Monteiro Lobato criou a personagem Jeca Tatu para denunciar, em tom irreverente e caricaturial, a situaçào crítica em que vivia o nosso homem do interior. Em 1918, a figura do Jeca foi utilizada nos folhetos de propaganda do laboratório Fontoura, atingido imensa popularidade e contribuindo para criar uma imagem deformada do nosso sertanejo.
Em 1947, Lobato retomou essa personagem, encarando o problema, porém, de outro ângulo.
Pobre Jeca Tatu! Como és bonito no romance e feio na realidade!
Jeca mercador, Jeca lavrador, Jeca filósofo...
Quando comparece às feiras, todo mundo logo adivinha o que ele traz: sempre coisas que a natureza derrama pelo mato e ao homem só custa o gesto de espichar a mão e colher - cocos de tucum ou jissara, guabirobas, bacuparis, maracujás, jataís, pinhões, orquídeas; ou artefatos de taquarapoca - peneiras, cestinhas, samburás, tipitis, pios de caçador; ou utensílios de madeira mole - gemelas, pilõezinhos, colheres de pau.
Nada Mais.
Seu grande cuidado é espremer todas as conseqüencias da lei do menor esforço - e nisso vai longe.
2006-10-23 21:14:25
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answer #1
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answered by ptblueghost64 4
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"Jeca Tatu não é assim, ele está assim”. A frase do escritor José Bento Monteiro Lobato sobre um dos seus mais populares personagens, mostra que a sua obra vai além das populares histórias infantis do Sítio do Picapau Amarelo. O trabalho de Lobato olha para várias questões sociais brasileiras, dentre elas o problema de saúde pública no país. Com Jeca Tatu, Lobato fala sobre uma doença tropical, até então totalmente negligenciada: o amarelão. Outras questões relacionadas à saúde pública estiveram presentes na obra de Lobato, tais como a tuberculose, que vitimou seus dois filhos. A riqueza e a complexidade da obra do autor é pauta de admiração e de estudos de lingüistas, historiadores, sociólogos e antropólogos. Dentre eles, destaca-se a pesquisadora Marisa Lajolo, do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), da Unicamp, que afirma que Lobato envolveu-se em política e na campanha sanitarista da década de 1920, denunciando a precariedade da saúde das populações rurais. Em entrevista à ComCiência, Marisa Lajolo fala também sobre as questões de saúde pública na literatura nacional.
2006-10-27 04:27:26
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answer #2
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answered by vivi 2
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Jeca Tatu vivia no interior, era pobre. Vivia de forma miserável e quando perguntado por que não tentava melhorar, sua resposta era: Não paga a pena. Um dia um médico passa pelo local e conversa com ele, descobrindo que o mal do Jeca era verminose, pois ele andava descalço e fraqueza pela má alimentação. O médico dá a ele remédios e recomenda que use botinas. A partir daí a vida do Jeca muda. Ela recupera a saúde, fica forte, passa a trabalhar cada vez mais até enriquecer. Enquanto essas mudanças ocorrem, ele faz todo mundo usar sapatos - até os animais de sua fazenda - e recomenda que tomem remédio para verminose. Essa história foi encomendada pelo Laboratório Fontoura para fazer propaganda de seu vermífugo (ankylostomina) e do fortificante (Biotônico), mas foi usada por Lobato para mostrar que a saúde é fundamental para que as pessoas tenham disposição para o trabalho.
2006-10-24 01:41:47
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answer #3
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answered by ddelund 7
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