Temos que ter muito cuidado e continuar cuidando da nossa terra
mais se Deus não agir nos assuntos humanos
O planeta iria desaparecer.
Mas pode ficar tranquilo ele agirá
O que é o efeito estufa?
Discerne um padrão nos registros das condições climáticas da Terra? O Dr. James E. Hansen, diretor do Instituto Goddard dos Estudos Espaciais, um centro de pesquisas operado pela agência espacial dos EUA, a NASA (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço), discerne tal padrão. Em junho de 1988, o Dr. Hansen disse que todo este calor não é um simples e infeliz acaso estatístico. Depois de dramático testemunho perante o Senado dos EUA, disse ele: “Já é hora de se parar de dizer tantas tolices e de se afirmar que é bem forte a evidência de que já existe o efeito estufa.”
O EFEITO estufa. Provavelmente você já ouviu essa frase, que é muito usada. Não, ela não se refere a uma estufa de horta. Descreve o aquecimento da atmosfera que muitos cientistas receiam já estar afetando todo o planeta. Mas, até o testemunho do Dr. Hansen, os peritos não se dispunham a falar tão abertamente em público. “Foi necessário um fórum do Governo, durante uma época de seca e uma onda de calor, e um cientista de coragem que dissesse: ‘Sim, parece que [o efeito estufa] já começou, e nós o detectamos’”, diz Michael Oppenheimer, cientista especializado na atmosfera, a respeito do testemunho do Dr. Hansen. “Ele se sentiu à vontade para falar clara e abertamente aquilo que outros diziam em particular.”
A Estufa Global
Já estacionou alguma vez seu carro sob o sol quente do verão, com todas as janelas fechadas? Ao voltar, pode ter uma idéia do efeito estufa. As janelas de seu carro permitem a penetração dos raios solares, os quais rapidamente aquecem o interior dele. Mas o ar quente, lá dentro do carro, não consegue sair, tampouco o próprio calor. Por que não? Porque o calor é emitido sob a forma de raios infravermelhos, que são invisíveis, mas que podem ser sentidos pela pele, por exemplo, quando fica perto duma fogueira. O mesmo vidro que permite a penetração da luz visível impede que grande parte da radiação invisível volte a sair. Assim, a temperatura dentro do seu carro se eleva cada vez mais.
A atmosfera terrestre é similar ao vidro das janelas de seu carro. Ela permite prontamente a entrada da luz visível, mas bloqueia grande parte da radiação invisível, inclusive a luz infravermelha e a ultravioleta, bem como os raios X. Em geral, este bloqueio é bom. A luz ultravioleta e os raios X são bastante perigosos e se crê que provoquem o câncer. Mas por que bloquear os raios infravermelhos?
Quando a atmosfera absorve a radiação infravermelha, ela atua como um cobertor em volta de nosso planeta. Às vezes esquecemos que a Terra é cercada por espaço frio, vazio. Embora o sol aqueça a Terra, esse calor, sem nosso “cobertor”-estufa, rapidamente se dissiparia, e a temperatura na superfície seria 40°C mais fria do que é presentemente. Os oceanos ficariam congelados!
O problema do efeito estufa é que pode tornar-se um excesso de algo bom. Um efeito estufa descontrolado poderia significar fome em massa, à medida que os cinturões de cereais se transformassem em dust bowls [regiões de solo seco, sujeitas a tempestades de pó]. Poderia significar também furacões superassassinos, impulsionados por oceanos extra-quentes, em oceanos em elevação, que inundariam as regiões costeiras, e em avassalador câncer da pele, resultante da desgastada camada de ozônio, e indizível miséria humana!
Regula-se o Termostato Global Para o Tempo Ficar Mais Quente
É provável que tenha aprendido na escola que a atmosfera se compõe de 99 por cento de oxigênio e nitrogênio. Todavia, estes gases não bloqueiam os raios infravermelhos. Alguns dos gases contidos no 1 por cento restante, junto com o vapor d’água, paradoxalmente tanto salvam nosso globo de profundo congelamento como ameaçam superaquecê-lo.
A maioria dos cientistas concorda que o aumento da concentração dos gases-estufa no ar elevará as temperaturas globais, embora ninguém tenha certeza de exatamente como isto acontecerá. Poderia comparar tais gases a um termostato global. Por mais de cem anos, parece que o homem tem continuamente regulado o termostato global para que o tempo fique mais quente. “A queima de combustíveis fósseis (junto com outras atividades industriais e agrícolas) fez com que a concentração atmosférica de gás carbônico aumentasse aproximadamente 25 por cento desde cerca de 1860”, comenta Irving M. Mintzer, do Instituto Mundial de Recursos. “Crê-se que o aumento atmosférico da combinação de gás carbônico e outros gases-estufa, desde 1860, já tenha submetido a superfície da Terra ao aquecimento de aproximadamente 0,5 a 1,5°C acima da temperatura média global do período pré-industrial.”
É verdade que um ou dois graus não parece ser muita coisa, mas, com efeito, representa muito calor. “Para se ter idéia”, acrescenta Mintzer, “uma mudança na temperatura média global de apenas 1°C separa o regime climático atual da América do Norte e da Europa do regime da Pequena Era Glacial dos séculos 13 a 17”. Adicionalmente, não existem motivos de se pensar que o calor extra seja distribuído por igual. Um grau a mais durante um ano poderia vir em forma de muitos graus extras nos meses mais quentes do verão, com efeitos devastadores.
A Conferência de Toronto
À medida que o verão brutal de 1988 continuava a torrar a América do Norte, mais de 300 delegados, de 48 países, compareceram à Conferência Internacional Sobre a Atmosfera em Mutação, realizada em Toronto, Canadá. Num artigo sobre a conferência, o jornal Manchester Guardian Weekly registrou a seguinte predição lúgubre sobre as conseqüências do aquecimento global:
“O aumento das temperaturas globais não será distribuído por igual. As grandes latitudes se aquecerão mais rápido do que o equador. Isto significará a perda de umidade do solo nas latitudes médias, do hemisfério norte, onde se cultiva a maior parte dos cereais do mundo.” Em outras palavras, é uma receita para a fome global.
Prediz-se Uma Inundação Global
Outra grande preocupação é o efeito de temperaturas mais elevadas sobre o nível dos oceanos. A maioria das pessoas associa a elevação dos níveis dos oceanos com geleiras e calotas de gelo que se derretem, mas, com efeito, o oceano pode subir muitíssimo sem que haja qualquer derretimento polar. Como? Pela expansão térmica — o mesmo fenômeno que faz com que o mercúrio suba em seu termômetro num dia quente. De acordo com o cientista Robert Buddemeier, do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, “se fizéssemos todo o esforço possível para reduzir a tendência de aquecimento, poderíamos brecar o aumento do nível do mar em 1 a 2 metros, mas isso é o melhor que se poderia esperar”.
Elevações do nível do mar em tal magnitude têm suscitado preocupações mundiais. “Um aumento de menos de sessenta centímetros do nível do mar poderia inundar 27 por cento de Bangladesh, desalojando 25 milhões de pessoas”, relata a publicação U.N. Chronicle. “O Egito poderia perder 20 por cento de suas terras produtivas; os Estados Unidos, entre 50 e 80 por cento de seus charcos costeiros. Uma elevação de 2 metros poderia extirpar o arquipélago das Maldivas, composto de 1.190 ilhas.”
As previsões climáticas acima são conservadoras. Considere algumas das predições mais extremadas agora feitas: “O ano é 2035”, diz uma delas. “A Holanda está submersa. Bangladesh deixou de existir. Chuvas torrenciais e mares em elevação ali mataram vários milhões de pessoas e obrigaram a população restante a ir para acampamentos provisórios de refugiados, situados em terrenos mais elevados no Paquistão e na Índia. Na Europa Central e no centro-oeste americano, décadas de seca transformaram as terras agrícolas, uma vez férteis, em desertos tórridos.” Jeremy Rifkin, no Manchester Guardian Weekly.
É realmente isto o que o futuro reserva para nosso planeta?
[Diagrama/Quadro na página 7]
Os Gases-Estufa
VAPOR D’ÁGUA: A quantidade de vapor d’água no ar depende mormente da temperatura. O ar quente pode reter mais umidade do que o ar frio. O vapor d’água absorve o calor mui eficazmente, mas por si só não pode dar origem ao efeito estufa. O vapor d’água serve principalmente para ampliar os efeitos dos outros gases.
GÁS CARBÔNICO (CO2): É o mais prevalecente dos gases que retêm calor, e é vital para toda a vida na Terra, porque as plantas precisam dele para viver. A quantidade de gás carbônico contida na atmosfera está atualmente aumentando em meio por cento ao ano. Isso talvez não pareça muito, mas significa que cerca de uma tonelada de carbono para cada homem, mulher e criança do planeta é lançada na atmosfera, anualmente, proveniente da queima de combustíveis fósseis, tais como carvão e petróleo — 5.000.000.000 de toneladas de carbono por ano! Cerca da metade desse carbono é, com o tempo, utilizada pelas plantas ou é absorvida pelo oceano, mas o restante permanece no ar.
METANO (CH4): Este é o principal componente do gás natural. Como o gás carbônico, ele contém carbono. Está aumentando duas vezes mais rápido que o gás carbônico na atmosfera, ou cerca de 1 por cento ao ano. Já existe duas vezes mais metano no ar do que havia na época pré-industrial. Os cientistas estão preocupados de que a crescente concentração de metano possa tornar mais difícil para a atmosfera decompor outros gases-estufa, tais como os abomináveis CFCs (clorofluorcarbonos).
CFCs: Estas substâncias químicas de longa vida ajudam a destruir a camada de ozônio depois de ascenderem à estratosfera. Mas elas constituem poderosos gases-estufa enquanto se acham na baixa atmosfera. Com efeito, molécula por molécula, elas são cerca de dez mil vezes mais eficazes do que o gás carbônico, quando se trata de absorver os raios infravermelhos!
ÓXIDO NITROSO (N2O): Quando seu dentista utilizava isto, ele talvez o chamasse de gás hilariante, mas seu efeito sobre a atmosfera não é motivo de riso. Trata-se dum subproduto da queima de combustíveis fósseis e é extremamente estável. Uma vez penetre na atmosfera, permanece lá por 150 anos, em média. Nesse tempo, absorve calor, quando está na camada mais baixa da atmosfera, chamada de troposfera, mas também pode subir para a estratosfera, onde ajuda a destruir o ozônio. A concentração está presentemente aumentando em 0,25 por cento ao ano.
OZÔNIO (O3): Por último, mas não menos importante, vem o ozônio. Na estratosfera, o ozônio é benéfico, uma vez que absorve a perigosa radiação ultravioleta que pode provocar câncer na pele, se chegar a atingir a superfície da Terra. Mas na atmosfera inferior o ozônio é um perigo. O ozônio é um subproduto da combustão, especialmente de automóveis e de aviões a jato.
[Diagrama]
(Para o texto formatado, veja a publicação)
O Efeito Estufa: A atmosfera terrestre, como o duma estufa, prende o calor do sol. A luz solar aquece a Terra, mas o calor gerado — transportado pela radiação infravermelha — não pode escapar facilmente da atmosfera, visto que os gases-estufa bloqueiam a radiação, e remetem parte dela de novo em direção à Terra, acrescentando assim calor à superfície da Terra.
Radiação que escapa
Radiação infravermelha retida
Gases-estufa
Terra
[Quadro na página 5]
Nem todos os cientistas estão seguros de que o aumento dos gases-estufa provocam o aquecimento global. Stephen H. Schneider, modelador de padrões climáticos do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas, dos EUA, acautela: “Não se pode simplesmente afirmar que, apenas porque houve aquecimento numa década, a causa seja o efeito estufa. Mas seria muito incomum se duas décadas apresentassem a tendência de aquecimento. E se isto continuar a estabelecer recordes em base anual, então acho que a maioria dos cépticos desistirão de sê-lo, e concordarão que a causa é esta mesmo.” — Science News, Volume 135, 8 de abril de 1989.
[Quadro na página 6]
Por Que É Difícil Predizer o Efeito Estufa
O clima geral da Terra é um sistema tremendamente complicado, e os cientistas admitem abertamente que existem limites do que eles conseguem predizer. Eis alguns dos fatores que poderiam influir grandemente nos atuais modelos computadorizados sobre um clima futuro.
NEVE E GELO DERRETIDOS: O gelo e a neve refletem de 40 a 60 por cento dos raios do sol. Isto resulta no resfriamento do planeta. Mas, à medida que temperaturas mais elevadas fazem com que o gelo e a neve se derretam, as terras mais escuras ou a água nas camadas inferiores absorverão mais calor. Isto poderia ampliar o efeito estufa, talvez em 10 a 20 por cento.
NUVENS: Uma Terra mais aquecida deveria significar maior umidade global — mais nuvens. “O feedback de nuvens é uma das maiores fontes de incerteza na teoria das mudanças climáticas”, admite o perito em modelagem de climas, V. Ramanathan, da Universidade de Chicago. Julga-se, contudo, que mais nuvens tenderiam a refrescar as coisas, por aumentar o reflexo da energia solar.
Por outro lado, ao passo que as nuvens dissipam parte da energia solar, elas também atuam com o cobertores que retêm a radiação proveniente da superfície. Assim, é difícil predizer que efeito predominaria num mundo mais quente, com mais nuvens.
OS OCEANOS: A água é excelente absorvedor de calor, e parece que os oceanos podem estocar bastante calor para retardar o pleno desencadeamento do efeito estufa por décadas. Exatamente por quanto tempo eles podem retardá-lo é difícil de os cientistas predizerem.
VULCÕES: Nuvens produzidas por vulcões aquecem a estratosfera e resfriam a superfície da Terra, dum modo complexo. Ao todo, os vulcões provavelmente tenderiam a reduzir a efeito estufa, mas ninguém consegue predizer quando é que um grande vulcão entrará em erupção.
CICLOS SOLARES: Contrário ao que muita gente pensa, não é absolutamente constante a radiação solar. Seu brilho diminuiu cerca de 0,1 por cento entre 1979 e 1984. Isto faz parecer ainda mais ominoso o aumento da temperatura global durante esse período.
2006-10-25 00:54:10
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answer #1
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answered by Anonymous
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