Por que haveria Deus de permitir o sofrimento?
Por não terem encontrado uma resposta satisfatória a essa pergunta, muitos perderam a fé em Deus. Acham que ele não está interessado na humanidade. Outros, que aceitam o sofrimento como realidade da vida, ficam amargurados e culpam a Deus por toda a perversidade na sociedade humana. Se é assim que você pensa, sem dúvida estará muito interessado nas declarações da Bíblia a respeito desses assuntos.
A Bíblia nos garante que o sofrimento que vemos ao nosso redor não é causado por Jeová Deus. Por exemplo, o discípulo cristão Tiago escreveu: “Quando posto à prova, ninguém diga: ‘Estou sendo provado por Deus.’ Pois, por coisas más, Deus não pode ser provado, nem prova ele a alguém.” (Tiago 1:13) Assim sendo, Deus não poderia ter causado os numerosos sofrimentos que afligem a humanidade. Ele não traz provações sobre as pessoas a fim de prepará-las para a vida no céu, tampouco faz com que as pessoas sofram por atos maus que supostamente cometeram numa vida anterior. — Romanos 6:7.
Além disso, embora se tenham feito muitas coisas terríveis em nome de Deus ou de Cristo, nada consta na Bíblia que sugira que Deus ou Cristo tivessem aprovado tais ações. Deus e Cristo nada têm a ver com os que afirmam servi-los mas que fraudam e trapaceiam, matam e saqueiam, e fazem muitas outras coisas que causam sofrimento humano. De fato, “o caminho do iníquo é algo detestável para Jeová”. Deus “está longe dos iníquos”. — Provérbios 15:9, 29.
A Bíblia descreve Jeová como ‘mui terno em afeição e misericordioso’. (Tiago 5:11) Ela proclama que “Jeová ama a justiça”. (Salmo 37:28; Isaías 61:8) Ele não é vingativo. Ele zela pelas suas criaturas de maneira compassiva e dá a todas elas o que é melhor para o seu bem-estar. (Atos 14:16, 17) Jeová vem fazendo isso desde o início da vida na Terra.
Todos nós estamos acostumados a ver e sentir dor e sofrimento. Pode, portanto, ser difícil imaginar um tempo sem sofrimento, mas era assim no começo da história humana. Até mesmo as lendas de algumas nações fazem alusão a tal começo feliz. Na mitologia grega, a primeira das “Cinco Eras do Homem” é chamada de “Era de Ouro”. Nela os humanos levavam uma vida feliz, livres da labuta, da dor e das devastações da velhice. Os chineses dizem que durante o reinado do mitológico Imperador Amarelo (Huang-Ti), as pessoas viviam em paz, desfrutando de harmonia até mesmo com os elementos naturais e animais selvagens. Entre os persas, os egípcios, os tibetanos, os peruanos e os mexicanos há lendas a respeito de uma época de felicidade e perfeição no começo da história da humanidade.
Os mitos das nações apenas refletem o mais antigo registro escrito da história humana, a Bíblia. Ela nos informa que Deus colocou o primeiro casal humano, Adão e Eva, num paraíso chamado jardim do Éden, e ordenou-lhes: “Sede fecundos e tornai-vos muitos, e enchei a terra, e sujeitai-a.” (Gênesis 1:28) Os nossos primeiros pais eram perfeitos e tinham a perspectiva de ver a Terra inteira se transformar num paraíso, ocupado por uma família humana perfeita, que teria uma vida de duradoura paz e felicidade. Este era o propósito de Deus ao criar a Terra e a humanidade. — Isaías 45:18.
Para permanecerem no favor de Deus, Adão e Eva teriam de evitar comer da “árvore do conhecimento do que é bom e do que é mau”. (Gênesis 2:16, 17) Se tivessem obedecido à lei de Jeová, não teria havido sofrimento para estragar a qualidade da vida humana. Por obedecerem à ordem de Deus, teriam demonstrado seu amor a Jeová e sua lealdade a ele. (1 João 5:3) Mas, como vimos no capítulo 6, as coisas não aconteceram dessa maneira. Instigada por Satanás, Eva comeu do fruto daquela árvore. Mais tarde, Adão também comeu do fruto proibido.
Percebe a seriedade do que aconteceu? Satanás estava atacando a posição de Jeová como Altíssimo. Por dizer “positivamente não morrereis”, o Diabo contradisse as palavras de Deus: “Positivamente morrerás.” As palavras adicionais de Satanás davam a entender que Jeová mantinha Adão e Eva ignorantes a respeito da possibilidade de se tornarem como Deus, de forma que não precisariam Dele para decidir o que é bom e o que é mau. Portanto, o desafio de Satanás questionou o direito e a legitimidade da posição de Jeová como Soberano Universal. — Gênesis 2:17; 3:1-6.
Satanás, o Diabo, também insinuou que as pessoas só continuariam obedientes a Jeová enquanto essa obediência lhes fosse vantajosa. Ou seja, a integridade humana foi questionada. Satanás fez a acusação de que nenhum humano permaneceria voluntariamente leal a Deus. Essa afirmação difamadora vem claramente à tona no relato bíblico a respeito de Jó, um servo fiel de Jeová que passou por um grande teste em alguma época antes de 1600 AEC. Ao ler os primeiros dois capítulos do livro de Jó, você poderá entender a razão do sofrimento humano e por que Deus o permite.
Jó, um “homem inculpe e reto”, veio a ser atacado por Satanás. Primeiro, Satanás atribuiu más motivações a Jó, perguntando: “É por nada que Jó teme a Deus?” Daí, o Diabo astutamente difamou tanto a Deus como a Jó, acusando Jeová de ter comprado a lealdade de Jó por protegê-lo e abençoá-lo. “Mas, ao invés disso”, disse Satanás em desafio a Jeová, “estende tua mão, por favor, e toca em tudo o que ele tem, e vê se não te amaldiçoará na tua própria face”. — Jó 1:8-11.
Servia Jó a Jeová simplesmente por causa das boas coisas que recebia de Deus? Resistiria a integridade de Jó a um teste? Por sua vez, tinha Jeová suficiente confiança em seu servo para permitir que fosse testado? Estas perguntas poderiam ser respondidas se Jeová permitisse que Satanás submetesse Jó ao mais severo dos testes. O proceder fiel de Jó sob o teste permitido por Deus, conforme narrado no livro de Jó, mostrou ser uma vindicação cabal da justiça de Jeová e da integridade do homem. — Jó 42:1, 2, 12.
O que aconteceu no jardim do Éden e a Jó, contudo, tem uma implicação mais profunda. As questões que Satanás levantou envolvem toda a humanidade, incluindo nós, hoje. O nome de Deus foi difamado, e sua soberania foi desafiada. A retidão da criação de Deus, o homem, foi questionada. Essas questões tinham de ser resolvidas.
Como ilustração, digamos que você é um pai amoroso de vários filhos, numa família feliz. Suponha que um de seus vizinhos divulgue mentiras, acusando você de ser um mau pai. Que dizer se esse vizinho disser que seus filhos não amam você, que eles só moram com você porque não conhecem outra coisa melhor, e que eles abandonariam o lar se alguém lhes desse uma oportunidade? ‘Absurdo!’, talvez diria. Sim, mas como provaria isso? Alguns pais talvez reagissem com ira. Além de criar mais problemas, tal reação violenta daria credibilidade às mentiras. Uma boa maneira de lidar com tal problema seria dar oportunidade ao acusador de provar a sua afirmação, e aos seus filhos a oportunidade de confirmar o seu amor sincero por você.
Jeová é como o pai amoroso. Adão e Eva podem ser comparados aos filhos, e Satanás se ajusta ao papel do vizinho mentiroso. Deus sabiamente não destruiu a Satanás e a Adão e Eva imediatamente, mas permitiu que esses transgressores continuassem a viver por algum tempo. Isso permitiu que nossos primeiros pais dessem origem à família humana, e deu ao Diabo uma oportunidade de provar se a sua afirmação era verdadeira ou não, de modo que as questões pudessem ser resolvidas. Desde o início, porém, Deus sabia que alguns humanos seriam leais a ele e provariam assim que Satanás é mentiroso. Quão gratos somos de que Jeová tem continuado a abençoar e a ajudar os que o amam! — 2 Crônicas 16:9; Provérbios 15:3.
Durante quase toda a história humana, Satanás teve plena liberdade de executar a sua trama para ganhar o domínio sobre a humanidade. Entre outras coisas, ele tem exercido influência sobre os poderes políticos e tem promovido religiões que sutilmente dirigem a adoração a ele em vez de a Jeová. Assim, o Diabo tornou-se “o deus deste sistema de coisas”, e ele é chamado de “o governante deste mundo”. (2 Coríntios 4:4; João 12:31) De fato, “o mundo inteiro jaz no poder do iníquo”. (1 João 5:19) Significa isso que Satanás provou a sua alegação de que poderia afastar de Jeová toda a humanidade? Certamente que não! Embora permitisse que Satanás continuasse a existir, Jeová tem levado avante a execução de seu propósito. O que, então, revela a Bíblia a respeito da razão de Deus ter permitido a perversidade?
A perversidade e o sofrimento não são causados por Jeová Deus. Visto que Satanás é o governante deste mundo e o deus deste sistema de coisas, ele e os que estão do seu lado são os responsáveis pela atual condição da sociedade humana e por todas as desgraças que a humanidade tem sofrido. Ninguém pode de direito dizer que Deus seja a causa de tais aflições. — Romanos 9:14.
Ter Jeová permitido a perversidade e o sofrimento tem provado que ser independente de Deus não resulta num mundo melhor. Inegavelmente, a História tem sido marcada por uma sucessão de desastres. A razão disso é que os humanos têm preferido seguir seu próprio rumo independente e não têm demonstrado genuína consideração para com a palavra e a vontade de Deus. Quando o antigo povo de Jeová e seus líderes deslealmente seguiram o “proceder popular” e rejeitaram a Sua palavra, os resultados foram desastrosos. Por meio de seu profeta Jeremias, Deus disse-lhes: “Os sábios ficaram envergonhados. Ficaram aterrorizados e serão apanhados. Eis que rejeitaram a própria palavra de Jeová, e que sabedoria é que eles têm?”
(Jeremias 8:5, 6, 9) Tendo deixado de seguir as normas de Jeová, a humanidade em geral tornou-se como um navio sem leme, arrastado de um lado para o outro num mar agitado.
http://www.jw.org/pt/publicacoes/livros/biblia-ensina/por-que-deus-permite-o-sofrimento/
2015-08-09 09:01:56
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Leia os textos abaixo e saberá:
Sofrimento e Evolução
Louis Fourcade
O sábio Epicteto já formulara, em poucas palavras, o sentido do sofrimento: “Não peças que as coisas se façam como tu as queres; limita-se a receber os acontecimentos, quais se te apresentam; é o segredo da felicidade". Mas, quem possui a força de resignação desse homem tão cheio de sabedoria diante da dor acabrunhante, quem tem a consciência. livre de penas e tribulações em face de um passado onde certamente vamos encontrar as origens dos sofrimentos e das infelicidades?
O Espiritismo, com a lei palingenésica, oferece acerca deste perturbador problema uma solução adequada e quiçá desejável. Assim, o que nos inquieta, perturba, contrista e, por vezes, anula de um só golpe todas as nossas esperanças materiais, ou os nossos corpos esplendentes de saúde, não é o efeito de um determinismo cego, mas, pelo contrário, corresponde a um princípio de causalidade lógica, que diz respeito com o livre arbítrio, responsável pelo nossos destinos.
Efetivamente, sofrimento e dor ocasionam uma mudança brusca no mundo da afectividade e, precisamente nesta desadaptação, inopinada, nossos seres se ajustarão a uma nova vida e a conseqüentes sensações de todo inesperadas.
Este fato é irrefutável, pois que ele deflui de outros fatos dos quais tira conseqüências para a nossa evolução.
O sentido do sofrimento, quando visto através da evolução contínua, revela uma origem racional, é indício positivo de resgate, ou, melhor dizendo, é o anunciador de um progresso certo da alma. Em realidade, a liberdade moral é um patrimônio da alma em suas mais elevadas formas; essa liberdade, porém, só é cabível dentro dos limites próprios às nossas aquisições em vidas anteriores, pela determinação consciente de cada individualidade, individualidade esta que oculta uma essência permanente, um princípio centralizador, uma função de síntese; estabelece, portanto, uma unidade e uma continuidade na multiplicidade dos fatos psíquicos. Assim concebido o problema do sofrimento humano, somos levados a volver sobre nós mesmos, a enchermo-nos de arrependimento que é o sentimento superior de reedificação, de liberação, assinalando os fins e entreabrindo as portas maravilhosas das esferas julgadas inacessíveis. Lá, vamos encontrar o principio da finalidade individual, da expiação e do arrependimento condizentes com a natureza sensível, isto é, com as disposições peculiares ao valor e ao esforço.
Max Scheler, psicólogo e filósofo alemão, perfeito conhecedor dessas questões, é bem explícito sobre o assunto; escutemo-lo: "a elevação da alma pelo arrependimento mostra o que em nós havia de inferior. O arrependimento é sofrimento e ao mesmo tempo higiene mental; a alma não procurará desembaraçar-se dele; por guardar em si todo o seu passado. Como seres encarnados não temos lembrança dos acontecimentos do passado, os quais, todavia, só em aparência estão infirmados em nossa vida psicológica. A idéia deles se conserva à disposição da consciência, fixando-se assim na parte ativa de nosso processo individual, pois que, de contrário, recairia, a todo o instante, na parte passiva do inconsciente".
Assim, pelo fato de o homem, em sua natureza virtual, estar propenso a um futuro cada vez mais elevado, torna-se compreensível a idéia de atos sucessivos, de solidariedade indestrutível no engrandecimento pela verdade e pelo bem, e que não podem recuar diante do desgosto estimulante e salvador das faltas do passado. Ora, a alma; posta em contacto com as zonas de pertubações e incertezas de sua existência, instrui-se por si mesma acerca dos fins que ela tem de atingir.
O sofrimento está repleto de ensinamentos, obriga a vida sensível a se subordinar à vida das atividades que repudiam o fatalismo de maneira que o sofrimento eleva os sentimentos pelas intenções de reparação, pela vocação eterna de absolvição.
A noção de livre arbítrio não modifica momentaneamente nossa vida de formas e de sensações, ela implica evidentemente uma estreita coesão do
passado reavivado, do presente fugitivo e do porvir certo. O conhecimento da solidariedade moral dos diversos processos de nossas individualidades, quando apreciados através de uma, série continua de vidas, faculta-nos a consciência das elevadas finalidades a que estão condicionados os nossos seres.
A Doutrina Espírita, tal como foi revelada pelo; ensinamentos de Kardec será estranha a estas soluções do problema do sofrimento em nosso planeta?
Não, é impossível separar o Espiritismo, em sua psicologia experimental, da compreensão racional da dor humana.
Se são numerosos os ignorantes e teimosos que não querem ver nada mais além da função orgânica do corpo, não menos certo é que grande parte da Humanidade, graças à renovação da psicologia pela investigação positiva dos fatos psíquicos, se mostra em condições de ter opinião e serenidade diante daquilo que turba a existência dos homens: as dores e os sofrimentos em seus infinitos graus.
Os materialistas e os cépticos têm o hábito de só ver a parte aparente da existência, excluindo a sua unidade e finalidade.
A prova que abala as nossas fibras mais ocultas, o mal que nos abate e rios desencoraja, apenas momentaneamente lhes ensombreiam a existência do espiritual.
Tudo isso, porém, se transforma em virtudes de força, paciência, devotamento quando penetramos em nós mesmos, quando, batendo no peito, reconhecemos o alcance de seu ensinamento.
Será possível suprimir-se o sofrimento em um mundo de controvérsias, de lutas, de pesquisas, que se movem entre o relativo e o contingente? Não :será absurdo acreditar-se possa haver igualdade em nossa maneira de viver, compreender e sentir?
Não erraremos dizendo que o mal, a dor, as desigualdades, no tocante à felicidade humana, fazem parte de maravilhoso plano de progresso As provas amargas da existência, as inferioridades miseráveis, as desgraças enganadoras são, no entanto. avisos de causalidades admiravelmente dispostas e que fazem funcionar o presente é o porvir, pelo chamamento do passado, colocando-nos em face de erros a reparar, concitando-nos a aceitar o efeito inexorável de nossos deméritos e méritos, supremas justificações de um Criador que a tudo proveu para o maior bem de todos na infinidade do tempo e do espaço. O ressentimento da prova física e moral comporta a virtude da paciência, tornando-nos resignados, mas, por um reflexo de auto defesa, nos premune, pelo arrependimento e pelo resgate, contra novos sofrimentos: compensações reais de nosso renovamento.
Em realidade, toda causa tem uma seqüência lógica, gérmen de uma causalidade nova. Ora, esta lei geral que implica na repetição de nossas existências se firma sobre qualidades já obtidas nos estados de vida onde o sofrimento foi o mestre iniciador. Quantos chamamentos às fontes nos fizeram tropeçar, quantos apelos à consciência moral, a fim de evitar as extravagâncias que nos fizeram sofrer. Sofremos porque faltamos à lei de Deus.
Quando estamos presos à dor, ocorre-nos ao pensamento que nossos infortúnios e males têm suas origens nas negligências do passado è, então, procuramos tirar deles o melhor proveito para que, com mais firmeza, marchemos em busca do futuro. Suportamos, com paciência, penas, torturas físicas e morais, desde que apelemos para a força soberana da renúncia, do esquecimento. Assim, ofereceremos nossas penas a Deus, pela necessidade imperiosa do resgate. Dizemos com convicção: a crença da alma é ativa, sejam quais forem as circunstâncias; o nosso comportamento interior suporta, sem revolta, sem queixa alguma, todas as tristezas e desapontamentos.
O ser que defende seus atos com toda a serenidade apesar dos assaltos infelizes a que está sujeito, demonstra ter fé na alma e em seu porvir, prova estar em condições de subir, com segurança e rapidamente, os degraus da evolução espiritual.
Tomemos o exemplo de Santa Teresa do Menino Jesus que se submeteu a Deus, com exaltação, em meio das múltiplas agonias da dor. Sua alma já alcandorada aos páramos da espiritualidade alma, de elite, trazia, com ela e nela, muitas qualidades de sofrimentos e de rara coragem, o que lhe permitia encontrar a felicidade real, a beatitude augusta em todos os seus penares.
Quase todos estamos longe de atingir este grau de elevação moral. E, no entanto, não temos em nós os rudimentos de renúncia, as mesmas possibilidades de essência providencial, os meios indispensáveis de reedificação?... E' precisamente nesta lei de redenção que vamos encontrar a fé que nos refaz e que, em nós, fará renascer a esperança. '
Ah! bem sabemos haver seres que ainda não sentiram as tribulações da existência. São os inclinados a viver como egoístas e a desconhecerem os sentimentos ele compaixão que elevam a alma. Nada, porém, para eles está perdido: terão, a seu tempo, de crescer nisto que eles ignoram e não quiseram aceitar.
Os que sofrem, que sofreram, que suportaram as dores provocadas pelos cravos pregados na cruz da prova, conheceram os profundos desesperos; estão, por isso mesmo, em condições de apreender o sentido do sacrifício liberador de suas almas. Encontrarão o caminho do serviço e do amor. Não sucumbirão no sofrimento, pois que este lhes dará acesso ao bem, ao incessante devotamento renovado (1).
(1) Capítulo traduzido do litro em preparação, na França, e intitulado "Espiritismo e Humanismo", de autoria do Sr. Louis Fourcade.
(Reformador nº12 – Dezembro/1950)
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Dores e sofrimentos
Enéas Martim Canhadas
Alguém disse, com sabedoria, que as dores são obrigatórias, mas os sofrimentos não. Suponho que uma frase como esta, represente bastante bem, o estado de espírito com o qual devemos encarar as dificuldades e os sofrimentos.
Sabemos, pelos conhecimentos científicos atuais, que a dor é, ao mesmo tempo, um problema para os seres humanos e um termômetro indispensável para a nossa proteção dos perigos, riscos, acidentes e mesmo das doenças. Que paradoxo! Pensar que o mesmo sintoma que indica uma doença é também a nossa salvação. A dor informa.
E, do ponto de vista espiritual, a dor transforma. No entanto, tal transformação vai depender de como vivemos a dor.
Se não fosse a dor não saberíamos, por exemplo, quando estamos machucados. Você poderia ter o seu dedo esmagado por um martelo e não sentiria nada. Num acidente automobilístico, você poderia sangrar até a morte sem perceber que foi ferido.
Vamos refletir sobre o sofrimento, quando ele se constitui numa armadilha para nos destruir, para arrebatar a nossa auto-estima e para nos fazer ficar com muita pena de nós mesmos. É quando corremos o risco de ficarmos perdidos pelo caminho que pode nos levar à destruição. Se comungamos com a Doutrina Espírita, que as nossas provas são proposições nossas, para um aprendizado quando encarnados, precisamos entender melhor o que é sofrer, o que é sentir dor e o que é sacrifício. A dor está, invariavelmente, ligada a aspectos físicos. A dor é física. Mas o sofrimento é moral. Um dos agravantes, é que moralizamos o sofrimento, conferindo-lhe conotações de virtude, santificação e até mesmo o sentido sacrificial.
Sobre os sacrifícios, falaremos mais adiante. O sofrimento, do ponto de vista moral, torna-se uma espécie de penitência, e, quanto maior for a capacidade de suportação do sofredor, maior será a sua recompensa, melhor será o seu lugar no céu imaginário da sua consciência, e mais rápida dar-se-á a sua salvação. O sofrimento então, é tido como uma espécie de passagem para a felicidade. Em algumas crenças ele é, literalmente, a passagem para o paraíso, como vemos noticiados nos jornais e na mídia em geral, todos os dias, sobre os homens e mulheres bombas.
Mas, você poderá estar se perguntando: quando estamos passando por dificuldades, como uma doença prolongada, ou quando a prova parece dura demais, essa pessoa não está sofrendo? No senso comum, chamamos a isso sofrimento ou dor. No sentido psicológico ou emocional, o que temos, é alguém com muito medo, ansiedade, angústia, baixa estima, depressão e outros termos para designar que, emocionalmente a pessoa está mal ou com problemas. Do ponto de vista espiritual, temos alguém que não está transcendendo a dor, e então perde a fé, duvida, desespera-se, e desesperar-se é, literalmente, desesperançar-se, ficar sem esperança. Daí decorrem a revolta ou a procura de um culpado. Geralmente é nesse momento que Deus entra na história dessas pessoas, não como a Providência mas como o responsável ou injusto por não acudir aquela alma em meio a tanto sofrimento.
Se a pessoa transcende a dor, abandona os seus desejos pessoais e contempla a determinação e a esperança que vem da fé. Digo que os desejos, nessa hora, precisam ser abandonados, por que a fé permanece, independente dos desejos realizados ou não. Quando há coincidência entre os nossos almejos e a fé, parece que chegamos quase à plenitude de um estado de espiritualização. Assim, parece que confirmamos que Deus ouve as nossas preces e está do nosso lado. Quando não temos as expectativas atendidas, resta-nos a fé para compreender o que aconteceu e prosseguir na trajetória evolutiva de compreensão e superação das frustrações, ou do vazio que se abre uma vez que, a felicidade que não veio após a dor.
Assim sendo, se você pensar com a tão propalada fé raciocinada, vai compreender que a dor é o fenômeno físico, mas o sofrimento é uma maneira de dizer que estamos com dor ou uma forma aviltada de pensar que o sofrimento é algo que nos é imposto junto com a dor. O sofrimento passa a existir, profundo e sem solução, quando não compreendemos a dor.
Mas, falando de sofrimento e dor, temos que falar também em sacrifício. É outra confusão que fazemos. Os sacrifícios constituem uma outra forma de moralizar a dor, no sentido de conferir-lhe sentido moral, isto é, julgar a dor se boa ou má, merecida ou não, em especial quando não estamos suportando. O sacrificado morre pelos outros, entrega-se. Morre no lugar dos outros. Viver sacrificando-se, tem o sentido de fazê-lo por alguém, ao invés desse alguém passar pelo sofrimento que lhe cabe. O gesto da pessoa que diz estar fazendo um sacrifício por alguém, afasta-o da razão do por quê está fazendo o que faz. Se eu me sacrifico por você, a razão verdadeira da minha intenção, que daria sentido ao que estou fazendo ou quero fazer para você, fica enviesada. Não me sacrifico pelo meu filho, mas faço por consciência e prazer da tarefa que abracei um dia. Não me sacrifico pela minha família, mas trabalho e me canso na tarefa de ser participante de uma construção que se faz a dois. O projeto do casamento é uma tarefa que se realiza pela dedicação de todos os seus componentes, pais e filhos, e não o sacrifício exclusivo de alguém, nem tão pouco o sacrifício de todos. Em outra situação, não me sacrifico por alguém que não conheço, até por que esse desconhecido, não reconhece a minha dedicação por ele pois, na nossa trajetória evolutiva, ainda não estamos capacitados a tal ponto que nos tornasse capazes de tamanha doação. Se fazemos por nós mesmos, pelo dever fazer, pela honra de ter o privilégio e de aproveitar a oportunidade de querer fazer, se fazemos por que julgamos justo, e se fazemos porque temos consciência do que é preciso fazer, então por quê o sacrifício? Se há honra, justiça e o dever moral de fazer, por quê desejo agradar e servir a você, então onde o sacrifício? Trata-se aí de dedicação, de ato de amor por alguém, e não de sacrifício.
Quer dizer que, se eu não precisasse fazer algo por você, então eu não o faria? Então trata-se de obrigação, dever ou coerção, e em nenhum desses casos cabe o conceito de sacrifício. O sacrificado é o bode expiatório. É aquele que carrega a carga dos outros. Os sacrifícios que o ser humano pratica ao longo da história da humanidade, são atos simbólicos. Derramar o sangue ou imolar a vítima escolhida para o sacrifício, evocará os favores divinos para os fiéis, seja alcançando graças ou aplacando a ira dos seus deuses, inclusive do Deus de Israel de que fala a Bíblia. Por isso os sacrifícios com animais sempre escolhiam um animal puro, sem mancha como diz a Bíblia no Velho Testamento e quando se tratava de sacrificar pessoas, geralmente eram crianças ou adolescentes para preservar também a pureza. Esses atos que hoje nos parecem horrendos, simbolizavam a limpeza e remissão de erros e pecados. A vítima do sacrifício não recebia nada em troca, a não ser a própria morte. Aquele que sacrifica-se por alguém o faz por ser virtuoso, não espera nada em troca a não ser os favores divinos. É uma prova de amor, e o sacrificado para realizar o verdadeiro sacrifício tem que ser perfeito de modo que não exista nele nem o mal e nem erro algum. Nós Espíritos encarnados, ainda na infância espiritual, não temos, nem de longe, as condições para ser vítima de sacrifício, muito menos em favor de alguém. O sofrimento do sacrificado não é sofrimento, mas sim o caminho natural daquele que possui a força necessária e suficiente, para passar pelas adversidades ou pelos problemas, segundo a proposição que deve ter feito quando do seu projeto reencarnatório.
Assim sendo, vamos ficar combinados que, ao sentir alguma dor, física ou moral, possamos compreendê-la no seu real significado e dimensão de aprendizado para as nossas vidas. Desta forma, seremos capazes de superá-la, mas sem a distorção do sofrimento (que muito facilmente nos faz vítimas ou cúmplices) ou do sacrifício (que impropriamente nos transforma em falsos redentores).
17/02/2004
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Causa das Aflições
Sérgio Biagi Gregório
RESUMO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Histórico. 4. Dor e Sofrimento: 4.1. Especificando os Termos; 4.2. Necessidade da Dor; 4.3. Tipos de Dor. 5. Lei de Ação e Reação: 5.1. Tempo; 5.2. O Merecimento. 6. Causas das Aflições: 6.1. Causas Atuais das Aflições; 6.2. Causas Anteriores das Aflições; 6.3. Justiça das Aflições. 7. Conclusão. 8. Bibliografia Consultada.
1. INTRODUÇÃO
Por que tanto sofrimento ao redor de nossos passos? Por que uns nascem na miséria e outros na opulência? Por que para uns tudo dá certo e para outros não? Estas são algumas dentre as muitas questões que ficam sem resposta lógica, quando analisamos a vida do ponto de vista de uma única encarnação. Olhemos a vida numa perspectiva mais ampla e obteremos respostas para todas essas dúvidas.
2. CONCEITO
Aflição - do latim afflictione. 1. Agonia, atribulação, angústia, sofrimento. 2. Tristeza, mágoa, pesar, dor. 3. Cuidado, preocupação, inquietação, ansiedade. 4. Padecimento físico; tormento, tortura. (Dicionário Aurélio)
Aflição, na essência, é o reflexo intangível do mal forjado pela criatura que o experimenta, e todo mal representa vírus de alma suscetível de alastrar-se ao modo de epidemia mental devastadora.
Freqüentemente, aflição é a nossa própria ansiedade, respeitável mas inútil, projetada no futuro, mentalizando ocorrências menos felizes que, em muitos casos, não se verificam como supomos e, por vezes, nem chegam a surgir. (Equipe FEB, 1997)
3. HISTÓRICO
O ser humano, premido pela necessidade, sempre buscou inventar aparelhos que lhe possibilitassem viver melhor. No que tange à dor, os antropólogos descobriram, já na Antigüidade, diversos instrumentos de cura. De lá para cá, as descobertas de novas técnicas se incrementaram. Foram inventados os raios-X, a anestesia, o laser e outros. Tudo para melhorar a saúde dos habitantes deste planeta.
4. DOR E SOFRIMENTO
4.1. ESPECIFICANDO OS TERMOS
Dor e Sofrimento — a simples reflexão sobre a dor e o sofrimento basta para evidenciar que eles têm uma razão de ser muito profunda. A dor é um alerta da natureza, que anuncia algum mal que está nos atingindo e que precisamos enfrentar. Se não fosse a dor sucumbiríamos a muitas doenças sem sequer nos dar conta do perigo. O sofrimento, mais profundo do que a simples dor sensível e que afeta toda a existência, também tem a sua razão de ser. É através dele que o homem se insere na vida mística e religiosa. (Idígoras, 1983)
4.2. NECESSIDADE DA DOR
A dor física anuncia que algo em nós não vai bem e precisa de melhora. Embora sempre queiramos fugir dela, ela nos oferece a oportunidade de reflexão — volta para o nosso interior —, objetivando o conhecimento de nós mesmos.
Dada a grande coerência da dor, tanto sofrem os grandes gênios e como as pessoas mais apagadas. Nesse sentido, observe o sofrimento anônimo daqueles que dão exemplo de santidade aos que lhe sentem os efeitos, mesmos ocultos e sigilosos.
4.3. TIPOS DE DOR
O processo de crescimento espiritual está associado à dor e ao sofrimento. De acordo com o Espírito André Luiz, a dor pode ser vista sob três aspectos:
1) Dor-expiação — que vem de dentro para fora, marcando a criatura no caminho dos séculos, detendo-a em complicados labirintos de aflição, para regenerá-la, perante a justiça. É conseqüência de nosso desequilíbrio mental, ou proceder desviado da rota ascensional do espírito. Podemos associá-la às encarnações passadas. Muitas vezes é o resgate devido ao mau uso de nosso livre-arbítrio.
2) Dor-evolução — que atua de fora para dentro, aprimorando o ser, sem a qual não existiria progresso. Na dor-expiação estão associados o remorso, o arrependimento, o sentimento de culpa etc. Na dor-evolução estão associados o esforço e a resistência ao meio hostil. Enquanto a primeira é conseqüência de um ato mau, a segunda é um fortalecimento para o futuro.
3) Dor-Auxílio — são as prolongadas e dolorosas enfermidades no envoltório físico, seja para evitar-nos a queda no abismo da criminalidade, seja, mais freqüentemente, para o serviço preparatório da desencarnação, a fim de que não sejamos colhidos por surpresas arrasadoras, na transição para a morte. O enfarte, a trombose, a hemiplegia, o câncer penosamente suportado, a senilidade prematura e outras calamidades da vida orgânica constituem, por vezes, dores-auxílio, para que a alma se recupere de certos enganos em que haja incorrido na existência do corpo denso, habilitando-se, através de longas reflexões e benéficas disciplinas, para o ingresso respeitável na vida espiritual (Xavier, 1976, p. 261 e 262)
5. LEI DA AÇÃO E REAÇÃO
O que é uma causa? É algo que origina um efeito. Por exemplo: qual a causa do leite? A vaca. Qual a causa da manteiga? O leite. Mas todas essas causas estão sujeitas a um princípio. Quando estamos falando de causa e efeito, estamos falando de tempo.
5.1. TEMPO
Que é o tempo? Sucessão de coisas ou de acontecimentos, que se expressam em termos de presente, passado e futuro. Embora na sua concepção infinita de tempo, o passado, o presente e o futuro se confundem, não há dúvida de que o ontem foi passado, o hoje é o presente e o amanhã o futuro.
Axioma: dada uma causa, o efeito se realiza necessariamente.
Importante: passagem do tempo, ou seja, podemos modificar a causa e concomitantemente o efeito.
5.2. O MERECIMENTO
Um exemplo clássico da Doutrina está na história da pessoa que perdeu o dedo, mas deveria ter perdido o braço.
Esta história foi retratada pelo Espírito Hilário Silva, no capítulo 20 do livro A Vida Escreve, psicografada por F. C. Xavier e Waldo Vieira, no qual descreve o fato de Saturnino Pereira que, ao perder o dedo junto à máquina de que era condutor, se fizera centro das atenções: como Saturnino, sendo espírita e benévolo para com todas as pessoas, pode perder o dedo? Parecia um fato que ia de encontro com a justiça divina. Contudo, à noite, em reunião íntima no Centro Espírita que freqüentava, o orientador espiritual revelou-lhe que numa encarnação passada havia triturado o braço do seu escravo num engenho rústico. O orientador espiritual assim lhe falou: "Por muito tempo, no Plano Espiritual, você andou perturbado, contemplando mentalmente o caldo de cana enrubescido pelo sangue da vítima, cujos gritos lhe ecoavam no coração. Por muito tempo, por muito tempo... E você implorou existência humilde em que viesse a perder no trabalho o braço mais útil. Mas, você, Saturnino, desde a primeira mocidade, ao conhecer a Doutrina Espírita, tem os pés no caminho do bem aos outros. Você tem trabalhado, esmerando-se no dever... Regozije-se, meu amigo! Você está pagando, em amor, seu empenho à justiça..."
6. CAUSAS DAS AFLIÇÕES
Faz parte do capítulo V de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, cujo título é Bem-Aventurados os Aflitos, e abrange os itens de 3 a 10.
As causas das aflições devem ser procuradas tanto no presente (atual encarnação) como numa existência passada. Devemos partir do princípio de que elas são justas. Se assim não pensarmos, poderemos cair no erro de jogar a culpa nos outros ou em Deus. Quer dizer, tudo o que se nos acontece tem um motivo, embora nem sempre o saibamos explicar com clareza.
Assim sendo, toda vicissitude pode ser vista sob dois ângulos:
6.1. CAUSAS ATUAIS DAS AFLIÇÕES
Aqui devemos refletir sobre o sofrimento que nos visita, fazendo algumas indagações a respeito. Em caso de anemia — será que me descuidei da alimentação? No caso do filho escolher o caminho do vício — dei-lhe a devida educação, os cuidados necessários? No caso de uma querela familiar — será que não fui injusto para com tal pessoa?
"Que todos aqueles que são atingidos no coração pelas vicissitudes e decepções da vida, interroguem friamente sua consciência; que remontem progressivamente à fonte dos males que os afligem, e verão se, o mais freqüentemente, não podem dizer: Se eu tivesse, ou não tivesse, feito tal coisa eu não estaria em tal situação". (Kardec, 1984, p. 72)
6.2. CAUSAS ANTERIORES
Não encontrando uma resposta satisfatória na presente encarnação, devemos nos reportar à encarnação passada. "Os sofrimentos por causas anteriores são, freqüentemente, como o das causas atuais, a conseqüência natural da falta cometida; quer dizer, por uma justiça distributiva rigorosa, o homem suporta o que fez os outros suportarem; se foi duro e desumano, ele poderá ser, a se turno, tratado duramente e com desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer em uma condição humilhante; se foi avarento, egoísta, ou se fez mal uso da fortuna, poderá ser privado do necessário; se foi mal filho, poderá sofrer com os próprios filhos etc." (Kardec, 1984, p. 74)
A regra é básica: devemos procurar a origem dos males nesta mesma encarnação. Não encontrando indícios, retornemos a uma outra. Mesmo tendo o esquecimento do passado, fica-nos uma lembrança, uma intuição.
6.3. JUSTIÇA DAS AFLIÇÕES
A dor não é castigo: é contingência inerente à vida, cuja atuação visa a restauração e o progresso.
A dor-expiação é cármica, de restauração, é libertação de carga que nos entrava a caminhada; é reajuste perante a vida, reposição da alma no roteiro certo. Passageira, nunca perene.
A dor-evolução, tem existência permanente, embora variável segundo as experiências vividas pelo espírito. Ela acompanha o desenvolvimento, é sua indicação, é sinal de dinamização, inevitável manifestação de crescimento. É a dor, na sua essência, uma vez que as outras são passageiras e evitáveis, mesmo que o Espírito se envolva em suas malhas, por séculos, às vezes.
Jesus, quando falava de dor, sede e fome, referia-se à dor-evolução, à dor insita no crescimento do Espírito impulsionado pela fome de aprender e pela sede de saber. (Curti, 1982, p. 39)
7. CONCLUSÃO
"Saibamos sofrer e sofreremos menos". Eis o dístico que devemos nos lembrar em todos os estados depressivos de nossa alma, a fim de nos fortalecermos para o futuro.
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CURTI, R. Bem-Aventuranças e Parábolas. São Paulo, FEESP, 1982.
EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de Janeiro, FEB, 1995.
FERREIRA, A. B. de H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, s/d/p.
IDÍGORAS, J. L. Vocabulário Teológico para a América Latina. São Paulo, Edições Paulinas, 1983.
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed., São Paulo, IDE, 1984.
XAVIER, F. C. Ação e Reação, pelo Espírito André Luiz. 5. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1976.
XAVIER, F. C., VIEIRA, W. A Vida Escreve, pelo Espírito Hilário Silva. 3. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1978.
2006-10-18 08:27:38
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answer #3
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