. O outro não existe para ele e não sente nem remorso nem vergonha do que faz. Mente compulsivamente, acreditando na própria mentira, para conseguir poder.
Este governo é psicopata! Seus membros riem da verdade, viram-lhe as costas, passam-lhe a mão nas nádegas. A verdade se encolhe, humilhada, num canto. E o pior é que o Lula, amparado em sua imagem de "povo", consegue transformar a Razão em vilã, as provas contra ele em acusações "falsas", sua condição de cúmplice e comandante em "vítima". E a população ignorante engole tudo. Como é possível isso?
Simples: o Judiciário paralítico entoca todos os crimes na fortaleza da lentidão e da impunidade. Só daqui a dois anos serão julgados os indiciados - nos comunica o STF. Os delitos são esquecidos, empacotados, prescrevem. A Lei protege os crimes e regulamenta a própria desmoralização. Jornalistas e formadores de opinião sentem-se inúteis, pois a indignação ficou supérflua. O que dizemos não se escreve, o que escrevemos não se finca, tudo quebra diante do poder da mentira desse governo.
Sei que este é um artigo óbvio, repetitivo, inútil, mas tem de ser escrito.... Está havendo uma desmoralização do pensamento. Deprimo-me: "Denunciar para quê, se indignar com quê? Fazer o quê?". A existência dessa estirpe de mentirosos está dissolvendo a nossa língua. Este neocinismo está a desmoralizar as palavras, os raciocínios. A língua portuguesa, os textos nos jornais, nos blogs, na TV, rádio, tudo fica ridículo diante da ditadura do lulo-petismo. A cada cassado perdoado, a cada negação do óbvio, a cada testemunha, muda, aumenta a sensação de que as idéias não correspondem mais aos fatos! Pior: que os fatos não são nada - só valem as versões, as manipulações.
No último ano, tivemos um único momento de verdade, louca, operística, grotesca mas maravilhosa, quando o Roberto Jefferson abriu a cortina do país e deixou-nos ver os intestinos de nossa política. Depois surgiram dois grandes documentos históricos: o relatório da CPI dos Correios e o parecer do procurador-geral da República. São verdades cristalinas, com sol a pino. E, no entanto, chegam a ter um sabor quase de "gafe".
Os Lulo-petistas proclamam: "Como é que a Procuradoria Geral, nomeada pelo Lula, tem o desplante de ser tão clara! Como que o Osmar Serraglio pode ser tão explícito, e como o Delcídio Amaral não mentiu em nome do PT? Como ousaram ser honestos?". Sempre que a verdade eclode, reagem. Quando um juiz condena rápido, é chamado de "exibicionista". Quando apareceu aquela grana toda no Maranhão (lembram, filhinhos?), a família Sarney reagiu ofendida com a falta de "finesse" do governo de FH, que não teve a delicadeza de avisar que a polícia estava chegando...
Mas agora é diferente. As palavras estão sendo esvaziadas de sentido. Assim como o stalinismo apagava fotos, reescrevia textos para coonestar seus crimes, o governo do Lula está criando uma língua nova, uma novi-língua empobrecedora da ciência política, uma língua esquemática, dualista, maniqueísta, nos preparando para o futuro político simplista que está se consolidando no horizonte. Toda a complexidade rica do país será transformada em uma massa de palavras de ordem, de preconceitos ideológicos movidos a dualismos e oposições, como tendem a fazer o populismo e o simplismo.
Lula será eleito por uma oposição mecânica entre ricos e pobres, dividindo o país em "a favor" do povo e "contra", recauchutando significados que não dão mais conta da circularidade do mundo atual. Teremos o "sim" e o "não", teremos a depressão da razão de um lado e a psicopatia política de outro, teremos a volta da oposição mundo x Brasil, nacional x internacional.
A esquematização dos conceitos, o empobrecimento da linguagem visa à formação de um novo ethos político no país, que favoreça o voluntarismo e legitime o governo de um Lula 2 e um Garotinho depois. Assim como vivemos (por sorte...) há três anos sem governo algum, apenas vogando ao vento da bonança financeira mundial, só espero que a consolidação da economia brasileira resista ao cerco político-ideológico de dogmas boçais e impeça a desconstrução antidemocrática. As coisas são mais democráticas que os homens.
Alguns otimistas dizem: "Não... este maremoto de mentiras nos dará uma fome de verdades!". Não creio. Vamos ficar viciados na mentira corrente, vamos falar por antônimos. Ficaremos mais cínicos, mais egoístas, mais burros. O Lula reeleito será a prova de que os delitos compensaram. A mentira será verdade, e a novi-língua estará consagrada.
2006-10-25 14:13:39
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answer #1
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answered by Aprendiz 4
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O Estado em ambos os modelos tem um único objeto: garantir o "bem-estar social". E para garantir o "bem-estar social" é preciso dar EDUCAÇÃO de qualidade, SAÚDE para todos, garantir SEGURANÇA e PROTEÇÃO ao crime organizado, às fronteiras e aos cidadãos de andarem livremente nas ruas. JUSTIÇA ágil, estímulo à POUPANÇA, PREVIDENCIA forte, INDUSTRIA competitiva, logística de ponta em EXPORTAÇÃO, REDE HOTELEIRA bem diversificada, ESTRUTURA POLÍTICA ESTÁVEL onde o povo participe dos processos democráticos, ESTRUTURA ECONÕMICA SÓLIDA marcada por contratos confiáveis, crescentes e promissores JUROS adequados e EMPREGO com prespectivas de crescimento. Tal panorama aproxima o investidores. Ou seja, se vc quer que O Papa ou A Rainha da Inglaterra seja bem recebida, a COPA, as OLIMPÍADAS sejam realizadas no Brasil, uma estrutura toda haverá de ser construída. Se não foi por 20 anos? Cabe fazê-lo, não acha?
Apenas enxugar o Estado não é competência suficiente para gerar todo esse programa e corrigir os problemas sociais com simples retoques neoliberais. É uma estratégia pequena, frágil e estéril que não produziu crescimento consistente em mais de 20 anos e os fatos não negam o crescimento inflável.
Lá fora o Bem-estar social não veio apenas por decretos, nada lá fora surgiu por soluções mágicas, custou a vida de ancestrais, um programa pertinente, práticas de comércio agressivas internas e externas, objetivos e traçados a longo prazo. Lá fora valorizou-se a História, seus heróis, suas ilustres personalidades, ganhou-se com isso. Com isso valorizou-se direitos adquiridos e as pessoas usam a democracia não apenas para ofender, mas para se representar, debater e diferentemente da forma como as privatizações ocorreram por aqui houve luta e intenso debate. Hoje nos orgulhamos da expansão formidável dos telefones celulares defeituosos, das telefonias que escuressem e não clarificam ou que telemaram pra mar, taxas, tarifas, linhas, contas tarifadas, pulsos, serviços ruins, mas enormes cifras e milhares de celulares vendidos, vendidos, vendidos, para dar lucro a estatais estrangeiras, queixas, mas em IDH nosso país ostenta um número antigo e perverso com baixo nível de escolaridade e serviços de saneamento básico quase inexistentes. Reveja seus conceitos.
2006-10-25 21:34:03
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answer #2
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answered by ÍNDIO 7
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