Todos anseiam ser felizes. Ser feliz é o desejo mais profundo do coração humano. Por isso, na passagem do ano desejamos um Feliz Ano Novo uns aos outros. Quando alguém casa, desejamos felicidades para o futuro do casal. Alguém que se forma nos estudos também recebe os votos de felicidades para sua vida profissional.
Existem muitas coisas que "trazem felicidade" e que podem ter as mais diferentes formas: para o cavaleiro a felicidade deste mundo está no lombo de um cavalo. Se alguém escapou ileso de um acidente, costumamos dizer que ele "teve a felicidade de não se ferir". Quantos buscam sua felicidade no jogo, na loteria ou no esporte? Outros tentam alcançar a felicidade por meios artificiais. Recentemente lemos em uma revista:
A ânsia pela felicidade e por emoções fortes leva milhões de jovens a estenderem suas mãos para a droga Ecstasy. Mas depois da euforia vem a ressaca – física e emocional... A ânsia por felicidade, por sentimentos intensos e o contato com outras pessoas leva muitos jovens a consumirem a droga regularmente...
A busca da felicidade e da alegria de viver mostra com extrema clareza que o ser humano de modo geral é infeliz. Até as pessoas que parecem ter alcançado tudo o que este mundo pode oferecer em brilho e glória, muitas vezes dão provas de sua infelicidade. O mundo da música e do cinema fala de felicidade, amor e alegria, mas a vida de muitos artistas prova que eles próprios são tudo menos felizes. Todos falam de felicidade, mas tão poucos são felizes.
2006-10-18 09:58:00
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answer #1
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answered by Lourenço 3
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Geovanna, Os conceitos de "felicidade" é mais ou menos diverso de filósofo para filósofo que versaram sobre o assunto. Ou seja, quase todos, porque à filosofia dita teórica (metasífica etc) há de completar a filosofia dita prática (moral, estética etc). Aquela, a moral, vez que vivemos em sociedade, divide-se ou articula-se em moral individual e moral social. Assim, temos já, apesar da diversidade, um elemento comum a muitos filósofos, a moral individual deve harmonizar-se positiva ou negativamente com a moral social. Dois exemplos "positivos", tê-mos-los já nos dois primeiros filósofos sistemáticos (ou seja, aqueles que trataram de todos os temas valiosos aos homens de maneira logicamene bastante travada, estando todas as partes (do sistema) logicamente em perfeito acordo com todas as demais, ainda que seja apenas discursivamente, ou seja, o acordo da totalidade do discurso filósofico consigo próprio. Platão, o primeiro filósofo sistemático, "idealista" e "essencialista", tem como felicidade do indivíduo a contemplação das Idéias ou Arquétipos das coisas existentes na natureza e na sociedade, primeirisssimamente a de "Bem", e, para atingir a tal, o indivíduo deve desligar-se do quanto é corpóreo e sensível, e, logo, corruptível, e, ainda, subordinar as partes inferiores da alma à superior que é precisamente a citada comtemplação (theôría, em grego); a moral social ou política deve, para ele, servir a esta ultima, seja: o Estado deve ser organizado de forma a propiciar o pleno exercício da moral individual, ou seja, precisamente aquelas que são características da alma superior, sabedoria, fortaleza, temperança, justiça etc. Aristóteles, "realista", divide-se em inidividual (ou "monástica": monós = único), familiar (ou "econômica": oikós = casa + nomos = regra, lei) e social ou política, concebendo ele aquela primeira, como fundamendalmente como a realização da tendência do que caracteriza o ser humano, ou seja, assim, como em Platão, a sabedria ou "razão" que determina que a felicidade se encontra no "justo meio" (p ex, a coragem - entre os extremos da covardia e da temeridade, retomando assim noção platônica de temperança). As outras duas morais de Aristóteles são muito frágeis e, assim, me dispenso de abordá-las aqui.
Considerando que esses dois filósofos são a pedra-de-toque e o alicerce, de toda a filosofia até hoje, podemos dizer, que a diversidade (filosófica) quanto à concepção de felicidade é apenas aparente, constituindo ela, por um lado, no assentamento daquilo que é característico do homem, a razão.
Ainda os que discordam deles, como Friedrich Nietzsche, tendo a verdade e, logo, a felicidade como absolutamente utilitárias, e, assim, relativas, concordam com um aspecto fundamental daqueles sistemas: o que caracteriza a filosofia (contrariamente às ciências) é a noção de "valor" e o único valor é o homem.
Disem que a filosofia do período helenístico foi meramente moral, o que não é verdade para o Estoicismo, cuja moral decorre logicamente de suas lógica e física.
O período romano, no que se refere ao pesamento, excetuado o Direito, é ponto-morto.
A dita Idade Média evidentemente nem sempre teve no homem o valor central, mas já começava a reelaborar tal concepção, ainda que indiretamente, quando conferia grande importância à filosofia e assim ia desdogmatizando a teologia de Tomás de Aquino.
Bem, muito sumariamente, a felicidade do ponto de vista estrito da filosofia é isto: viver segundo a razão.
(Se houver erros de digitação ou alguma palavra pulada, desculpe. A resposta me deu um bocado de trabalho).
2006-10-18 09:45:25
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answer #6
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answered by Anonymous
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