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2006-10-18 01:59:46 · 8 respostas · perguntado por Laertes A 1 em Educação e Referência Conhecimentos Gerais

8 respostas

HANSENÍASE (MS)



Aspectos Epidemiológicos

A hanseníase é uma doença crônica granulamatosa proveniente de infecção causada pelo Micobacterium leprae. Este bacilo tem a capacidade de infectar grande número e indivíduos, mas poucos adoecem pela sua baixa patogenicidade, propriedade esta que não é função apenas de suas características intrínsecas, mas que depende, sobretudo, de sua relação com o hospedeiro e grau de endemicidade do meio. O domicílio é apontado como importante espaço de transmissão da doença, embora ainda existam grandes lacunas de conhecimento quanto aos prováveis fatores de risco implicados, especialmente aqueles relacionados ao ambiente social. Apesar de baixa patogenicidade, o poder imunogênico do Micobacterium leprae é responsável pelo alto potencial sita intracelular obrigatório que apresenta afinidade por células cutâneas e incapacitante da hanseníase, o que permite afirmar que este bacilo é de alta infectividade. A hanseníase parece ser uma das mais antigas doenças que acomete o homem. As referências mais remotas datam de 600 A.C e procedem da Índia, que juntamente com a África podem ser consideradas o berço da doença. A melhoria das condições de vida e o avanço do conhecimento científico modificaram significativamente esse quadro e, hoje, a hanseníase tem tratamento e cura.

_ Agente Etiológico: bacilo álcool-ácido resistente, Mycobacterium leprae. É um parasita intracelular obrigatório que apresenta afinidade por células cutâneas e por células dos nervos periféricos.

_ Reservatório: o homem é reconhecido como a única fonte de infecção,

embora tenham sido identificados animais naturalmente infectados - o tatu, o macaco mangabei e o chimpanzé. Os doentes multibacilares sem tratamento –hanseníase Virchowiana e hanseníase Dimorfa - são capazes de eliminar grande quantidade de bacilos para o meio exterior (carga bacilar de cerca de 10.000.000 de BAAR presentes na mucosa nasal).

_ Modo de Transmissão: a principal via de eliminação dos bacilos é a via aérea superior sendo o trato respiratório a mais provável via de entrada do Mycobacterium leprae no corpo. O trato respiratório superior dos pacientes multibacila-res (Virchowianos e Dimorfos), é a principal fonte de Mycobacterium leprae encontrada no meio ambiente. Não se pode deixar de mencionar a possibilidade de penetração do bacilo pela pele, com solução de continuidade.

_ Período de Incubação: a hanseníase apresenta longo período de incubação: de dois a sete anos. Há referência a períodos mais curtos, de sete meses, como também, de mais de dez anos.

CID-10 A30

_ Período de Transmissibilidade: os doentes paucibacilares não são considerados importantes como fonte de transmissão da doença, devido à baixa carga bacilar. Os pacientes multibacilares constituem o grupo contagiante e assim se mantêm enquanto não se iniciar o tratamento específico.

_ Suscetibilidade e Imunidade: a exemplo de outras doenças infecciosas, a conversão de infecção em doença depende de interações entre fatores individuais e ambientais. Devido ao longo período de incubação é menos freqüente na infância.

Contudo, em áreas mais endêmicas, a exposição precoce em focos domiciliares aumenta a incidência de casos nessa faixa etária. Embora acometa ambos os sexos, observa-se predominância do sexo masculino (2:1).

_ Distribuição e Morbidade: a hanseníase é endêmica nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. O coeficiente de prevalência da hanseníase no país, em 1997, foi de 5,43 casos por 10.000 habitantes, com 86.741 casos em registro

ativo, colocando o Brasil em 2º lugar no mundo em número absoluto de casos, sendo superado apenas pela Índia. O coeficiente de detecção de casos novos (incidência), no ano de 1997, foi de 2,78 casos por 10.000 habitantes.

Vale ressaltar que a meta estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é eliminar a hanseníase como problema de saúde pública até o ano 2000, isto é, atingir uma prevalência de menos de 1 caso por 10.000 habitantes.

_ Aspectos Clínicos

Os aspectos morfológicos das lesões cutâneas e classificação clínica nas 4 formas abaixo podem ser utilizados nas áreas com profissionais especializados e em investigação científica. Entretanto, a ampliação da cobertura de diagnóstico e tratamento impõe a adoção da classificação operacional, baseada no número de lesões:

Quadro 1

Sinopse para Classificação das Formas Clínicas da Hanseníase

CARACTERÍSTICAS

hipocrômicas e/ou eritemo-hipocrômicas, com ou sem diminuição da sudorese e rarefação de pelos. Negativa Indeterminada (HI) Paucibacilar (PB) Placas eritematosas, eritemato-hipocrômicas, bem delimitadas, hipo ou anestésicas, comprometimento de Clínicas Bacterioscópicas

Formas

Clínicas

Classificação Operacional vigente para a rede básica

Áreas de hipo ou anestesia, parestesias, manchas nervo.

Negativa

Tuberculóide (HT)

_ 5 lesões de pele e/ou apenas 1 tronco nervoso acometido

Lesões pré-foveolares (eritematosas planas com o centro claro). Lesões foveolares (eritematopigmentares (de tonalidade ferruginosa ou pardacenta). Apresentando alterações de sensibilidade.Positiva (Bacilos e globias ou com raros bacilos) ou Negativa Dimorfa (HD) Eritema e infiltração difusos, placas eritematosas infiltradas e de bordas mal definidas, tubérculos e nódulos, madarose, lesões das mucosas, com alteração de sensibilidade.

Positiva

(Bacilos abundantes e globias)

Virchoviana (HV)

Multibacilar (MB)

> de 5 lesões de pele e/ou mais de um tronco nervoso acometido

Notas:

_ Na hanseníase Virchowiana, afora as lesões dermatológicas e das mucosas, ocorrem também lesões Viscerais.

_ As manifestações neurológicas são comuns a todas as formas clínicas. Na hanseníase indeterminada não há comprometimento de troncos

nervosos, não ocorrendo por isso, problemas motores. Na hanseníase tuberculóide o comprometimento dos nervos é mais precoce e mais intenso.

_ Os casos não classificados quanto à forma clínica serão considerados para fins de tratamento como multibacilares.

3_ Diagnóstico Diferencial: as seguintes dermatoses podem se assemelhar a algumas formas e reações de hanseníase, e exigem segura diferenciação: eczemátides, nevo acrômico, pitiríase versicolor, vitiligo, pitiríase rósea de Gilbert, eritema solar, eritrodermias e eritemas difusos vários, psoríase, eritema polimorfo, eritema nodoso, eritemas anulares, granuloma anular, lúpus eritematoso, farmacodermias, fotodermatites polimorfas, pelagra, sífilis, alopécia areata (pelada), sarcoidose, tuberculose, xantomas, hemoblastoses, esclerodermias, neurofibromatose de Von Recklinghausen.

_ Tratamento: o tratamento é eminentemente ambulatorial. Nos serviços básicos de saúde administra-se uma associação de medicamentos, a POLIQUIMIOTERAPIA, padrão OMS (PQT/OMS). A regularidade do tratamento é fundamental para a cura do paciente. A prevenção de deformidades é atividade primordial

durante o tratamento e, em alguns casos, até mesmo após a alta, sendo parte integrante do tratamento do paciente com hanseníase. Para o paciente, o aprendizado do auto cuidado é arma valiosa para evitar seqüelas.

_ Esquemas Terapêuticos

Esquema Padrão OMS (Poliquimioterapia/OMS)

DROGA PAUCIBACILAR MULTIBACILAR

Rifampicina (RFM) 600 mg uma vez por mês, supervisionadas 600 mg uma vez por mês, supervisionadas.

Dapsona (DDS) 100 mg uma vez ao dia, auto-administradas. 100 mg uma vez ao dia, auto-administradas.

Clofazimina (CFZ) - 300 mg uma vez ao mês, supervisionadas + 100 mg em dias alternados ou 50mg diárias autoadministradas. Seguimento dos casos Comparecimentos mensais para a medicação supervisionada, no período de tratamento de 6 doses mensais até 9 meses. Comparecimentos mensais para a medicação supervisionada, no período de tratamento de 24 doses mensais, em até 36 meses. Intolerâncias às drogas do esquema padrão OMS são raras. Nesses casos devem ser utilizados esquemas alternativos. (Ver Guia de Controle/Manual de Procedimentos em Hanseníase).

_ Novos Esquemas de Poliquimioterapia/ OMS

A partir de 1998, a OMS recomenda o esquema padrão com a redução do trata-mento dos casos MB para 12 doses, em até 18 meses, e uma nova associação de drogas para os casos diagnosticados com lesão única de pele (lesão única de pele, mancha ou mácula hipocrômica, eritêmato-acastanhada ou área com alteração de sensibilidade cutânea, sem envolvimento de tronco nervoso): O esquema ROM (Rifampicina + Ofloxacina + Minociclina). O Ministério da Saúde adotou o esquema ROM para todas as Unidades de Saúde com diagnóstico clínico e tratamento e o esquema de PQT/OMS 12 doses em todas as US de referência.

4 CLASSIFICAÇÃO OPERACIONAL DROGA PAUCIBACILAR MULTIBACILAR LESÃO ÚNICA (ROM)

Rifampicina (RFM) 600 mg uma vez por mês, supervisionadas 600 mg uma vez por mês, supervisionadas num total de 12 doses mensais em até 18 meses. 600mg dose única supervisionada

Dapsona 100 mg uma vez ao dia, autoadministradas.100 mg uma vez ao dia, auto-(DDS) administradas (12 doses mensais).

(CFZ) -300 mg uma vez ao mês, super-Clofazimina visionadas (12 doses mensais) + 100 mg em dias alternados ou 50mg diárias auto-administradas

(12 meses).

Minociclina (MINO) - - 00mg administrada em dose única supervisionada

Ofloxacina (OFLO) - - 400mg administrada em dose única supervisionada

_ Esquema padrão (Poliquimioterapia) doses infantis por faixa etária:

Paucibacilares

Idade em Anos Dapsona (DDS) Diária Auto-Administrada (mg) Rifampicina (RFM) Mensal Supervisionada (mg)

0-5 25 150-300

6-14 50-100 300-450

>15 100 600

Multibacilares

Idade em Anos

Dapsona (DDS) Diária Auto-Administrada

Rifampicina (RFM) Mensal Supervisionada

Clofazimina (CFZ) (mg) (mg) auto-administrada (mg) sup. Mensal (mg)

0 - 5 25 150 - 300 10/semana 100

6 - 14 50 - 100 300 - 450 150/semana 150 - 200

> 15 100 600 50/dia 300

_ Estados Reacionais: estados reacionais são intercorrências agudas que podem ocorrer na hanseníase, por manifestação do sistema imunológico do paciente. Aparecem tanto no tratamento, quanto após a alta, não exigindo a suspensão ou reinício da poliquimioterapia. As reações podem ser de 2 tipos:

Tipo 1: também chamada REAÇÃO REVERSA. Ocorre mais freqüentemente em pacientes com hanseníase tuberculóide e dimorfa. Caracteriza-se por ERITEMA e EDEMA DAS LESÕES e/ou ESPESSAMENTO DE NERVOS com DOR À PALPAÇÃO DOS MESMOS (NEURITE). A neurite pode evoluir sem dor (NEURITE SILENCIOSA). É tratada com Prednisona via oral (VO) 1-2mg/kg/dia, com redução a intervalos fixos, conforme avaliação clínica (consultar o Guia para o Controle da Hanseníase CNDS/FNS/MS).Hanse

Tipo 2: ou ERITEMA NODOSO. Os pacientes com hanseníase virchowiana são os mais acometidos. Caracteriza-se por nódulos eritematosos, dolorosos, em qualquer parte do corpo. Pode evoluir com neurite. Trata-se com Talidomida (VO) - 100/400mg/dia, somente em paciente do sexo masculino (É PROIBIDO O USO EM MULHERES EM IDADE FÉRTIL DEVIDO A OCORRÊNCIA DE TERATOGENICIDADE); ou prednisona (VO) - 1-2mg/kg/dia. Também é feita em intervalos fixos, após avaliação clínica.

_ Efeitos Colaterais: as medicações usadas na poliquimioterapia da hanseníase são conhecidas há bastante tempo e também usadas em outras doenças, porém, como em qualquer tratamento medicamentoso, deve-se ter atenção para a presença de possíveis efeitos colaterais.

_ Critérios para Alta por cura: o paciente obtém alta por cura ao completar as doses preconizadas, não necessitando ficar sob vigilância do serviço de saúde. Pacientes da forma paucibacilar farão 6 doses de PQT/OMS em até 9 meses de tratamento e aqueles tratados com esquema ROM farão dose única, e os pacientes da forma multibacilar farão 24 doses de PQT/OMS em até 36 meses, ou 12 doses em até 18 meses no caso do esquema de curta duração. A presença de reações não impede a alta, o mesmo se aplicando à presença de seqüelas. Ao final das 24 doses, o paciente multibacilar pode apresentar baciloscopia positiva com bacilos fragmentados, ou seja, sem poder de multiplicação e de transmissão da doença, o que não impede a alta. A eliminação de restos bacilares deve-se ao sistema imunológico do indivíduo e não à administração de medicamentos por um tempo mais prolongado. Deve-se ter especial atenção aos estados reacionais pós alta. Os pacientes devem ser exaustivamente esclarecidos sobre estados reacionais que poderão ocorrer, o que implicará em retorno imediato ao Serviço de Saúde para cuidados exclusivos, sem quimioterapia específica (ver tratamento de estados reacionais). O esclarecimento e a cooperação do paciente são fatores primordiais para o sucesso do tratamento e prevenção de incapacidades.

_ Recidiva

Não é considerada recidiva a ocorrência de episódio reacional após a alta por cura.

PB-pacientes que após a alta por cura apresentarem dor em nervo não afetado anteriormente, novas alterações de sensibilidade, lesões cutâneas novas e/ou exarcebação de lesões anteriores que não respondam a corticoterapia, de acordo com as doses preconizadas.

MB: pacientes com típicas lesões cutâneas virchovianas ou dimorfas, lesões reacionais após 3 anos de alta por cura ou que continuam com reações após o 5º ano de alta. A confirmação baciloscópica deve considerar a presença de bacilos íntegros e globias, com revisão de lâmina por laboratório de referência. Todo caso suspeito de recidiva deve ser investigado e, se confirmado, reintroduzido o tratamento e notificado.

Gia de Vigi

_ Diagnóstico Laboratorial

_ Tipos de Exames

Exame baciloscópico: a baciloscopia poderá ser utilizada como exame com-plementar para classificação dos casos em MB e PB. Baciloscopia positiva indica hanseníase multibacilar independente do número de lesões.

Exame Histopatológico: indicado para elucidação diagnóstica e em pesquisas.

_ Vigilância Epidemiológica

O objetivo do Programa de Controle da Hanseníase é reduzir a morbidade da doença para menos de um (1) doente por 10.000 habitantes até o ano 2000, meta de eliminação proposta pela OMS. Os casos novos devem ser detectados precocemente e tratados para interromper a cadeia de transmissão da doença e prevenir as incapacidades físicas.

_ Notificação: a hanseníase é doença epidemiológica de notificação compulsória em todo território nacional e de investigação obrigatória. Cada caso deve ser notificado através da ficha de notificação/investigação do Sistema de Informações de Agravo de Notificação (SINAN), enviando-a em papel ou em meio magnético ao órgão de vigilância epidemiológica hierarquicamente superior, segundo fluxo e periodicidade estabelecidos na UF e em conformidade com o Manual de Procedimentos do SINAN.

_ Definição de Caso

Um caso de hanseníase é uma pessoa que apresenta um ou mais dos critérios listados a seguir, com ou sem história epidemiológica e que requer tratamento específico para hanseníase:

_ Lesão(ões) de pele com alteração de sensibilidade;

_ Espessamento neural acompanhado de alteração de sensibilidade;

_ Baciloscopia positiva para Micobacterium leprae.

Obs.: a baciloscopia negativa não afasta o diagnóstico de hanseníase.

_ Investigação Epidemiológica do caso: a investigação epidemiológica inclui o exame dermatoneurológico de todas as pessoas que convivem no domicílio com o caso novo de hanseníase, qualquer que seja a sua forma clínica, com o intuito de descobrir a fonte de infecção e conhecer outros casos oriundos dessa mesma fonte.

2006-10-18 02:08:29 · answer #1 · answered by John - Se chamarem digam que saí 7 · 0 1

Hanseníase
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Lepra)
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Missionário leproso inglês Padre DamienA Lepra (ou Hanseníase ou mal de Hansen, do nome de Gerhard Hansen, que identificou o agente da doença) é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae que afeta os nervos e a pele e que provoca danos severos. Ela é endêmica em certos países tropicais, em particular na Ásia. O Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em casos de hanseníase. Os doentes são chamados leprosos, apesar de que este termo tenda a desaparecer com a diminuição do número de casos e dada a conotação pejorativa a ele associada.




Índice [esconder]
1 Epidemiologia
2 Progressão e sintomas
2.1 Lepra Tuberculóide
2.2 Lepra Lepromatosa (ou Lepra Virchowiana)
3 Diagnóstico
4 Tratamento
5 História



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Epidemiologia
Além do Homem, o único outro animal de que se tem notícia que pode ser afetado pela lepra é o tatu. Este animal pode servir de reservatório e há casos comprovados no Sul dos EUA de transmissão por ele. Contudo a maioria dos casos é de transmissão entre seres humanos.

A lepra ataca hoje em dia ainda mais de 11 milhões de pessoas em todo o mundo. Há 700.000 casos novos por ano no mundo. No entanto em países desenvolvidos é quase inexistente, por exemplo a França conta com apenas 250 casos declarados. Em 2000, 738.284 novos casos foram identificados (contra 640.000 em 1999). A OMS referencia 91 países afetados: a Índia, a Birmânia, o Nepal totalizam 70% dos casos em 2000. Em 2002, 763.917 novos casos foram detectados: o Brasil, Madagáscar, Moçambique, a Tanzânia e o Nepal representam então 90% dos casos de lepra. Estima-se a 2 milhões o número de pessoas severamente mutiladas pela lepra em todo o mundo.

A contaminação se faz por via respiratória, pelas secreções nasais ou pela saliva, mas é muito pouco provável a cada contato. A incubação, excepcionalmente longa (vários anos), explica por que a doença se desenvolve somente em indivíduos adultos. Noventa por cento (90%) da população tem resistência ao bacilo de Hansen, causador da hanseníase.As formas contagiantes são a virchowiana e a dimorfa.

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Progressão e sintomas

Dedo afectado pela LepraO tempo de incubação após a infecção é longo, de 2 a 20 anos.

Um dos primeiros efeitos da lepra, devido ao acometimento dos nervos, é a supressão da sensação térmica, ou seja, a capacidade de diferenciar entre o frio e o calor no local afetado. Mais tardiamente, pode evoluir para diminuição da sensação de dor no local.


Perna com lesões de LepraA Hanseníase indeterminada é a forma inicial da doença, e consiste na maioria dos casos em manchas de coloração mais clara que a pele ao redor, podendo ser discretamente avermelhada, com alteração de sensibilidade à temperatura, e, eventualmente, diminuição da sudorese (suor) sobre a mancha. A partir do estadio inicial, a hanseníase pode então permanecer estável (o que acontece na maior parte dos casos) ou pode evoluir para lepra tuberculoide ou lepromatosa, dependendo da predisposição particular de cada paciente. A Hanseniase pode adotar também vários cursos intermédiários entre estes dois tipos de hanseníase, sendo então denominada Hanseníase Dimorfa.

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Lepra Tuberculóide
Esta forma de hanseníase ocorre em pacientes que têm boa resposta imunitária ao Bacilo de Hansen. O sistema imune consegue conter a disseminação do bacilo através da formação de agrupamentos de macrófagos, agrupamentos estes denominados "granulomas". Neste tipo de hanseníase, as manchas são bem delimitadas e assimétricas, e geralmente são encontradas apenas poucas lesões no corpo.

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Lepra Lepromatosa (ou Lepra Virchowiana)
É a forma mais insidiosa e lenta da doença, e ocorre nos casos em que os pacientes têm pouca defesa imunitária contra o bacilo.

As lesões cutâneas são lepromas ou hansenomas (nódulos infiltrados), numerosas, afetando todo o corpo, particularmente o rosto, com o nariz apresentando coriza e congestão nasal.
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Diagnóstico
O diagnóstico é clínico-epidemiológico e laboratorial. Em uma região do país em que a hanseníase é endêmica, quando não se dispõe de recursos laboratoriais , o diagnóstico é clínico (pelos sintomas).

Com o auxilio de laboratório faz-se biópsia da lesão e colhe-se a linfa cutânea dos lóbulos das orelhas e dos cotovelos. Procura-se o BAAR (Bacilo Álcool Ácido Resistente) com técnica de Ziehl-Neelsen, que é a Micobacteria.

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Tratamento
Hoje em dia, a lepra é tratavel com antibióticos, e esforços de Saúde Pública são feitos para o tratamento dos doentes, para próteses de pacientes curados e para a prevenção.

Apesar de não mortal, a lepra pode acarretar invalidez severa e/ou permanente se não for tratada a tempo. O tratamento comporta diversos antibióticos, a fim de evitar selecionar as bactérias resistentes do germe. A OMS recomenda desde 1981 uma poliquimioterapia (PQT) composta de três medicamentos: a dapsona, a rifampicina e a clofazimina. Essa associação destrói o agente patogênico e cura o paciente. O tempo de tratamento oscila entre 6 e 24 meses, de acordo com a gravidade da doença.

Quando as lesões já estão constituídas, o tratamento se baseia, além da poliquimioterapia, em próteses,em intervenções ortopédicas, em calçados especiais, etc.Além disso uma grande contribuição à prevenção e ao tratamento das incapacidades causadas pela hanseníase é a fisioterapia. No Brasil o terma lepra foi substiuído por hanseníase, devido à discriminação sofrida pelos pacientes.

Ainda no Brasil, há a ONG MORHAN (Movimento de Reintegração das pessoas atingidas pela Hanseníase) que faz um trabalho contra o preconceito e ajuda aos portadores da doença.

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História

O uso de sino era obrigátorio para os leprosos na Idade MédiaDesde que a escrita existe, tem-se registro de como a lepra representou uma ameaça, e os leprosos isolados da sociedade. No Egipto antigo, há referencias à lepra com mais de 3000 mil anos em hieroglifos (de 1350 AC). A [[Bíblia]] contém passagens fazendo referência à « lepra », sem que se possa saber se se trata da doença: este termo foi utilizado para designar diversas doenças dermatológicas de origem e gravidade variáveis. A antiga lei israelita obrigava aos religiosos a saberem reconhecer a doença.

A lepra foi durante muito tempo incurável e muito mutiladora, forçando o isolamento dos pacientes em leprosários, principalmente na Europa na Idade média, onde eram obrigados a carregar sinos para anunciar a sua presença. A lepra deu nessa altura origem a medidas de segregação, algumas vezes hereditárias, como no caso dos Cagots no sudoeste da França.


Retirado de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Hansen%C3%ADase"

2006-10-18 10:15:26 · answer #2 · answered by neto 7 · 0 0

O significado em se da palavra Hanseniase eu não sei. Só sei que é uma doença que no passado era chamada de lepra. A Hanseiniase também é caracterizada por ser um das doenças mais antiga da história sendo citada até na Bíblia.

2006-10-18 09:48:39 · answer #3 · answered by Maga 4 · 0 0

Oi, Laertes!

Hanseníase é uma doença também conhecida como lepra, morféia, mal-de-Lázaro, mal-da-pele ou mal -do-sangue.
Tem esse nome em homenagem ao seu descobridor, o cientista Gerhardt Hansen que, em 1872 desmistificou a existência da 'peste' (a doença estava relacionada à idéia de castigo divino e era tida como incurável), provando que ela era causada por uma bactéria: o bacilo de Hansen.

Um abraço.
Cris

2006-10-18 09:24:00 · answer #4 · answered by Tin 7 · 0 0

É o mal de HANSEN ; é o mesmo que lepra.

2006-10-18 09:18:32 · answer #5 · answered by Tricolor Flu 4 · 0 0

Hanseníase
Doença que tem cura. Na primeira dose do tratamento, 99% dos bacilos são eliminados e não há mais chances de contaminação.



O que é?


Doença causada por um micróbio chamado bacilo de Hansen (mycobacterium leprae), que ataca normalmente a pele, os olhos e os nervos. Também conhecida como lepra, morféia, mal-de-Lázaro, mal-da-pele ou mal -do-sangue.




Transmissão


Não é uma doença hereditária. A forma de transmissão é pelas vias aéreas: uma pessoa infectada libera bacilo no ar e cria a possibilidade de contágio. Porém, a infecção dificilmente acontece depois de um simples encontro social. O contato deve ser íntimo e freqüente.




Contágio


A maioria das pessoas é resistente ao bacilo e, portanto, não adoece. De 7 doentes, apenas um oferece risco de contaminação.

Das 8 pessoas que tiveram contato com o paciente com possibilidade de infecção, apenas 2 contraem a doença. Desses 2, um torna-se infectante.




O ataque da doença


O bacilo de Hansen pode atingir vários nervos, mas contamina mais freqüentemente o dos braços e das pernas. Com o avanço da doença, os nervos ficam danificados e podem impedir o movimentos dos membros, como fechar mãos e andar.
1 - Nervos mais atingidos.






Cuidados que o doente deve ter



Olhos
Repare se você tem permanentemente a sensação de estar com areia nos olhos, a visão embaçada ou ressecada de repente, ou se tem piscado mais que o normal. Pode ser um pequeno nervo dos olhos afetado pela doença.

O que fazer - Observe se há ciscos e limpe com soro. Se está difícil fechar os olhos, exercite-os forçando o músculo ao abrir e fechar.





Nariz
Se sente que o nariz tem ficado entupido com freqüência, se têm aparecido cascas ou sangramentos súbitos, se tem sentido cheiro ruim, o osso do nariz pode ter sido atingido pela doença.

O que fazer - Limpe o nariz com soro fisiológico, inspirando e expirando. Nunca arranque as casquinhas.





Mãos e braços
Se nota dor ou formigamento, choque ou dormência nas mãos, braços e cotovelos ou se as mãos ficam inchadas e com dificuldade de sustentar os objetos, fique atento.

O que fazer - Faça repouso do braço afetado, evite os movimentos repetitivos e não carregue objetos pesados. Procure o serviço de saúde. Use óleos ou cremes para evitar ressecamento.





Pés
Se sente dor e câimbras nas pernas, fraqueza nos pés, formigamento ou choque; se surgem muitas feridas, calos ou bolhas, é sinal de que o nervo foi atingido. Por isso, a pele resseca e o pé fica fraco.

O que fazer - Fique em repouso e ande calçado apenas quando necessário. Procure o médico. Regiões esbranquiçadas e insensíveis na pele são um sinal da doença.




Sintomas



Aparecimento de caroços ou inchados no rosto, orelhas, cotovelos e mãos.
Entupimento constante no nariz, com um pouco de sangue e feridas.
Redução ou ausência de sensibilidade ao calor, ao frio, à dor a ao tato.



Manchas em qualquer parte do corpo, que podem ser pálidas, esbranquiçadas ou avermelhadas.
Partes do corpo dormentes ou amortecidas. Em especial as regiões cobertas.





Tratamento


A hanseníase se apresenta, basicamente, de duas formas. O tratamento depende do tipo.

Se for do tipo paucibacilar (com poucos bacilos), o tratamento é mais rápido. É dada uma dose mensal de remédios durante seis meses. Além da ingestão de um comprimido diário;
Se for do tipo multibacilar (com muitos bacilos), o tempo para tratamento é mais longo. São 12 doses do medicamento, uma por mês. Além de dois outros remédios diários durante os dois anos.
O tratamento será 100% eficiente se for levado a sério do começo ao fim. Todos os medicamentos devem ser distribuídos pela rede pública de saúde.

2006-10-18 09:13:31 · answer #6 · answered by fpv 2 · 0 0

lepra

2006-10-18 09:07:13 · answer #7 · answered by Anonymous · 0 1

É a lepra, mas leva esse nome porque o cara que a descobriu se chamava Hansen

2006-10-18 09:02:34 · answer #8 · answered by Manic Nirvana 6 · 0 1

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