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Água é a base da vida, e os aminoácidos que são bases orgânicas para vida também possuem traços em Marte.

2006-10-17 08:59:37 · 4 respostas · perguntado por Marcelo Moreira 1 em Educação e Referência Conhecimentos Gerais

4 respostas

NORTON GODOY

Finalmente aconteceu. O dia 6 de agosto entrará para a história como a data em que o ser humano descobriu que a vida extraterrestre é um fato e não apenas ficção. Essa possibilidade, alimentada durante tanto tempo pela fantasia de escritores, sonhadores e alguns cientistas, recebeu um grande alento na última terça-feira. Os telejornais da noite anteciparam o anúncio que a Nasa faria no dia seguinte: pesquisadores da agência espacial americana e da Universidade Stanford, na Califórnia, encontraram evidências de que um tipo de vida muito primitiva existiu em Marte há 3,6 bilhões de anos. As evidências foram achadas em um meteorito marciano que caiu na Terra 13 mil anos atrás. Do tamanho de uma batata, o meteorito contém moléculas orgânicas fossilizadas - isto é, que se petrificaram ao longo de milhões de anos - semelhantes a bactérias que existiram nos primórdios da história geológica da Terra. Estas moléculas são também a mais antiga forma de vida já descoberta pelos cientistas. Na Terra, os fósseis mais velhos são de bactérias encontradas em uma rocha australiana de 3,5 bilhões de anos. A diferença de 100 milhões de anos entre a bactéria de Marte e a da Terra acaba reforçando a teoria de que a vida pode não ter se originado em nosso planeta, mas veio do espaço e aqui encontrou condições de evoluir.

A notícia foi saudada por estudiosos como "a mais fantástica descoberta científica de todos os tempos". Carl Sagan, astrônomo americano conhecido por suas teorias de vida em outros planetas, qualificou o achado de "glorioso". O presidente americano, Bill Clinton, disse que "essa é a notícia mais assombrosa do Universo". Exatos 20 anos depois da última sonda terrestre ter descido em Marte, a revelação mais importante sobre o Planeta Vermelho estava ironicamente bem diante dos olhos dos cientistas, aqui na Terra. "Eu quero deixar claro que não estamos falando em pequenos homens verdes", afirmou em tom de brincadeira o diretor da Nasa, Daniel Goldin. "O que achamos são estruturas celulares muito pequenas, que se parecem com bactérias", disse ele. Na Terra, as primeiras bactérias evoluíram para formas de vida superiores. "Não há nenhuma evidência ou sugestão de que uma forma de vida mais sofisticada tenha existido em Marte", fez questão de frisar Goldin. "Não queremos dizer que temos provas conclusivas e irrefutáveis", esclareceu o cientista Everett Gibson, membro da equipe que estudou o meteorito. "Mas temos um conjunto de evidências que combinadas nos levam a crer que estes microfósseis vieram de Marte." O tom cauteloso é normal neste tipo de anúncio. Uma agência como a Nasa não divulgaria tal descoberta se não tivesse uma margem segura de garantias. Afinal, uma notícia como essa representa mais recursos do governo para explorações espaciais - até 1999, os Estados Unidos devem gastar cerca de US$ 13 bilhões em seu programa espacial civil. Os resultados da pesquisa serão publicados na próxima semana na revista Science, bíblia da comunidade científica.

"Por dois anos utilizamos a tecnologia mais avançada disponível em todo o mundo para analisar esse meteorito", contou Gibson. Sem essa tecnologia, desenvolvida apenas muito recentemente, teria sido impossível enxergar os tais fósseis microscópicos. O meteorito marciano pesa menos de dois quilos. Foi achado na Antártica junto com outros 11 em 1984 e permaneceu por vários anos nos depósitos da Nasa. Com o desenvolvimento recente de microscópios eletrônicos de extrema potência, fatias muito finas do meteorito foram colocadas embaixo de suas lentes. Grandes ampliações de alta resolução foram então obtidas com a ajuda de raios laser e fachos de elétrons. Para se ter uma idéia, hoje já é possível enxergar a estrutura atômica de algumas substâncias químicas. O que explica por que só em 1993 se soube que o meteorito achado na Antártica era marciano. A prova foi obtida comparando sua composição mineral com a análise que a sonda Viking fez do solo marciano. As imagens visualizadas no supermicroscópio indicaram formas fossilizadas de vida. Um outro aparelho, chamado espectrômetro (que detecta substâncias químicas pelo tom de luz que elas refletem), confirmou nas bactérias marcianas a presença de hidrocarbonos, compostos que são a base da vida, seja aqui na Terra ou em qualquer outro planeta.

NASA





Os estudos da equipe da Nasa reconstituíram o que pode ter acontecido com essas bactérias. Embora a Terra e Marte sejam hoje mundos totalmente diversos - o primeiro quente e fervilhando de vida, enquanto o segundo é um mundo gelado e aparentemente morto -, há cerca de quatro bilhões de anos eram bem parecidos. Assim como na Terra, a água corria na superfície marciana, o que possibilitou o aparecimento de vida microscópica - de uma forma semelhante à que surgiria na Terra. Em Marte, as altas temperaturas daquele passado remoto faziam com que a água penetrasse no solo, permanecendo em estado líquido devido à alta pressão das profundezas. "Se a vida existe sob altas temperaturas no ambiente terrestre, como as bactérias vivas encontradas na boca de vulcões submarinos, é provável que ela também existisse em Marte", raciocina Paul Davies, renomado cientista inglês, da Universidade de Adelaide, Austrália.

Essa água subterrânea, crêem os cientistas, era bastante saturada de dióxido de carbono. Esse mineral caía da atmosfera marciana e se depositava nas fraturas rochosas da superfície do planeta. A presença do carbono ajudou no processo de fossilização dos microorganismos que viviam e morriam entre as rochas. Este complexo ciclo biológico teria ocorrido em Marte há bilhões de anos. Depois disso, não se sabe por que, o planeta perdeu sua atmosfera, esfriou bruscamente e a água - essencial para a vida - ficou confinada ao estado sólido em sua calota polar. Os seres microscópicos marcianos desapareceram e o único indício de sua existência que restou foram seus fósseis. Se o Planeta Vermelho não tivesse perdido sua atmosfera e esfriado, talvez essa forma primitiva de vida marciana evoluísse numa escala igual à da Terra. Então, imaginam os cientistas, há 15 milhões de anos um imenso cometa ou asteróide deve ter atingido Marte, fazendo com que vários pedaços de rocha marciana fossem jogados no espaço, como os estilhaços de uma explosão. Por milhões de anos esses pedaços de rocha vagaram pelo espaço e alguns deles acabaram se chocando com a Terra na forma de meteoritos. Foi assim que, supõem os cientistas, esses fósseis microscópicos fizeram sua longa viagem de Marte para a região antártica.

Foram justamente os amontoados de carbono incrustados na rocha marciana que chamaram a atenção dos pesquisadores. O pessoal da Universidade Stanford detectou junto a esse carbono um grande número de fósseis de moléculas orgânicas. O maior desses fósseis não tem mais do que um centésimo da espessura de um cabelo humano - se colocássemos um ao lado do outro precisaríamos de mil deles para chegar ao tamanho do ponto que fecha esta frase. Alguns têm a forma oval, outros são tubulares. Em aparência e tamanho, são muito parecidos com os fósseis de bactérias terrestres. Mas certos indícios, como o fato de estarem concentrados no interior da rocha e não em sua superfície, descartaram a possibilidade de o meteorito ter sido contaminado por bactérias terrestres depois de ter caído na Terra.

A primeira evidência histórica de vida extraterrestre foi comemorada não apenas pela comunidade científica, mas por todos os que trabalham direta ou indiretamente com o programa espacial americano. Poucas horas após o anúncio da Nasa, a Casa Branca prometeu novos recursos para a exploração espacial. A novidade assombrou cientistas e despertou novas adequações às interpretações religiosas sobre a origem do Universo. Sayyid Syeed, da Sociedade Islâmica da América do Norte, apressou-se em dizer que, segundo o Alcorão, Alá é o Deus de vários mundos e não de apenas um único. Já o rabino James Ruden, do Comitê Judaico Americano, disse que interpretações do Gênesis dão espaço para a possibilidade de vida em outros planetas.

Se a fantasia em relação a Marte já rendeu tantas histórias no passado, a partir de agora deve alimentar teorias que até a semana passada eram apenas especulações. Uma delas advoga uma origem extraterrestre para a vida na Terra. Os primeiros seres vivos, em formas microscópicas, teriam chegado a este planeta justamente a bordo de meteoritos, segundo defendem alguns estudiosos, como Paul Davies. "No interior das rochas, as bactérias podem permanecer em um estado de vida suspensa por milhões de anos", afirmou ele. Mas essa é uma possibilidade que só deverá ser confirmada ou contestada, se algum dia o for, a partir de julho de 1997, quando as sondas Mars Global Surveyor e Mars Pathfinder - esta última com um jipe robô à bordo - estarão descendo na superfície marciana. As pesquisas sobre a composição mineral do Planeta Vermelho poderão justificar uma missão tripulada até lá, talvez a primeira grande aventura da humanidade no próximo milênio. Para já, no entanto, o primeiro dividendo do anúncio da Nasa é uma revoada de cientistas que retornam para a Antártica no próximo verão, à caça de novos meteoritos.

Colaborou Peter Moon

2006-10-20 08:13:04 · answer #1 · answered by Anonymous · 0 0

pode ter existido... mas agora é dificil precisar
eu acho mais provável ter vida em Europa satélite de Saturno

2006-10-17 16:13:07 · answer #2 · answered by junior9lives 3 · 0 0

Apartentemente não. Por isto se pesquisa nas calotas para se detetar indícios, congelada.

Por dois motivos: se estudaria alguma forma de vida passada e se prepararia uma futura viagem a Marte e - que sabe - uma colônia humana.

2006-10-17 16:09:18 · answer #3 · answered by Ronaldo M 5 · 0 0

não documentada

2006-10-17 16:02:09 · answer #4 · answered by limboal007 4 · 0 0

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