Criacionismo é o termo que resume a noção genérica de uma entidade ou entidades inteligentes por trás de eventos como a origem do universo, da vida na Terra ou das próprias espécies.
Dentro do termo "criacionismo" um vasto espectro de hipóteses podem ser enquadradas, visando sustentar interpretação em diversos graus de literalidade de livros sagrados como Gênesis ou o Corão. Existem também versões que não são religiosamente explícitas, rotuladas como hipótese do desenho inteligente (comumente abrevida para DI, ou ID, do inglês, intelligent design), recurso utilizado como tentativa de combate à teorias científicas conflitantes com o fundamentalismo religioso em aulas de ciência, assim que nos Estados Unidos da América julgou-se inconstitucional a introdução do criacionismo religiosamente explícito nas aulas de ciência. Recentemente, novas tentativas têm sido feitas sob uma nova roupagem, advogando pelo que chamam de uma "análise crítica da evolução".
Na maioria das civilizações antigas, tanto como nas atuais, é possível encontrar relatos explicando a origem de tudo como um ato intencional criativo, muitas vezes destacando uma figura central como o originador da vida. As concepções criacionistas comumente não limitam a ação de um deus à criação do universo e da vida. O deus judaico-cristão nas visões criacionistas mais fundamentalistas interfere no destino do seu povo enviando o dilúvio, conduzindo os casais de animais para a arca de Noé, mandando as pragas ao Egito, abrindo o Mar Vermelho, parando o Sol para Josué consolidar sua batalha, curando e até ressuscitando pessoas, transformando água em vinho, e mais uma variedade de milagres.
O criacionismo como idéia geral, se caracteriza pela oposição, em diferentes graus, às teorias científicas sobre fenômenos relacionados à origem do universo, da vida e da evolução das espécies. No entanto deve ser feita a distinção entre ser criacionista e acreditar em criação divina simplesmente: há aqueles que aceitam as teorias científicas ao mesmo tempo em que acreditam que descrevam os métodos pelos quais o seu deus tenha criado o universo e o que há nele, e esses não são chamados de criacionistas. De qualquer forma, há alguns que chamam posições como essa de criacionismo evolucionista, ou evolucionismo criacionista, convivendo plenamente com os conceitos centrais de ambas as visões.
Apesar da diversidade de crenças nas quais se baseiam os diversos criacionismos, os criacionistas costumam afirmar que isso não depõe contra os criacionismos da mesma forma que a não haver unanimidade entre os cientistas quanto à forma como se deu a origem da vida e se processou a evolução dos seres vivos não torna essas teorias menos científicas.
Há, dentre os criacionismos cristãos, os que apoiam radicalmente a idéia da criação em sete dias literais, questionando ou ignorando as evidências arqueológicas, físicas e químicas contrárias. Podem inclusive ser geocentristas ou mesmo defensores da Terra plana em alguns casos. Outros, aceitam a idade da Terra, ou até mesmo do universo defendida pela ciência, mas mantendo ainda posições conflitantes com a biologia. Outros defendem a idéia que a Bíblia ou outros livros considerados sagrados dão margem a uma mistura da evolução com a criação, dizendo que Deus deu origem à vida, mas permitiu que esta evoluísse.
A Bíblia faz menção de seis dias criativos e um sétimo dia não terminado. Alguns criacionistas entendem que isto dá margem para dizer que a expressão 'dias' envolve milhares ou até mesmo bilhões de anos, tornando mais compatível a idéia da criação com a Geologia moderna. Alguns grupos mais radicais trabalham basicamente em argumentos para tentar refutar evidências evolucionistas em vez de estudar a Criação. Entre as diversas facções há:
* Neocriacionismo - Não se deve confundir o criacionismo clássico com o neocriacionismo, também chamado de planejamento inteligente, que é uma corrente surgida por volta de 1920 nos EUA e que defende a idéia de que houve influência de uma entidade inteligente na criação dos seres vivos. Grupos religiosos desta corrente têm lutado para impor o ensino da criação nas escolas em pé de igualdade com o ensino da evolução, como resposta ao veto do ensino religioso.
* Criacionismo Clássico - Alguns afirmam que, de modo geral, o criacionismo exige apenas a crença em um criador ou projetista inteligente. Quanto à difusão do criacionismo clássico, segundo uma pesquisa do Instituto Gallup veiculada pela Folha (ver link Design Ontológico abaixo), 90% dos norte-americanos acreditam em um Deus criador, sendo que 45% acham que a criação ocorreu exatamente como o livro do Gênesis descreve. A pesquisa mostra que entre os membros da Academia Nacional de Ciências americana, 10% expressam crença num deus (o que não significa necessariamente que sejam criacionistas).
Apesar da predominância de correntes evolucionistas nos meios acadêmicos, alguns cientistas tornaram-se notados por defenderem o criacionismo clássico, que envolve a crença num criador. Note-se, contudo, que a Ciência não pode tratar de assuntos de fé, mas apenas daquilo que é observável e passível de experimentação. Um cientista pode defender princípios religiosos ou ideológicos, mas esses princípios religiosos ou ideológicos não passam a ser científicos por serem defendidos por um cientista. Os argumentos de pessoas pertencentes a comunidade científica em favor do criacionismo apontam para a organização e exactidão das leis naturais. Esta visão dá uma imagem que se parece com aquela proposta por Isaac Newton, ao comparar o mundo a um mecanismo que evidencia um projecto inteligente e sobrenatural. As novas tendências científicas têm, contudo, levado a uma diferente visão do universo, menos determinista e mecanicista. É comum dar como exemplo a distância propícia entre o Sol e a Terra, que permite temperaturas amenas que possibilitam a continuidade da vida - é interessante verificar que este mesmo argumento é utilizado pelos evolucionistas para referir o carácter excepcional da posição da Terra, não para uma suposta "continuidade" (palavra que implica a ideia de um projecto ou um plano para a Criação), mas para a sua emergência e evolução.
Indivíduos teístas, que aceitam as hipóteses científicas podem ver nas características e regularidades da natureza (como a regularidade verificada nos elementos químicos na tabela periódica ou o facto de os acontecimentos físicos obedecerem a leis que podem ser expressas em equações matemáticas "exactas"), base para se pressupor uma ordem, são citados e interpretados como prova da existência de um legislador que legisla e faz cumprir essas leis. Por essas mesmas leis, o universo teria vindo a existir, e teria se desenrolado sua história, sendo parte dela a origem e a evolução da vida na Terra. Criacionistas, no entanto, não acreditam que o universo e suas partes tenham sido criados segundo essas leis, mas que tudo foi criado do nada (ou "ex nihilo", termo em latim mais sofisticado) e só então essas leis passaram a vigorar.
A complexidade e organização estrutural das formas mais simples de matéria viva são apontadas pelos criacionistas como prova de uma criação determinada e não a consequência evolutiva de um caldo orgânico primordial desorganizado. De facto, a probabilidade matemática de que a vida tenha surgido espontaneamente de uma sucessão de eventos casuais numa ordem específica é considerada por alguns matemáticos pequena demais. No entanto, é precipitado e inválido falar-se em probabilidades sem estar se referindo a processos e mecanismos específicos de cada etapa até a origem da vida.
O método que permite recriar um organismo a partir de fragmentos do seu corpo (um dente fossilizado, por exemplo) é duramente criticado pelos criacionistas que consideram abusivas as conclusões como a apresentação de antepassados do Homo sapiens com traços simiescos. No entanto o mais célebre alardeador dessa possibilidade foi o criacionista Richard Owen, que embasava essas deduções no conceito de homologia por ele proposto, mas que via não como indício de ancestralidade comum, mas de projeto para mesma função.
Fraudes nos trabalhos e pesquisas envolvendo fósseis (como o 'Homem de Orce', ou o 'Homem de Piltdown') têm sido também usadas para desacreditar a teoria da evolução. É importante lembrar, no entanto, que essas fraudes não foram feitas com o intuito de tentar sustentar "o evolucionismo", mas por motivos de ascenção pessoal, seja profissional ou financeira, e são sempre desmascaradas pelos próprios evolucionistas.
Alguns criacionistas questionam também experiências, relacionadas à demonstração da seleção natural, como aquela relativa às mariposas cujas cores foram influenciadas pelas mudanças advindas da Revolução Industrial. Nesse caso especificamentem, apontam falhas irrisórias na metodologia como confirmação de que não existiria seleção natural (apesar desse não ser o único exemplo bem relatado de seleção natural). Isso implica na defesa de espécies absolutamente fixas, como um ideal platônico, o que não é aceito até mesmo pela maioria dos criacionistas hoje em dia, que abandonaram o fixismo clássico, aceitando seleção natural e até mesmo um grande número de especiações, apesar de manterem a crença nas criações especiais.
Um dos principais argumentos dos criacionistas baseia-se na refutação da geração espontânea. Louis Pasteur e John Tyndall demonstraram experimentalmente que micróbios não se originam espontâneamente, conforme alguns supunham ser possível, ao final do século XIX. Estendendo os resultados destes experimentos, argumenta-se que foi provado que nenhum mecanismo pode gerar vida de qualquer matéria sem vida. Como evidência, aponta-se que nenhum experimento foi capaz de demonstrar o contrário, a despeito de várias décadas de tentativas. Irônicamente, a vida surgindo da não vida é justamente o que os criacionistas defendem como tendo ocorrido em muitos casos, mas em um salto abrupto de complexidade, em um hipotético período em que ainda não existiriam as leis naturais hoje conhecidas.
A afirmação de que nenhuma vida pode surgir de não-vida foi recentemente desafiada a partir de experimentos onde um virus é sintetizado em laboratório [1], mas a questão de se um vírus pode ou não ser considerado um ser vivo nunca foi um consenso entre cientistas. Outra questão levantada pelos criacionistas é que esse tipo de experimento na verdade comprovaria a necessidade de uma inteligência e intencionalidade por trás do processo. No entanto, é imprescindível lembrar-se que experimentos laboratoriais são fundamentalmente diferentes de processos de simples montagem intencional, pois na realidade visam reproduzir as situações em que um fenômeno ocorreria naturalmente, espontâneamente.
Toda a argumentação criacionista quanto ao desconhecimento sobre como a vida teria se originado naturalmente, não raramente tenta levar a crer que, sem essa resposta, todas as demais áreas da ciência às quais se opõem, em especial a evolução biológica, desmoronam como conseqüência. Essa é uma falácia non sequitur - a conclusão não decorre das premissas - pois as evidências das diversas áreas que compõem o evolucionismo, não são totalmente dependentes umas das outras, e dessa forma, é possível ainda se estabelecer os laços de parentesco entre todos os organismos, mesmo sem saber de onde teria vindo o ancestral comum de todos eles.
2006-10-15 12:56:47
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answer #1
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answered by Sandman 3
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Essa teoria gera uma constante discussão entre fé e ciência sobre como surgiu o universo e os seres vivos. Para os teólogos, os seres foram criados por Deus, ser supremo que fez seres perfeitos assim como ele. O criacionismo acredita que as espécies foram colocadas em um ambiente e neles elas se adaptaram e permaneceram imutáveis. Baseada nos escritos bíblicos onde Deus foi responsável por criar todas as espécies de uma vez, e por isso não há modificações evolutivas.
O criacionismo altera-se conforme a religião ou livro sagrado adotado por ela. Para a Mitologia Grega, o homem surgiu por meio de um trabalho de Epimeteu que criou um ser com imperfeições com base em um modelo feito com barro. Os criacionistas afirmam que a teoria evolucionista não possui argumentos plausíveis porque os fatos apresentados não podem ser comprovados com toda a certeza. A ciência rebate afirmando que nem tudo é absolutamente certo. Essa teoria sobre a origem da vida é uma junção de diversas opiniões e vertentes.
Fixismo
Teoria que afirmava que os seres vivos foram criados na forma atual porque elas não se alteram no decorrer dos anos. O nome deriva da ideia de que os indivíduos permanecem fixos e imutáveis. Afirma-se que os seres existentes atualmente existem desde o início da Terra. Foi proposta pelo naturalista, Georges Cuvier, o fixismo seguiu sendo aceito até o século XVIII com a afirmação de que os seres vivos haviam sido criados por um poder divino. Posteriormente, surgiram as teorias evolucionistas que contrariavam seus pensamentos.
Princípios
-Espécies permanentes;
-Espécies perfeitas;
-Espécies Imutáveis;
-Independente das outras.
Grécia Antiga
Os gregos acreditavam que a princípio havia o Caos Primordial e dele nasceu Gaia, a terra, e Eros, o amor. Posteriormente, surgiram o Érebo, as trevas e o Éter, além disso, surgiram o céu, o mar e as montanhas. Nasceram os Titãs e um de seus filhos, Prometeu, criou os humanos com argila e água. Depois a deusa Atena colocou nesses indivíduos a vida e alma.
Hinduísmo
Para essa religião, o tempo não possui uma linearidade e sim uma forma circular onde ocorrem renovações eternamente na criação e evolução.
Islamismo
A teoria islâmica acredita que a humanidade foi criada por Deus na forma que é explicado em seu livro sagrado, o Alcorão. Alguns muçulmanos acreditam que na origem da Terra, a ciência não está totalmente incorreta.
2014-09-19 03:15:29
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answer #4
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answered by Anonymous
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