Quem conhece a triste história da Rede do plin plin, como foi criada e com que fé canina serviu à Ditadura, só pode sentir repulsa por esse veículo, sobretudo quem sentiu na própria pele a violência do regime arbitrário que se instalou em nosso país naquele fatídico 1964. Sou apenas um bagrinho nesse Oceano de tubarões famintos e desalmados, porém nunca me furtei de denunciar esse organismo nefasto a serviço de tiranos. Há na Internet um farto material que conta bem a trajetória dessa famigerada Rede de TV. Agora há pouco respondi a uma pergunta sobre a exploração do trabalho infantil, quando a citada Rede também faz uso disso, mas costuma expor estensas reportagens denunciando os pais que usam a mão de obra do filho para reforçar o orçamento familiar. Ou seja: ela divulga o fato no sentido de crítica ao Governo e não porque se compadeça da criança ou faça por ela alguma coisa. Leia!
OS TENTÁCULOS PLATINADOS DA MEDUSA
MAX BRUM
A cavilosa exploração da criança por setores da mídia não é menos grave que se submeter o menor a qualquer outro tipo de trabalho. Providencial, portanto, que se discuta esse tema, pois só assim poderemos refletir sobre a hipocrisia de certos veículos de comunicação. Não é porque o menino atua em um folhetim televisivo ou desfila em uma passarela iluminada que o tornará menos explorado que aquele outro que trabalha cavando vala para ajudar o pai no orçamento familiar. A ambos estão subtraindo o lazer, a infância, o direito de serem crianças. Sendo que no caso da mídia perversa, o fato se torna mais sério porque em nosso país se estabeleceu um conceito torto, via Rede Globo, de que os verdadeiros valores artísticos estão nas suas novelonas devassas, Faustões e big brothes, apresentados com pompa de estupendas peças teatrais; ou seja: as expressões de artes mais legítimas em nosso país estão sendo diluídas de forma cínica por esse veículo que arvorou para si o direito de ditar todos os rumos da cultura nacional. Por essa visão caolha e hipócrita, o menino que trabalha em um de seus programas é apenas um artista precoce, enquanto que o garoto pobre que ajuda o pai a sustentar a família é a única vítima do “descaso governamental”.
Sou completamente favorável aos modernos meios de comunicação, ao livre acesso às informações, à divulgação em massa de toda e qualquer forma de expressão artística, como também sou adepto de uma imprensa inteiramente livre, soberana etc, mas não posso concordar com os métodos fascistas desse império que foi montado num período trágico da nossa História, e cujo poder muita vez se sobrepõe até ao do Presidente da República. É sabido por todos que a Globo foi o braço civil mais robusto a conceder legitimidade à ditadura militar, assim como já fez e derrubou Presidentes. E o que é mais grave: apesar de ser uma concessão do Estado, na maioria das vezes esse organismo trabalha contra a sociedade, já que são notórios os fatos que desvirtua, induzindo a população a comportamentos contrários à razão. E por ser um veículo tão diretamente inserido aos nossos costumes, com tanta influência na vida familiar de cada indivíduo, não poderia ele atuar a serviço de grupos ou atrelado aos interesses políticos mais obscuros. Para ter moral, e se fazer ouvir, precisaria ser neutro, imparcial e mais voltado para os reais interesses da sociedade como um todo. Não poderia ter toda essa liberdade para induzir através de imagens ou pela propagação da falsa notícia, nem de fazer lavagem cerebral, como ocorre atualmente, quando muita gente passou a cultuar falsos mitos, engolir como verdadeiros os vendilhões da pátria, transformando toda essa gente simples em fiéis seguidores das grandes fraudes políticas, e tornando-os passivos consumidores do lixo que desovam no horário nobre. Vejam: do mesmo modo hipócrita que essa TV mostra o garoto quebrando pedras (apenas para passar uma imagem negativa do Governo) ela dedica um Globo Repórter ao garoto-artista que lhe propiciou notável audiência em um folhetim qualquer. É essa desfaçatez que precisa ser combatida. Discutir os grandes problemas nacionais, sim, mas chamando toda a sociedade para debatê-los livremente, sem direcionamentos ou prestando culto a logotipos. É inaceitável que esse veículo se arvore em Juiz e profeta, se imponha como grande oráculo nacional, só porque ela própria cunhou na cabeça do povo que o fato só teria validade se viesse com o seu selo de garantia. O artista só seria bom se aparecesse na tela da Globo, só se transformaria num astro de sucesso se participasse da novelona das oito, assim como a moçoila só seria capa de revista se aparecesse na cena torpe de uma novela, e por aí vai. Dessa forma, qual a mãe que poderia fugir à tentação de querer fazer de seu filho um artista, modelo ou mesmo um garoto-propaganda, contanto que aparecesse na tela da Globo? Sente-se essa mãe de tal modo seduzida por esse mundo de ilusão, que nem se toca que, ao permitir que usem o garoto, está roubando do próprio filho o pedacinho de sua vida tão importante quanto o daquele menino que quebra pedra lá no longínquo sertão nordestino. Um abraço.
2006-10-21 09:00:27
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answer #1
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answered by Literatura 4
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Mudaria? Mudei há tempos! Por quê? Por todas as razões que você disse acima, aliados à péssima qualidade e desrespeito com a inteligência do povo brasileiro (vide, as novelas da rede e seus teelejornais ridículos).
2006-10-21 15:25:01
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answer #3
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answered by la_binha 2
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Se a Globo é a favor eu sou contra.
A TV Globo está endividada e recebeu um não do governo Lula, pois ela queria que sua dívida fosse paga com o nosso dinheiro, por isso qual seria a ´paga que o Alckmim iria dar a ela se ela conseguisse elege-lo?:
Vamos pensar um pouco....
E
2006-10-21 15:23:30
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answer #4
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answered by rrclaudio 2
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Por favor...acessem:
http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,,EPT1107598-1664,00.html
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=694
http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=24789
e vejam que tipo de formação ideológica (ditatorial) tem Alckmin
2006-10-21 15:14:16
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answer #7
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answered by rfg 2
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