17 DE OUTUBRO DE 2006 - 17h01
Prejuízo com venda de livros explicaria fúria da Abril contra Lula
O governo brasileiro é o maior comprador individual do mundo de livros didáticos. No ano que vem, por meio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) vai comprar 102 milhões de exemplares para distribuição gratuita nas escolas públicas. Uma portaria do Ministério da Educação fez com que editoras menores pudessem ter participação ativa nas vendas ao governo e isso fez com que a Editora Abril deixasse de faturar cerca de R$ 40 milhões. Segundo o jornalista Alceu Nader, que publicou em seu blog a matéria reproduzida abaixo, isto explicaria a ira do grupo dos Civita contra o governo Lula.
"As empresas não têm ideologia, têm negócios".
A definição acima, pinçada dos estudos sobre cultura de massa dos filósofos alemães Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973), pode estar na origem da ira da Editora Abril e sua principal ponta-de-lança, a revista Veja, contra o PT e o governo Lula.
A artilharia da revista para a dinamitação de um então hipotético segundo mandato de Lula teve início na edição de 25 de maio do ano passado, com a capa do rato trajando terno, gravata vermelha e uma cigarrilha entre os dedos.
Nesse período, aponta reportagem do jornal Valor Econômico de hoje, intitulada "Editoras menores vendem mais ao governo federal", já se preparava no Ministério da Educação a portaria 2.963 , que viria a ser publicada dois meses depois no Diário Oficial.
Assinada pelo ministro Fernando Haddad, a portaria 2.963, "dispõe sobre as normas de conduta para o processo de execução dos Programas do Livro", proibe a distribuição de brindes e vantagens, veta a publicidade e a produção de eventos promocionais nas escolas, entre outros recursos de marketing que pudessem induzir os professores à escolha dos livros que iriam usar nas salas de aula.
"As regras para a divugação de livros ditáticos nas escolas públicas mudaram. E o jogo virou a favor das editoras de menor porte", diz o Valor.
O governo brasileiro é o maior comprador individual do mundo de livros didáticos. No ano que vem, por meio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) vai comprar 102 milhões de exemplares para distribuição gratuita nas escolas públicas.
A mudança nas regras de divulgação não foi nada boa para a Abril, pois colocou na ilegalidade suas práticas de marketing e divugação junto aos professores. Ao Valor, o diretor-geral da Abril-Educação, João Arinos dos Santos, diz:
2006-10-18
06:26:01
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marina sousa s
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Governo e Política
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