O que é realmente o analfabetismo diante do parecer social? Desde algum tempo atrás, (FHC), buscava-se qualidade de ensino, onde o professor podia reprovar um aluno caso não desenvolvesse capacidade de absorção de conhecimentos. Hoje (PT), vc é obrigado a aprovar o aluno, independentemente dele saber alguma coisa ou não. Assim, estatisticamente, o analfabetismo diminui, mas encontro pessoas de 2º grau, mal sabendo ler ou escrever corretamente. Vale a pena? Depois, não consegue passar nem na porta de uma faculdade e um hipócrita cria um PROUNI e "joga" parte desses "alfabetizados" para dentro de uma universidade de direito, medicina, etc, etc. E assim o Brasil vai pra frente, não é mesmo?
2006-10-15 11:55:03
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answer #5
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answered by joselinhares2001 3
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Uma eleição reveladora
Por Flávio Loureiro
As eleições de 2006 se afiguram um marco na história política brasileira. Se entre o final do XVIII e início do século passado a abolição do voto censitário (só podiam votar e serem votados cidadãos que tivessem posses e uma certa renda), a ampliação do direito a voto às mulheres (1932) e mais tarde aos analfabetos, protagonizaram um sensível avanço no processo de radicalização da nossa democracia, o processo eleitoral em curso demonstra que, embora formalmente tenha sido superada aquela lógica eleitoral elitista, do ponto de vista ideológico ela permanece presente.
Bastou a ascensão política de um partido, o PT, e de uma liderança política, a do presidente Lula, claramente identificados com aqueles que ao longo de mais de quatro séculos de história brasileira tiveram suprimido o seu direito a voto, e, para esses, governado prioritariamente, que fosse desvelado o ódio de classe, adormecido durante o longo período em que o povo
e os trabalhadores brasileiros delegavam a sua representação para os diversos segmentos dos representantes da nossa elite política e econômica.
Uma elite cujos interesses amiúde estiveram mais voltados para fora do país, primeiro para o continente europeu, depois para o norte-americano, o que contribuiu peremptoriamente para que o Brasil seja um país que ostenta uma das mais densas desigualdades sociais em todo o planeta. Uma elite que jamais investiu no país, sem que o Estado brasileiro, a "Viúva", lhes
garantisse retorno seguro e sem riscos.
O processo de enfraquecimento do papel do Estado na economia nativa, quando a nossa elite brasileira diante da perda daquelas garantias optou por se tornar sócia minoritária de grandes empresas transnacionais, e de privatização, desencadeados pela Era FHC, cuja parcela majoritária de
dinheiro investido teve a sua origem em recursos do BNDES, desviados do FAT-Fundo de Amparo ao Trabalhador - e dos Fundos de Pensão das estatais (tão execradas pela modernidade tucano-pefelista) são exemplos bastante
cristalinos.
Não é nada fácil romper com uma lógica (hegemonia) dessas, tão sedimentada na história do país, tão cultural e ideologicamente alicerçada, cujos valores são reproduzidos no cotidiano pela grande mídia impressa e rádio-televisiva, que termina por auferir um falso estatuto de naturalidade. Não é por outra razão o nível de virulência dos ataques que a campanha Lula vem sofrendo. Não é por outra razão que se conta nos dedos das mãos os colunistas e articulistas políticos que manifestam algum grau de simpatia e/ou adesão à campanha de um partido popular e de um operário metalúrgico, que ousaram e lograram disputar o protagonismo na cena política brasileira. Coisa rara!
Tanto não é fácil romper com tal lógica que a cada denúncia que surge contra o PT, o governo Lula ou o Congresso Nacional, sustentável ou não, qualquer investigação mais ou menos profunda revela que todos os "esquemas" descobertos têm seu nascedouro em períodos bem anteriores à ascensão de Luiz
Inácio Lula da Silva à Presidência da República. Muitos deles com "vida própria", já que em alguns casos funcionam à revelia do gestor da ocasião, tão incrustados que estão na máquina político-administrativa brasileira, que não foi constituída pelo PT ou por seus aliados do campo popular, que estão pagando um alto preço por não dominar a sua liturgia.
Claro que isso explica, mas não justifica erros cometidos, que devem ser apurados e, se comprovadas responsabilidades, exemplarmente punidos, seja no âmbito dos partidos envolvidos, seja na esfera dos poderes legislativo e judiciário. Quando Lula declarou, logo que assumiu o mandato, que não poderia errar, para justificar algumas decisões que surpreenderam parcela de
eleitores, militantes e dirigentes petistas, mas que ele avaliava serem inevitáveis para aquela conjuntura, não tenho dúvida que nem ele tinha a dolorosa dimensão profética daquelas palavras, com se tem hoje, decorridos três anos e nove meses de mandato.
Essa eleição é reveladora porque desvela e não deixa dúvidas de que a luta de classes no Brasil, que no debate entre setores da esquerda brasileira andou enredada em uma mera categoria da formulação teórica marxista, é uma realidade factual, inexorável, que move e escreve a nossa história. Revela para muitos, inclusive no interior do PT, que a despeito da necessidade tática de se compor determinadas alianças, dada a correlação de forças realmente existente no país, que a nossa principal aliança deve ser com os trabalhadores e o povo brasileiros.
Essa eleição é reveladora ainda porque desnuda a existência e a truculência de uma direita política no país, que se escondia sob manto ora do paternalismo oligárquico, ora da promessa de modernização conservadora; e revela ainda que, por não conhecer e/ou desprezar o país e o seu povo, tanto as elites políticas brasileiras, através das suas mais diversas
representações, quanto o esquerdismo doutrinário, que caminham lado a lado no plano tático, nessa reta final de campanha, estão atônitos com o, para eles, inexplicável apelo popular que as pesquisas registram em favor da campanha Lula à Presidência, a despeito de eleição ser decidida em primeiro
ou segundo turno.
O sentimento das elites nesse processo eleitoral, como mais uma vez identificou com sagacidade o presidente Lula em declaração publicada na imprensa, é que o único jeito é mudar de povo, e é realmente uma pena que o esquerdismo doutrinário, liderado por um moralismo fundamentalista e
histriônico, insista em brigar com a história da esquerda brasileira, ao não entender que se está em jogo uma experiência popular única no país, a despeito dos seus acertos e desacertos, e de suas limitações, que não são poucas.
Flávio Loureiro, jornalista
2006-10-15 11:52:40
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answer #7
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answered by sidney 4
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