A superioridade moral, intelectual e prática do candidato Alckmin em relação a seu concorrente é imensurável, e a única coisa que se pode alegar para depreciá-la é que não há nenhum mérito notável em ser melhor que um delinqüente malicioso e cínico.
Eu diria mesmo que o padrão Alckmin é o mínimo aceitável na classe política de qualquer país decente. Lula não é aceitável nem como suplente de vereador. Não é aceitável como contínuo de repartição pública. Não é aceitável como varredor de rua. Só é aceitável como presidiário, porque lugar de delinqüente é na cadeia. E quando o chamo de delinqüente não estou me referindo ao Mensalão, ao dinheiro na cueca, a sanguessugas e a valdomiragens diversas. Em tudo isso as provas contra ele existem, mas são indiretas e circunstanciais. Refiro-me, sim, à sua longa parceria política
com duas das organizações criminosas mais perversas e violentas que já existiram no continente: as Farc, que distribuem cocaína a crianças nas nossas escolas e treinam assassinos para que matem mais e mais brasileiros, e o MIR chileno, acionista majoritário da indústria dos seqüestros no nosso país. Aí a prova é direta, documental e superabundante: centenas de páginas de atas de assembléias e grupos de trabalho do Foro de São Paulo, assinadas
pelo seu fundador e presidente, Luís Inácio Lula da Silva, mais o discurso que ele fez no décimo-quinto aniversário da entidade, no qual se gaba daquilo que deveria envergonhá-lo, se ele tivesse a capacidade de envergonhar-se. Durante doze anos esse sujeito tramou a estratégia comum do seu partido com narcotraficantes, seqüestradores e assassinos, calculando a vantagem mútua que, para a conquista do poder total na América Latina pelos herdeiros
ideológicos de Lênin e Stálin, deveria resultar da colaboração entre o crime e a aparência de legalidade, esta encobrindo e protegendo aquele, recebendo em troca dinheiro e a garantia da violência armada em caso de aperto.
Se dar respaldo político ao crime não é crime, Lula é inocente, exceto do Mensalão e outros delitos menores. Se beneficiar-se politicamente da parceria com o crime não é crime, Lula é inocente, exceto daquelas falcatruas banais que a mídia educadamente lhe imputa na intenção de reduzir esse monstro de amoralidade e maquiavelismo às proporções de um João Alves de esquerda, desprezível por ser João Alves, perdoável por ser de esquerda.
No debate de domingo, ele foi chamado de mau administrador, perdulário do dinheiro público e mentiroso. Para quem fundou, inspirou e dirigiu a maior organização subversiva e criminosa que já existiu no continente latino-americano, tudo isso é elogio. Apenas deixa na platéia a impressão de que ele é tão ruim quanto seu adversário, no máximo um pouquinho pior. Mesmo que esse pouquinho lhe roube a reeleição, a perda será tão mais tênue, mais doce do que o castigo que ele merece, que ela terá sido, no fim das contas, um prêmio. E, para o PT, reconhecer que um dos seus é “um político como qualquer outro” terá sido um prodígio de humildade tão excelso, tão deslumbrante, que bastará para dar reforço dobrado à crença dogmática na santidade partidária.
Protegido de si mesmo até pelos seus adversários, assegurado, por algum pacto sinistro, de que seus crimes supremos não serão mencionados em público, isolado assepticamente da realidade macabra que veio construindo em segredo ao longo de uma década e meia, ele comparece aos debates com a segurança, a empáfia, a pose agressiva e triunfante de quem conta, na mais catastrófica das hipóteses, com uma perda honrosa.
Ele é, na verdade, o político mais vulnerável que já ousou se mostrar ao eleitorado neste país. Sua história é uma sucessão de abominações cuja narrativa bastaria para escorraçá-lo da vida pública e trancafiá-lo para sempre na galeria subterrânea das vergonhas nacionais.
Ele sabe que sua afetação de superioridade é mera pose, erguida e mantida com muita cola, muito verniz, muita fita crepe. Rasguem-lhe o invólucro de proteção, digam-lhe a verdade na cara, perante a platéia, e ele se desmanchará como um boneco de papelão na chuva.
2006-10-22 04:27:50
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answer #1
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answered by westmoraes 3
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Concordo plenamente com vc quando afirma que não há acusações concretas contra Alckmin. Realmente não há. No entanto, a falta de acusações, neste caso, não significa que não haja motivos para acusações. Durante toda a sua gestão como Governador de SP, Alckmin governou com o apoio da maioria da Asssembléia Legislativa, concedendo favores políticos em troca de votos de apoio. Olhe, na verdade Alckmin foi o governador de SP, até hoje, contra o qual houve mais pedidos de abertura de CPIs; ocorre que, como tinha o apoio da maioria dos deputados estaduais de SP, nenhum destes pedidos transformou-se em CPI. Assim, recomendo que vc mude a sua pergunta: ao invés de perguntar se as pessoas já perceberam que não há acusações contra Alckmin, seria mais conveniente perguntar por que Alckmin livrou-se dos pedidos de abertura de CPI que foram propostas em seu governo em SP.
NÃO SE DEIXE LEVAR PELAS IMPRESSÕES. SEJA MAIS INTELIGENTE, E VEJA OS FATOS POR TRÁS DO QUE A IMPRENSA NOS MOSTRA.
2006-10-22 11:45:36
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answer #4
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answered by Josiel Lucena 1
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