Se o Alckmin possuísse aquele espelho da história de Branca de Neve, Lula seria o sapo barbudo mais lindo das terras do Brasil, e Alckmin ficaria, em segundo plano, remoendo as feridas do orgulho arranhado.
Ele, um médico, de cultura elitista, não conseguiria entender como um metalúrgico torneiro de 9 dedos, seria o predileto do espelho, e pior ainda, do eleitorado brasileiro.
Ele, um paulistano legítimo das cepas dos espadas longas, das margens do Ipiranga, divino e rico por natureza, continuaria sem entender como um baixinho nordestino, chegado há tempos em seus domínios, em cima de um pau-de-arara, era agora o mais dileto do povo a que ele tanto sonhava em dominar.
Ao perguntar aquela célebre pergunta ao espelho mágico, ele
soturnamente ouviria que o candidato Lula ainda era o mais querido e competente, ainda vivo e concorrente, mesmo depois de ter comido o dossiê envenenado.
Alckmin, mais uma vez por este tipo de resposta, sentiria vontade de jogar seu 45 no espelho, quebrando aquela cara besta envolta em fumaça roxa, que tanto teimava, embora fosse a verdade, em dizer que o Lula era o Presidente mais competente do Brasil.
Ele convocaria reservadamente o seu staff, e peremptório o chamaria de incompetente, pois que todas as intrigas palacianas levantadas, nenhuma delas surtira efeito.
Diferente de quando começara a campanha, adotaria o ar agressivo e petulante, de macho cangaceiro do mato, em figurino estilizado da Daslu, e arrepender-se-ia mais tarde, pois terminaria por descobrir que os cangaceiros entraram na vida do cangaço, por obra das ações de alguns desmandos da trupe dele no passado.
Vendo que os xingamentos só o diminuíam perante o espelho, que refletia a vontade do povo, adotaria ares mais brandos e delicados, como quando começou, e mesmo assim não conseguiria impressionar os eleitores do Lula, e nem os dos antigos adversários do Lula no primeiro turno.
Enxergaria, a uma nova pesquisa junto ao espelho mágico, aquele sujeito esfumaçado, agora sorridente e negligente, em franco desdém para com o amo dele, informar que o Lula estava mais forte, e que ele, o Alckmin camaleão, continuava enfraquecendo.
Em desespero diante do inevitável, de que o povo sabe entender os fingimentos, Alckmin arrumaria um tijolo graúdo e arrebentaria com o espelho metido, ganhando quatro anos de azar e uma verruga na ponta aguda do nariz, para fazê-lo lembrar que com espelhos mágicos não se brinca, e
que paciência de povo também tem limite.
Chamaria seu staff novamente, e diante de uma nova maquiagem, que ainda não sei qual será a abordada, tentaria em última cartada, reverter a situação. Os conselhos seriam os mais ousados: da macumba à difamação.
Aquele espelho que era mágico, embora estilhaçado continuava mágico, dizendo agora para todos que quisessem ouvir: "teria sido mais proveitoso, se ele tivesse, desde o início, sido ele próprio, mas quis a vaidade dele, que ele apenas copiasse".
Na história da Branca de Neve, há um final justo e feliz. Na história do Alckmin, este final não existe. Será um verdadeiro inferno de tudo quanto é CPI, e a produção de bananas do país deverá ser duplicada, face as tantas cascas depositadas ao longo dos caminhos do Presidente Lula.
O início do novo mandato deverá ser tenso, até de provocações, e o país inteiro sofrerá, pois o Congresso será transformado em rinha de políticos azedos amargurados, com gosto de sangue nas línguas ferinas e amaldiçoadas. No final, o povo vencerá, pois está aprendendo rapidamente quem é a favor ou contra o Brasil, e nova derrota impingirá aos novos mocinhos, Serra ou Aécio, quando a vez chegar.
Quando esse tempo aparecer, Fernando Henrique já gagá escreverá uma nova carta; Alckmin continuará culpando o espelho e a antiga companheirada; Serra e Aécio se digladiarão para o povo ver nova sujeira subindo no ar; ACM já terá morrido de congestão, e o neto abandonado, estará sem rumo e
orientação.
Quando esse tempo novo advir, o horizonte será mais azul, as estrelas mais brilhantes piscarão, o brasileiro do Brasil se orgulhará, das terras daqui de cá do nosso planeta, produzindo a mil, alimentando a milhões, sem especulações, apenas com a própria garra e o gosto, de ver seu país mais
humano e menos servil.
Meu sonho não é só meu; ele é de muita gente neste nosso Brasil, de norte a sul, de tudo quanto é rincão escondido neste grande sertão, que sempre esperou ver a própria nação digna e forte, orgulho em ser passadaadiante para filhos e netos.
A minoria endinheirada continuará, mas terá que entender que
necessitará mais trabalhar, pois isso de só especular e estropiar, produzir miséria e solidão, será tempo passado e vencido.
2006-10-20 01:14:34
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