11/01: O conto do vigário do divórcio com o FMI
Categoria: General Postado por: marcelok
Está tudo muito bom, tudo muito bem, mas um atento leitor da coluna pergunta: por que, com todos os diabos, o Brasil pagou antecipadamente sua dívida de US$ 15,5 bilhões com o Fundo Monetário Internacional se este é um dos dinheiros mais baratos do planeta? A questão é ainda mais procedente se considerarmos que, esta semana, o Tesouro Nacional fechou a primeira captação externa do ano, no valor de US$ 1 bilhão – com demanda para mais de US$ 3 bilhões.
O país pagará aos investidores desta emissão juros de 7,55% ao ano. Uma pechincha se considerarmos o atual patamar da taxa básica doméstica, de 18,5% anuais. Mas um disparate se for levada em conta a taxa cobrada pelo FMI em seus empréstimos: 3,17%. É, isto a imprensa não destacou, quando o governo anunciou que estava pondo fim a um conturbado casamento com o Fundo. Por que, então, pagar mais do que o dobro para se financiar e ainda anunciar a decisão como uma grande vitória?
Quem deu o primeiro alerta foi a equipe do Santander, questionando a validade da quitação da dívida, como esta coluna antecipou. Como explica um graduado economista de Washington, no atual cenário de farta liquidez nos mercados, um país emergente pode fazer duas coisas: investir ou pagar dívidas. Como o governo Lula não demonstra aptidões gerenciais para tirar os investimentos prometidos do papel, a opção foi por quitar débitos, aproveitando a deixa para proclamar independência perante o FMI, uma jogada de marketing de duvidosos dividendos políticos – no horário eleitoral, partidos da oposição já começam a criticar o pagamento antecipado num momento em que as estradas se esfarelam, matando milhares de brasileiros por ano.
2006-10-14
17:38:38
·
2 respostas
·
perguntado por
Scorpions
3
em
Governo e Política
➔ Governo